Desde os tempos de Barzinga em 2018, um encontro dos
Encardidos se tornou algo religioso para a cena competitiva dos jogos de luta.
Todos nós com pensamento bastante alinhado, já nos seus 30 e poucos anos de
idade – portanto, muita experiência nos move nessa união sem perder aquela
simplicidade de ser criança momentaneamente.
Como a cada ano, o Fight in Rio tem um subtítulo de tema –
trazendo um game clássico para o torneio (desde o marcante Fight in Rio Revenge
de 2017 – com Karnov ‘s Revenge) agora é o superestimado Street Fighter III 3rd
Strike – Fight for The Future. Portanto, o título do Fight in Rio 2019 é Fight in Rio 2019 - 3rd Strike - Fight for the Future Ainda que nós,
enquanto amigos e jogadores, tenhamos seguido para caminhos diferentes (ou
levemente isso) nas competições entre os jogos de luta, estamos ali unidos no
mesmo local pelo futuro da comunidade. Poético isso, não ?
Um novo Encardido surge do online para nos acompanhar nessa
caminhada. Perdi o primeiro episódio em que ele aparece, o Beer Reversal desse
mês, mas ficou aquela expectativa de finalmente conhece-lo no grandioso e anual
Fight in Rio. E eis que o lobo branco White Hound, irmão do selvagem (agora
Kolecionador) Ephorion, retorna e finalmente tenho a oportunidade de
recepciona-los diretamente na chegada – geralmente o anfitrião da parada é o
Thyrso.
Admito que liderança na situação causa um certo cuidado, mas
aceitei a missão do Thyrsão já que eu estava saindo cedo do emprego –
aproveitando os últimos dias do ganha-pão em tempos de crise (pois é,
aproveitando pra interromper a transmissão da narrativa para solicitar um apoia.se , será explicado mais pra frente).
Aquele lance de administrar os dois amigos que nada
conheciam da imunda cidade grande (e,
ah, claro, Maravilhosa, claro) bateu um certo friozinho na barriga. Os dois
homens Encardidos diretamente do pacato interior do Rio de Janeiro para o meu
barulhento habitat, admito que senti vergonha alheia em meio a certas
burocracia o qual nos deparamos – como a máquina de VLT que NÃO DÁ TROCO EM
PLENO SÉCULO XXI, CARAI !!! E a passagem tensa pela Central do Brasil, cheia de
gente estranha. Imagina então eu tendo que guiar uma garota no nível de
histeria FULL por ali? Pois é. Piorou.
Como eu não estou muito acostumado em lidar com pessoas
extremamente pacientes, o nível de compreensão compartilhada entre Ephorion e
White foi mais de 8000 (a ponto de me deixar sem jeito) durante todo aquele
difícil trajeto que foi a passagem do VLT para o aguardo de quase 2 horas para
esperar um ônibus até a casa do Thyrsão, o trânsito infinito e as pistas falsas
que até quem trabalhava DENTRO da rodoviária da Central dava pra gente – mas
Ephorion se ligava nas passagens e sugeria o caminho das pedras em conjunto
comigo até chegarmos ao ponto lá na frente, depois do sinal, em frente a um
monte de pessoas (pronto, aquele sonhado “-Vamos pegar aquele ônibus no ponto
final e irmos dormindo, pra chegarmos bem descansados!” se esvaiu) pelo menos o
ônibus lotado que veio tinha ar condicionado.
Falando nisso, a melhor parte do nosso trajeto foi sem
dúvida a passagem por VLT. White se amarrou e tiramos a nossa primeira foto ali
para representar o encontro épico Encardidos no Fight in Rio 2019. Ar
condicionado, sentadinho, e locomoção rápida da Rodoviária à Central. Se fosse
assim com todo transporte no Rio de Janeiro estaríamos no primeiro mundo, com
certeza. Feliz quem mora no Centro.
E falando em “Quem Mora no Centro é Feliz” no trajeto de VLT
para a rodoviária, reencontro um amigo de eventos – que pegou emprestado umas
fitas VHS minhas e nunca mais devolveu lá em 2003 (quer dizer, devolveu uma
parte deles) e raríssimas da minha coleção – de qualquer forma, é um bom amigo
de bom coração. Assim que o vi de longe, comendo um biscoito, o reconheci como
o mesmo visual de quando nos vimos de novo depois de tantos anos no Anime
Friends Rio Tour na semana passada (esse fim de semana que o White veio pela
primeira vez in Brazil prestigiar o Beer Reversal, seu primeiro evento
offline competitivo com os Encardidos).
Esse amigo, enquanto estava distraído ao fundo, corro até lá
para falar com ele (aquele que um dia ficou conhecido como Yakumo), continua o
mesmo – um pouco mais moderado nas gritarias – e atualmente trabalhando como
segurança em Rio Bonito. Ele foi um grande rival meu nas competições de jogos
de luta nos eventos de anime e até mesmo festas de aniversário com pessoas
envolvidas nesse meio geek. Sempre foi muito legal jogar com ele e trocar
figurinhas sobre o gênero. Também ficou interessado nesses eventos
competitivos, especialmente o Magalhães Castro. Ele veio visitar a mãe, que
mora no mesmo lugar, no Centro. Sei do aperto que ele passou numa época com
ela. Interessante e nostálgico saber que sua mãe mora no mesmo lugar.
É engraçado demais como os universos se alinham – outro dia
eu havia encontrado Kyo Tachibana justamente no dia que eu iria viajar para o
evento da Retro Games Brasil e dentro da rodoviária conversando com uma garota
em uma lanchonete de lá – Kyo, também é bastante interessado nesses eventos
competitivos e já jogamos nos mesmos eventos o qual Yakumo também esteve.
Parece filme, essas coincidências loucas, mas é real. E a cereja do bolo vem
dentro do evento Fight in Rio 2019 o qual comentarei mais pra frente.
Depois de quase três horas de viagem, conseguimos sentar em
algum momento – primeiro White, depois Ephorion (que estava dormindo em pé,
até) e depois eu. Preferi que todos se sentassem primeiro, como os nossos
hóspedes da cidade, mesmo que eu ainda tenha fraqueza nas pernas (uma parada
que preciso ver com o médico já que não tenho não tenho mais plano de saúde e
vou pagar uma nota, só com consulta – com certeza). Sim, eu tenho que expor os
problemas aqui também para ninguém achar que é “lamuria” à toa por não estar tão
presente nos eventos (sem emprego em breve e sem plano de saúde – belo país em
que nós vivemos, mas não pretendo sair daqui, talvez).
E eis que no ponto final (local icônico o qual estive há uma
semana, curiosamente) aguardamos pelo nosso cavaleiro Super Diamante, Thyrso,
chegando de carro com aquele musicão bom gosto.
Aproveitamos a noite pré-FIR 2019 com o nosso religioso
ritual de resgate aos jogos para treinamento. Desta vez, desenterrar Street
Fighter V (jogo o qual não pego “sei lá quantos meses” – perdi a conta, creio
que há 1 ano ou quase isso). Eu só não estou jogando por problemas técnicos
(preciso consertar o PC e adquirir um controle decente).
Mas assim que jogamos, senti que o Hori FC4 estava se
tornando levemente decente – já estava ciente qual a dificuldade que estava
tendo com ele e era sempre manter execução após a defensa (ou apertar algum
botão para trás ou pra frente). Daí, eu e Thyrso trocamos uma ideia sobre
execução e logo percebi que o problema não era meu mesmo mas sim da estrutura
dos controles de videogames atuais – nenhum deles propícios para jogos de luta
e nascidos realmente para fazer o jogador errar (até jogador profissional erra
fácil e perde oportunidade pra execução hoje em dia). Sim, o maldito diagonal
(ou a falta dele) criada pela Geração Dual Shock do Playstation criou. Logo na
simulação é perceptível que o diagonal nunca é alinhado e querendo ou não
necessita do trás e baixo para formá-lo em algum momento. E como acertar isso
sempre? É um mistério, pois o melhores modelos que já vi até hoje sem dúvida
foram os da SEGA 8 Botões (Seja ele do Mega Drive, Saturn ou do PC – o modelo
SLS que saiu na época do Street Fighter IV e é raridade hoje em dia).
Eu tenho a carcaça do SLS e mesmo usando ele com outra peça
é perceptível a rigidez que nos faz a não errar tão fácil os comandos – algo
que preciso alinhar com algum especialista para montar um controle compatível
com PC e Playstation 4 para jogar em campeonatos (e não depender mais da
arquitetura travada dos D Pads dessas gerações atuais – infelizmente o mercado
restringe os jogos de luta cada vez mais).
De Street Fighter V fomos a Tekken 7 e, por fim, Mortal
Kombat 11 (finalmente conheci a peça). Galera estava afiada e imbatível. Tudo
regado aos abençoados pedaços de pizza – 2 em tamanho família – com toda a
cortesia de primeiro mundo pelo nosso amigo Thyrso que nos recepciona. Amizade
ímpar na humildade e amizade, carisma que cativa à todos e ele está ciente
disso. Por pouco, não entrou uma pizza de camarão mas trocamos por frango com
catupiry pela indisponibilidade, fomos felizes do mesmo jeito. O interessante é
que surpreendentemente eu não era o único a curtir frutos do mar com sabor de
pizza ali em comparação a outros grupos que costumo sair (mais cariocões da
gema – o que é complicado).
No final do dia, estávamos nocauteados mesmo é pelo sono. A
missão agora era não mais falhar como no ano anterior, perder os campeonatos os
quais nos inscrevemos e depositamos uma boa grana – nos preparamos bem cedo
desta vez.
Dormi gostosinho no sofá e caí em um sono profundo como há
muito tempo eu não caía – cheguei até a sonhar e acordei muito bem – creio que
bem antes do pessoal. Só aguardei mesmo, um pouco antes do despertador tocar,
um por um acordava aos poucos – Thyrso já estava na atividade correndo de um
lado pro outro preparando o café. White foi muito cortês com todos ao carregar
os pães e as demais peças. Interessante
que toda a alimentação era bem familiar e o queijo melhor do que os que costumo
comprar nos mercados (sempre colavam e era uma bosta depois ter que separar
tudo).
Do nosso trajeto à Zion, levou exatamente o horário proposto
pelo nosso motorista. Conseguimos chegar bem cedo, mas o primeiro campeonato de
Street Fighter III 3rd Strike estava bem longe de começar – felizmente foi bom
pra quem iria chegar mais tarde (uma pena eu não ter tido essa sorte ano
passado com Injustice 2 e Tekken 7). Aproveitamos e comemos um salgado por ali
mesmo.
No meio da muvuca se formando, encontramos rostos conhecidos
aí dos eventos competitivos e da internet. E uma dessas figuras mais icônicas é
Luke Thomas, Luciano Coelho, nosso carismático amigo sempre atencioso e
disposto a nos trazer todo o suporte. Pessoas com empatia extrema, assim
destaco o Luciano. E é esse tipo de amizade que busco colher até mesmo para
parcerias – super aberto para ouvir, sugerir e desenvolver novas ideias – por
esse mesmo motivo que eu tive uma breve conversa com ele sobre a possibilidade
de mudanças técnicas aqui neste humilde Santuário do Mestre Ryu – felizmente
descobri que ele tem conhecimentos avançadíssimos em tecnologia, um grande
profissional na área. Deus está sob controle todo o tempo mesmo.
Também no meio da multidão encontro o Encardido Kiddo, dando
uma passadinha por lá. Aparentemente, a vibe é diferente. “- Depois do frisson
que foi Street Fighter V !” Esse seria um termo que muitos concordariam, eu
pressinto que isso está sendo forçado pelo vício estabelecido, sem querer, pela
própria fabricante do jogo. Street Fighter V atraía muita gente alimentado pela
novidade, uma vez que essas novidades não se adequam ao estilo desses jogadores
– eles, simplesmente, enjoam ou pulam fora (sem preconceito, mas geralmente,
jogadores de console atual possuem muito esse perfil). Eu não consigo ficar sem
jogar Street Fighter, por mais estranho
que o V seja, eu continuo acreditando até que a CAPCOM decrete oficialmente o
fim do suporte – aí eu prevejo um grande desastre na comunidade - o jogo perde
só pra Super Smash Bros. em número de inscritos em campeonatos lá fora – mas eu
vejo um adestramento equivocado de incentivo ao ódio aos que ainda querem
Street Fighter V na cena competitiva. Um ódio ‘desnecessauro’ pois deveria ter
espaço pra todo mundo. Esse é um grande problema da cena competitiva, é: serem
competitivos demais, até na maneira de querer moldar o mundo.
Essa diferente vibe está concentrada agora nas pessoas que
estão lá para rever os amigos. É como ir ao parquinho assistir à paisagem.
Nomes importantes – entre amigos nossos e nomes marcantes na cena Street
Fighter V – estão lá para assistir e se divertir. Diferente daquele cenário
aonde todos estão lá pela amizade e pela competição. Já os jogadores
profissionais, continuam mantendo o seu foco firme – independente de patrocínio
ou por que estão momentaneamente aposentados. Infelizmente, quem disse que ia
voltar, decidiu não voltar de última hora por condições técnicas – essa
situação de falta de controle é igual à mim, mas ainda assim arrisquei na hora
e senti que meu controle atual está ligeiramente melhor, bem melhor do que eu
imaginava, para realizar execuções. Consegui acertar coisas que eu não acertava
naquele controle – só no meu padrão (Saturn USB modelo SLS da SEGA) que
infelizmente está quebrado. Pelo menos
não fiquei no 0 como da outra vez e não saí levando perfect em tudo como eu
imaginava. E nada pior do que enfrentar a POOL da morte que teve meus monges
Brolynho e YoungTon, pessoas que eu sempre quis enfrentar mas quando eu
atingisse o nível ideal com o controle que eu usava ou com algum outro que eu
pudesse me adaptar melhor. A situação veio antes do desejado mas eu não estou
reclamando por isso, fico feliz pois foi num momento crucial em meio a
indecisões que preciso resolver na minha vida antes de ter um sumiço definitivo
e temporário desses eventos (de repente, até dos jogos) até eu me resolver (Agosto pra frente deixo
nas mãos de Deus – mas com a ajuda (apoia.se) dos amigos leitores aqui, se eu
for digno para receber o machado de Thor, acredito que não precisarei fazer isso). Fora que Brolynho
está aposentado, temporariamente, devido aos estudos – e sabe lá, Deus, quando
eu terei outra oportunidade de jogar com ele num campeonato de Street Fighter V
no nível maroto como ele está.
A todo momento ficava atento quando a Sherry Nhan colocaria
os pés naquela escola para o campeonato. Até que vejo a figura de Zenith
surgindo e lá estava ela com outros “seguranças” a acompanhando. Esse era o
momento em que o Street Fighter III 3rd Strike estava prestes a aparecer no
evento. A princípio, para um longo freeplay de aquecimento.
Eu e o trio encardido (Thyrso, Ephorion e White) fomos para
comer alguma coisa e depois tive que voltar rápido. White havia comido uns 6
salgados. Eu aumentei a cabeça e perguntei de novo: SEIS SALGADOS ? Sim, o
White comeu seis salgados. Isso que dá a fala de almoço.
Apesar de criticar bastante a comunidade online de jogos de
luta, tudo que vira off-line fica melhor, é preciso admitir. Jogando Street
Fighter III 3rd Strike diretamente na placa CPS III é outro mundo. Diferente do
jogo reprogramado através da emulação no PC com os problemas do servidor
FightCade. Eu dou graças à Deus pela existência da emulação e da possibilidade
de ter esses jogos todos sendo jogados de forma online. Ainda que não apresente
a experiência verdadeira dos jogos originais, é uma forma de praticar jogos que
estão fora da cena há muitos anos ou então raramente se encontram por aí. Foi
graças à emulação que muitos jogos voltaram a ter pique e alimentou a geração
retro somada ao interesse comercial em
relançar esses jogos e a inspirá-los a construir uma interação online mais
expressiva nos videogames com esses relançamentos.
Numa forma inédita, o Fight in Rio For the Future mostrou
ali, talvez, o futuro, trazendo em peso a comunidade online de 3rd Strike a
participar da competição ao vivo dentro de um circuito carioca de potência
nacional e com o apoio de empresas oficiais como a CAPCOM e a SNK.
Durante os intervalos finais do freeplay de SF III, corro
para ver a situação das minhas partidas no SFV e ali estava Sherry Nham entre
os jogadores. Foi difícil a comunicação pois não tenho vivência ou conversação
no inglês. Foram perguntas muito básicas e formas de apresentação. Entre
algumas perguntas simples foi sobre o Brasil: “-Eu gosto do Brasil!” ela
revelou. E então tiramos uma foto. Logo depois de vê-la jogar, disse a ela que
eu havia gravado o vídeo – ela provavelmente tenha achado que eu iria tirar
outra foto e rapidamente se aproximou (*- Tadinha, o que eu fiz?*) mas apenas
apontei o celular explicando, ela se recuou e entendeu (poderia ter mostrado o
vídeo, né? Mas não sei se ela estava orgulhosa da partida. Esses jogadores
profissionais se cobram muito).
Durante a competição de Street V, alguém de rosto familiar
disse meu nome no lugar do nick (e eu: “-Caramba! Como ele sabe?”) avisando
sobre a minha partida – eu era o primeiro. Foi quando avisei de que eu estava
no campeonato de 3S também – ele disse que ia avisar - e então quando desci,
ele desceu e me chamou uns minutos depois.
Joguei a partida com um dos discípulos do programa de
treinamento mensal do Brolynho e Dark – está sempre jogando com os melhores. Um
jogador jovem de Alex com confirmações perigosas se desse qualquer mole.
Consegui sair no sufoco. Mas mesmo perdendo todas as partidas daquele dia – seja
no freeplay ou nas demais partidas – sinto que o DPad do controle, enfim, está
me causando menos problemas de confirmação ainda que não esteja perfeito.
Ao ouvir ligeiramente o apelido do organizador que me
chamou, eu estava observando seu rosto tentando lembrar e logo veio um estalo.
Eis que era o Miguel “Killerzin” Francesconi (vizinho e discípulo do monge Paulo "Web" Junior), ele, muito feliz, cumprimentou de volta assim
que o vi. Como a câmera estava uma bosta, foi a última coisa que pensei em
registrar o momento – e isso me deu uma baita raiva agora.
Depois da melhor de 100 entre Sherry e um jogador
Brasileiro em comum entre eles, seus amigos próximos, decido por o controle ali
na estação pra dar uma treinada. Só pedreira veio pra tirar umas partidas.
Diferente do fliperama aonde o nível de jogadores era variado ali só tinha
hardcore. Um jogador de Bison que consegui vencer, fez rapidamente a leitura do
meu jogo e venceu todas depois. E depois veio um jogador de Ryu.
{Momento novelinha} Como sempre, Ryu é aquele low tier que falam mas que sempre
dá dor de cabeça com esse domínio de espaço (zoning) invencível - até hoje me perco na distância
(range) estranha desse jogo. Thyrso
avisa que já estaremos de saída depois da minha partida (FT 100 como Ephorion
nomeou) e então procuro encerrar por ali para que não saíamos tão tarde (ainda
no sal do zoning maldito do Ryu). E eis que ao cumprimentar o jogador ao lado
ele pergunta “-Você não é o irmão da Ivy ?” e eis que minha vida civil é descoberta e eu fiquei abismado: “- Como você
sabe ?” e ele responde: “- Eu trabalhei no IRB. Seu pai deixou você comigo e
depois sumiu. Se lembra? Ficamos batendo o maior papo.” Eu praticamente não
lembrava nada daquilo. Eu perguntei qual ano era e ele: “Não lembro, foi muito
tempo. Acho que era 2008.” Mas 2008 meu pai já tinha se aposentado. Ele era
estagiário da empresa. IRB – Instituto de Resseguros do Brasil é uma Estatal
Federal – Empresa de Economia Mista – meu pai entrou lá em 1977 (ano de estréia da icônica cinessérie Star Wars e Os Embalos de Sábado À Noite) por meio de
concurso público nível primário (até 4ª Série)
e se aposentou em 2007 com salário de pós-graduado em torno de R$ 5.000,
00 (sim, o setor tem aposentadoria privada). Mesmo realizando a prova de nível
primário, acredito que seus títulos pesaram – sua formação de nível superior em
Economia, por exemplo, muito antes de realizar o concurso. Meu pai também já
foi professor de Matemática, mesmo detestando até mesmo ensinar, e matador de
baratas – inclusive, ele dizia que ganhava muito mais do que como Funcionário Público (por exemplo: ele conseguia fazer a mesma grana em que se
aposentou cobrindo um prédio – mas viveu uma vida de revoltas com a malandragem
e o preconceito da grande cidade carioca, passando assim, ganhar a vida aqui enquanto passava a detestar o Rio de Janeiro em todos os dias de sua vida como um bom capixaba). Tanto Servidor Público quanto Funcionário Público, creio eu,
têm o melhor emprego do mundo – mas é visto por outros como vagabundagem o que não é bem verdade. O
colaborador tem todos os benefícios e promoções que aumentam seus ganhos, isso
é um certo incomodo para quem quer ver trabalhador como escravo de um mal
salário e uma péssima qualidade de vida
(ou simplesmente viver segurando inchada – trabalhando mais do que
vivendo). Geralmente são políticos e empresários que pensam assim. Apenas a Minha Opinião (Tio Lu, estou de olho!) .
Talvez eu esteja me lembrando agora – ele (o ex-estagiário
do IRB) era bem simpático e comunicativo se não me engano. E eu estava lendo um
mangá de Video Girl AI, ele deve ter perguntado a respeito. Quando perguntei seu nome, ele se revelou como
Eduardo, pedi pra ele me adicionar depois – perguntou se eu estava no perfil da
minha irmã nas redes sociais. Ele também falou do apelido que usa no jogo mas
eu acabei não pegando o nickname. Lembro de meu pai ter me contado constantemente
de uma estagiária, disse que ela era uma menina de ouro, que adorava internet,
chegou a pegar o e-mail dela para passar pra mim e me mostrou fotos dela (ela
era bonita mesmo) mas a desilusão e descrença pairava, porém, eu decidi colocar
a anotação em um pote para ter coragem de me comunicar um dia – mas depois
dessas mudanças turbulentas de casa para outra.. acabou que eu perdi o pote com o papel, procurava
desesperadamente, e fico triste por isso até hoje.
Falando em Ryu, uma pessoa não muito bem vinda apareceu por
lá, só vi a sombra – o cara parecia uma bola de futebol e se achava foda na
internet. Enfim, nem dei bola. Fiz o papel de esnobe. Só reconheci por causa da
propaganda da camisa e associei às fotos que vi nas redes sociais. {/Fim do momento novelinha}
3S foi tenso, por já ter um grupo dominando o jogo ali e com
um dojo virtual aonde constroem ranking e tudo. Quem foi jogar pra competir não
estava pra brincadeira. Houveram ainda duas situações engraçadas ali. Durante
um freeplay que tive com um dos jogadores – o mesmo, com a pressão das mãos, soltou o balltop do
controle Arcade durante uma intensa jogada de impulso físico e pensamento (mind). A outra é a do amigo Alexis (a grande
surpresa da competição) que quase saltou da cadeira com o controle Arcade
tentando fazer alguma coisa (mais um Arcade pad vivo?).
Alexis joga de Ken nessa versão (além de carismático é
claramente um jogador inspirado em Daigo em todos os jogos que joga – ao menos
é o que vejo envolvendo Street Fighter) – ele admite não gostar do jogo e
constantemente cobra para um Super Street Fighter II Turbo no evento. ainda
revelei que eu conhecia um grupo da França interessado e que tentei levar para
o Brasil, ele estão diretamente envolvidos com o First Attack (entrevistei a
fundadora para o streetfighter.com.br)
Aprendi bastante com o futuro campeão de 3S do evento que
estava ali constantemente observando as partidas, comentando e dando dicas –
seus valiosos coach sobre Makoto me
ajudaram a entender o tal do agarrão (grab) 0800 em todo Street Fighter que se
preza (aonde não evitamos com o tech
por distração), o agarrão de comando (command grab) de Makoto tinha variações
que pegavam o adversário caindo no ar. Apesar da comunidade online ser
barulhenta, esse jogador fez acontecer e quando o parabenizei pela iniciativa
ele humildemente disse: “-Quem merece os parabéns é a organização do FIR!” ele
(Darlan ou Kuronekoekoeko, seu apelido) contou um pouco de sua história e disse ter
sido discípulo do lendário The Riddler - esse que eu só ouvia de nick do
FightCade através de um jovem jogador de 3S numa certa época – creio eu há uns
3 anos – sempre o mencionava como exemplo de jogador imbatível – quando falei
dos primórdios do competitivo deste jogo no Brasil, ele disse que não conhecia
e que The Riddler foi campeão 3 vezes do Heaven or Hell, campeonato de São
Paulo com vários jogos de estilo Anime (do gênero luta) e 3S estava entre eles
(se não me engano, ocorria na extinta loja de Arcades e Lan-House chamada Venom
Arcade). Talvez o garotinho (o pequeno jogador que o idolatrava) nem sabia
disso, a respeito do The Riddler.
Os finalistas do torneio Street Fighter III 3rd Strike marcam uma nova fase para este cenário competitivo.
Nos primórdios, havia uma comunidade forte de 3S em Brasília e Curitiba. Num evento organizado pelo Fórum Fighters, com o apoio voluntário do Fórum Meia-Lua, surgiu a Avex 2006*, um campeonato aonde esteve presente frequentadores de uma loja de Arcades de Brasília-DF, era a Hardocore (um deles, Pedro da Hardcore, foi um membro bastante ativo na época de fóruns). Aparentemente, todos estão aposentados ou afastados dos videogames. Cheguei a comentar esse cenário entre os jogadores da atualidade lá no campeonato mas ninguém teve conhecimento. De 2006 pra cá, o cenário mudou, nova geração chegando e o online parece ter
ajudado 3S a ressurgir nessa nova comunidade competitiva. É o futuro ou o futuro é agora ?
Curiosidades Históricas
(Grande) Memória Pós-Evento FIR 2019
Um dos meus maiores arrependimentos foi não ter gravado
vídeos e fotos suficientes por problemas de hardware do meu celular mas pude
registrar alguns momentos legais como este ao lado de Brolynho. Comentei com
ele uma coisa que eu sempre tive medo de perguntar a um jogador profissional de
jogos de luta – como a depressão paira infinito nesse meio esportivo
(extremamente competitivo) – perguntei a ele sobre o que ele acha a respeito de
religião. Ele disse: “-Isso dá a maior confusão!” preferiu não comentar mesmo a
respeito mas na maior educação disse que estava para ver como estavam as
brackets (quando iria jogar de novo) e desapareceu.
Essa foto registra um momento histórico que entrei para o
POOL da Morte de Street Fighter V. E o mais legal é ter Brolynho e YoungTon
(lendário jogador de SFV que acompanhava na Season I) – curiosamente, Ton é
irmão do Didimokof (lendário jogador de Dhalsim de SFV que deu dor de cabeça
para um dos Deuses Japoneses no cenário competitivo do jogo e agora está
investindo pesado no inédito remake de Samurai Shodown).
Entre o freeplay com lendas, pela primeira vez um versus com
Cabelo3000 – monge aposentado também das competições. Usava F.A.N.G. e agora
joga de Falke só para brincar. Alguém na plateia dizia: “-Boneca lixo!” e ele:
“-Essa boneca é linda!” concordamos.
Incrível que não pode dar mole, Cabelo3000 usa e abusa dos
dive kicks para provocar o erro na defesa e quando aproveita a brecha, doutrina
com seus absurdos Crush Counter com Critical Art de forma perfeita no neutro
quando não aproveita para criar uns combos de reset de forma muito bem pensada.
Outra partida interessante foi o lendário sobrinho e
discípulo de ZeusBR, Xiao, voltando com sua Karin e doutrinando o nosso Encardido
Kiddo – que se viu abalado tanto com Akuma quanto com Karin em mirror match –
olhei abismado com os perfects que o Akuma do Kiddo recebeu, o mesmo ficou com vergonha,
mas fica assim não, meu rei, Street Figher V é assim: 50/ 50 (tem dias felizes e tristes como na pescaria).
Foi bonito ver Thyrso, um grande amigo dos tempos de colégio e faculdade (à esquerda) e Alexis, um grande amigo desde o Fórum Fighters/ Avex 2006 (à direita) jogando juntos 3S. Dois
amigos na partida nesse insano crossover de contatos: vida social x virtual (uma loucura). Mas ver Thyrso e Ephorion jogando MK11 no telão da Zion foi
ÉPICO. Rendeu aplausos e tudo – com direito a “Low Tier Hero” ao Encardido
Ephorion – que também recebeu as condolências do monge Juliano Rocha (jogador
de Mika no SFV mas que agora tá arriscando MK11). Assim como todo o time
ProGamer parece agora se inclinar a nova febre do competitivo (ou como eles
gostariam de incluir para correr do estressante SFV).
Sherry Nhan no Fight in Rio 2019 - pro player internacional e empresaria que veio prestigiar, competir e também ajudar jogadores Brasileiros e latinos a competirem na EVO e nos E.U.A através de seu projeto Efight Pass.
Os irmãos ferozes: White e Ephorion em sua primeira viagem de VLT na cidade carioca. E nas nossas milagrosas viagens silenciosas (ufa!) de UBER, eis que rolaram umas músicas de pagode, os Encardidos se amarraram e começaram a batucar - realmente os mais humildes e os mais ecléticos de mente aberta que eu já pude conhecer da web (não só da comunidade geek ou da FGC - Comunidade de Jogos de Luta).
Eu ainda me arrependi de não ter tirado nenhuma foto com a
visita ilustre de Alan “Speed” Soares o nome mais influente da comunidade de
Ultimate Mortal Kombat III e jogador top de Nightwolf. Foi a sua primeira vez
no RJ e veio para competir no MK11. Rolava papo pelos corredores de ter um espaço
para UMK III no domingo. Speed, com muita empatia, me mostrou o seu Arcade Hit Box e disse “- Pode segurar !”
pareciam botões bem suaves, o trabalho artístico da 2nd Impact tem agradado aos
influenciadores da comunidade – que se veem satisfeitos com a qualidade do
material também para utilização. Eu fiquei ali congelado com a peça pois nem
sabia como me portar com tamanha educação do Speed, depois ele pegou
rapidamente o Hit Box enquanto eu olhava para trás dando atenção ao Luke Thomas
– que ficou deslumbrado com a presença do influenciador no FIR – como tento ser
atencioso nos mínimos detalhes para cada um, fiquei pensando se pareci esnobe
(espero que não).
Sim, foi graças ao Luke (ao meio), ele salvou o meu dia, e tirou
ótimas fotos com a gente – incluindo o Speed, para registrar esse momento.
Muito obrigado, Luke, engradeceu ainda mais. Sem os amigos, eu não seria nada
nesse Fight in Rio – mais um evento incrível. Falando em incrível, Nino da
ProGamer fez falta. E a ProGamer em peso apareceu num dos corredores e pude
cumprimentar todos - carismáticos como time esportivo e como pessoas.
E foi então a primeira vez que como um Yakissoba no hashi. E
quer saber ? Yakissoba delicioso, bem temperadinho (como o White adiantou) e me
arrependi de ter comprado o menor justamente por vir com pouco dinheiro. E
comer de pauzinho não estava difícil no começo, porém, ficou difícil no final
com as peças pequenas da comida. Foi bom se sentir um verdadeiro japonês.
AGRADECIMENTOS
Thyrso
Ephorion
White Round
Luke Thomas
Ephorion
White Round
Luke Thomas
AMIGOS, VOCÊS SÃO MUITO SHOW !!!
Um Pedido de Socorro
(Desesperation Move)
Aproveitando pra interromper a transmissão da narrativa para solicitar um apoia.se com qualquer valor simbólico, caso não lhe venha fazer falta, isso me ajudará a continuar criando conteúdos para o Santuário em todas as redes sociais e viver desse sonho porque o Poder - sem dúvida - é da Força de Todos Vocês !!!
~MAKE THE SANTUÁRIO GREAT~
Isso jamais me passou pela cabeça.. pedir ajuda (nunca pedi um centavo dos leitores). Mas é preciso realmente ter humildade. É isso. O PODER É DE VOCÊS - que também já nos concederam voluntariamente o prêmio Top 100 dentre os melhores do Top Blog. Milagre divino que só Deus faz com vocês.