quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

[Polêmica] Street Fighter 6 vai ser o melhor de todos ? O que esperar ?


A Capcom acaba de anunciar Street Fighter 6 na madrugada de Domingo para Segunda. De meme, virou uma oficial estratégia de marketing para gerar engajamento. Alguns tem se queixado da postagem Street Fighter 6 não será MAIOR que Street Fighter II (ou Street Fighter IV) a verdade é que a matéria não apela para nenhum dos três lados: nem da camisa SF II, SF IV ou até mesmo SF6. 

Não há nenhum frisson grandioso por cima de SF6 se não os novos memes e alguns até geram um certo sorrisinho no rosto, sim.  Mas, vamos ser muito sinceros, é um jogo que ninguém pediu, mas a SNK está aí com KOF XV ganhando repercussão e alguns outros antigos concorrentes começaram a se levantar com novas campanhas no meio da vida comercial de Street Fighter V e a CAPCOM precisava mesmo fazer alguma coisa. Se um vídeo de anúncio (que busca trazer algo conceitual do que poderíamos ver no jogo) pode ser avaliado quadro a quadro, isso significa que realmente existe alguma opinião formada. 

Se não havia badalação para SF6, é facilmente suspeitável as reações empolgadas recheada de alegrias e sorrisos estampados no rosto, pois só dá pra imaginar alguns diversos caminhos: ou é por um ato de 'vingança' contra a comunidade de SF V (por não aceitar os rumos tomados pelo jogo, muitas vezes, em relação ao SF IV) ou é para chamar atenção das empresas a fim de não perder o seu precioso patrocínio. 

Aqui, quem acompanha, sabe que não tem personagem disfarçado pra colocar em questão o que eu realmente penso sobre Street Fighter 6. E eu não preciso ter razão pra isso. Até por que, razão, pra isso, não existe de forma absoluta. Mas quando nós colocamos fatos: os números de crescimento registrados durante toda a série de jogos, aí, podemos dizer que existe toda uma razão nisso.  Valendo lembrar, mais uma vez, que não estamos falando de qualidade técnica aqui (nem de experiência própria ou através de experiência de terceiros) até por um motivo óbvio: estamos falando apenas de um anúncio e do conceito que foi apresentado dele. 

Se a CAPCOM der uma de Paramount e decidir mudar o jogo (ou o conceito do que for apresentado dele) pode ter certeza que só veremos SF6 lá pra 2027 ou um pouco mais tarde do que o proposto. Isso, é claro, levando em consideração o anúncio e o lançamento dos dois jogos anteriores: SF IV e SF V. Da mesma forma que os anteriores, foram alguns anos de desenvolvimento - e isso não é uma exclusividade de SF 6: a notícia vazou pelos corredores após a saída do produtor de SF IV e V: Yoshinori Ono (meados de Agosto de 2020). 

Eu entendo que, por ser uma novidade, tem gente que acha que relevar críticas negativas só pelo título ser apenas um feto, é motivo para não falar mal se não gera má sorte (vai depender da cultura ou religião de cada um). Eu mesmo defendi muito KOF XV nas redes sociais, sem nunca ter encostado no jogo, durante o título sendo apresentando apenas como um trabalho em desenvolvimento. Mas também não descarto que devemos ter jogadores de KOF 2002, quem realmente ama a comunidade de jogos de luta não descarta nenhuma comunidade em favor de outra. Tem todo um peso que vai além de apenas fãs brigando por discos diferentes de uma mesma banda. São apenas diferenças culturais e experiências distintas. 

Reitero, como em postagens anteriores, que o visual realista nunca foi muito apreciado em Street Fighter. Eu acompanhei mais de 7 gerações da série e sei do que estou falando. Fiquei até com o nariz torcido quando vi o anuncio de SF IV - chegávamos a compará-lo a um SF EX4 - da mesma forma quando SFV saiu e a sensação era de um SF IV. 2. Porém, com SF6, a sensação inicial era que eu estava vendo um SFV. 2 naquele vídeo rápido de anúncio até que eu voltei a assistir mais algumas vezes, e:
"- Espera, não é o mesmo jogo." E de fato, não é. A começar pelos cabelos dos personagens, bem mais fincado na realidade: algo que sempre houve uma certa dificuldade nas gerações anteriores desde que veio o campo 3D - e esperamos, então, que o cabelo não se mantenha atravessando o corpo.  

O que realmente me incomodou em Street Fighter V, foi a comunidade de jogos de luta, muito amigável e acolhedora no inicio, se tornando cada vez mais tóxica e quase se assemelhando ao que vimos no Fightcade. Daí, somando ao fato de jogadores favoritos se afastando e todo um chororô descontrolado nas redes sociais ao descobrir que o SFV que eles estavam jogando não era na verdade um SF III ou um SF IV em ultra definição. Até dá pra jogar um pouco de SF II (sua principal base de sempre, desde sua fama) mas era muito raro ver jogadores se destacando como Ryu ou Guile (esse último, até vai, se levarmos em consideração o lendário Daigo Umehara).  

Se olhar sobre 'o que esperar' sobre Street Fighter 6, muito da expectativa por parte de quem quer ver mais do mesmo em 8K vai se decepcionar merecidamente. Justamente, por que a fé cega não leva a lugar nenhum (e isso é histórico, não se trata apenas de nostalgia). Depois, não digam que eu não avisei.

Muitas vezes, abaixar as expectativas é uma forma de nos protegermos de uma grande decepção ou até nos preparamos para algo realmente tão bom quando se imaginava. 


O que eu espero de Street Fighter 6

- Tolerância Zero: Não aturar marmanjo chorão em rede social reclamando das novas mecânicas do jogo ou dos novos personagens e xingando a Capcom até a quinta geração, após 1 ano de lançamento do jogo.

Nota: Presumo 2023 o lançamento e em 2024 as reclamações, mas eu, definitivamente, não quero isso. Ninguém merece ser jogado numa sala fechada e escura com um monte de criança chorando e cachorro latindo. Você aturaria isso? Eu não aturaria.


- Sistema de Times: segundo rumores, essa possibilidade teria sido descartada após a saída de Ono. Porém, tudo é possível, e teremos aí mais uma diferença brutal e histórica para o seguimento canônico (e cronológico) da série. Street Fighter sempre buscou se inspirar nas tendências da sua geração. Isso me lembra o sistema de Group Battle (como eu já havia mencionado) visto nas versões caseiras 16 Bits de Street Fighter II (e antecedem o conceito que se tornou destaque no icônico The King 94 com pelo menos 1 ano). 

- Batalha Dramática (Dramatic Battle): ficou devendo isso em SFV, mas acabo reiterando esse voto por SF6, com base naquilo que vimos em SFZero (inspirado no longa animado). 

- Extra Player (Personagem Extra): título inspirado no Extra Student - o modo extra de customizar personagem visto em Project Justice (Moero! Jasutisu Gakuen, "Burn! Justice Academy") na versão japonesa do Dreamcast. Entre tantos mods de personagem, bem que a Capcom poderia ter incluído essa opção no jogo. Também chegamos a ver esse tipo de opção em jogos como Capcom v.s. SNK 2 e Soul Calibur III. Inclusive, em CVS 2, era possível (além de customizar cores) até trocar o nome.

- Flashback: nos planos conceituais de SF IV (em uma versão muito primordial - talvez, apenas no papel mesmo) se imaginava um sistema de 'viagem no tempo' dentro do jogo: algo como rebobinar uma fita. Partindo da ideia que SF IV tem alguns elementos em que os personagens se movimentam em tempo real (durante a ativação de um Ultra Combo, por exemplo) e o que foi apresentado em SF V (V-Shift) e sendo SF6 uma sequência direta dessa nova leva (misturando o estilo 2D com o 3D - ou, talvez, não ?), dá pra se arriscar dizer que o jogo traga algo parecido. Vale lembrar também que o modo história do jogo, a presença de G e o final da personagem Rose, levou a muitos teorizarem a ideia de fim do mundo e viagem no tempo (algo como o visto em jogos recentes da série Mortal Kombat). E essa ideia de recontar histórias clássicas zerando a contagem está muito em moda ultimamente - tanto no cinema quanto nos videogames. Portanto, mudar o número romano para arábico (o 6 ao invés do VI) é algo radicalmente diferente e histórico para a série.

Nota: desde SFV o número não vem acompanhando o nome na frente. SFV tem a arte com o número romano atrás e SF 6: Street Fighter (isso já pode dizer alguma coisa.. ou simples teoria). 

- Apresentação: Há muitas coisas radicalmente diferentes em apenas alguns segundos de anúncio: do conceito ultra realista e o logotipo. Suspeita-se que isso seria um trecho de abertura do próprio videogame, com base no trailer preliminar de SF IV, por exemplo, era nada mais, nada menos do que um pedacinho da abertura do próprio jogo. 


- Novos Personagens: é inevitável que personagens clássicos irão voltar (todos de SF II, III ou até mesmo do IV) porque a Capcom é coração mole e vai ouvir todos os "fãs" raivosos das redes sociais. Ou, talvez, não. Ninguém sabe. Mas é possível que retornem personagens inesperados, além dos inéditos.

Nota: O meu sonho impossível é ver personagens que estão apenas nas mídias (como quadrinhos e filmes). Aguardo por Sawada ou até mesmo Nida. Sei que pode ser algo impossível (ainda mais Nida), mas, quem sabe. No caso de Nida, teríamos ainda a esgrima sendo implantada na série pela primeira vez (algo realmente novo) e Sawada, este, precedendo os samurais da série, como Sodom - emprestado do antigo "Street Fighter 89": Final Fight - e um pouco do próprio Fei-Long (ah, isso se distancia mais ainda de SF IV e se volta para algo novo, seguindo o que SFV buscou propor).  

- Jogabilidade: Fora isso tudo, sobre o que poderia esperar, já seria algo bem previsto ou inevitável de acontecer: um sistema de jogo que vai permanecer distante da dificuldade de execução cada vez mais (embora traga novas dificuldades para os jogadores se preocuparem). Em uma conversa a EGM em 2008, durante o lançamento oficial de Street Fighter IV, o produtor (Ono) chegou a afirmar que eles tinham interesse de transformar Street Fighter em um jogo com jogabilidade totalmente em 3D (algo estilo Tekken) mas que ainda não era o momento. Será que agora vai ?



- Crossplay: ou crossplatform (cruzamento entre plataformas). Isso é algo que começou em Capcom v.s. SNK 2 (entre Dreamcast e PlayStation 2) mas que foi raramente explorado em jogos de luta. SFV veio como uma surpresa ao integrar o cruzamento entre PC x Playstation 4 - tornando o jogo um verdadeiro e maior centro de competição eletrônica de um jogo de luta - favorecendo também a comunidade esportiva e até mesmo reencontrar amigos ou contatos perdidos por muitos anos (até mesmo fora da CJL ou de jogos em geral). É algo improvável, mas seria um sonho ver isso sendo aprimorado e a ideia de um rank mundial unificado mantido em SF6. 

- Exclusividade: o que se espera, de verdade, que é que este título não seja mais um financiado pela SONY ou mais um exclusivo da marca PlayStation. Se for dessa forma, voltam-se os mesmos problemas e teremos apenas a opção do Playstation 5 e gente reclamando de jogadores do PC. A plataforma Steam, não teve uma boa cobertura no SFV e depois da primeira temporada, isso só piorou. Se comparar com a versão Games for Windows ou Windows Live do SF IV - havia um suporte muito melhor. Esperamos mesmo que isso não volte a ser uma realidade ou então SF6 vai se manter rastejando - apenas uma marca focada em se expandir para figuras de ação e algumas campanhas de licenciamento. Street V faltou ter uma versão de Arcade (ficou apenas na promessa) e SF 6 poderia não deixar os jogadores da marca X-Box e portáteis desamparados. A ideia é expandir, pelo bem da série. 

Capcom Pro Tour: a CAPCOM nunca esteve tão próxima da América Latina com a LATAM e do próprio Brasil (chegando a ter etapas presenciais por aqui com toda a comodidade possível). Esperamos, então, que isso se mantenha e que a CPT LATAM não abandone o Brasil - como ocorreu com SFV após 2018.


Street Fighter 6 continua sem previsão de lançamento mas novidades foram prometidas para o inverno de 2022. 

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