E A CULPA É DO CONTROLE
É com grande pesar que eu escrevo essa postagem. Bater num
presente de aniversário dói muito mais que bater em um filho, mas é necessário
relatar aqui o meu ponto de vista. Portanto, por haver grande parcialidade no
tema em questão, essa análise, que originalmente se tornaria parte de Dedo no Joystick – como o primeiro acessório
de jogos a ser avaliado por esse programa – foi decidido que a peça em questão
será julgada pela nossa coluna Papo-Cabeça.
HORI FIGHTING COMMANDER
É UMA DECEPÇÃO
FATOS HISTÓRICOS
Em 1994, praticamente 1 ano depois da SEGA estabelecer no mercado o melhor controle de 6 botões para
jogos de luta, veio o Playstation com o seu Dual Shock – com banca de controle
com visual moderno, tecnológico, com aquele direcional meio triangular (feito
uma fatia de pizza) e botões posicionados de uma forma bem parecida com os do
Super Nintendo - os 4 botões na frente e outros 4 em cima (L1 e L2; R1 e R2).
Até aí tudo bem, eu consigo localizar os botões em cima de boa (melhor que a
localização dos botões do Dreamcast, L e R atrás), mas o direcional foi a pior
coisa já criada pra jogos de luta (ter que pressionar, deslizando, baixo e
frente juntos para formar um diagonal). Enfim, um lixo. E essa doença,
infelizmente, seguiu uma tendência. Desculpe quem goste, mas eu não.
TECLADO E OS PRIMEIROS CONTROLES
Eu tenho PC desde junho do ano 2000. Ou seja, 17 anos de
praça serão completados esse ano. Ainda nesse primeiro ano, além dos ótimos
momentos das salas de bate-papo, conheci o vasto, mágico e maravilhoso universo
dos emuladores – uma das maiores invenções do mundo da informática por
programadores independentes, e que favoreceu muito o fortalecimento da geração
dos jogos antigos (a tribo dos “retrogamers”) que conhecemos hoje nas redes
sociais . Temos que admitir que não veio do nada toda essa exposição de
colecionismo de jogos antigos, que se tornam desde status a virais.
Junto a essas maravilhas tecnológicas que deram seguimento a
recuperação da história dos videogames, enquanto da internet banda larga
engatinhava no Brasil, haviam servidores online compatíveis com os emuladores
que traziam a oportunidade de jogar com pessoas ao redor do mundo aqueles jogos
que só podíamos jogar nas maquinas de fliperama ou muitas vezes nos videogames
reunindo os amigos próximos. Eu, com a
minha conexão discada, só entrava nas salas ou ficava olhando na aba “waiting
games” para ver quem estava na sala de espera ao redor do mundo, e quais jogos
estavam sendo aguardados, sonhando em jogar uma
partida de The King of Fighters 2000 contra alguém da China, pro
exemplo.
Já pela metade dos anos 2000 (mais precisamente entre 2005 e
2006), juntamente ao aumento dos usuários de banda larga, os campeonatos
organizados por fóruns de jogos de luta começavam a bombar . Quem ainda
utilizava conexão discada, buscava jogar em emuladores videogames mais leves, como
o Mega Drive e o Super Nintendo.
Ainda no período em que comecei a jogar jogos pelo PC, eu só
jogava no teclado. Anos e anos acostumado a jogar jogos nos seus devidos videogames, eu sofri
muito jogando qualquer um desses jogos pelo teclado. Jogos de luta, que são
muito mais complexos, era terrível executar qualquer movimento especial –
imagine combos. Por exemplo, um movimento de um Hadouken, onde você precisa
pressionar diagonal inferior pra baixo no meio da sequência, era preciso
deslizar segurando baixo e frente.
Jogos lançados primeiramente para PC (ou exclusivos pra ele)
eu já me adaptava muito bem. Como
Counter Striker, Prince of Persia ou um Out of This World. Por que eram
jogos com jogabilidades apropriadas para o PC. Até mesmo o Street Fighter II
Turbo (com Terry e Andy) criado por programadores independentes (um dos
primeiros jogos, e o primeiro jogo de luta pra PC, que joguei pra lá pra meados
de 1995) eu fazia todos os golpes e combos com facilidade (aprende, Capcom).
Neste mesmo começo, adquiri o meu primeiro controle, um
genérico, mas logo notei que o controle, apesar de bonitinho (colorido e de
plástico meio transparente) tinha o direcional com as direções arredondadas na
ponta em meio a todo o seu formato,
também arredondado. O pior de tudo é que
o direcional era frágil, os golpes não saiam fáceis pelo formato e eu ainda
jogava com certo cuidado, com medo de quebrar. Assim, era mais confortável que
jogar no teclado, mas os golpes não saíam. Optei então por jogar apenas com
personagens carregáveis, era mais fácil. Mesmo assim, era como se eu estivesse
jogando jogos de luta nos meus primeiros anos e era só vergonha atrás de
vergonha em meio a performance entre jogadores (aparentemente) experientes e
convencidos. Isso era um problema, enquanto eu passei a ter cargos importantes
na comunidade de jogos de luta, eu me sentia pressionado a mostrar bom
potencial, e era frustrante não ter um bom acessório pra jogar - fora o PC que
também não contribuía, até ter o meu primeiro PC com qualidade decente pra
jogos no final de 2006. Esse foi o meu segundo PC desde 2000 e rodar pela
primeira vez todos jogos do MAME lisinhos na minha máquina me fez considera-lo
o melhor emulador de todos enquanto que no início eu o detestava, por não
conseguir utilizá-lo. Quando descobri como funcionava o MAME, ainda na máquina
antiga, apenas sonhava em rodá-lo perfeito, além de outros jogos mais pesados
via Kaillera - o antigo servidor pra
jogar jogos online pelo emulador MAME, Final Burn Alpha, Kawaks (1.42 era o que
mais utilizávamos) e outros.
Comprei vários e vários controles genéricos e todos eles
acabavam não durando muito tempo. Ou quebrava o direcional ou o fio dava
problema (havia casos de amigos de partida, que acaba tendo que jogar segurando
o fio pro controle funcionar). Isso era
uma grande MERDA. E ainda chegaram a zombar da minha cara quando falei que
nunca teve controle decente pra jogar jogos de luta pra PC. Até que depois de
um tempo surgiram os controles Arcade montados e mais recentemente fabricantes
oficiais criando acessórios desse tipo compatíveis com PC. Afinal, já era
tempo. Eu realmente nunca entendi tamanha habilidade que certos jogadores
(aparentemente) tinham ao admitir que jogava no PC usando um controle de Playstation – eu também
já tive um na época, na verdade uma réplica dele adaptada pra PC de outra
marca, e que também não durou muito.
É triste lembrar que joguei todos eles fora depois que
estragaram, eram todos muito bonitos (uns até brilhavam no escuro) mas a
funcionalidade..foi de aproveitamento praticamente elevado a zero. Além de ter atrapalhado a
minha maneira de jogar em outros controles, como me adaptar em jogar no Arcade.
O que era mais curioso, apesar desses controles genéricos
tão frágeis, um amigo que costumava vir em casa, conseguia jogar mandando
especiais e fazendo combos com completa facilidade. Eu realmente não entendia
como ele conseguia tanta facilidade. Mas era um exímio jogador, creio que com
muitos anos de experiência em vários videogames (ele jogava de tudo)
e praticamente detonava todos os brazucas que eu perdia nas partidas online. Jogador páreo duro, acho que perdi umas 27 lutas seguidas no Street Alpha 3 no Dreamcast contra a sua Cammy. O problema é que o controle do Dreamcast bebia na pior fonte – o seu direcional seguia as tendências dos controles do Playsation (apesar de manter as cruzinhas) e tinha um analógico (que nem sempre funcionava em todos os jogos de luta, como a série KOF, por exemplo). Ainda assim, o controle do Dreamcast era infinitamente melhor ao do Playstation pra jogos de luta (exceto para os jogos de 6 botões da Capcom, porque era outro ponto que seguia terrivelmente a tendência de ter os botões L e R atrás e 4 botões na frente). Pra piorar, o controle pra jogos de luta do Dreamcast era raríssimo e só vendia no Japão. Em meados de 2011, houve um leilão com dois controles desse modelo por um vendedor do Mercado Livre que infelizmente eu perdi em questão de segundos. O leilão foi muito disputado e algum vendedor levou por aproximadamente R$ 200,00.
e praticamente detonava todos os brazucas que eu perdia nas partidas online. Jogador páreo duro, acho que perdi umas 27 lutas seguidas no Street Alpha 3 no Dreamcast contra a sua Cammy. O problema é que o controle do Dreamcast bebia na pior fonte – o seu direcional seguia as tendências dos controles do Playsation (apesar de manter as cruzinhas) e tinha um analógico (que nem sempre funcionava em todos os jogos de luta, como a série KOF, por exemplo). Ainda assim, o controle do Dreamcast era infinitamente melhor ao do Playstation pra jogos de luta (exceto para os jogos de 6 botões da Capcom, porque era outro ponto que seguia terrivelmente a tendência de ter os botões L e R atrás e 4 botões na frente). Pra piorar, o controle pra jogos de luta do Dreamcast era raríssimo e só vendia no Japão. Em meados de 2011, houve um leilão com dois controles desse modelo por um vendedor do Mercado Livre que infelizmente eu perdi em questão de segundos. O leilão foi muito disputado e algum vendedor levou por aproximadamente R$ 200,00.
Desde então, desde a geração Mega Drive, admito, eu não
conseguia mais jogar Street Fighter na minha mais alta plenitude – exceto nas
partidas no SEGA Saturn, onde o controle era exatamente parecido com os 6
botões de Mega Drive. Em Street Zero 3, que nunca deixou de ser o meu favorito,
era complicado realizar algumas façanhas quando era preciso utilizar combos ou
ataques com os golpes médios (que eu costumava deixar atrás, então eu não os
explorava muito) e passei a vida toda jogando essa ótima versão no Dreamcast
usando apenas os fracos e os fortes (que ficavam na frente), como se estivesse
jogando KOF. Portanto, eu joguei muito mais KOF justamente por esse motivo - e também preferia mais contras nesses jogos
por possuírem apenas 4 botões e eram ótimos para se jogar no Dreamcast. Além de KOF 1999 (atualização do 98 Slugfest)
e 99 Evolution terem ganhado um ótimo e
perfeito suporte da SNK (em sua primeira e melhor formação) com opção de textos
em português (jogar KOF 99 então era um deleite justamente pelo modo história e
os finais todos traduzidos). E estes
acabaram ganhando mais horas de jogo (principalmente KOF 99) que o próprio
Street Fighter Zero 3 no Dreamcast.
1 CASAMENTO E 1 NOVO FUNERAL
Com todo o tempo de má experiência, seja no Dreamcast ou nos
controles genéricos, passei a suspeitar da minha própria capacidade com os
jogos de luta e optei logo de cara a jogar apenas para me divertir e não para
competir na febre das partidas online via emulador entre 2006 e 2009. Em 2012,
época em que Street Fighter IV: Arcade Edition ganhava a sua atualização para
PC, eu adquiri o meu primeiro Saturn USB. Apesar de um certo stress
desnecessário com o vendedor do Mercado Livre, nós nos entendemos e o agradeci
pela ótima qualidade do produto – fiquei até de pegar mais controles desse
modelo com ele.
O Saturn usb na verdade era de uma empresa chinesa, uma
réplica do Let’s Play SEGA, um controle de 6 botões semelhante ao do Mega Drive
compatível com PCs e Playstation 3. Era um controle oficial da SEGA com alguns
botões coloridos (o X, Y e Z) e que possuíam remessa limitada no lançamento
(eram distribuídos também quando se fazia uma determinada aquisição ou
assinatura de um emulador oficial de jogos da SEGA).
Este é, sem dúvida, o melhor controle de PC que tenho.
Custou mais que todos os outros (eu costumava pagar entre R$ 15 e R$ 20 em
média e este controle foi uns R$ 80) e dura muito bem até hoje, há uns 4 anos.
O único problema é que tem um botão superior que está funcionando mal, o
direcional, às vezes, fica maluco (se mexendo sozinho) e o usb custa a ser
reconhecido pelo PC. Tirando isso, eu consigo fazer tudo nele, tudo o que eu
não conseguia fazer antes e o melhor de tudo é que o controle é leve, confortável,
você voa com ele.
Em anos e anos de desilusão com controles de videogame para
jogos de luta (envenenados por essa má cultura de copiarem o formato do Dual
Shock do Playstation), esse Saturn usb realmente me animou a voltar pro Street
Fighter, de forma séria. Depois que decidi voltar da aposentadoria dos jogos de
luta após 16 anos, eis que anunciam Street Fighter V e eu torci para que
voltasse a lutadora Karin Kanzuki. Se ela voltasse, eu entraria na disputa. Se
chegasse ao PC, melhor ainda. Tudo, graças a Deus, veio conforme o planejado e
estou arriscando, desenferrujando e voltando muito melhor do que antes.
Se antes eu fugia dos brazucas pela minha má performance
devido o histórico azarado de condições técnicas que me impediam de prosseguir
de forma decente nos jogos de luta, hoje eu não fujo mais e busco estudar mais
o gênero, de uma maneira bem mais profunda do que antes. Agora entendo muito
mais o motivo de estar perdendo nos jogos. Perco um pouco menos hoje, mas
entendo melhor as minhas dificuldades e tenho feito, de certa forma, muito mais
frente. Se antes eu só pegava
determinado personagem que esteja de acordo com as limitações momentâneas,
agora eu consigo pegar os personagens que eu realmente quero pegar. Gostava
muito de jogar com o Guile no SF IV: AE mas também podia testar um T.Hawk pra
fazer pilões em momentos rápidos de reação ou então explorar um Fei-Long (na
falta da Karin) e curtir os seus combos legais eu não seria nada com esses três
últimos personagens se eu estivesse com um controle genérico da geração Dual
Shock nas minhas mãos, eu não teria como arriscar. Mas a trauma de anos me fez
temer até mesmo a punir e de repente errar um mísero golpe ou combo no meio e
receber uma reação agressiva do outro jogador que praticamente viraria o meu
jogo me fazendo morrer na praia. Isso era frustrante pra quem já tinha bons
anos com videogames – parecia uma criança que estava jogando há 2 dias enquanto
eu já tinha mais de 10 de experiência.
Um amigo mesmo, durante esses encontros de fóruns de jogos
de luta na metade da década anterior, já percebeu (justamente por ele ser
bastante inteligente e observador) que
eu não me adaptava ou não jogava bem
quando os controles vinham com configuração trocada - tem jogador que se adapta
perfeitamente em qualquer situação, parece até que veio de um treinamento
militar disso, mas eu não. Não adianta, se nem em configuração trocada eu me
adapto, se não estiver exatamente no formato que eu estou acostumado por anos,
por mais que eu pratique, é muito complicado. Até porque eu nunca precisei
praticar pra me acostumar com os controles de 6 botões do Mega Drive. Eu já me
adaptei de cara.
Mas com os torneios de Street Fighter V sendo realizados em
Playstation 4, buscando informações aleatórias, tive receio de levar o meu
controle SEGA Saturn usb e, de repente,
o acessório não pegar (é bem capaz que o oficial da SEGA não tenha esse
problema). Pra evitar pagar mico, não levei o joystick e acabei arriscando a
testar, pela primeira vez, o controle de Playstation 4 no Street V. A
jogabilidade do jogo é ótima, até no teclado eu consigo fazer os golpes, mas no
Dual Shock 4 eu voltei a ficar incrivelmente frustrado. Mas eu já estava indo
preparado. A primeira vez que testei um jogo de luta no Play 4 foi com o KOF XIV
e achei péssimo, o analógico ainda era o menos ruim, mas ainda assim foi
péssimo.
Eu e o joystick de Playstation já somos inimigos mortais desde sempre. Me lembro que cheguei a jogar num controle da marca MAD CATZ num torneio de 2006, onde fiz parte da organização, e o pior é que bastou um brusco movimento, esbarrava na botão de pause. O problema é que, justamente para não esbarrar toda hora no botão, jogava com cautela – pensando em não esbarrar na porcaria do botão de pause – e praticamente não deu pra fazer nada naquela m... resultado: mesmo numa partida casual (que não era competitivo) perdi bonito com um personagem que eu estava até indo bem, com o Akuma, em Street III 3rd Strike no Playstation 2.
Eu estava predestinado a comprar um controle Arcade da marca
HORI, porém, é caro neste delicado momento. Até que vi um
anúncio do Mercado Livre apresentando um joystick com os 6 botões enfileirados
na frente (PERFEITO!) porém, o direcional já não me me preocupava ao observar a
foto. Não tinha toda a forma detalhada, como era de se esperar, semelhante ao
ótimo 6 botões da SEGA. A cruz do direcional não possui a forma arredondada no
meio (para familiarizar o polegar) e não tem a forma arredondada de fundo com
os diagonais – ou seja: lá vou eu ter que ser obrigado a deslizar precisão
sobre o baixo e frente. Porém, dizem que o controle da HORI tem resposta
rápida, porém, tudo que era associado estava relacionado ao Arcade Stick ( o
maior e o mais caro, com botões silenciosos), usado por jogadores profissionais.
E quanto ao Fighting Commander 4, pouco se sabe. Ninguém que eu conheça chegou
a obter, mas arrisquei a investir assim mesmo com receio do Play 4 não aceitar
o meu Saturn usb – e na véspera de torneios, não poderia deixar pra lá e no fim
acabar tendo que ficar assistindo aos outros jogarem enquanto seguro um
controle Dual Shock 4 na mão feito só pra apertar botões (ou quase nada, com a
precisão de outros jogadores).
O Hori Fighting Commander 4, se comparado ao Saturn usb,
trouxe tudo o que eu realmente não queria num joystick – exceto por alguns
detalhes que na teoria deveriam funcionar em conjunto.
DECEPÇÃO
O controle todo em si, é bonito, assim como outros controles
bonitos, porém ordinários, que já tive.
O tamanho dos 6 botões principais (geralmente usados para ataque) são
todos grandes, isso gera uma vantagem e uma desvantagem.
Ainda que seja ordinário, existe algo que devo realmente
reconhecer a respeito do joystick. Sua resistência vale o preço, porém, sua
funcionalidade, não vale. Eu fiquei imensamente PUTO justamente por sentir que
eu estava regredindo nas partidas – um mísero erro, nem dava tempo de me
reencontrar pois caia sempre numa situação tão ridícula que fazia toda a
situação uma piada - em tempos remotos, eu costumava fazer qualquer outra coisa
repetitiva, mesmo sabendo que não ia dar certo e acabava sendo punido e
perdendo por isso (cara, cá pra nós, realmente desgasta!). Não conseguia de
forma alguma um método rápido de reação para me recuperar com movimento
especial de revidação justamente porque acabava sempre posicionando meu polegar
de forma errada no direcional (cuja forma do centro é menor ) e mesmo fazendo o
comando do jeito certo, o movimento não saía. Se eu faço o movimento fora da
extremidade, apenas funcionava o “baixo - frente”.
Na opção de treino eu testei várias vezes o movimento do direcional no controle
(com a opção exibir botões) e logo percebi que dificilmente o comando diagonal
saía. Um amigo até sugeriu que fosse o direcional duro. Mesmo amolecido, ainda era
difícil de realizar os comandos (alguns que eram fáceis com o botão-D duro,
acabaram ficando menos fáceis).
E mesmo com sucessivos movimentos de meia lua, eles falhavam
em algum momento – e isso era imprevisível, às vezes numa situação bem apertada
para se fazer rapidamente o movimento pra escapar em um milésimo de segundos de
uma enrascada.
Porém, quanto ao posicionamento, Pra quem não é acostumado,
vai ralar e muito o polegar. Eu mesmo raspei inúmeras vezes a unha na pele
enquanto deslizava entre as extremidades duras do direcional – parecia quase
uma lâmina. Terrível. Além da força violenta para realizar sequências rápidas,
como movimentos em que você realiza “estilo piano” - aonde dois botões são
quase que pressionados ao mesmo tempo
(sendo que um atrás do outro, enfileirados). Os buffers (técnicas
avançadas de criar falsos movimentos) não serviam pra nada, só pra atrapalhar
mesmo, já que todos os comandos deveriam ser precisos.
Enquanto a taxa de erro era de
uns 2% a 10% com Saturn usb, com o Hori o meu desempenho era pior, algo em
torno de 60% toda vez que deveria realizar um comando imediato para sair de uma
situação
Os 6 botões são grandes e em tamanhos idênticos, em cima e
embaixo. Nunca imaginei que isso fosse
me atrapalhar tanto, toda vez que utilizava um comando EX (aonde se finaliza
com 2 botões) eu esbarrava com o botão de cima e ao invés de um simples comando
EX com dash (uma corrida rápida) a minha personagem fazia outro ataque fora de
hora, dando sinal pro adversário fugir de um canto pro outro e praticamente
ficar ganhando no “bate e foge”, estragando toda a minha diversão de se criar
uma tática (como uma aproximação repentina com arremesso ou começar uma
pressão, por exemplo).
O controle tem outras funções que infelizmente não funcionam,
a maioria delas, ao menos, no PC. Existe uma trava abaixo do direcional que ao
destravar girando para o lado esquerdo, é possível girar suavemente o
direcional para um ângulo em até 20° (somente girando para o lado direito)
isso, segundo descreve o manual do controle, é pra aumentar a sensibilidade do
direcional. Acontece que essa função MAIS ATRAPALHA DO QUE AJUDA. Isso mesmo,
MAIS ATRAPALHA DO QUE AJUDA. Pois tive ainda mais dificuldade para se realizar
movimentos como meia lua, por exemplo. Então voltei o direcional a posição
normal. A única coisa realmente decente é que dá pra mandar shoryuken com certa
facilidade (afinal, é pra honrar a marca “Hori”, pra que nem tudo esteja tão
perdido, né?). Existe também mais duas
chaves, uma delas é pra ativar o controle para a versão Playstation 3 ou
Playstation 4. E a outra pra ativar os botões de cima. Porém, elas apenas
repetem as funções dos botões debaixo (R1 e R2) em qualquer opção que você
escolhe pela chave. Isso é muito triste,
muito triste mesmo. Existe também um
botão no meio com a marca Playstation para ativar ou desativar funções no
videogame. Há também o botão SHARE, para
compartilhar gravações dos seus jogos (apenas para a videogame Playstation) -
no PC, é uma questão de configuração.
O direcional é forte, você sente uma maciez quando empurra com força e os 6 botões também são muito resistentes. É material de primeira mesmo. Eu fiquei bastante PUTO e taquei umas 2 vezes o controle porque eu não estava aceitando errar coisas que eu não costumo errar e perder por causa disso – e num momento crucial. Eu juro que eu não queria fazer isso – me segurava pra não fazer - mas é frustrante, o instinto vem na hora e você não pensa em nada por causa da merda que tava acontecendo. Até porque foi um investimento de risco em um momento delicado aonde preciso guardar grana. Isso dói porque me lembro dos tempos em que eu desejava algo e não podia comprar ou então ver outras pessoas que gostaria de ter e eu fazendo isso. Disse muitas coisas nas redes sociais, críticas raivosas mesmo porque é muito triste você contar com um produto cuja marca todo mundo fala bem e você se dar mal.
Se você se adapta com o Dual Shock (qualquer que seja) e prefere este como o melhor pra jogos de
luta, vá em frente, teste. Nesse ponto, é bem capaz que você considere o Hori
FC4 ainda melhor em comparação ao controle do Playstation.
CONTROLE VELHO É QUE FAZ PARTIDA BOA
Que delícia de direcional
Se você é como eu e tem dificuldade de se adaptar com
qualquer controle compatível com PC mas sempre preferiu ou sempre jogou num
controle de 6 botões da SEGA, não hesite, prefira o Saturn usb. Se possível,
compre 50 deles antes que alguém tenha a audácia de tirá-los do mercado ou os
próprios responsáveis desistirem de distribuir produtos assim em favor de
seguir a geração Playstation que, pra mim, tem os piores controles da história
pra jogos de luta. Não salva ninguém.
Depois que eu perdi pra um “velho” rival de partidas online no Street V (mesmo com apenas 3 meses de jogo) eu decidi largar de vez o controle Hori Fighting Commander 4. Embrulhei na caixa, guardei bonitinho ali no canto, e desempoeirei o meu velho e bom SEGA Saturn usb. Voltei a ser feliz. Agora, não sei se serei feliz caso o bendito Sony Playstation 4 não aceitar. Se for o caso, o sonho de competir frequentemente nos torneios off-line (e quem sabe ganhar um status e ser visado profissionalmente) vai ficar um pouco mais longe, por enquanto.
Agora, em 2020...
Vlog Mestre Ryu #1
O AMOR VOLTOU
Retro-Bit SEGA Genesis
é melhor que Hori Fighting Commander
E esta no ar em nosso canal no You Tube, o primeiro SDMR Vlog com o controle que me trouxe a confiança de volta nas execuções.