Shazam! Fúria dos Deuses é um dos últimos filmes do acervo herdado pela administração da fase pós-Snyderverso com produção de Walter Hamada (que teria saído da Warner após a fusão com a Discovery). Sabe-se que esta sequência do considerável sucesso de 2019, seguiria um caminho conectado com o longa Adão Negro e, consequentemente, um futuro Crise nas Infinitas Terras. Infelizmente, não poderemos ver o desfecho dessa fase.
Embora o primeiro filme tenha sido despretensioso - mas não menos importante - Shazam! 2 segue um tom ainda mais despretensioso embora se pareça levemente desgastado e arrastado de início mas ganhando fôlego interessante quanto a interação familiar entre os personagens na história. O carisma da família de Shazam é cativante e os seus problemas comuns são bem identificáveis - dignos de um bom filme tradicional de super-herói.
Antagonistas fracos mas que ganha força com essa conexão humana (e familiar) da narrativa. A reviravolta torna a ameaça interessante e fortalece a torcida pelos super-heróis na trama.
A história de Shazam nos bastidores parece rivalizar com Superman e, apesar dos altos e baixos nessa trama, vale também considerar as suas referências divertidas. É verdade, o próprio Shazam acabou por terminar como um personagem que se torna paródia do Homem de Aço. Essa divertida rivalidade em importância - que fechou o primeiro longa numa divertida presença do corpo do azulão - culmina aqui num ponto ainda mais profundo: Shazam é o alívio cômico de um ambiente montado pelo Snyderverso mas, apesar de Shazam ser considerado um 'clone oficial' do Superman, aquele que um dia foi chamado de 'Capitão Marvel' (também referido no longa). Em dois momentos num único filme, Shazam consegue recriar um momento chocante dos quadrinhos ainda melhor, mais coerente e mais emocionante do que a própria história do Superman como foi visto em Batman V Superman: A Origem da Justiça. Só por isso, vale mais do que todo o entretenimento irregular da obra.
Como este sendo um desfecho para Shazam! da era Snyder e Walter Hamada, fica a questão de não ter pontos abertos na trama. Sobram divertidas surpresas e outras bem confusas que só os ficcionados em quadrinhos irão notar.
Memórias da Sessão: com cortesia da Cinesystem, pude conferir Shazam! Fúria dos Deuses. Fiz um trajeto diferente até a o ponto da sessão dessa o que contribuiu para um dia de 'susto' involuntário com o vizinho e aqueles momentos icômodos de gente ligando celular na sua cara no escurinho da sessão. Apenas 8 pessoas ficaram até o fim dos créditos.
SESSÃO CRÍTICA
SHAZAM! FÚRIA DOS DEUSES
