Por: Kadu Penuela
Um termo comum aos entusiastas de jogos retrô é certamente a emulação: os emuladores permitem que clássicos sejam preservados e aproveitados por diversos jogadores sem a preocupação com cartuchos e equipamentos raros, danificados, caros ou inacessíveis. Atualmente podemos jogar desde clássicos das máquinas de arcades até sistemas como o PlayStation 2 em nossos computadores e até mesmo celulares. Frequentemente, até quem possui o hardware em casa opta por criar um backup de seus cartuchos para jogar com emuladores, evitando potenciais danos ao console.
Mas em um mundo onde ouvimos música
por streaming e assistimos mídia em serviços como a Netflix, manter uma biblioteca
de jogos para emulação pode ser um pouco intimidador e, para quem gosta de
jogar em portáteis, possuir uma cópia dos arquivos no celular pode ocupar muito
espaço de armazenamento, e alguns emuladores podem não funcionar corretamente
na performance limitada desses dispositivos. Será que existe solução?
O Plex Arcade permite ser a solução
definitiva para esse problema, transformando sua experiência de emulação de
jogos retrô através de uma nuvem pessoal de streaming de jogos. Será que
funciona bem? Vale a pena? Confira nossa análise.
A possibilidade de jogar através do
streaming não é uma novidade: com o avanço da qualidade das redes de internet,
diversas plataformas já começam a oferecer soluções por nuvem para a jogatina: A
Google com a Stadia oferece uma assinatura que desbloqueia diversos jogos
acessíveis em qualquer aparelho, enquanto serviços como GeForce Now e Steam
Link permitem o streaming de sua biblioteca de jogos já comprados.
A ideia é que através do streaming
os jogos podem ser acessados até de aparelhos que não possuem o poder de
processamento para rodar, assim, você leva seus jogos no celular, tablet e TV
sem precisar de um console ou PC poderosos. A desvantagem é o impacto na
qualidade e atraso da resposta introduzidos pela conexão com a internet, que
aqui no Brasil, exige um plano de alta velocidade, roteador moderno e uma VPN
para atingir a latência necessária para os jogos.
Nesse contexto, o Plex é uma central
multimídia já conhecida no mundo do streaming de vídeo. O programa organiza sua
biblioteca de filmes e séries no computador, e cria um servidor que pode ser
acessado em qualquer lugar, como se fosse uma “Netflix caseira” capaz de
organizar e exibir o seu conteúdo.
A novidade agora é o Plex Arcade,
que promete a mesma proposta para seus jogos retrô. Por uma assinatura mensal,
o Plex Arcade oferece emulação de Arcade, Atari, consoles da Nintendo do NES ao
Nintendo 64 (incluindo portáteis), e clássicos da Sega como MegaDrive e Master
System. As ROMs são analisadas pelo Plex que automaticamente separa em
categorias, baixa descrições, arte da capa, rastreia seu progresso, e exibe em
outros dispositivos.
Com o servidor configurado, o
usuário pode jogar via streaming no Android, iPhone, Apple TV, computadores com
macOS e Windows, media boxes de Android, e smartTVs com o app Plex. Um controle
USB ou Bluetooth é necessário para jogar, e os comandos são enviados através da
rede. Além disso, o Plex ajusta automaticamente a qualidade de imagem
dependendo da força e velocidade da conexão. O ideal é manter o servidor
conectado via cabo Ethernet, usando Wi-Fi somente nos aparelhos que receberão a
imagem.
Como primeira experiência, o Plex
Arcade parece ser um pacote extremamente interessante para amantes dos games: A
biblioteca organizada com arte dos jogos, o progresso sincronizado entre
dispositivos, e a falta da preocupação com performance são bastante
convincentes.
O problema é que, atualmente, a
realidade dessa plataforma ainda não condiz com o potencial. O valor mensal é
caro para brasileiros, e a infraestrutura de rede causa diversos problemas como
travamento, cortes no vídeo, e comandos atrasados, que prejudicam a
experiência. Além disso, alternativas grátis como a EmulationStation e RetroArch oferecem a mesma qualidade de
organização e arte para os jogos, com recursos extra como temas, achievements e
suporte a mais plataformas, de forma completamente gratuita.
A proposta da jogatina por streaming
está cada vez mais presente, aparecendo até mesmo em jogos para Nintendo Switch e em plataformas
Sony, como o streaming do PS4 para o PS Vita. No entanto, em especial para
jogos antigos, a qualidade dos serviços ainda não justifica os custos para o
consumidor. No fim, vale a pena manter essa opção em mente e acompanhar o
progresso do desenvolvimento. No futuro, quem sabe teremos toda a nossa
biblioteca de jogos sempre em nossos bolsos. Confira também brasileiros que estão criando um remake do jogo Deadly
Moves.
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