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quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

[Sessão Crítica] Star Wars: Episódio IX - A Ascensão Skywalker 3D Xplus UCI Fan Event



Quando lá em 1977, quando Guerra nas Estrelas estreou, o sucesso era tão inesperado que o seu próprio pai, George Lucas, decidiu viajar no seu jatinho particular para uma ilha deserta bem longe para evitar qualquer notícia de seu fracasso. Mas a força veio até ele e lhe disse que ele conseguiu derrotar este mal e o balanço voltou para o seu universo.

Guerra nas Estrelas: Uma Nova Esperança não só trouxe uma ópera espacial como também um visionário universo de fantasia futurista (embora, é claro, já tinha Flash Gordon e Jornada nas Estrelas como elementos comparativos e de inspiração).

Seguindo no fim dos anos 90, a tecnologia dos filmes de fantasia, ficção e ação chamava a atenção e George Lucas impressionou por trazer o primeiro filme do novo cinema digital com (agora chamado no seu nome original) Star Wars: Episódio I - A Ameaça Fantasma. Uma fórmula que deu certo e trouxe novos fãs ao seu universo (eu incluso).

Já nesta segunda década do século XXI, ganhamos Star Wars: O Despertar da Força. Agora, sem George Lucas, que embora tivesse algumas ideias futuras, parece ter vendido todos os seus direitos para a Disney por acreditar que já estava satisfeito com o que queria contar e, mais do que isso, meter aquele sabre de luz sobre os fãs que o criticaram por tantos anos e, agora, o querem de volta. Quanta hipocrisia, não ?

Sempre fui grande defensor da visão autoral de seus autores (só eles tem a melhor visão de seu produto). Uma das ideias mais interessantes, e nunca comentadas, é que Lucas - revelado em 2002, durante o lançamento de Star Wars: Episódio II: O Ataque dos Clones - chegou a sugerir (logo após o fim de sua segunda trilogia) que estava interessando em contar uma história paralela em que se passaria milhões de anos antes da origem de Mestre Yoda e dos Sith - mais ou menos o seu Silmarillion, explorando mais das origens criadas de seu universo.



E chegamos ao fim da terceira trilogia, o Episódio IX, após o controverso Os Últimos Jedi - sucesso de crítica, sucesso de bilheteria mas fracasso de preferência do público. Rian Johnson (Looper - Assassinos do Futuro), ousou, mas ousou muito e esse excesso de ousadia assustou a audiência tradicional da série. É claro que a expectativa foi grande - afinal, antes de Rian Johnson, havia a Disney - que só de se arriscar em trazer um material que seria sequência direta da trilogia clássica (1977 - 1983) já seria um desafio e tanto para ser aceito (também para chamar a atenção de novas audiências). Porém, o Despertar da Força mergulha em nostalgia - pareceu um longa feito para estudar o mercado (tinha até questionário de expectativa distribuído nas exibições) - e Os Últimos Jedi pareceu seguir realmente com aquele espírito de continuação mas com um desfecho que não deixa expectativa alguma (ou, arriscadamente, tirar a expectativa para o episódio derradeiro de quem esperava por isso no fim de tudo).

Os Últimos Jedi pareceu um filme fechado e A Ascensão Skywalker segue para este mesmo fim. Temos então, dois finais diferentes (escolha o seu favorito e seja feliz), é o que temos a observar. Bom, isso cabe na decisão dos expectadores e, certamente, aceitarão A Ascensão Skywalker - seja pela emoção ou seja pela nostalgia - como uma encerramento mais satisfatório (talvez) que também poderá dividir, mais uma vez.

Nesta terceira trilogia não temos George Lucas para (quem sabe) dar maior voz  a eventos tecnológicos surpreendentes ou algum elemento que deixe para semente novas histórias. Culpa dos xiitas, que, por décadas, encheram o saco do pai do universo, deveriam Star Calados neste momento e refletindo o que fizeram. De qualquer forma, agora não adianta reclamar, ao menos a Disney aderiu em seu Star Wars um elemento importante: a representação. Temos uma diversidade com mais destaque pela primeira vez na cinessérie. Porém, remetendo ao título que deixei para o Despertar da Força, a trilogia toda se resume definitivamente Mais Intimista que Épico.

Se não existem elementos inovadores - partindo do ponto de vista da tecnologia ou do cinema - ao menos, A Ascensão Skywalker mantém o que há de melhor em toda as suas sagas que são as reviravoltas (os pilot twists) que irão chocar, agradar ou desagradar os mais puristas. Se partir do entendimento das relações da conclusão com o mundo em que vivemos, ele nos deixa uma lição positiva, com mais tolerância. Afinal, toda a cinessérie sempre envolveu relações familiares e a solução de seus conflitos da forma mais terna (e, agora, mais do que nunca). Incontestavelmente, da esperança ao auto controle exercendo profunda concentração sobre a forma mais divina.

Já identificado no primeiro ato (Episódio VII) que os novos heróis foram introduzidos apenas como massa de manobra (uma desculpa para atrair novas audiências) e, agora, mais do que nunca se tem certeza disso. Os veteranos da franquia é quem roubam a cena com suas presenças poderosas (fizeram mais do que sua obrigação em respeitarem seu legado) - com destaque para Carrie Fisher (Princesa Leia).

Nisso, J.J. Abams consegue desenvolver bem - tanto o fator nostalgia como também distribuir o clima de ação e elementos de suspense. Acompanhado pela emocionante trilha sonora de John Williams, mais uma fez afiada e desperta empolgação, aliada a edição de som e fotografia (o imerso vazio espacial e da ambientação, nos confins sombrios e sinistros que tentam envolver o clima).   Ainda que o mesmo seja bem mais previsível do que seu trabalho anterior, o climax guardado pro final continua tão épico quanto o fim das trilogias anteriores.


MEMÓRIAS DA SESSÃO
Este foi o meu primeiro UCI Fan Event, a pré-estreia de filmes do UCI. Houveram alguns cosplayers, mas a tradição é claramente maior que qualquer outro filme - até por que Star Wars surgiu nos anos 70 com essa tradição (sendo o gênero ficção científica o percursor) - vi pessoas com camisas simulando Chewbacca (meio irritante nesse longa), inúmeras com camisas de Star Wars, um cosplayer de Darth Vadder e até de Goku e Deadpool. Me recordo que o primeiro cosplayer que vi se preparando pro cinema foi uma de Padmé Amidala durante o dia de estréia do Episódio II (ela estava com o traje do filme com aquele arranhão nas costas - fora o cabelo preso com os cachinhos do rabo de cavalo - estava idêntica) vi apenas ela junto de um cosplayer de Anakin, estava os acompanhando de cima de uma loja de fliperamas do Carioca Shopping - olhei de relance e eles estavam saindo da direção na entrada.

Houveram aplausos em sequências chave mas o filme se encerrou sem aplausos (embora eu estivesse com vontade de puxar). Com a subida dos créditos (também em 3D) muita gente saiu e uns 20 verdadeiros cinéfilos ficaram para me acompanhar. Mesmo um colaborador do cinema avisando que não teria cena pós-crédito.

Antes de iniciar a sessão (que começou 30 minutos depois de 00:01 e terminado às 2:45 de manhã) houve um sorteio que contaria com o número da cadeira.

Eu prometi que jamais iria a um novo UCI Fan Event por ser tarde demais. E bem difícil por ser num dia de semana pra quem trabalha em tempo integral. Mas não dá pra prometer. Foi bem divertido. E espero algum dia morar mais perto (ou talvez ao lado).
Já na saída, uma família se preparava para tirar foto frente ao cartaz, fui ajudar à pedido e tirei duas fotos de segurança. Com muita gentileza, uma menina de óculos me ajudou a tirar a foto em frente ao cartaz, logo depois - sendo câmera nova, nos perdemos, mas ela conseguiu configurar certinho e tirou três ótimas fotos - essa é uma delas (escolhi a que saí com os olhos de Sith. Minha favorita pra poder registrar este momento em Star Divino).




  SESSÃO CRÍTICA 
Star Wars: A Ascensão Skywalker
Sessão Acompanhada: UCI Parkshopping - 00:01 - L 20 - 19/02/2019 (Pré-Estréia)