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sábado, 14 de janeiro de 2023

[História do Cinema] Quem é JAMES CAMERON ?


James Cameron é um dos diretores mais influentes desde o Renascimento de Hollywood - a era que marcou a chegada de jovens cineastas entre os anos 60 e começo de 80. 


INSPIRADO POR GEORGE LUCAS

Filho de um eletricista e de uma artista e enfermeira, o então jovem canadense James Francis Cameron ,embora já se apresentasse uma criança muito culta, não parecia um aluno muito aplicado para o ensino tradicional. Sua imaginação fértil o levaria a realidades alternativas, fruto dos livros de ficção científica que lia. 


Tamanha inspiração e senso de curiosidade o fez buscar por narrativas, coletando bichos pela floresta (como sapos e cobras) e levando para casa pra analisar em seu microscópio. Tais movimentações o motivou a criar um clube de pesquisa que não chegou a ser popular. Mesmo quando não estava na sala de aula, pintava mundos e seres e as escondia nos seus livros a ponto de levar puxão de orelha nas aulas de matemática. Tal paixão pela ciência coincidiu com os eventos da chegada do homem à lua durante a década de 60 e a exploração das profundezas dos oceanos em incríveis programas de TV por Jacques-Yves Cousteau (1910-1997). Ao visitar uma exposição submarina no Royal Ontario Museum em Toronto, Jim ficou encantado por Dr. Joe Maclnness (um explorador subaquático canadense) e Don Walsh (o primeiro homem a chegar no ponto mais profundo do oceano), esses ídolos da infância o inspiraria a se tornar mergulhador aos 15 anos e, futuramente, desenvolver ideias como inventor para a filmagem de seus filmes com cenas no fundo do mar.

Mudando de escola por diversas vezes, especializou-se posteriormente em Química e largou a faculdade de Literatura Inglesa.

O começo não foi fácil. Para se sustentar, Jim pegou vários empregos: de gari a motorista. No tempo livre, Jim frequentava livrarias estudando efeitos visuais e tecnologia cinematográfica através dos estudos de outros alunos. E entre uma viagem e outra, Cameron parava para rabiscar alguns rascunhos encostado ao fundo da frente da caminhonete.  Foi só no auge dos seus 23 anos de idade que a resposta de seu futuro destino veio: emocionado ao fim da sessão de Guerra nas Estrelas, Jim encontrou o caminho: largou a profissão de caminhoneiro para se tornar um cineasta. 


PRIMEIRA FICÇÃO

Ainda em 78, Cameron pediu dinheiro emprestado a um consórcio de dentistas que pedia renúncia fiscal para dirigir, por conta própria, o seu primeiro curta-metragem: Xenogenesis. Elementos de ficção científica: seres humanos, androides, supostas criaturas alienígenas e um ambiente cyberpunk era ali definido.

Xenogenesis: o Star Wars de James Cameron ou a concepção de seu O Exterminador do Futuro (ou Avatar) ? Seja pela impactante introdução animada por ilustrações à inesperada transição para o cenário com atores em carne e osso ou pela construção de tensão dramática e um casal de heróis, estava ali definido algumas características familiares de seus futuros sucessos.



DIRETOR DE SEGUNDA DIVISÃO

Já nos anos 80, Cameron foi escalado por Roger Corman para ser Designer de Produção e Efeitos Visuais em seus filmes. E um desses filmes era nada mais, nada menos do que Fuga de Nova Iorque (1981), aventura dirigida por um dos mestres do terror: John Carpenter (Halloween) e estrelado por Kurt Russell. Nesse mesmo período, veio a oportunidade a Jim de ser considerado como um Diretor de Piranha II: Assassinos Voadores pelo produtor executivo, Ovidio G. Assonitis. A ideia veio logo após Assonitis demitir o antecessor, Miller Drake - que já havia assinado um contrato com a Universal por cerca de U$$ 1 milhão por ano para ser coordenador de Efeitos Visuais. Assonitis - que só podia pagar apenas U$$ 3.000, 00 - não podia deixar a oportunidade do seu recém contratado passar e o liberou. Após solicitar a sua demissão a Assonitis, Drake sugeriu ao produtor greco-italiano o nome de um certo jovem cheio de energia e talentoso. Assonitis então fez uma visita ao local de edição do set e ofereceu a oferta ao então jovem Jim que levantou de seu assento absolutamente feliz pela nomeação como diretor em seu primeiro filme de longa metragem na carreira. 

Ovidio então explicou que se tratava de um projeto complicado - o roteiro deveria ser reescrito e que não teria orçamento suficiente. Continuamente, o jovem e enérgico Jim Cameron persistiu em afirmar de que não havia problema. Logo, partiram para a Itália para começar a produção.

O roteiro original deveria trazer o cientista, Dr. Robert Hoak (Kevin McCarthy), antagonista do filme anterior, como um morto vivo. Com a face completamente destruída - como se tivesse uma aparência monstruosa - Dr. Hoak estaria secretamente reconstruindo o projeto Piranha escondido num laboratório em alguma ilha deserta - até que o mesmo seja destruído novamente por um balde de Piranhas. Mas no final, todo o script foi alterado por Cameron e Ovidio introduzindo novos personagens.


Como nem tudo são flores, a relação de conflitos criativos entre o produtor e Cameron acabou sendo muito frustrante. A barreira entre idiomas era alta: apenas italianos sem entender sequer uma palavra de inglês. Com conflitos e mais conflitos - tendo até mesmo um ator precisando pagar do bolso o próprio uniforme de policial pro filme - Ovidio acabou demitido Jim no meio da projeção, após duas semanas. Foi quando então Jim expressou o seu temperamento que sempre o acompanhou durante sua vida: personalidade forte e protetor de suas ideias. Numa certa madrugada, arrombou o escritório para finalizar o seu corte final. 

No fim, Jim Cameron queria seu nome retirado dos créditos, embora alegasse não ter tido conhecimento suficiente do poder judicial para seguir com o processo e renegando o filme por anos.

Decepcionado com sua demissão, Jim ficou mal por dias até que numa certa noite a fraqueza o deixou doente, febril, e ao adormecer um pesadelo materializou em sua mente: um esqueleto metálico se arrastando nas chamas. Estava surgindo então o conceito de filme que marcaria a sua história no cinema. 


CINEASTA DA DÉCADA 

Em 1984, estreava O Exterminador do Futuro. O primeiro grande sucesso absoluto de James Cameron - tanto de público quanto de crítica. Em um limitadíssimo orçamento de U$$ 6,4 milhões, foi necessário alguns improvisos para ficar perfeito - e para Cameron, era uma busca pela coisa certa que resultou numa arrecadação de U$$ 78, 48 milhões. Obra que desencadeou futuramente uma série de produtos, como uma cinessérie e até mesmo produções para a TV.

Mas a produção que surgiu de alguns rascunhos de Jim Cameron, era encarado por desconfiança. Seu agente considerou o roteiro ruim, Cameron dispensou o seu agente enquanto vivia em um carro. Ele vendeu por U$$ 1 o roteiro para a produtora Gale Anne Hud. A compradora então disse que, caso gostasse do roteiro, ele seria o diretor. Foi quando Anne concedeu a Cameron a chance de sua vida. 

Ainda durante a produção, na tentativa de manter o orçamento baixo, Lance Henriksen (Piranha II) foi considerado para o papel do cyborg e posteriormente descartado para um papel menor. 

Originalmente, a produção queria O.J. Simpson, um jogador de basquete, escalado para ser T800 e Arnold Schwarzenegger como Kylie Reese. Por seu papel heroico em Conan, O Bárbaro, Arnold foi considerado para outro herói. 

No fim, Cameron considerou que O.J. Simpson teria aspectos muito gentis o que não seria intimidador torná-lo um Exterminador. Arnold parece ter tido resistência em aceitar o papel de vilão do filme mas após muita insistência de Cameron, Arnold aceitou. "-Esse filme não é sobre o herói e sim sobre O Exterminador" esclareceu Cameron que acreditava em Arnold como o seu ciborque perfeito. Logo então, Arnold queria assumir o vilão - o que seria um ponto fora da curva em sua carreira, mesmo que seu personagem tivesse apenas 17 linhas de diálogo.  

Outros nomes também foram pensados: Mel Gibson e até mesmo Sylvester Stallone para serem Kylie Reese. Imagine: Stallone v.s. Schwarzenegger em O Exterminador do Futuro ? Embora Stallone e Arnold parecem ter se odiado nessa época.

Para o papel de Kylie Reese, foi escalado Michael Biehn - que teria recém saído de um papel de perseguidor obcecado em O Fã: Obsessão Cega (1981). Para a garçonete Sarah Connor - mãe do futuro líder da resistência contra as máquinas: Linda Hamilton (atriz de TV pouco conhecida na época).


Numa primeira impressão, Arnold Schwarzenegger detestou o roteiro de O Exterminador do Futuro:
"- Um filme merda aí" como ele descreveu ao seu assessor.

O famoso "Eu Voltarei!" foi questionado por Arnold no início, que ainda estava aprendendo inglês, e queria um diálogo mais formal: "Eu Vou Voltar!" (a exemplo do diálogo "Eu Estou Voltando!" em Os Mercenários 2). Porém, Cameron deu bronca em Arnold: "- Eu não te digo como atuar, então não me diga como escrever" e então Arnold foi obediente, confiando completamente no potencial de Cameron, e aceitou o diálogo que terminou de forma impecavelmente executada, sendo eternizada no cinema.

Sem efeitos de computação, apenas truques de câmera foram utilizados e técnicas de stop-motion (animação em quadros parados). Tais características (como a animação de stop-motion) eram tremendamente assustadores.  

Usando técnicas que aprendeu com Corman, Cameron decidiu que as filmagens deveriam ser a noite e aproveitou as luzes das ruas para que não pudesse gastar com equipamentos que não poderia pagar.

Na objetivo em terminar o seu filme, Cameron ficou sem apoio do orçamento de produção tendo que pagar do bolso ao gravar cenas na rua sem autorização da prefeitura. Por exemplo, a cena em que O Exterminador destrói o vidro de um carro não estava no orçamento. Nessa cena, Cameron obrigou que Schwarzenegger caminhasse como o local do carro. Arnold obedeceu e se moveu roboticamente (exatamente como o Exterminador), olhando sutilmente para os lados da rua,  se aproximou do carro aleatório e destruiu o seu vidro com um soco. A cena fora do script da produção deu certo e o seguro foi pago ao dono posteriormente.

Diante de todas as suas limitações, o filme é lembrado com nota máxima da crítica e considerado um dos mais importantes filmes de ficção de todos os tempos com rara temática de terror (no melhor estilo "filme de assassino" ou "slash movie"). 

Com o sucesso de O Exterminador do Futuro, Cameron estava sendo procurado para escrever a sequência de dois títulos homônimos de equivalente sucesso.

O roteiro de Rambo II foi escrito em paralelo com Aliens (a continuação do icônico Alien: O Oitavo Passageiro dirigido por Ridley Scott). 

Em 1985, Cameron contribuiu para o roteiro da sequência de um rentável título de ação: Rambo II: A Missão. Porém, ocorreram aparentes conflitos criativos com o seu protagonista. Stallone reduziu o roteiro de Rambo II: A Missão de Cameron para 40 páginas alegando ainda que mesmo mantendo respeito pelo então icônico roteirista, seria uma saída mais sincera para a relação de seu personagem e Trautman. O orçamento apertado acabou tirando Rambo da cadeia para simplesmente ser observado pelo coronel interpretado por Richard Crenna.

Cogita-se que essa alteração teria piorado o roteiro que acabou sendo indicado ao Framboesa de Ouro. 

Em 1986, foi a vez de Aliens. Sobre a ideia do "S", Cameron brinca que tal sugestão estaria relacionado ao dinheiro que o filme faria (talvez uma tremenda simpatia para esse sucesso). Ele então precisava guiar o estilo de filme para outra direção mas mantendo a essência, uma vez que consideraria não superar o estilo Terror do original. E aqui, Cameron destaca a sua versatilidade em lidar com sequências: trocou o ambiente do Terror pela Ação (porém, dando continuidade à mesma história). 

O estúdio estava considerando não escalar Sigrouney Weaver como protagonista uma vez que eles temiam que a atriz exigiria um cachê alto para retornar. Cameron insistiu com o estúdio para manter Sigrouney como a principal estrela, a FOX recusou e Cameron não aceitou realizar a sequência sem a sua protagonista e decidiu se afastar do projeto. Quando a FOX voltou atrás e então conseguiram a atriz de volta, Cameron aceitou ser o Diretor e a intérprete original da Tenente Ripley retornava ganhando um valor dobrado do que a produção acreditava que a mesma fosse cobrar.

Com persistência, batendo o pé, fazendo barulho, Cameron buscava o melhor possível - mesmo se a história fosse uma sequência, ia um degrau além. Suas ações em carreira de projeção costumam ser sempre um passo a mais do que qualquer outro diretor se encorajaria de fazer - especialmente aqueles que não são autorais ou favoráveis aos desejos da produção que o contratou.

Nos bastidores de Aliens: O Resgate: Cameron ao lado de James Remar - interprete original do cabo Dwayne Hicks - parte de suas cenas estavam sendo gravadas mas acabaram interrompidas quando o ator foi preso por porte de drogas na época e teve que ser substituído às pressas por Michael Biehn (marcado por O Exterminador do Futuro e já se tornava o queridinho de James Cameron a atuar em 3 de seus filmes).

Em 1989, James Cameron lança o seu projeto mais autoral sobre o mistério das profundezas do oceano.  Embora James Cameron já tenha lidado com aliens anteriormente, aqui a busca é ainda mais pessoal - sendo O Segredo do Abismo a sua completa criação com elementos autênticos de sua paixão pela exploração subaquática. 

Como de praxe na filmografia do diretor, os bastidores de O Segredo do Abismo também não foram fáceis.  Seguramente, esse seria o filme mais difícil já feito por James Cameron por outras questões. Dessa vez, a questão não foi o orçamento apertado mas o risco de vida em jogo, com condições fatalmente arriscadas - quanto ao enfrentamento dos limites do homem com a natureza (mais uma vez explorada persistentemente através de sua arte).

A história se inspira num documentário da National Geographic Channel sobre um grupo de cientistas operando máquinas subaquáticas no oceano. Porém, Cameron percebeu que a história não seria atraente para o público e alterou a história para um grupo de trabalhadores assalariados.

Elenco e equipe realizaram treinos de mergulho por uma semana nas ilhas Cayaman. As filmagens também ocorreram no maior lago subterrâneo do mundo em uma mina em Bonne Terre, Missouri, com intensas gravações debaixo da água acompanhada por uma equipe de 26 mergulhadores. 

Cameron e sua equipe ficaram por um período de 5 horas debaixo da água a uma profundidade de 50 pés. Para evitar a doença descompressiva (a pressão aquática que atinge o cérebro), eles tiveram que ficar pendurados em mangueiras a meio caminho do tanque por duas horas, respirando oxigênio puro. 

Elenco e equipe técnica suportaram mais de seis meses de uma extenuante semana de seis dias com 70 horas de trabalho em um set isolado. Não surpreendentemente, os atores começaram a ter colapsos físicos e emocionais. O próprio Cameron admitiu: "-Um verdadeiro inferno" e considerou jamais passar por isso novamente. 

Em uma determinada cena, Mary Elizabeth Matrantônio é esbofeteada fortemente de forma contínua mas a fita da câmera acaba e a cena permanece em ação quando o diretor finalmente solicita regravar a cena. Mary corre pelo set irritada e gritando: "-Não somos animais". Em outra cena, Ed Harris é quase afogado enquanto Cameron permanece gravando quando burburinhos pelos corredores constantemente descrevem que o próprio ator chegou a socar o diretor para que ele parasse de gravar. O próprio diretor também quase morreu nas gravações durante as cenas de exploração subaquática quando o assistente do set repentinamente se ausenta e, quase ficando sem oxigênio, Jim precisou nadar rapidamente até a superfície. 

A maior profundidade já chegada pelo homem foi cerca de 11.000 metros na Fossa das Marianas (Oceano Pacífico), equivalente a 1 tonelada por centímetro quadrado. Cientistas de vários países (Dinamarca, Alemanha, Reino Unido e Japão) chegaram a encontrar microrganismos no local. Cameron, posteriormente, investiria em documentários com exploração subaquática e se tornaria o primeiro homem a quebrar o recorde de profundidade.

Apesar de todo o sacrifício de toda a equipe, elenco e diretor e com um alto orçamento para 1989: avaliado em U$$ 69, 5 milhões - o maior investimento entre todas as produções anteriores de James Cameron - O Segredo do Abismo teve uma arrecadação decepcionante nos cinemas embora tenha se pagado (aproximadamente U$$ 90 milhões), ficando em 18º nas bilheterias americanas. Hoje é considerado um filme cultuado e discutido como o mais subestimado na filmografia do diretor. 

Como importância histórica,  O Segredo do Abismo, é uma interessante projeção que não só conta com as questões de exploração do submerso aquático como também existe intrigante e reflexivo plano de fundo com grande tensão coincidindo com o fim da guerra fria. Quando é compreendido esse ambiente histórico de seu período de lançamento, o longa fica ainda melhor.


RELACIONAMENTOS

Sem tempo para romance: Obcecado pelo trabalho, Jim Cameron teve relacionamentos amorosos pouco duradouros. Começou com Sharon Williams, sua primeira esposa: entre 1978-1984. Inclusive, Sharon foi inspiração para a sua Sarah Connor. Logo depois, casou-se com a produtora que lhe deu a chance de realizar seus filmes mais icônicos nos anos 80: Gale Anne Hurd (1985-1989), essa que também atuou nas decisões cinematográficas (como produtora) ao lado de Cameron. A terceira seria Kathryn Bigelow, entre 1989 e 1991 (chegando a ser produtor executivo em alguns de seus filmes os quais ela dirigiu) e a quarta, Linda Hamilton, a Sarah Connor, entre 1997 e 1999 (chegaram a ter dois filhos). Por fim, Suzy Amis, que aderiu o sobrenome do Diretor - ela hoje se chama Suzy Amis Cameron, desde o ano 2000.


MESTRE DA AÇÃO 

Após atuar como Produtor Executivo em Caçadores de Emoção (1991) de sua então esposa Kathryn Bigelow na época, James Cameron partiu para a criação de um ambicioso projeto de continuação do sucesso que o levou ao estrelato: O Exterminado do Futuro.

Desta vez, não mais um produto de pequeno orçamento independente, James Cameron investiu U$$ 100 milhões para O Exterminador do Futuro 2. Com mais dinheiro, trabalhou em elementos que ele sempre quis adicionar no primeiro filme mas, assim como em sua produção recente (Avatar), aguardou o tempo certo para utilizar a tecnologia que apresentaria o efeito de transparência pra construir o ciborque de metal líquido: T1000.   

Para o elenco, escalou Edward Furlong, um jovem sem experiência de atuação que acabou indicado como Melhor Ator em vários prêmios, entre eles o primeiro MTV Movie Awards (que premiou O Exterminador do Futuro 2 como Melhor Filme do ano) - um grande começo para a geração MTV dos anos 90 regado a Guns'n Roses com ficção científica e ação interrupta com trama de alta qualidade em seus mínimos detalhes (a cara do Jim Cameron).

Com O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final o enredo trazia um profundo alerta para se questionar: quais são os cuidados que o homem deve ter ao explorar o poder da tecnologia a ponto de serem completamente escravizados ou exterminados por ela ?

Embora a crítica tenha considerado Arnold Schwarzenegger mais a vontade no papel, aqui, o elenco encarou os exaustivos mais de 100 dias de intensa gravação e Linda Hamilton é agora uma mulher forte na trama após passar por um treinamento pesado: entre musculação, artes marciais e aulas militares de tiro - de garçonete a uma guerreira da resistência (uma das transformações mais impressionantes entre as heroínas femininas dos filmes de James Cameron).  

O resultado nas bilheteria reuniu impressionantes U$$ 520 milhões ao redor do globo e já botava James Cameron na lista dentre os mais lucrativos da história logo no início dos anos 90. Era aqui que começava a jornada.  

Embora tenha se lamentado pelos direitos de O Exterminador do Futuro, sua principal criação, terem sido vendidos, os planos para um Exterminador do Futuro 3 acabaram frustrados naquele período. Cameron então abriu um divertido processo de protesto contra T3 nos sets de True Lies. 

True Lies, a história que é uma adaptação de La Totale!, um filme francês para a TV, marcava então a terceira parceria entre James Cameron, Arnold Schwarzenegger e Brad Fiedel a fim de preencher a falta de um T3. Mas o resultado ia muito além. 

Saímos então da temática de ficção sombria para uma divertida comédia de ação cheia de tensão a momentos hilários. O que se tornava um diferencial a mais na sua carreira cinematográfica de Cameron como o mestre da ação.

E Jamie Lee Curtis se tornava o triunfo como uma nova protagonista forte na filmografia de Cameron: a dona de casa que se transforma numa agente secreta do governo no meio da trama. 

O filme original tinha um pequeno orçamento (até mesmo por ser filme para a TV) e a adaptação de Cameron estendeu o estilo sutil para algo mais cartunesco sem deixar o lado humano da história que foi muito preenchido e fortalecido pelas atuações de todo o elenco, especialmente Arnold e Curtis. Além de destacar também o ótimo Bill Paxton (o eterno coadjuvante mais icônico dos filme de Cameron). Coadjuvantes ganham força aqui, mesmo que aparecendo por alguns segundos (é o caso do ator iraquiano Mike Akrawi).

Algumas comparações entre o filme original e a versão de Cameron podem nos esclarecer de que Cameron consegue contar a mesma história sem estragar as surpresas do filme original e levar elementos além (como a iniciativa de cada personagem). Fora isso, o capricho nas cenas de ação explorando ainda mais todo o cenário e a interação dos personagens com as ambientações ao máximo (no original, eram apenas insinuadas - como a mansão com o baile de festas). 

Num resumo geral da missão, La Totale!, o original: mais sutil e mais focado na espionagem anos 60 e a versão de 94, True Lies: mais escrachada, tanto nas atuações quanto nas tomadas de ação, com ares mais autênticos para um pós-inicio de era globalizada. O longa de Jim, já nos anos 90, ainda  apresentava algumas tecnologias como o reconhecimento facial e acesso por cartões magnéticos fora o cotidiano de um agente federal nas horas vagas ou no relacionamento com os seus colegas de longa data. 

Cameron sempre teve como característica em seus filmes: trazer assuntos atuais ou históricos - ou com base neles, para desenvolver a história mais autêntica possível para a audiência. Embora sem grande intervenção da fantasia nos elementos, posteriormente sentiríamos uma experiência muito parecida com um certo diretor que marcaria o próximo (não muito distante) século XXI chamado: Christopher Nolan.


O REI DO MUNDO

Em TITANIC, Cameron bateu o pé com a 20th Century Fox contra cortes. E a produção supostamente saltou de U$$ 120 Milhões para U$$ 200 Milhões no objetivo de finalizar o longa. Indo além do orçamento planejado pela produção, a Fox entrou na loucura. É também seguro considerar que a postura firme e tirânica do cineasta foi essencial para o sucesso de seu futuro marco na história do cinema. 

A história é inspirada numa das maiores catástrofes do século XX e, assim como o tema dinossauros visto em Jurassic Park de Steven Spielberg em 93, o trágico naufrágio só era famoso entre a fascinação dos seus historiadores. Logo, Cameron fez pessoas trocarem a fascinação do público pelos dinossauros de Spielberg pela sua história real sobre o fatídico navio e os mistérios do mar. 

Comparado a maldição de todas as adaptações anteriores da tragédia , Cameron concentrou todo o seu esforço em Titanic mesmo sabendo que ele estaria marcado para ser o fracasso da temporada: a história era famosa e o final já era conhecido. Como roteirista, produtor e criador, reconstruiu a história pela sua visão: era uma história com Titanic e não apenas sobre Titanic (a trama real era o plano de fundo), da mesma forma que Jurassic Park (um filme com dinossauros e não sobre dinossauros).  

Jim depositou um toque original ao adicionar um jovem casal de protagonistas, exploradores aventureiros e tudo aos olhos de uma sobrevivente imaginária do navio.

E o resultado trouxe a TITANIC um recorde inesperado.

Apesar de todo o esforço, a profecia da maldição parecia dar cara de ter se cumprido no início. Titanic acabou  perdendo para os grandes sucessos do período logo na estreia da semana - apenas U$$ 28 milhões em três dias contra os U$$ 78 milhões de O Mundo Perdido: Jurassic Park no mesmo período. A sequência direta do fenômeno Parque dos Dinossauros se tornava o iceberg do colossal navio de ferro. No entanto, a popularidade de TITANIC só cresceu no decorrer das semanas até se tornar um fenômeno no começo de 98 após 10 meses de exibição.

TITANIC também marcou por trazer o interesse de um público que nunca foi ao cinema. A MTV ainda concedia a graça do sucesso do filme às garotas de 12 anos que iam para assistir a estrela Leonardo DiCaprio por inúmeras vezes. Tal feito acabou repetido em 2002, quando Homem-Aranha, de Sam Raimi, trouxe um público inédito no cinema (especialmente o público que já conhecia o super-herói em outras mídias).

A moral da história é que TITANIC se tornou o filme mais lucrativo de todos os tempos - chegando a marca de inéditos U$$ 1.843 bilhões, tirando as fases de reexibição, até ser superado pelo futuro filme a ser dirigido por Jim Cameron nos cinemas. Seus fãs só teriam que aguardar apenas 12 anos (exatamente. E depois mais 12 anos para assistir a sequência desse mesmo filme).

Titanic foi também sucesso inesperado na maior premiação do cinema: O Oscar. Recordista de indicações (14 Indicações pela academia), venceu 11 prêmios e entrou como o segundo grande recordista de todos os tempos - um feito raro de um merecidíssimo reconhecimento só para os melhores filmes e verdadeiros exemplos em Hollywood. 

Jim Cameron realmente se tornou o Rei do Mundo num dos melhores momentos da história do Oscar. 


DO CINEMA PARA A TELEVISÃO

Embora tenha uma curta filmografia como Diretor por sua individual e exclusiva exigência íntegra em qualidade nos filmes, Cameron estendeu os seus negócios cinematográficos arriscando trabalhos para a televisão - realizando documentários investigativos e até mesmo uma série de aventura. 

Criaturas das Profundezas (2005), Fantasmas do Abismo (2003) e Expedition: Bismarck (2002) são alguns de seus documentários investigativos. Mas a sua primeira direção para a TV foi o roteiro e a criação de Dark Angel: Gangues da Noite (2000-2002).

Anunciado como o grande lançamento de 2000 para o Canal FOX, a série Gangues da Noite foi a primeira empreitada de James Cameron para a TV ao lado de seu sócio, Charles H. Eglee (a parceria inaugurou a produtora Cameron/ Eglee) A realização contou com 2 indicações e 8 premiações ao longo de sua exibição. 

A participação de Cameron em uma série de ação para TV como diretor e criador é uma grata surpresa para os historiadores cinéfilos. Porém, apesar de ser o criador da série, o diretor apenas dirigiu o piloto - com um alto orçamento - praticamente levando o cinema para a televisão e de certa forma influenciando o modelo de se construir séries de drama. A atração garantiu altos índices de audiência e sucesso da crítica (apontando também as mudanças na trama de forma criativa) mas durou pouco tempo com a queda da audiência. Num total de 42 episódios, misturando ação e mistério, foi a principal produção que lançou Jessica Alba ao estrelato (indicada ao Globo de Ouro de Melhor Atriz) e também contou com a participação de Neill Blomkamp (futuro diretor de Distrito 9 e indicado ao Emmy por Efeitos Visuais). Na sinopse: um grupo de crianças geneticamente modificadas, fogem de um projeto de laboratório. Anos depois encontramos Max Guevara (Alba), uma supersoldada com DNA de gato e uma das fugitivas que agora trabalha para um serviço de courier no Pacífico. 

Cameron admite que obteve influencias do mangá Battle Angel Alita que esteve cotado futuramente para seu ser o seu próximo filme a ser dirigido até se envolver com Avatar.

Talvez o ponto mais polêmico e controverso da sua carreira profissional seja o documentário O Túmulo Perdido de Jesus (The Lost Tomb of Jesus) lançado em 2007 e mundialmente divulgado nos noticiários com cenas de James Cameron explorando o local. Cameron é apresentado como o nome do cartaz - sendo ele o produtor do documentário. A sinopse descreve a respeito do Túmulo de Talpiot em Jerusalém. Descoberto em 1980, o ossuário descreve informações que, segundo exploradores, revelam a família de Jesus e que o mesmo não havia ressuscitado. As afirmações do documentário e do livro são rejeitadas pela maioria esmagadora dos historiadores, teólogos, arqueólogos, linguísticos e bíblicos. 

Porém, Cameron ressalta: "- Eu acredito na presença física de Jesus, que caminhou há mais de 2.000 anos nessas terras, mas eu não vejo provas físicas. Esse documentário é uma celebração a este homem e à todas essas pessoas que viveram  nessa época."

ATIVISTA

A exemplo de Titanic e o mar, a sua mensagem social em Avatar era sobre homens e a relação com a floresta. Agora era a vez de um tema sobre a salvação da natureza logo após alertar para cuidados em não se intimidar com ela. Mas Cameron não poderia capitalizar com Titanic por uma questão moral: estava lidando com uma tragédia. Não houveram produtos licenciados do filme, como videogames "James Cameron's Titanic", por exemplo. Mas com Avatar, ele poderia capitalizar sua ideia enquanto espalhava a mensagem de conscientização usando personagens e um mundo completamente original.

A produção também queria cortes em Avatar e, mais uma vez, Cameron interviu simplesmente esbravejando com uma simples notificação: "-EU FIZ TITANIC" e apenas isso, já exigiu respeito da FOX quanto ao seu total controle criativo. Um Diretor que não se intimida com o controle de produção.

Em 2010, James Cameron deu uma pausa na sua vida de Diretor ao se envolver com a causa indígena e movimentos contra a devastação na Amazônia, como a construção da Usina em Belmonte. A iniciativa casou com a sua então recente projeção.

Por um momento, Cameron esteve tão envolvido com a causa indígena a ponto de cogitar se aposentar da vida cinematográfica. Mas isso acabou por lhe trazer novas ideias. Entre elas, um projeto que perduraria por pelo menos mais uns 12 anos: projetar as sequências de Avatar sobre essa sua atual reflexão sobre a natureza, o homem e as suas origens.

Já em Avatar: O Caminho da Água, Cameron é notado como a sua fase mais doce e o mesmo alega ter cortado muitas cenas de tiroteio em sua sequência em protesto às estatísticas de vítimas por armas. Seguir por um estilo minimalista, de certa forma, parece nos mostrar que Cameron está tentando recuar para as suas origens num caminho contrário. 

Em O Exterminador do Futuro 2 tem uma cena de perseguição gigante - impressionantemente arrasa-quarteirão com câmera lenta sutil onde o filme original jamais sonharia imaginar - e em True Lies, vimos a maior cena de explosão da história provocada por um tiro de uzi. Seria como tirar essas cenas em favor de respeitar algum tipo de campanha específica. As cenas de ação agora estavam sendo trocadas pela sua atual obsessão em explorar o maior primor visual possível da tecnologia.  


QUASE DIRIGIU

True Lies teve um investimento semelhante ao de O Exterminador do Futuro 2 e arrecadação de U$$ 200 milhões a menos que o filme anterior. O ótimo filme de ação acaba entrando também para a lista dos longas mais subestimados do diretor atualmente. Aparentemente o filme mais divertido da sua carreira, garantiu alguns anos de promessas para uma sequência.

Nos jornais de meados de 2002, quando Homem-Aranha de Sam Raimi estreou, uma lista de futuros lançamentos estavam sendo anunciados pela mídia entre os mais aguardados, e um deles era True Lies 2. 

Na matéria, já descrevia um trecho do roteiro que os espectadores poderiam aguardar na possível continuação da aventura pela dupla Harry e Hellen Tasker. Haveria uma incrível cena de luta em um avião - somente isso, coincidiu com os eventos do 11 de Setembro e o roteiro acabou arquivado.

 
Sugestivamente, a própria Jamie Lee Curtis sugeriu que a história poderia ainda se voltar para um presidente americano louco como vilão. Literalmente, os E.U.A. não tinham mais a imagem de sonho americano e estavam parecendo serem os vilões durante a era Bush. Tanto é que vimos filmes de ação mais depressivos - com cenas de explosões sendo evitadas ao máximo - e independente de terem ou não temática de espionagem, os heróis de testosterona estavam desaparecendo em pleno século XXI: um Rambo 007 feito Schwarzenegger estava sumindo (praticamente não existia) e os terroristas não eram mais o perfil elegante ou excêntricos, eles eram realmente maus em sua totalidade sem nenhum espaço para humor ou parecerem divertidos ou carismáticos - qualquer tipo de espaço que trouxesse essa margem daria espaço para alguma possível nova ação terrorista no coração dos E.UA. que já se encontravam orgulhosamente tão frágeis quanto nos tempos do Vietnã (tempos que a ficção, de certa maneira, tentava reconectar a confiança do povo americano ao próprio país). 

Bill Paxton também topou voltar para True Lies 2 e David Arnold descreveu que poderia esperar o tempo que fosse. Porém, Arnold se tornou Governator da Califórnia (atendendo a profecia do filme de 93, O Demolidor com Sylvester Stallone) e Cameron, juntamente com o elenco, aguardou e o diretor não abriu mão da possibilidade. Porém, após o fim do mandato de Governator, não se falou mais sobre até que James Cameron reativa o plano como produtor executivo de uma série de TV (praticamente uma nova refilmagem). 

Alita: Anjo de Combate esteve fortemente cogitado como o próximo projeto de James Cameron na direção, desde 1998 (após o lançamento de Titanic). Sua primeira adaptação de um mangá, seria o pretexto para o trabalho nas explorações do desenvolvimento facial através da tecnologia digital. A tecnologia levou para outro nível de patamar e Cameron ficou entre Alita e o seu projeto arquivado desde 1995, Avatar, Cameron escolheu a segunda opção (por considerar mais ambicioso em explorar todo um universo original) e terminou por emprestar o roteiro e a direção a Robert Rodriguez - o mexicano marcado por explodir nos filmes de ação independentes já nos anos 90 e com parcerias com outra lenda da direção: Quentin Tarantino.

Outra curiosidade perdida é, antes de TITANIC e até mesmo True Lies, James Cameron esteve envolvido com Homem-Aranha. Anunciado para 1994, o filme teria Leonardo DiCaprio e Arnold Schwarzenegger digladiando como Peter/ Aranha e Dr. Octopus, respectivamente. Porém, Dr. Octopus não seria o único vilão que o Homem-Aranha de DiCaprio enfrentaria. Haveriam uma boa parcela do sexteto sinistro em cena, entre eles o Electro.

Robyn Lively (de Karatê Kid III) como Mary Jane Watson ? Até que não ficaria ruim, heim. Dentro dos critérios Cameron, Lively poderia surpreender. Era um elenco forte para um filme de quadrinho que buscava uma classificação pesada.

Cameron descreveu que o seu Homem-Aranha contaria com um Peter que fala palavrões, seria para uma audiência mais madura (algo em torno da faixa 14 anos como True Lies, por exemplo ?) além de uma cena de sexo no alto do Empire State entre Peter e Mary Jane Watson (Robyn Lively). Talvez não teríamos Titanic em 97 mas teríamos Homem-Aranha. Ou teríamos Leonardo DiCaprio em 2 filmes de Cameron no mesmo ano: Homem-Aranha e Titanic. Seria genial. 

Com a falência da Cannon Films (os quais tinham direito do filme), a falência da MARVEL e da Carolco (produtora da duologia O Exterminador), o projeto naufragou e Cameron se viu frustrado. A Sony Pictures adquiriu os direitos posteriormente e aproveitou alguns scripts do roteiro de Cameron como a teia orgânica. A ciência em sua autenticidade também trabalharia aqui, neste filme de Cameron que não aconteceu, imagine a narrativa de investigação como seria nesse filme evento ? Pois é praticamente o que Cameron faz: filmes-evento. Mas ainda não se tinha evidências sobre elementos de fundo do mar nesse filme (não se tem registro sobre a presença do Lagarto, por exemplo). 

Alguns outros atores já destacados em filmes anteriores de Cameron também apareceria: teríamos então um cruzamento com elencos de Piranha 2: Assassinas Voadoras, Aliens: O Resgate e O Exterminador do Futuro - com Michael Biehn (Homem-Areia) e ainda Lance Henriksen (Electro). Os outros nomes escalados para o elenco: R. Lee Ermey (J.J. Jonah Jamerson) e Maggie Smith (Tia May) também foram interessantes - que deixa extremamente curioso como seria essa versão e o quanto de bilheteria o filme iria fazer.

Em um evento que inauguraria o Titanic Museum em 2012, James Cameron revelou que considerou dirigir um filme de O Parque dos Dinossauros mas que acabou perdendo a chance por uma desvantagem de algumas horas. Ele leu uma nota de Michael Crichton e imaginou como seria a sua adaptação de Jurassic Park. Ele ligou para a editora do livro porém os diretos já haviam acabado de serem adquiridos por Steven Spielberg naquele mesmo dia. 

"- O meu teria sido Aliens: O Resgate com dinossauros" esclareceu Cameron. em um evento dedicado ao relançamento de Titanic em 2012.  Quando Spielberg leu, ele viu um filme para toda a família. Quando Cameron leu: um filme sombrio e sanguinolento para adultos. Num resumo: pegada de terror, ação agitada e gente, tipo o Nedry (antagonista da história), levando partes do intestino pela mão. Só pra se ter uma ideia: John Hammond (criador do parque) é comido por uma manada compys e um dos personagens mais importantes da história (o cientista Dr. Henry Wu) é dilacerado pelas costas através das garras de um Velociraptor e devorado vivo.  

Quando Cameron assistiu ao filme de Spielberg e a sua visão de O Parque dos Dinossauros, Jim acreditou que realmente a sua versão não teria sido justa. "-Ele criou um filme para crianças e eu teria construído algo muito mais violento, desagradável, muito mais desagradável". O plano de Cameron era seguir na violência gráfica do livro original. Prevendo aí uma classificação 14 anos, no mínimo.

Ainda que em O Parque dos Dinossauros, Spielberg usava a violência em momentos de uma forma muito sutil - trazendo suspense - como o braço dilacerado de Samuel L. Jackson (que não conseguiu chegar no set a tempo pelo mal tempo) ou a demonstração de Dr. Alan Grant sobre como um Velociraptor dilaceraria as vísceras, enquanto a pessoa está viva e olhando para a criatura, a um garoto.

Tudo isso, permitiu Spielberg usar a violência em seu Jurassic Park mas mantendo a classificação livre (visando a faixa etária 12 anos) enquanto Cameron visava a faixa etária entre 14 e 16 anos.

James Cameron e seus novos amigos

James Cameron e Tom Cruise juntos num filme de espaço? Dois nomes em Hollywood que caracterizam ousadia e quebra de recordes estrondosos e inesquecíveis. O que poderia render um ousado trabalho juntos.

Em 2000, Cameron alegou ter tido um certo contato com astronautas Russos o que lhe fez criar alguns rascunhos e ideias remotas de como seria a trama. Inicialmente foi pensando num simples documentário em 3D e depois evoluiu para uma ideia de longa metragem. James Cameron chegou a ligar para Tom Cruise, em 2003, descrevendo a sua ideia. Cameron considerou que alguém teria que treiná-los como engenheiros, assim que conseguisse os assentos  e Cruise topou. Porém, ficou apenas na promessa e no script.

Agora, 12 anos depois, desde a ideia de Cameron sobre a fantasia no espaço, sabe-se que a Universal Pictures está em negociações com a Nasa e a SpaceX de Elon Musk, para levar Tom Cruise ao espaço num filme dirigido por Doug Liman (A Identidade Bourne, No Limite do Amanhã). Sabe-se que a história toda se passará na Terra mas o grande momento triunfal do filme se passará no espaço quando o personagem de Tom Cruise precisará sair da órbita para salvar o mundo. A sinopse descreve sobre um homem azarado que será uma das únicas pessoas capazes de evitar o colapso com a Terra. Será que ouvimos essa história antes em um certo filme chamado Armageddon ? Lembrando que naquele filme de 98 toda a gravação foi feita em um tanque aquático para parecer uma estação espacial. 

Se a ideia for mesmo concretizada, Tom Cruise - um ator viciado em adrenalina - estaria também quebrando um outro recorde como o primeiro civil a ir para o espaço. 

O projeto foi anunciado em 2020 e as negociações foram interrompidas devido ao risco de COVID-19. Agora a possível e futura projeção concorre com uma produção cinematográfica da União Soviética. O longa metragem The Challenge gira em torno de um médico Russo enviado à Estação Espacial para salvar um cosmonauta. Mais uma vez temos a disputa E.U.A. contra Rússia sendo que, desta vez, no mercado do entretenimento.  


FUTURO RETORNO AO TERROR ?

Cameron cogita possibilidade de retornar como diretor de um novo O Exterminador do Futuro. Porém, seu interesse é focar na inteligência artificial e seguir suas origens: o gênero Terror, como no primeiro filme. 

O Exterminador do Futuro 2 3D: Batalha ao Longo do Tempo (1996) já nos mostra exatamente a perfeita visão de como seria um T3 dirigido por James Cameron: os acontecimentos agora se passariam no futuro ( o que nos apresentaria uma exploração dos elementos que apenas são mencionados ou rapidamente mostrados nos filmes originais ). Ou o melhor, seria muito interessante um evento que se passasse antes do primeiro filme considerando então O Exterminador do Futuro 2 o fim definitivo da cinessérie que sempre será lembrado como uma duologia. Afinal, se James Cameron não se considera um perfeccionista mas prefere as coisas certas, esse poderia ser o melhor caminho a seguir pra completar a história: teríamos a origem, o meio e o fim. Uma vez que o diretor consideraria um filme muito caro se o filme de 84 se passasse todo no futuro. Num ambiente de pura Segunda Guerra Mundial (ou Terceira Guerra) com destruição e miséria para todo lado.

O RETORNO DO MESTRE DA AÇÃO ?

Sentimos falta de um True Lies 2 mas as recém notícias podem animar a maioria esmagadora de fãs da fase de exploração de James Cameron em suas descobertas no gênero Ação e de volta ao posto de Diretor numa futura projeção com elementos de espionagem. É o que ele revela recentemente e que pode ser seu novo projeto após terminar seu trabalho com os três filmes restantes da cinessérie Avatar. Ao menos, esperamos que sim. 


A autora: Taylor Stevens

The Informationist (O Informacionista) será adaptado de um romance de Taylor Stevens publicado em 2011. A história é a primeira de uma série de aventuras da personagem Vanessa Michael Munroe. Uma garota de 14 anos, filha de missionários americanos, que desaparece na África ao lidar com um infame pistoleiro e a sua gangue de mercenários. Anos depois, ela se torna o olho privado do Século XXI revendendo informações confidenciais trabalhando para governos e corporações da África Central. Na sinopse anunciada e preliminar do futuro filme, é sobre um bilionário do Texas que contrata um especialista em informação em busca de sua filha que se perdeu na África.    

O mídia especializada compara o conceito do filme de Cameron a uma futura mistura de Lisbeth Salander, Jack Reacher e Jason Bourne (aos olhos das habilidades da protagonista). E como James Cameron é marcado por protagonistas femininas fortes e com incríveis transformações em sua trama, esse é um longa muito aguardado para ser o seu próximo grande filme evento.


ETERNIZADO

Considerando seu reconhecimento, dois dos filmes de James Cameron foram escolhidos para a preservação no Registro Nacional do Congresso Americano, sendo eles: O Exterminador do Futuro e TITANIC.



James Cameron ao lado de George Lucas


e Steven Spielberg.

Como ativista: incluindo esposa e elenco de Avatar com o povo indígena.



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