terça-feira, 14 de dezembro de 2021

[Sessão Crítica] Speed Racer (dir. Lana Wachowski, Lilly Wachowski; E.U.A. / Ale; 2008)

SPEED RACER VAI.. PARA HOLLYWOOD! 

Das diretoras de Matrix, adaptação de um dos animês mais ocidentalizados da história
chegava aos cinemas em 2008.

A crítica especializada descrevia essa adaptação como um tipo de Videogame sofisticado e vazio. Tudo bem. Só seria injusto não dizer que o filme reproduz bem o visual colorido do desenho: um ponto forte do filme.

Fora isso, o roteiro deixa a desejar. Não tem o que dizer algo a mais do que isso se no caso você ser um tipo que gosta de assistir filmes mais maduros das irmãs Larry e Andy Wachowski como V de Vingança (independente de sua fidelidade) ou então Matrix: olha, passe longe desse. 

Tem uma surpresa e outra que por pouco não decepciona completamente, como no caso do Corredor X, e não fica tratando muito o 
público como se fosse um idiota, embora as cenas fora das corridas cansam um pouco quando ocorrem as conspirações dialogadas entre Speed e o vilão - se bem que o vilão tem aquela cara de pateta dos filmes de comédia americano, estilo Esqueceram De Mim, sabe? Então não da pra intimidar. Apesar de tudo, o destaque mesmo fica com essa mistura de tramoias com as corridas, exatamente como ocorre no desenho. 

Speed Racer tem os seus altos e baixos. Se inicia raso, cresce bem, depois cai e depois fica legalzinho no final. Fica assim numa balança meio assim, meio assado.

Não é um longa que vai te marcar pelo resto da tua vida, mas ao menos satisfaz em termos de adaptação de uma forma mediana. Há boas mensagens sobre os 
valores da família e sobre o mundo corporativo: críticas que o filme busca trazer em relação a ambição e a corrupção do ser humano.

Tem aquelas teorias filosóficas ao final do filme envolvendo o significado de ganhar uma corrida, embora seja razoável: se você trocar isso por um outro assunto relacionado a algo que te signifique muito no cotidiano.
Assistam com os seus filhos ou sobrinhos sem muitas exigências.


Pontos interessantes 

- As boas cenas cenas de ação das corridas é um dos pontos interessantes. As vezes chega a levemente 
lembrar aquelas corridas de pods do Star Wars Episódio I: cairia como uma luva representado em algum videogame mesmo.

- Boa transposição dos personagens e do ambiente. Embora até futurista demais, chega a lembrar aquela versão Speed Racer do futuro: Speed Racer 2019 ou As Novas Aventuras de Speed Racer de 1993 (lembram?). Chega às vezes parecer Os Jetsons do que a própria adaptação de Speed Racer se levar em consideração tamanha tecnologia lançada no filme.

Alguns carros usam uma espécie de protetor quando ocorre um acidente (?), elemento quase irreconhecível de cara, mas depois de prestar atenção melhor é possível identificar. Seria bem mais divertido ver os carros explodindo a todo momento mas, tudo bem, quiseram fazer algo mais simples.



MEMÓRIA PÓS CRÍTICA
AVALIAÇÕES DA CRÍTICA ESPECIALIZADA 

Jornal O Globo
Depois de remixar, com alta tecnologia, os filmes de artes marciais na trilogia “Matrix”, os irmãos Wachowski fazem algo parecido com outra referência da cultura pop oriental, o mangá/anime japonês “Speed Racer”.

Mas o resultado fica muito aquém do esperado. Ainda que eles tenham sido fiéis ao universo do cartum (a parte do rali é o.k.), o filme não tem o apelo do desenho. As corridas não são emocionantes (são demasiadamente artificiais e frias), a estética lembra a dos filmes da série “Spy kids” ou dos jogos tipo “Mario kart”, e quase todo o cast atua no piloto automático.

Depois de uma série de filmes algo subversivos, os manos Wachowski erraram o alvo nesta produção para a família, que, apesar de propor uma experiência visual inovadora (mas nem tanto), não chega lá. No geral, só provoca sono, ainda que a piscação e o excesso de cores (capazes de provocar epilepsia) sejam incessantes.
“Speed Racer” (no original) é igualmente frustrante tanto para os fãs de cultura pop quanto para quem apenas está a fim de um filme vibrante. Uma pena.

Tom Leão (09/05/2008)

Jornal Do Brasil:
Jornal O Dia:
 
Jornal O Globo:
 


A MELHOR ADAPTAÇÃO

Speed Racer (Ed. Abril, 2000). Essa minissérie em quadrinhos dividida em 3 edições foi a melhor adaptação já feita e contava as origens do corredor mais famoso dos desenhos animados e a do enigmático Corredor X. Lançada entre 1999 e 2000 pela Wildstorm, foi distribuída por aqui pela Editora Abril em 2000 enquanto foi relançado lá fora num copilado (Speed Racer: Born to Race). A produção sul-coreana e americana conta com belas animações em um estilo mais fincado na realidade, atualizando perfeitamente Speed Racer num mundo muito mais crível. O mesmo autor (Tommy Yune) lançou posteriormente mais uma minissérie: Racer X (estrelada pelo Corredor X), inédita no Brasil. 
Foi nesse período que a marca Speed Racer chegou a ser cogitada a virar uma adaptação cinematográfica com Johnny Depp. Se usassem como base o formato mais realista dessa HQ, tinha tudo para ser um filme superior ao lançado em 2008. 






SPEED RACER NAS ANIMAÇÕES

Speed Racer original tinha 52 episódios.














The New Adventures of Speed Racer: a série americana. Durou apenas 13 episódios.













SPEED RACER E A OCIDENTALIZAÇÃO DOS ANIMES
Os Gatchamans também foram vítimas da ocidentalização, transformando a série numa concha de retalhos. Sim, eles estão irritados com isso.

Tá certo que Speed Racer nasceu quase que como um ícone ocidentalizado do Japão. Tanto é que a primeira vez que se ouve falar em Speed Racer, dificilmente dá pra reconhecê-lo como um animê, assim como outras séries como Gatchaman que ficou conhecido por aqui como: Batalha dos Planetas e Força G - este último tinha uma musica icônica numa versão de abertura que foi lançado por aqui pelo Cartoon Network e era apenas instrumental.

Tal exemplo dessa ocidentalização é que podemos ver também cenas de Johnny Quest no filme. Numa cena em que Gorducho &  Zezinho (divertidíssimos por sinal) estão assistindo juntos a TV e ficam imaginando cenas de luta se transportando pra tela - da forma mais nerd possível. Uma boa transposição da característica  animêlesca.


SESSÃO CRÍTICA
SPEED RACER 
Gênero: Ação/ Ficção Científica
Sessão Acompanhada: 6 de Maio de 2008 (pré-estreia)
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