A EVOLUÇÃO DO APRENDIZ
Quando as coletivas a respeito dos próximos passos do UCM se intensificaram, o guru Kevin Feige - a respeito da euforia em volta de ".. Sem Volta Para Casa" - já foi bem realista: "-Não tenham tantas expectativas" a respeito do terceiro filme que fecha a trilogia de Tom Holland como o jovem amigo da vizinhança.
Tivemos até aqui, oito filmes do Homem-Aranha sendo representando em diversas gerações. O não tão falado telefilme de 1977 (também chamado de O Espetacular Homem-Aranha) e as sete versões cinematográficas: Homem-Aranha 1, 2, 3 e O Espetacular Homem-Aranha 1 e 2: A Ameaça de Electro. Grandes promessas foram dadas assim que o terceiro filme, lá em 2007, chegou aos cinemas com sucesso superior ao segundo e, aparentemente, mais aclamado filme já feito do aracnídeo. Só Homem-Aranha para encarar Batman, lá da DC, em feitos solo antes da existência desse tipo de universo compartilhado nos cinemas.
Sem Volta Para Casa é uma evolução desse evento. Nos contentamos em acompanhar a Marvel galgando o seu universo compartilhado aos poucos - lá no começo, investiram no impopular Homem de Ferro (o tornando um fenômeno) e logo depois, Thor, apresentando logo acima "Do Estúdio que fez Homem de Ferro". A Marvel Studios é um verdadeiro exemplo de como administrar bem sucessos atrás do outro direcionando, de forma organizada, uma evolução sem pressa de ser feliz ou de se mostrar como marca: chegou humilde, apresentando seus sucessos anteriores. Primeiro, começou investindo em forte propaganda e reapresentando um ator de talento, e esquecido, o colocando numa história que muito se associa com a sua vida pessoal. A imagem também foi muito bem trabalhada para manter a integridade desses astros como super-heróis dentro e fora da tela (sendo amados como muito além de atores, astros mesmo).
Aqui, todo esse evento ganha um outro patamar. Todos esses anos, acompanhamos diversos memes nas redes sociais - Facebook, especialmente, lá em 2012, vimos um comparativo com um Tobey Maguire chorão por não estar no elenco de Vingadores ou então chorão por não ter sido chamado de Espetacular como o Homem-Aranha de Andrew Garfield. Temos agora essa geração de vilões dos filmes anteriores retornando - sem novo elenco (recast) - e isso é uma tremenda evolução: reaproveitar o que já tem dentro de um universo atual que se construiu muito bem - diferente da DC, que não precisaria trazer novos atores para interpretar super-heróis já bem estabelecidos no cinema (só pra comparar mesmo).
John Watts (diretor dos dois primeiros filmes: ".. De Volta ao Lar" e " .. Longe de Casa") retorna aqui mantendo aquela conversação rápida entre personagens quase como se fosse um Quentin Tarantino mais infantil, digamos assim. A história, para entusiastas, elabora elementos que mais parece uma tremenda fanfic (aquele tipo de história escrita de fã para fãs) em uma Sessão da Tarde de luxo (já dizia o Omelete). Já dizia Erico Borgo: "-Sou fã, quero Service". Sendo que aqui, é o melhor fanservice que já existiu até hoje - quase tão bom quanto X-Men: Dias de um Futuro Esquecido. Se tem uma coisa essencial que Vingadores - The Avengers de Joss Wheedon deixou como herança, é a brilhante interação entre personagens que se tornaram dignas dos melhores memes (como a conversa entre Homem de Ferro e Capitão América).
Esse encontro de gerações e a interação em ver personagens que os fãs já viram em outras obras é extremamente curiosa e fascinante - podendo até dar fim a uma discussão ou buscar reunir esses fãs para curtirem juntos pelo menos uma vez.
Mas, como o presidente da Marvel Studios Kevin Feige falou, tá falado: não vá com muitas expectativas. A história é do Homem-Aranha do Tom Holland. E, sem dúvida, toda a história é muito bem escalada e a sensação de nostalgia só melhora. Curiosamente, também, é acompanhar o maior evento da história do cinema pop desde Vingadores tendo um personagem solo dessa cinessérie - se bem que, é claro, é Homem-Aranha, sem dúvida alguma o personagem mais popular da MARVEL desde sempre. É o evento de um herói só, a jornada de crescimento de Peter Parker. E acompanhar um personagem que começou franzino na pele de um ator jovem - escalado como um Homem-Aranha quase sem origem e que simplesmente foi colocado lá em uma Guerra Civil - é tremendamente emocionante e um presente digno para os fãs deste super-herói.
Além da incrível e inteligente interação - sem nada superficial e tudo faz um verdadeiro sentido - somos embalados também com uma trilha sonora épica de Michael Giacchino (aqui, ele se supera) e que torna tudo um inacreditável grande evento.
MEMÓRIAS DA SESSÃO
PRIMEIRAS REAÇÕES
- As primeiras 46 críticas (realizadas em uma sessão de imprensa entre os dias 13 e 14 de Dezembro) acumularam uma avaliação de 100% no Rotten Tomatoes.
- O servidor chegou a cair no dia 15.
- Avaliação atual no Rotten Tomatoes já certifica como 95% fresco.
Foi difícil correr das revelações do filme. Com a monstruosa popularidade, algo eu previa - mas em plena crise econômica e sanitária, será que um filme desses levantaria de vez o cinema ? E um milagre aconteceu. Um filme de super-herói da Marvel surpreendeu mais uma vez e, ainda por cima, se tornou um marco que vai ser difícil de superar agora. Além de recorde de abertura, é também recordista em plena crise pandêmica. Sem dúvida alguma, super-herói é algo que toda pessoa sem esperança precisa em suas vidas e Homem-Aranha conseguiu provar isso.
Esse foi o momento de refúgio que busquei num momento de crise em todos os sentidos: passei a acompanhar todas as novidades diárias sobre o filme e isso me trazia uma certa alegria - poder imaginar o quão grandioso poderia ser esse evento.
Todos os servidores de ingressos no mundo inteiro foram derrubados assim que começaram as vendas de ingresso. Logo providenciaram novas sessões só que era tarde demais.
Isso foi um momento realmente inesperado para o mundo do entretenimento, ainda mais numa situação o qual estamos passando. Super-heróis salvam momentos assim, eles sempre serão símbolos de esperança.
Eu fui presencialmente com o UCI Unique comprar ingresso antecipado pois assim sairia mais barato e sem a taxa. E lá, peguei um lugar e perguntei se não era um lugar muito ruim. O atendente, muito atencioso, falou que não era o melhor lugar do mundo mas apresentou como estavam as outras sessões. Então eu fiquei só imaginando se eu ficaria tendo que mover o pescoço vendo as cenas na tela gigante. Seria um desperdício de aproveitamento e então só fiquei contando mesmo com o momento do grande evento.
Durante os trailers, foram exibidos os novíssimos Matrix Ressurections e Pânico (2022). Também pudemos testemunhar uma introdução de Tom Holland fazendo um discurso e agradecendo o carinho dos fãs ao redor do globo.
Antes da exibição, eu estava preparando os presentes do UCI Event pra guardar na mochila (infelizmente roubaram a minha bonitinha do Batman) e um espectador - de cabelos grisalhos, óculos e máscara - ao lado disse: "-Eu ainda nem vi o que tem aí" depois disso, passamos a conversar sobre teatro, shows e museus. O amigo de cabelos grisalhos e óculos tira a máscara por um tempo: "-Essa máscara cansa." mas logo depois coloca e volta a limpar as mãos com álcool e gel.
Para o meu milagre, a tela estava adequada ao assento que escolhi e consegui assistir perfeitamente. Já o amigo que estava o meu lado não ficou satisfeito com a tela e começou a reclamar que a tela do UCI New York City Center era melhor por ser maior. Eu gosto de telas gigantes mas percebi que existe uma verdadeira desvantagem para quem escolhe assentos muito perto então a tela do UCI Kinoplex Norte Shopping é nota 10 nesse quesito.
O amigo então me falou ser participante de um grupo do Rock in Rio e lá estava um grupo dele sentados mais acima. "-Você gosta de conversar mas gosta de ir ao cinema, fazer amigos, que nem eu". Disse ele. "- Vou te mostrar algo que você vai gostar. " Daí me apresentou um grupo de Homem-Aranha na mesma comunidade do WhatsApp. Ao fim da sessão, eu conheci o grupo e todo mundo se dispersou no meio da multidão - infelizmente não deu pra lançar aquela foto simbólica com o grupo reunido.
Eu praticamente passei boa parte do filme de sorriso aberto e rindo facilmente das piadas e, em um momento raro do cinema, caindo em lágrimas. Me fez rir e chorar, realmente um entretenimento perfeito. Eu saí do cinema vendo uma moça (que passava pela minha frente e estava atrás de mim) dizendo: "-É por isso que eu sou gadinha (insira aquele palavrão com esse diminutivo aqui) da MARVEL". A cada momento de revelação, uma grandiosa reação: gritaria e aplausos. Antes do fim dos créditos, antes da cena pós-crédito final, eu e um amigo do lado tentamos levantar aplausos mas os aplausos eufóricos vieram bem depois da cena pós-créditos.
SESSÃO CRÍTICA
Sessão Acompanhada: UCI Kinoplex Norte Shopping - 21:00 (3D Legendado) - E 13 - 15/12/21 (Terça-Feira: Pré-Estreia / UCI FanEvent)