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quarta-feira, 21 de abril de 2021

[Sessão Crítica] Mortal Kombat (2021) - Primeiras Impressões

Filme resgata a importância de alguns personagens e melhor desenvolvimento de outros. As lutas contam com momentos de peso mas não espere nada extremamente intenso.


O melhor do filme de 2021 é não se prender a referências e se desenvolve com personalidade. Porém, as lutas tem interessantes momentos de impacto mas são pouco memoráveis em sua execução: o filme de 1995 acaba sendo superior nesse ponto. De qualquer forma, o tom mais sério conta com interessantes traços dramáticos ainda que breves e sem ter tanto desenvolvimento. 

A falta de uma aquecida na narrativa, afasta uma aproximação mais pessoal do espectador com os personagens. De qualquer forma, Cole Yong (Lewis Tan) parece ser o personagem levemente mais desenvolvido nesse ponto - já que é os olhos da audiência no longa. A corrida frenética na história deixa de lado o detalhismo de elementos de origem o que deixa alguns pontos confusos [atenção: segredos do filme no espaço em branco - caso já tenha assistido, preencha para ler] (como e por qual motivo Jax recebe os braços biônicos ou como Bi-Han permaneceu vivo todo esse tempo até se tornar Sub-Zero, por exemplo?). Cole acaba sendo a menina dos olhos mas uma aproximação emocional mais profunda com a vingança de Scorpion, por exemplo, é deixada de lado. 

O pouco orçamento é notável quanto a simplicidade dos efeitos visuais - nesse ponto, o filme de 95 impressiona mais (que ainda contava com profissionais gabaritados na época - como os mesmos produtores de O Exterminador do Futuro 2).  Mesmo com um orçamento apertado de U$$ 95 milhões a produção de Lawrence Kasanoff em 95 (com apenas U$$ 48 milhões) apresentou nitidamente um trabalho mais bem acabado de efeitos visuais tecnicamente. Aparentemente, Kasanoff não poupou despesas mas Todd Garner, sim. Embora, a dimensão de cenário no filme de 2021 é nitidamente impressionante com sutis voos de câmera - ponto considerável para a edição. 

Kano (Josh Lawson) é, de certa forma, o alivio cômico do filme mas é um pouco irritante também (algo como se fosse quase o Rob Schneider em O Juíz, filme de 95). Sonya, sendo então a única mocinha do filme, acaba sendo o destaque na pele atriz Jessica McNamee. 

Com tantas transformações e destaque ganho pelos ninjas Sub-Zero (Joe Taslim) e Scorpion (Hiroyuki Sanada) - realmente, a rivalidade entre os dois é uma das melhores histórias dos videogames - Liu Kang (Ludi Lin) que era pra ser o verdadeiro protagonista de Mortal Kombat, acabou ficando para escanteio em popularidade em meio ao histórico dos jogos e, no filme, ele ganha uma importância de um Chris Evans em Os Vingadores - The Avengers, um tutor essencial (o que, de certa forma, o valoriza). 

Mesmo com classificação 18 anos e com Fatalities, o novo Mortal Kombat permanece sutil e tenta focar na história. Porém, não avança muito e acaba por manter apenas um entretenimento satisfatório sem ousar além do que o prometido.  Faltou um tom de terror ou de mistério, a trama acabou se concentrando melhor no tom de super-herói (se aguardava pelo conceito essencial dos jogos clássicos, recomendo não assistir com essa expectativa). 

Sem as mãos de um James Wan (apenas produtor e descartado da direção em última hora), é bem compreensível o motivo pelo qual faltou tempero para apimentar o devido tom a esse tipo de história (existe uma mina de ouro pouco explorada em Hollwyood quanto a uma trama de fundo vista na série de jogos Mortal Kombat). A proposta é muito boa e merece ser melhor desenvolvida. Aguardamos então os próximos (prometidos) capítulos. Mas, pelo forma como a carruagem anda, não se encontre com muitas expectativas de evolução. 

Já que a história termina sem conclusão, como claramente parte de uma história de origem, o melhor do serviço precisa ser mostrado logo na primeira experiência - ao invés de vendê-la como experimental - o grande problema de algumas produções que surgem pensadas como cinesséries ultimamente. 

O sucesso de uma nova safra de cinesséries inspiradas em arcos de quadrinhos brilhantemente iniciada pela Marvel Studios, faz parecer que Mortal Kombat (2021) seja o começo de um novo universo (ou multiverso) de filmes de baixo orçamento. 

Memória Pós-Crítica: O filme de 95 conta com referências entre Mortal Kombat I e II para contar sua história de origem. A refilmagem de 21 reconta a origem com base nos jogos mais recentes da série (estendidas logo após 97), mantendo a essência do jogo original de 92. 


SESSÃO CRÍTICA

Mortal Kombat (2021)
Título Original: Mortal Kombat
Títulos Alternativos: Shingeki no Kyojin
Duração: 110 Minutos
Direção: Simon McQuoid
Gênero: Ação
Estreia: 13 de Maio 
Exibição: Cinemas / HBO MAX
Sessão Acompanhada: 21 de Abril de 2021 (01:00)

Atualizações: 01/05/2021
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