Obra que destaca Maggie Gyllenhaal, uma moça de ombros largos que muitos devem ter visto pela primeira vez em Batman: O Cavaleiro das Trevas. Gyllenhaal é a premiada atriz que chegou a ser indicada por sua atuação aqui ao Globo de Ouro.
Secretária é deleite puro entre personagens estranhos e prato cheio para quem se considera diferente.
Trama demora para engrenar, mas desenvolve uma reviravolta impressionante e consegue ser completamente satisfatório: o fetiche aqui chega a ser absurdo.
Ainda que pareça uma projeção de drama (ou até um filme de suspense) é, na verdade, uma comédia esquisita com tons de erotismo. Difícil de ser apreciado de primeira, mas que vai agradando conforme se pensa nesse interessante longa que tem James Spader como um personagem que se aparenta insuportável e - por mais incrível que pareça - se chama Sr. Edward Grey (Há! Você já ouviu falar desse nome em algum lugar).
Ao analisar pós-filme, vemos que Sr. Gray é um excelente personagem. Esquisito e carismático. Sem dúvida alguma, dá pra entendê-lo e até se identificar com ele em algum ponto. Gyllenhaal, também, esquisita e carismática como Lee Holloway.
Em meio a estranheza, toques de sensibilidade na trama pode atrair uma audiência mais convencional - o que também demonstra a verdadeira relação de afeto e cuidado entre dois corpos íntimos. Isso é o centro de aproximação do romance. O romance é a chave.
Lee vive um triângulo platônico: enquanto, está à mercê do severo chefe (Spader), Peter (Jeremy Devies) é o outro que se torna namorado de Lee - rotineiro e certinho na relação. Porém, Grey entende o problema emocional de Lee e aí a relação fortalece.
O personagem de James Spader cresce quando passamos a entender que o personagem expressa muito bem qualidades e defeitos de uma pessoa tímida (algo que o cinema rarissimamente acerta em demonstrar). Mr. Grey tem problema com diálogo, extremamente perfeccionista e sensibilidade aos detalhes. O filme ainda gera um bom debate para psicologia.
Vale uma conferida na Prime Vídeo.
PERDIDO.DOC