Renegado pela MARVEL, James Gunn retorna às origens de seu sucesso para um último trabalho o qual somente ele poderia fazer: fechar o arco de Guardiões da Galáxia na cinessérie UCM. Ah, é claro, fechar tudo em uma trilogia é tradicional em todo filme de sucesso que ganha continuações e o terceiro ato é sempre o mais amaldiçoado, exceto por aqui.
Já deixava saudades essa incrível mistura de aventura e sentimentos os quais nos conectamos e nos importamos com os personagens na tela. Se a falta era de uma ameaça realmente angustiante e envolvente nessa então fase atual pós-Vingadores: Ultimato, Chukwudi Iwuji é a resposta como o Grande Evolucionário (uma espécie de Frankstein). Dá uma surra em todos os vilões já existentes da Marvel, até em Thanos, pelo grau de medo com sua presença na tela - somado ao incrível e dinâmico roteiro de James Gunn.
Guardiões é uma história com a assinatura de James Gunn e o seu Vol. 3 comprova isso e ninguém pode tirar.
Se não fosse por todo o emocional desenvolvimento, o final já não teria tanto impacto. Porém, ele se equilibra de forma perfeita entre o humor, o drama e a ação. Se trata do mais ambicioso filme solo da história da cinessérie UCM - seja em história ou em dinâmica de personagens. Aqui, James Gunn está fazendo de verdade um filme-evento o qual tanto pedimos para a Marvel Studios - que sempre tratou apenas Vingadores como filmes-evento e toda a jornada de filmes solo um aquecimento digno de sessão da tarde (ainda que existam cenas de ação nesses filmes solo mas nunca tão marcantes quanto os filmes-evento Vingadores). Aqui, as coisas são diferentes (e parece ainda testar a Marvel Studios no universo do Terror): indo ao limite da faixa etária (14 anos) e com narrativa madura (dando continuidade à nostalgia na repleta coletânea de músicas de fita cassete). Desenvolvido em pequenos episódios distintos até tudo se conectar, chega a se parecer muito com um filme independente de Quentin Tarantino com grande orçamento.
Por vezes arrastado em alguns momentos, Guardiões Vol. 3 prende a sua atenção e conquista toda a sua empatia do início ao fim. E falando em empatia, como não citar Pom Klementieff, deixando aqui uma das personagens mais adoráveis na pele de Mantis. A interação entre os personagens se desenvolve de formas tão complexas e profundas que facilmente nos confundem com gente como a gente: família é família.
3D: a perspectiva do 3D é muito bem aproveitada aqui, principalmente em cenas lentas e figuras com relevo (como nos créditos).
ATENÇÃO: FIQUEM APÓS OS CRÉDITOS
MEMÓRIAS DA SESSÃO
CRÍTICAS PISTOLAS AO CINESYSTEM (ÓCULOS 3D)
A sala teve um atraso de 20 minutos para a sessão começar. Aproveitando esse espaço de atraso da sessão, aproveitei para gravar vídeos de chamada de Os Cavaleiros do Zodíaco: Saint Seya - O Começo, Super Mario Bros. e outros nas paredes ao redor. Reinfield: Dando o Sangue pelo Seu Chefe teve uns painéis interessantes (com grande divulgação de um filme que marca o retorno de Nicholas Cage ao cinema). Enquanto registrava tudo, uma fila enorme começou a surgir atrás de mim. Sábado foi um dia extremamente lotado e percebi que o filme dos Cavaleiros estava com bem mais pessoas naquele dia nas sessões (segundo a minha investigação no site Ingresso.com).
Não houve trailers, deram aceleração no rolo (dava pra olhar algumas coisas passando na tela) e partiram direto pro aviso "Coloque seus Óculos 3-D".
De repente, houveram alguns problemas de transição no 3D (imagens embaçadas e quase inasistiveis). Nesse ponto, a Cinesystem decepcionou, algumas pessoas parecem ter descido pra bater boca por causa disso mas o resto do público inteiro parece ter ficado lá achando que estava num parque de diversões - e não numa atração em que é necessário entender o que se está passando em tela- porque todos estavam apáticos e ninguém deu um pio (é impressionante o desinteresse desse público do Shopping Via Brasil por cinema: ligam o celular ou cantam alto). O mínimo que vi, antes da entrada, é um reclamão dizendo que "antigamente os óculos 3D vinham no plastiquinho e agora nem mais isso". Reclamou por pouca coisa, como os óculos estavam higienizados. Certeza que não foi lá reclamar do 3D fora de foco (ou reclamou ?).
3D ficava fora de foco em algumas cenas e isso irritava. Eu já estava pra gritar: AJEITA O ÓCULOS. No máximo que se ouvia um pio, eram crianças ameaçando chorar (rapidamente interrompidas - como era sessão dublada, deu muita criança mas todas obedientes, felizmente) e alguns celulares ligados no escuro pra bater autor-retrato (pelo menos na parte dos créditos e antes da sessão começar).
SESSÃO CRÍTICA
GUARDIÕES DA GALÁXIA VOL. 3