Pela primeira vez, o Mestre Ryu trouxe o Santúario ao maior evento de games da América Latina. Porém, a nossa história com a Brasil Game Show é antiga. Desde a sua origem lá em 2009, muita coisa mudou. É um outro evento, maior e melhor a cada ano.
Depois de um tempo de hiato, pela crise de saúde mundial, voltamos. Precisávamos prestigiar esse retorno da melhor forma possível. Por questões externas, os recursos financeiros do nosso projeto ficaram extremamente limitados esse ano.
Se não fosse por esse fatídico caso (o qual comentamos na aba comunidade no You Tube ) a possibilidade de ir em todos os dias seria perfeita. De qualquer forma, brindamos, pela primeira vez, ao Mestre Ryu pela vitória em nos tornarmos credenciados graças ao excelente suporte da assessoria de imprensa - que conferiu o nosso histórico e compreendeu a nossa importância histórica com o evento.
E eu também gostaria de agradecer a minha amiga e parceira Jessica UP por me direcionar aos veículos certos. Sem nenhum desses apoios, eu estaria perdido e perderia todo o registro que estou construindo sobre os lançamentos de imprensa ao presenciar um Street Fighter em começo de campanha, bem de perto, pela primeira vez. Coisas que a gente só via em revistas com matérias estrangeiras ou então em fotos de outras mídias - como é o caso de Street Fighter V anunciado na BGS 2015 às vésperas da Capcom Cup definitiva de Ultra Street Fighter IV na América do Sul.
Essa foto foi histórica e parou na página da Brasil Game Show, se tornando também foto de fundo do perfil pessoal do ator Daniel Pesina - o verdadeiro Johnny Cage, Scoprion, Sub-Zero e Reptile que também foi co-produtor do videogame Mortal Kombat (1992).
O CINZA
Infelizmente, por conta da irresponsabilidade de terceiros, todo o conteúdo material que eu tinha de 2018, tanto da BGS quanto de outros eventos do mesmo período, eu perdi. Entre as faltas: um livro autografado de O Doutrinador, o último poster autografado no meu reencontro com Yoshinori Ono (dessa vez, eu mesmo estive presente na hora da assinatura, além de ser dois anos antes dele sair da CAPCOM em 2020), o livro Essencial Street Fighter com autógrafo de vários nomes que marcaram a cena do jogo no Brasil, uma série de medalhas ganhas de campeonatos, a minha credencial BGS 2018 com vários brindes, o poster autografado do Daniel Pesina com o meu nome ("Para Arildo..") e uma coleção inteira da Revista Herói (da primeira fase formatinho a Herói Gold formatinho) à qual recebi de doação. Tudo estava bem embalado, bem protegido, juntinho e dentro de uma sacola gigante da Warpzone (também adquirida na BGS 2018) que ficava em cima da minha televisão de tubo (para jogos clássicos).
Além disso, também se perderam alguns conteúdos de outros anos: uma coleção da Revista Set e revistas de locadora impossíveis de achar - só eram distribuídas na época e, acredito que, gratuitamente, com informações extremamente relevantes e que construíam todo o cenário de lançamentos de locadora de determinado ano e que em lugar nenhum pode ser encontrado. O único lugar que eu achei alguma coisa a respeito sobre revistas de locadora foi uma scan de uma das capas da Revista Home Vídeo na página VHS - Preservação e Memória no Facebook. Tudo isso era conteúdo relevante para, possivelmente, criar um projeto mais voltado ao tema cinema e deixar o Mestre Ryu focado completamente em videogames.
Revistas de locadora, como as da coleção Home Vídeo, com informações, entrevistas e posters nacionais com registros de audiências dos filmes da década de 90, eram únicos. Lembro que tinha até mesmo entrevistas com jogadoras de vôlei sobre filmes favoritos para alugar daquele período de lançamento, tanto pra locação quanto para cinema, alguns sucessos esquecidos hoje, como: Perigo Real e Imediato (1994), o qual uma das jovens jogadoras elogiava Harrsion Ford como o seu colírio ou então os grandes sucessos como: Aladdin (1992).
Algum conteúdo de cinema, felizmente, foi salvo por um triz em reproduções (na íntegra) para matérias de grande sucesso aqui no site como uma entrevista com o diretor do filme O Máskara (1994) para a Revista Home Vídeo, o mesmo contando ideias sobre como ele faria uma continuação do filme na época e até possíveis filmes que ele iria dirigir (nunca filmados por nenhum diretor até hoje). Ou então, diretamente das páginas da Revista Set, uma brincadeira nos sets de gravação de True Lies, em que James Cameron organizava um protesto contra O Exterminador do Futuro 3 em camisas. Quanto a Revista Set, parece um pouco menos difícil de resolver, mas as revistas estavam em excelente estado, no plástico, como novas, guardadas em um envelope (o mesmo do recibo dos correios pela moça que vendeu) para que elas ficassem sempre em bom estado e eu as folheava pouco para mantê-las de forma íntegra pra sempre revisitar. Mas todo o material e a coleção das revistas de locadora parecem impossíveis e super raros de se conseguir: uma dessas revistas era um formatão com O Máskara na capa (e eu lembro de ter lançado fotos e vídeos em algum lugar do meu Instagram para que eles não pudessem se perder um dia) e outras eram em formato de almanaque (uma dessas, de 1994, com entrevista com Jim Carrey - também sobre O Máskara) - ambas eu havia recebido de doação pelo meu pai na época e ambas se perderam no meio dessa confusão.
A única forma de, provavelmente, conseguir essa mídia perdida é tentando encontrar (talvez) os próprios realizadores. O que é bem difícil nos dias atuais - uma vez que não são de uma geração conectada com a internet.
Além disso, como as perdas irreparáveis não poderiam acabar: perdi uma mochila temática do Batman que sempre me acompanhava nos eventos (quebrava um galhão incrível, além de ter tudo a ver com o tipo de mochila ou suporte que eu sempre quis para combinar com as roupas). Essa mochila foi adquirida em 2012, durante o lançamento do filme Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge e ela sempre era um personagem de fundo em algumas lives antigas no You Tube e Twitch. Cheguei até a consertar o fundo dela que era muito frágil e já estava se desgastando depois de pouco tempo (papo de uns 3 anos) e a mesma voltou com fundo mais rígido, sem riscos de se desgastar. E eu lembro que, por acreditar que estava seguro, deixei ali todas as cortesias que eu havia ganhado no campeonato do último Museu do Videogame Itinerante no Rio de Janeiro em 2019, quando finalmente pude jogar um torneio de Street Fighter II do evento até o fim (com muito esforço e suor). E ainda perdi um conteúdo promocional de Street Fighter V (aquelas caixas de decoração de lojas e o atendente foi maior solicito comigo deixando me levar várias lá em meados de 2016).
Pois é, todo esse conteúdo, essas perdas registradas lamentavelmente em cada linha, tem culpa envolvida pela mesma pessoa suspeita que citamos na comunidade do canal: quando uma pessoa não quer entregar o culpado pela perda ou roubo, ela automaticamente se torna suspeita.
E eu ainda tive que ouvir piadinha no carro da pessoa culpada por isso: "- Tem coisa caindo do caminhão" e eu, desesperado, olhei pra trás (que estava o caminhão com as minhas coisas, na primeira viagem), ainda perguntei o que era (tentando manter a calma) e a pessoa: "-Era só uma caixa de papelão velha" na realidade, a pessoa costuma aumentar ou inventar narrativas, mas a caçamba aberta não era segura. Engraçado, quando pra ela as nossas coisas eram uma "folha de papel velha", a pessoa - quando estava nas mesmas condições em uma de suas mudanças repentinas - não queria fazer com que o carro que estávamos se desviasse do caminhão em que estavam as coisas dela (chegando a me obrigar a vigiar o caminhão - quando não fez o mesmo pelas minhas coisas).
Não queria deixar o clima pesado, porque um resumo já foi comentado na comunidade do canal, mas pra esclarecer: todo esse prejuízo envolve até mesmo estelionato no meio. Por isso é muito complicado confiar nas pessoas hoje em dia.
Pra começo de conversa, eu enviei dinheiro a pessoa para que ela me trouxesse um caminhão grande de baú fechado e com ajudantes. Foi um dia de tantas voltas que no final a pessoa me trouxe um caminhão pequeno, cobrando mais caro que um preço do serviço devido. O dono do caminhão logo viu a quantidade de coisas que ele tinha que levar e logo disse o óbvio: "-Isso tudo aí ? Não vai caber, não". Depois de toda aquela volta frustrante pela cidade, e o casal envolvido estar tão frustrado e todo mundo cansado - eu realmente pensei que deveria desistir dessa mudança, mas também pensei na oferta que a pessoa tinha me feito e o dinheiro que já havia sido gasto. É aquilo: estamos na lama e eu fui induzido a continuar no caminho do erro (para evitar atritos ou qualquer peso na consciência: eu estava sozinho, quem ali iria me socorrer?). E, no final, o maior prejudicado de toda a história fui eu. O cara da mudança fez só a metade do serviço, as coisas sumiram sem mais nem menos e não deu em nada.
Quem me acompanha, sabe que eu sempre tive o maior cuidado possível - por anos - e carinho por todos os presentes e doações. Isso foi realmente um golpe, uma flecha no coração. Da mesma forma quando alguém perde o seu canal ou a sua página e lá estavam os comentários, os momentos e os apoios dos inscritos (e os seus nomes registrados) quando se perdem nesse tipo de situação.
Entenda como se fosse uma tentativa de fazer sociedade e você fracassar. A pessoa te leva na lábia, dizendo que admira o seu projeto, que vai te ajudar com tudo o que você precisa, que é a dívida dos antepassados que ela tem com você, e lá no final (depois que você entrega tudo o que ela precisa) te dá um golpe para continuar morando de aluguel em apartamentos caros com piscina até se esbaldar, enjoar e se mudar de um lugar para o outro novamente afim de tentar preencher um espaço vazio que nunca vai ser preenchido. É exatamente algo desse tipo.
Tem gente que quer só curtir a vida, viver uma viagem ou uma aventura. Eu acredito que posso ter ajudado, ainda que involuntariamente, essas pessoas a viverem essa farra com um dinheiro que me faz falta hoje. Mas eu só quero apenas me manter na preservação, buscar a estabilidade completa, ficar no meu canto, e seguir na construção de um sonho ou de algo que eu acredito que seria relevante: preservar alguma história. Meu objetivo não tem segredo, diferente de quem quer viver várias vidas e não se encontrar em nenhuma delas. Enfim.
Chegando num mercado, a atendente me pergunta: "- Você é quieto assim mesmo?" balanço só a cabeça. A pessoa: "-Mas quando perde a paciência, né, sai de perto".
Quando não é isso, é a pessoa saliente ou serelepe do "- Você precisa de uma terapia de choque"; "-Você tem que recepcionar sempre as pessoas olhando no olho com um sorriso " - esse último discurso é bonito, mas nem sempre é um exemplo certo pra provar que você está realmente tratando uma pessoa bem - só na aparência, mas nada diz o que há pelas costas.
Agora, ficar no meu canto, é crime? Eu também me questiono.
Eu disse e reitero: imagine alguém que você confiou torrando todo o fundo que você investiu durante anos (com sangue, suor e lágrimas), e com isso, vai também os recursos extras que nos é de nosso direito pela devoção às pessoas que mais amamos nesse mundo e a perda nos faz sentir danos irreparáveis. E a justiça? Será que tem justiça nisso? Eu sempre me questiono.
Ainda que seja diante de chantagens emocionais que nos obrigam a ter que aceitar (a pessoa não te força mas te induz se sentir forçado com gritarias, xingamentos e tentativas de humilhações) pois você se encontra numa situação de fragilidade. A pessoa ainda tira sarro, ri na sua cara, por toda a furada que ela te botou e ainda bafora com a maior cara de pau: "-Você não pode provar nada." Nem sempre você prova no papel mas na tentativa de evitar danos psicológicos, você se força a aceitar mais um sacrifício para tentar se manter consciente mais um pouco. Porém, a sua nobreza se confunde com um sacrifício sem necessidade.
Era só isso que eu queria dizer, para tentar encerrar esse episódio e explicar por que eu não estive tão presente como eu gostaria neste momento tão importante para a história do nosso domínio. Se nada disso tivesse acontecido, o nosso crescimento de estrutura seria satisfatório em todos os sentidos. Mas, por causa disso, nos obrigamos a ficar no mesmo lugar, com poucos recursos e o pior: tentar fazer o que for possível para cobrir um evento de 7 dias em apenas um dia.
E é por isso que vem a moral da história para quem busca estabilidade de vida: nem sempre sair da zona de conforto te trás os melhores benefícios. Se você tem uma casa que é de seu direito, lute por ela.
DA CRISE AO SORRISO
BRASIL GAME SHOW 2022
Somado ao fim de uma crise sanitária, eu tive apoio de verdadeiros irmãos que tem me ajudado a me levantar. Eu realmente me sinto extremamente impotente, devastado e desestruturado diante de tudo isso que aconteceu. Mas ele coincide com o retorno da BGS e nós (pela glória de DEUS) embarcamos na nave: de volta ao jogo.
Do mundo real seco, sombrio e silencioso, voltamos a viagem dos sonhos o qual te leva a acreditar que deveríamos viver disso todos os dias.
E tudo começa numa noite de Sexta - Feira..
Era manhã, chegamos em São Paulo. Viagem das 23:00 e chegamos às 06:08. Fiz hora no terminal rodoviário e me encorajei de fazer algo que eu estava para fazer há muito tempo em São Paulo:
Visitar a Santa Efigênia.
Na foto: visitantes aguardam na fila gigantesca para conferir o novo Street Fighter 6. O tamanho de pessoas logo me remeteu aos tempos em que eu via filas virando a rua para jogar Street Fighter II em seu lançamento. Muita nostalgia.
Quem quisesse jogar, precisava aguardar atrás de um poste temático (que também ficava em frente ao stand) com o logo do jogo e da fabricante. Um dos pilotos ficava na organização para passar um grupo para a outra fila até a sala dos jogos. A interação do staff foi efetiva e não levou muito tempo para aguardar no andamento da vez.
Disputas de exibição são apresentadas no telão com pilotos a convite da CAPCOM. Houve também espaço para premiações para os visitantes que estivessem ali no local respondendo a perguntas da anfitriã.
O terceiro dia, Segunda-Feira, foi tenso. Fiquei num hotel mais distante do local aonde os transportes gratuitos param para levar os visitantes para a BGS. Vim correndo, levou um papo de mais de duas horas, por aí, porque me perdi nas enormes ruas de São Paulo. Assim que cheguei, os colaboradores me confirmaram se era pro evento e contaram um "46", porém, quando eu entrei, só eu estava em pé - num ônibus cheio de jovens otakus - e não foi nada confortável dessa vez.Ontem ganhei um @ASTROGamingBR A10 no stand da @logitec. 😱😳 Ainda pude jogar um Mortal Kombat com o mestre @Alan_SpeedMK e ter a honra de ter minha luta narrada pelo @arielsis e @MaxViannaYT. Sonho? Não. É @brasilgameshow 😍 pic.twitter.com/G7LSTEJmH6
— Caroline Santos - Blind Kombat (@CarolTheQueen_) October 10, 2022
E isso é tudo o que pude fazer até aqui porque a bateria acabou.
Gostaria de agradecer mais uma vez a Brasil Game Show pelo apoio de sempre e pelo crédito de confiança. Esperamos que numa próxima vez, eu esteja ainda mais preparado para trazer o melhor conteúdo possível.
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