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domingo, 7 de janeiro de 2024

[M.doc] A Origem de um Fanboy (A.J.Ryckz, Perdido no Tempo, Mestre Ryu / Aryckz)

 


PERDIDO NO TEMPO: CAPÍTULO 3

A ORIGEM DE UM FANBOY

Eu não me recordo dos meus primeiros anos com "He-Man" e nem mesmos dos primeiros rabiscos que realizei. Mas eu me lembro exatamente do dia em que me tornei um fanboy.

EU NASCI EM 1984

Uma das lembranças mais engraçadas que eu tenho dos anos 80 é de quando a minha mãe me desenhou de corpo inteiro apenas com cabelos mullet encaracolados (era praticamente a caracterização de um anjinho). 


O ano era 1989. Estávamos de mudança da casa que eu nasci.

Numa certa noite, eu sonhei que estava num filme japonês da era feudal todo em preto e branco. E daí, olhando pra frente, observei um curioso trem bala girando numa pista circular que ia para cima. E no meio desse espaço, havia uma casa que formava uma torre - parecendo um templo oriental.  Eu estava vendo visões do futuro, numa mistura entre o Japão antigo e o Japão moderno.

Até aquele momento, juro, que eu não tinha visto nada sobre o Japão que eu me lembre.


Um belo dia, minha mãe chega de surpresa e avisa: "-Rick, seriado japonês no 6".

Seriado japonês ? O que seria um seriado japonês ? Peraí, é novela ? Seriado de adulto ? E lá vou eu trocar de canal.

Porém, a rede estava fora do ar e então, deixei para outro dia. 

E foi numa bela manhã que testemunhei a abertura de Lion Man. 

Aquele ritmo novo de histórias cheias de ação, drama, fantasia e heroísmo com atores ao vivo me fascinaram de cara. E tudo que eu assistia na TV eu reproduzia no papel. 

Na fase dos super-heróis japoneses, eu comecei a criar figuras de ação em papel. Especialmente,
aqueles que não eram vendidos nas lojas.

E então, somada a essas histórias de desenhos e super-heróis ao vivo, vieram também as histórias em quadrinhos da Turma da Mônica, quando aprendi a ler e escrever.

Vale lembrar também que, ainda em 1989, tive o meu primeiro contato com um videogame. E esse videogame era o CCE, meu eterno Atari brasileiro.

Os primeiros filmes os quais me lembro de ter assistindo foi "Salve-Me Quem Puder" na televisão e "Quem é Essa Garota". E o primeiro filme legendado que assisti no VHS foi Ghost: Do Outro Lado
da Vida. Era uma sessão com a família toda reunida no nosso Estúdio Sala.

Me recordo também, na virada de 89 para 1990 uma sessão com meus primos de E.T. O Extraterrestre
na estreia na Tela Quente da Rede Globo. Foi um momento de natal muito especial com todo mundo junto e apertado no sofá com parentes espalhados pelo chão e cadeiras ao lado.

Foi com os minigames que eu passei a ter um contato mais frequente com jogos eletrônicos.

Também me recordo, ainda em 89, quando o meu pai trouxe o Master System III para a gente jogar Rambo III com a pistola.  Apesar dos meus esforços, eu não conseguia acertar nenhum alvo, de jeito nenhum. Para a decepção do meu pai, a bandidagem dominava na tela.

Mas foi no Natal de 1992 que tudo mudou, com o Mega Drive II e o seu companheiro, Sonic. No meio da pista, uma tomada de câmera lenta me chamou a atenção para um efeito de ritmo cinematográfico. E então, jogos baseados em filmes e desenhos da TV acabaram sendo o meu maior foco nos videogames.

E por mais de 40 anos, descubro essa relíquia muito especial guardada pelos meus pais a 7 chaves: um fichário de julgamento de obras culturais (cinema, shows e teatro).

Então, essa é a minha origem: a paixão pelo julgamento. A paixão por apreciar cada detalhe
dessas obras culturais, especialmente, filmes e jogos. Hum! Entendi. Agora eu entendi. Agora
eu saquei.


Obrigado aos meus pais, por esse conhecimento incrível e pela preservação da história
da cultura pop e das nossas lembranças de viagens, momentos colegiais e eventos caseiros registrados através de fotos e vídeos. Isso é um ato de amor.

E por eles me apresentarem os brinquedos, os desenhos, os filmes, os quadrinhos, os videogames e tudo mais da nossa incrível cultura pop mundial. 


E esse é o nosso legado.


Que os meus queridos pais estejam em paz.




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PERDIDO NO TEMPO: CAPÍTULO 3

Este é o vídeo original que adaptou o primeiro script e inspirou este artigo atual que é uma revisão do vídeo original A Origem de um Fanboy. 


Curiosidades de Produção

- Enredo base

Muito se foi pensado na condução do título: o que poderia originar um fanboy ? Sendo assim, pensei em inicialmente criar uma interação entre três épocas: passado, presente futuro. O meu eu do passado (no presente) seria interferido pelo meu eu futuro numa televisão - realizando uma possível refilmagem do vídeo Missão: Impossível (o vídeo piloto) com cabelos completamente grisalhos e rosto envelhecido pelo deep fake (ou talvez um outro personagem ou artista caracterizado) . Haveria uma discussão questionando se o meu eu do passado (no presente) estaria frustrado. Essa questão desencadearia pelo meu eu futuro (que está interagindo na televisão) tentando questionar com o meu eu passado pelo motivo de estar frustração no presente - fazendo uma relação com as condições turbulentas das redes sociais. E então, o meu eu passado jogaria a culpa no meu eu presente (que estaria em outro quarto e descaracterizado, sem óculos e com um traje comum - sem nenhuma relação ou referência com a cultura pop). O meu eu passado diria: "-Então, você tá no presente e é por isso que está frustrado". O meu eu presente fica sem entender a discussão enquanto no meio de uma discussão acalorada - entre o eu passado e eu futuro - o meu eu passado (que é o protagonista) solta a frase que dá nome ao título: "-Então é por isso que sou o fanboy". E as lembranças começam. 

Apesar de ser uma introdução muito interessante e que chegaria a ser muito engraçada (numa discussão comigo mesmo em épocas diferentes) e apesar de manter o estilo filosófico, a busca existencial, acredito que destoaria muito do tom mais leve e nostálgico da narrativa (indo para uma crítica social). Além disso, também comprometeria o ritmo. Uma vez que a duração foi planejada inicialmente para ser no máximo 5 minutos de vídeo mas conseguimos pelo menos um pouco mais de 9 minutos com cenas no meio dos créditos e pós-créditos.

- Vídeo Promocional: a troca de cartucho 

Foi planejado uma ideia de um short. Um curta em que tentaria se passar imediatamente após o final do vídeo anterior (Indiana Jones...e os Jogos Perdidos). Após o termino do vídeo, A.Ryckz se direciona à sala de jogos. Enquanto eu aproveito para guardar o cartucho Indiana Jones and the Last Crusade e, finalmente, pegar o cartucho Yuyu Hakushô, uma versão de mim aparece na televisão intervindo na ação. Esse planejamento de shorts foi descartado, uma vez que o plano original era para a realização de um vídeo sobre Yuyu Hakushô mas o tempo ficou curto e restava uma dúvida entre realizar agora um vídeo sobre Yuyu ou guardar e realizar um vídeo comemorativo de origem, e foi pensado na segunda opção com a intenção de trazer uma introdução a essa próxima fase. Sendo assim, a ideia de troca de cartucho foi resumida apenas para a aproximação de Ryckz na prateleira pegando o cartucho durante a cena pós-crédito do Capítulo 3. Na versão em áudio do vídeo, ele díria: "-Hum! Agora sim." dando continuidade ao outro curta em que Ryckz deixa Yuyu naquele momento ("-Você não.") em favor de contar a história de Indiana Jones. 

Vídeo Promocional: bastidores

Foi planejado um conceito de apresentar bastidores sobre o enredo após o lançamento do vídeo, como uma entrevista. Isso pode ser realizado mais pra frente. 

- Seguimento

A introdução foi mais ou menos inspirada nos seguimentos da trilogia Bourne. Na trilogia de filmes, a história parece nos trazer uma alusão de que o filme seguinte continua exatamente de onde o outro parou. A ideia, originalmente, era tentar construir uma trilogia de vídeos que se diferenciasse de alguma forma (assim como os grandes clássicos do cinema e suas sequências: A trilogia Indiana Jones e a duologia O Exterminador do Futuro).

Portanto, o maior desafio para o terceiro vídeo foi tentar trazer uma personalidade única a ele. Essa ideia de ser uma sequência direta do vídeo anterior não foi planejada (embora pensada) mas o encaixe ficou tão perfeito que acabei por considerá-lo oficialmente o primeiro vídeo que dá seguimento a um vídeo anterior, fechando assim uma trilogia de vídeos. 

O primeiro vídeo tenta assumir a ideia de um vídeo teste ou vídeo piloto através de uma velha gravação encontrada (Missão: Impossível) como se fosse um informativo. Por isso, originalmente, se foi denominado como "Relatos do Futuro" ou uma espécie de noticiário ou furo de reportagem ou como os antigos programas de televisão britânicos sobre videogame. A ideia para o segundo, provavelmente, teria o mesmo formato mas a complexidade o tornou algo diferenciado na tentativa de simular a ideia de um documentário (Indiana Jones). E este terceiro, uma biografia (Fanboy). Essa é a construção de uma trilogia que forma todo o conceito de como o canal será conduzido. 

Todos os vídeos seguintes, terão essa temática e, possivelmente, em outros formatos mais simples e mais diretos. Os vídeos mais complexos não serão descartados, eles ainda podem ganhar força para novos projetos que poderão ser anunciados futuramente (isso depende muito do tema em questão, além do conteúdo e tempo disponível para abordá-los).

 

A ORIGEM DE UM FANBOY
já está disponível no Canal Perdido no Tempo.