Completamente despretensioso e ideal para pais e filhos. Ação como nos anos 90, pouca fantasia e maior destaque nos rostos dos atores. O ponto forte é Sydney Sweeney e Dakota Johnson. O quarteto principal, principalmente o trio adolescente composto por: Sydney (Julia Cornwall), Tahar Rahim (Ezekiel Sims) e Celeste O'Connor (Mattie Franklin) demonstram imponência para heroínas, uma pena terem pouco aproveitamento - embora a interação entre as protagonistas compense razoavelmente. Johnson ao menos se esforça em demonstrar a típica personagem machucada por seu passado familiar, se transformando numa adulta independente e desapegada até que se depara numa responsabilidade em ter um ponto de equilíbrio sentimental ao assumir o posto de protetora - ganhando assim, a qualidade de uma relação materna com as três adolescentes.
A caracterização das heroínas é interessante (especialmente no final, que é mais próximo aos quadrinhos de origem) , como civis, o figurino inseparável das protagonistas combina, casando bem com a personalidade de cada uma: Cassandra, com o seu casaco vermelho (remetendo à posição da líder do grupo ou a conexão contida mais próxima que poderíamos ter do icônico Homem-Aranha), Julia, com a sua vestimenta colegial, a garota tímida - tentando passar a ideia de uma aprendiz - mas que guarda talentos em momentos oportunos (reserva a sua inteligência para assumir habilidades em situações específicas), Mattie, a esportista impulsiva e Anya, é a proativa dinâmica. Outro ponto forte do filme são os super-poderes da própria Madame Teia (Johnson) - o ato de prever os eventos e estar em todos os lugares ao mesmo tempo. No entanto, o ponto fraco é o vilão - especialmente a caracterização terrível de tão básica, embora a sua motivação pareça simples: se tornar o único mais poderoso (e é isso, vilão tradicional que apenas quer estar no topo sem ser ameaçado - literalmente, o filme expressa muitos cortes o que só sabemos o que poderia acontecer com ele num futuro alternativo previsto pelo mesmo). Ezekiel Sims (Tahar Rahim) vê que seres mais fortes do que ele são uma ameaça para a sua reputação.
Apesar de termos um Ben Parker (Adam Scott) jovem, o filme se passa em 2003 (1 ano após Homem-Aranha de Sam Raimi) e um bebê misterioso (que muitos cogitavam ser Peter Parker e que a história giraria na busca para salvar esse bebê), é importante que se assista sem pensar nele como parte da cinessérie Homem-Aranha (seja a versão de Sam Raimi, ou a com Andrew Garfield, ou a da Marvel Studios), ou seja, assista sem nenhuma expectativa - apenas como um modesto filme de aventura da tarde.
A sensação de filme dos anos 90 também está na trilha sonora (ainda que se passe em 2003, mas que poderia muito bem se passar em 1996).
O enredo é integralmente previsível, do início ao fim. No entanto, há algum entretenimento em cenas de suspense específicas (funciona com um cinema de áudio bem calibrado) e algum humor essencialmente infame.
Momento Pós-Crítica: com um orçamento de U$$ 80 milhões, o filme tem sido sucesso nos cinemas brasileiros (estando em primeira posição), apensar da pouca arrecadação ao redor do globo.
Reflexos Pós-Sessão: Com base no desfecho, se houvesse uma continuação, podemos observar que houve um crescimento significativo no papel da personagem Cassandra, o que poderia elevá-la ao topo principal de mentora mais experiente da equipe que ela estava ali construindo.
Memórias da Sessão: passei por uma situação trágica durante a semana de estreia (fui assaltado - era um período de fim de carnaval) e tive que levar um tempo até resolver todas as coisas. Só pude então assistir nessa semana. Optei por uma cadeira mais a frente da tela para evitar celulares e fotos com flash sendo tiradas durante a sessão.
P E R D I D O.doc
S E S S Ã O C R Í T I C A
MADAME TEIA
Sessão Acompanhada: 15:30 - 03/03/2024
