quarta-feira, 24 de abril de 2019

[Papo-Cabeça...Até o Limite] Santuário do Mestre Ryu completa 10 Anos, mas poderia nem ter chegado a 1 - Entenda.


É Tempo de comemorar. 10 Anos! Mas poderia ter durado apenas 1 ano ou menos que isso. Felizmente, por minha determinação, iluminada por Deus, eu toquei em frente por minha própria conta. No ano em que inaugurei o blog, o projeto inicialmente era pra ter ficado no WordPress. Ciente de que era um serviço complicado de lidar, depois de algumas postagens, encerrei o projeto por lá e reiniciei no blogger. Pela facilidade de lidar com toda a ferramenta oferecida, achei mais cômodo para associar ao tempo que precisava. 

Depois de uma série de turbulências, não tive só o meu curso de computação gráfica interrompido como também a minha internet. Então eu fui pra rua. Anunciei em uma postagem, dentro de uma LAN House, que o Santuário do Mestre Ryu estava retornando de uma ausência por tempo indeterminado. Desempregado, sem curso e sem internet, não teria como me deslocar para LAN House realizar postagens. Mesmo que seja perto de casa, não haveria estrutura para pagar constantemente uma LAN House para criar publicações no blog. Olha o custo que isso ia me gerar em pleno ano de 2009?

O Santuário do Mestre Ryu foi criado entre os últimos 13 anos mais difíceis da minha vida. É a melhor definição. Sempre procuro trabalhar sobre ele com receio de parar no meio em algum momento. Não por falta de vontade, pois tenho muita (e o que me move é a vontade de realizar algo) mas por fatores externos. Não quero citar nomes.

Não querer citar nomes é uma longa história. Eu poderia citar, mas acabaria virando um livro da vida privada ou um protótipo dele e iria além do Mestre Ryu (até pra ninguém se sentir ofendido e querer me fazer desviar o assunto). Imagine dois ícones da cultura pop: Kazuya e Heihachi, Gohan e Piccolo (um nobre substituto de Goku, nesse caso) ou Karin Kanzuki e Daigenjuro. Pronto, para bom entendedor de cultura pop, algumas duplas familiares bastam. Se não é entendedor da cultura pop, provavelmente um sobrinho na casa dos seus 20 ou 30 anos ao lado deve conhecer.

Algumas pessoas perguntam: “Por Que Karin ?” eu me identifico com Karin nesse quesito familiar. Daigenjuro é um homem restrito e severo. Isso já personifica, se for associar a história de Karin pela minha história no mundo real. O trajeto não importa, o que importa são os resultados. “-Vitória perfeita!” é o lema de Karin, o lema que ela foi adestrada a acreditar desde pequena. Teve um treinamento rígido e nem por isso o que aprendeu não a fez escapar das derrotas humilhantes. Eu sou a personificação masculina de Karin nesse ponto. Somente os sábios compreenderão o que estou dizendo, sem fazer ironia bumdalêlê-jeitinho-brasileiro-zéhuelaretardbr-mode-on ou coisa do tipo. 

Acho que isso explica muita coisa. Mas vou tentar ser um pouco mais além. Não duvido que Daigenjuro tenha atirado Karin num poço escuro e frio (ou quente) para que a veja subir com suas próprias forças. O mesmo caso que costumamos ver na relação entre Kazuya e Heihachi ou Gohan e Piccolo (nesse ponto, a versão mais rígida do papel familiar de Goku). De um lado está eu, o Mestre Ryu Kanzuki e do outro lado, ele, o Grão-Mestre Gouken Daigenjuro Kanzuki. 

Tratam-se de características milenares. Os orientais sempre retratam isso em suas obras pois uma vez que não conseguem ter sucesso na vida, o próximo passo é o suicídio. Eu preferi continuar tentando – e o Santuário é o meu refúgio para contar as histórias da cultura pop a minha maneira. Um amigo cristão me parou uma vez e disse: “-Pelo que você passou, não era nem pra você estar vivo agora.”  Eu acredito que seja um milagre. Pra ele, eu posso ser o escolhido.

O Gohan criança é o irritante/ chorão. Eu fui um irritante/ chorão quando eu tentava aprender matemática e não conseguia enquanto Gouken me agredia a cada minuto que eu errasse um cálculo. Puxando minhas orelhas com força até ficarem quentes (ou tentar esmagar minha cabeça) ou dizendo palavras ofensivas: “-Você não é do meu sangue” ou dizendo meu nome quando sempre me chamou de filho. Imagine que Goku morreu e agora Piccolo é o meu pai adotivo. Se Piccolo e Goku fossem a mesma pessoa, Piccolo estaria odiando a sua personalidade anterior. Pense um pouco nisso.
Na década de 2000, passei a minha adolescência tendo que ouvir: " - Seiya deve morrer por que é um imbecil ! " (ele se sacrifica pelos outros); Atena é uma vadia (ela é uma Deusa que zela pelos outros). O mundo ama vilões e odeia os heróis. Aqueles heróis que alguns amam são anti-heróis (desculpe, mas Wolverine nunca foi herói).   

As últimas questões acima irão tirar atenção dos desatentos. Mas é pra deixar claro que lições de moral pra mim não funcionam. Por que o mundo está podre - idolatrando vilões e enterrando heróis pela boca. Não me considero herói, mas também não me considero esse traste que alguns devem definir como: “-Se ferrou por que mereceu.” Me ferrei por que não fui bem encaminhado. Não tive a minha chance de respirar para traçar os meus objetivos com tranquilidade. Nessas imperfeições, o Santuário do Mestre Ryu surgiu para o meu refúgio.

Fazer crítica, cobrir eventos (independente de ser como visitante pagante ou expositor contratado e remunerado) e, por vezes, dar uma de produtor de videoclipes, sempre mantive o objetivo de que o SDMR seria uma forma de lazer. Mas sempre estabeleço metas altas, então me dedico bastante para criar conteúdo e isso é o meu lazer – é como montar um castelo de areia ou treinar as notas de uma música. É difícil explicar, nem todo mundo vai entender o que é fazer algo por ter vontade de fazer e outra por gostar de fazer para sobreviver dele. Eu temo um dia em que terei de me depender disso e no final me frustrar por não encontrar combustível para atender a demanda e colocar minha sobrevivência em risco. Isso seria terrível.

Muitas vezes acabo aderindo a ideia que a Mari "Gogo" me disse uma vez: “-Você vai ter que trabalhar no que você não gosta para ter o que gosta.” Mas naquele tempo, eu tentei contradizer na esperança: “-Você pode viver fazendo o que gosta” mas essa foi uma frase anterior e a frase dela acabou sendo a resposta. Mari é uma ex-cosplayer que conheci na primeira metade dos anos 2000 (mais precisamente em 2004 e 2005 na Anime Friends) pelos seus excelentes trabalhos incorporando Vanessa (The King of Fighters) e Lynn Baker (Rage of Dragons) - inclusive, ela está na foto ao lado do cosplayer de "Billy Lee" do grupo Rage of Dragons.

Eu não posso negar por que é uma realidade que ocorre. E viver fazendo o que gosta não é fácil. De qualquer forma, ele se torna um trabalho e se torna frustrante – eu já tive essa experiência, mesmo que numa “simulação”. Também é uma realidade o depoimento de quem trabalha com games, não quer nem jogar quando chega em casa. As próprias revistas de videogame já me diziam isso. Mas, é claro, cada um com suas experiências. Eu acredito que a minha vida não consegue se encaixar vivendo do que gosta. Por isso, adoro fazer o que gosto e pra sobreviver, faço outra coisa. Mas em tudo que faço, procuro me dedicar da melhor forma possível – não importa se é lazer ou não. É sempre uma busca intensa pelo perfeccionismo.

Houveram pelo menos três vezes em que fui muito mal academicamente. Dois deles, eu fui jogado para um campo de concentração para aprender matemática à força. Em 1990, eu não consegui lidar com o ritmo do CA e terminei reprovado sem aprender a ler. Fui torturado de forma física e verbal sentado sobre uma mesa com caderno e livros. Eu me tornei o Gohan chorão/ irritante e ainda era obrigado a parar de chorar pelo Piccolo/ Gouken Kanzuki. Eu recebi toda a culpa por não aprender a ler e não aprender matemática.

Entrei na escola muito tardiamente. Minha primeira escola foi o Jardim III e fui jogado lá sem estar preparado sobre o que era escola. Pra mim, era uma coisa ruim – uma obrigação, algo contra a minha vontade.

Em tudo, sempre procurei ser muito detalhista e esforçado. Isso tudo, quase como a história do Cidadão Kane, é pra procurar explicar o que está por dentro da minha psique que define o termo “Até o Limite”. Eu sempre gostei bastante dos arcos que colocam os heróis no seu verdadeiro limite, a ponto de se sacrificarem. Muitos deles, heróis de segundo plano na preferência aos mais amados, é um tema importante e polêmico que causa um verdadeiro impacto. Isso foi usado para tentar levantar a moral de um certo super-herói que, quando voa rasante em nossas cabeças, vemos o feixe azul e vermelho, na década de 90.  Eu não sou super-herói ou tampouco herói, mas, como um guerreiro, eu me identifico. Para Daigenjuro, não importa se Karin é uma guerreira, ela precisa ser vitoriosa. O fato de ser guerreiro, foi julgado pelo meu Daigenjuro: “-Você é guerreiro ainda. Não é vitorioso ”.  

Pela fobia a números, eu não consegui terminar a minha faculdade de TI, perdi minha bolsa, e fui obrigado a prestar concurso público. Passei quase 1 ano e meio sendo desviado do foco e estudando sob pressão psicológica. Eu tinha tempo de sobra, mas a minha mente, não, estava contaminada pelo terror da derrota. E o lema do concursado não é estudar para passar mas até passar. Eu não estava psicologicamente bem e não tinha liberdade para estudar da forma que eu gostaria.

Foi em 2008 que surgiu a oportunidade de entrar, pela primeira vez, num curso de computação gráfica. Eu achei ali o que eu gostaria de fazer. Mas se passaram anos desde que aguardava para entrar num curso de desenho. Eu era criança, não tinha estrutura. Mas ninguém acreditou, me incentivavam de que fazer arte não tem futuro.  Então eu pensei: que vida chata você viver fazendo o que não gosta. E o meu desinteresse por escola sempre foi total, exceto por História e Filosofia.
Informática me atraiu pois sempre gostei de computadores, desde que estive mais próximo dos videogames. Gosto da parte artística e da parte de montá-los e desmontá-los. Sempre gostei de um ambiente com pouco contato humano. São as transformações da vida. Mas me assustei com os cálculos dos primeiros anos de TI. Não sabia para onde ir naquela faculdade que também não sabia orientar os seus alunos perdidos – tanto é que tempos depois faliu a pedido do órgão fiscalizador mais poderoso.

O corte do curso, foi por pura pressão do Grão-Mestre – que já havia me atirado no buraco escuro cheio de lava. Em 1990 e, 6 anos depois, em  1996 – quando repeti a 5ª Série. Parecia uma refilmagem da tortura de 1990. Tudo desligado e eu amarrado num sofá frente a mesa e o Grão-Mestre na cadeira, de frente. As mesmas torturas, físicas e psicológicas. Um treinamento de guerra que de nada adiantou. O mesmo não quis ou me motivou a servir ao exército, felizmente, mas mesmo assim saí com traumas piores. 

Fracasso na faculdade, com bolsa perdida (fui punido todo dia por isso), tentei concurso – fora do tempo (a ideia era de começar a tentar depois da faculdade – essa foi a meta traçada pelo Grão-Mestre, para mim, em um mundo perfeito), mas o mesmo criava obstáculos que me frustraram - isso não era mais de Deus. Quer dizer, nunca foi.

O curso de Computação Gráfica veio em última hora, mas mesmo querendo, eu estava pra desistir por acreditar que não era mais tempo para me dedicar com 25 anos de idade. O entrevistador virou um psicólogo pra mim naquele momento. Fez minha mãe vir de casa para fechar o negócio. No fim, levantei conhecimentos perdidos há 8 anos – desde que fiz meu primeiro curso de informática em 2000.

Recebi algumas boas lições sobre publicidade que me despertaram curiosidades – o professor do curso era formado na área. Em uma aula, um professor disse que seria interessante criarmos um blog para compartilhar os nossos trabalhos. Daí, achei interessante a proposta e me lembrei de que eu tinha um blog chamado “Santuário do Mestre Ryu”, criado originalmente em 2004 com layout totalmente feito do zero.

A ideia de revitalizar o Santuário do Mestre Ryu veio do curso de Computação Gráfica. Mensalmente eu teria que pedir ao Grão-Mestre (ou lembra-lo) de que havia o pagamento da mensalidade. Ele pagava descrente até que decide não mais ajudar a pagar o curso. Eu estava avançando, na esperança de que teria um certificado importante e adquirir experiências importantes, até mesmo acreditando que havia encontrado na Publicidade o curso superior que me completaria, mas a fobia aos inúmeros (e não só dos números) e incalculáveis problemas que passei (não só associadas a relacionamentos familiares como também a burocracia do próprio curso e da instituição) me fizeram estar descrente. Mas eu tinha fé no curso, por ser algo direto ao ponto, prático da forma como gostaria de aprender (simulado como se estivesse aplicando num trabalho real – usando as ferramentas e menos teorias).  Eu estava querendo produzir e já estava cansado de apenas escrever tudo num caderno e morrer o conhecimento ali.  O curso de Computação Gráfica, mesmo com a reclamação de alguns (pela sua propaganda “Empiricus” de ser), era o estilo ideal que gostaria de ter encarado se estivesse estudando TI. Porém, eu não me identificava com números, mas sim com a parte de programação visual, da programação para web e de montagem & manutenção, na prática. Raciocínio lógico era uma reencarnação dos problemas de matemática indecifráveis pra mim na infância. E para ser transferido a um curso superior como Sistemas para Internet (acredito que teria sido o ideal pra mim), era uma burocracia na época e fui mergulhado por um monte de números. Quadros e quadros de resoluções matemáticas era demais pra quem foi torturado por não saber matemática. E decifrar um raciocínio lógico era um terror. Logo, já não sobrava ânimo para encarar as outras matérias com mestres te desmotivando.

Cortar a internet foi uma punição diante desses fracassos - por fim, não pude encarar o quartel do ensino superiror. Eu fui obrigado a solicitar o cancelamento do curso de Computação Gráfica no meio do desenvolvimento. O Santuário do Mestre Ryu veio com a intenção de ser um blog para apresentar os meus trabalhos digitais mas se tornou um projeto voltado a ser meu refúgio, para que eu pudesse escrever sobre Jogos Clássicos, Sucessos do Cinema e mais o que vivi da cultura pop – falar de computação gráfica seria um plus. Foi quando surgiu o primeiro Tutorial Básico de CG, tendo o Adobe Illustrator CS4 como estreante. Foi uma conquista da minha parte, pois considero o programa complexo; e o próximo, Adobe Photoshop, já seria um velho conhecido que revisitei no curso, não seria um grande problema. O engraçado é que a postagem do Photoshop não saiu do papel e a série “Rede de Anotações” ficou lá em 2009 com apenas um capítulo. Um ano depois, uma pessoa muito querida que estava ao meu lado nessa época dizia para que eu não ficasse desenvolvendo prévias, mas era mais forte do que eu. Porém, só realizo prévias agora quando o projeto estiver perto de estar sendo publicado.

No conceito, a divulgação dos meus trabalhos artísticos foram aproveitados para acompanhar - ou tentar viralizar - projetos trabalhados para o blog. Como nas artes de divulgação e de capa para as postagens, além dos logos e fundos. Foi me sugerido que criasse um símbolo para o blog e assim foi feito o logo principal, asas feitas a mão conectadas a um Planeta Terra - posteriormente em sua forma definitiva: envolvida num arco dourado. Enfim, esse era o conceito que poderia combinar com os conhecimentos adquiridos. Voltei a aprender ser autodidata e passei a me focar no Photoshop como ferramenta principal. Acredito que sem o curso, não teria como revitalizar o Santuário do Mestre Ryu. Por todas as dores e todos os temores, eu agradeço ao Heihachi ao Piccolo e ao Daigenjuro - melhor dizendo: ao Grã-Mestre Gouken que detém todas essas características referidas.  

Mesmo não tendo formação superior em jornalismo ou em área específica, minhas críticas e matérias ganharam muitas aprovações positivas até por quem tem formação superior - de uma amiga, em especial, eu guardo no coração justamente por ter formação na área de TI. Sei que não tem nada a ver, mas é uma prova de que não preciso ter formação superior para provar alguma coisa, basta conhecimento. Alguém da minha antiga turma - provavelmente já formada - me disse que eu sou “quase um crítico de cinema” mas amigos, leitoras e leitores comentaram que as minhas críticas são melhores até do que críticos de cinema formados - justamente por eu saber escrever sobre um tema sem expor os seus segredos ou então ofender os envolvidos na produção.

O que costumo ver são críticos raivosos que praticamente batem cruelmente nos artistas e em outros da equipe em suas análises – um crítico renomado, inclusive, chegou a ser processado por uma atriz devido a essa atitude. O filme em questão se chama Federal - filme nacional, e o perfil do filme me seguiu de volta no Twitter e curtiu a postagem da Sessão Crítica que fiz e compartilhei na rede social. Também já fui chamado de “Crítico do Bem”. Os pouco compreendidos encaram minha atitude como “Pegou Leve”.


Desde o começo, O Santuário do Mestre Ryu sempre foi projetado com o intuito de ser um pequeno grande projeto. Não para ser um grande projeto a fim de atrair 1 milhão de seguidores. Eu estou ciente disso. Pois, como disse, é para ser um lugar aonde me sinto mais livre para desenvolver temas. É um portal que fala de amigo para amigos com estilos em comum. Por isso, a intenção nunca foi viver do Santuário. Mas por estabelecer metas altas, procuro me dedicar às montagens, pesquisas e análises com perfeccionismo. Tentar fazer o melhor possível. E através dessa dedicação, recebi inesperados reconhecimentos e três indicações a premiações, sendo uma delas vencedor na categoria Top 100 – Arte & Cultura de 2015 dentre os favoritos da audiência no Top Blog 2016. Isso é gratificante. Mas, como disse, não é combustível para manter fazendo o que faço. O único combustível sou eu mesmo. E passar por cima daqueles que querem me fazer desistir (direta ou indiretamente).

O ano de 2016 foi aonde tive os piores momentos da minha vida e aonde tive espantoso crescimento de visitas no blog durante esse período. Foi aonde ganhei o meu primeiro prêmio pelo blog. Deus trouxe esse presente para me confortar diante da dor das minhas perdas – da pessoa mais importante da minha vida e do meu lar. Deus provou pra mim que eu sou um vencedor, não importa o resultado da prova ou seja o que o resto pensar. Foi um momento aonde ocorreu uma cerimônia de entrega dos prêmios e dos certificados da inédita ABRAHQ – Academia Brasileira de Histórias em Quadrinhos.

Minha parceira Fran, jornalista do Mais QI Nerds, entrou em contato comigo perguntando sobre a minha ida ao evento – ela também estava indicada – mas acabei não tendo condições naquela situação, pelo trajeto e pelo emocional das perdas. A cerimônia parece ter sido incrível, mas eu não estava com cabeça para ver o regulamento e atender as vestimentas apropriadas – eu não estava pronto pra esquecer a tristeza e aproveitar o evento como se nada tivesse acontecido. Preferi o isolamento. Bom, até agora não consegui pegar o meu certificado de indicação a Melhor Mídia de 2015 – especialmente pela minha contribuição ao quadrinho nacional (especialmente pelo apoio a Jou Ventania e a parceria para divulgar a primeira temporada de Artistas Independentes).

Esta indicação a ABRAHQ foi muito importante pois fui notabilizado por um tema que raramente foi explorado pelo SDMR. Sem imaginar na repercussão – mas esperando que eu poderia ser uma referência no tema – após a campanha Sexy Sem Ser Vulgar, com o objetivo de homenagear a presença feminina em forma de arte (o tema de temporada do blog em 2014) passei a planejar já, entre 2014 e 2015, um tema piloto que o substituiria e surgiu a série Artistas Independentes com o intuito de tratar, de forma ampla, os trabalhos de artistas e seria o momento de apresentar os quadrinhos nacionais destrinchadamente. A ideia coincidiu com a sugestão de Lincoln Nery, criador do Jou Ventania, no primeiro encontro em que tivemos em que ele apresentou o seu personagem. O encontro, inclusive, foi organizado pelo Batmania Rio e contou com outros cartunistas nacionais de super-heróis brasileiros.   

São 10 anos mas poderiam nem ter chegado a 1 ano. Essa história eu não contei direito, mas com determinação eu – desesperadamente – peguei a oportunidade honesta que veio para poder ter dinheiro e continuar. Fui criticado, pelo Grã-Mestre e por amigos próximos: “-Você estudou. Não precisa disso!” mas não tinha como, emprego tava difícil. Pedem 1 zilhão de experiências na minha área específica de formação (nível técnico também é formação, mas desvalorizam ao extremo isso nos dias atuais). Sem faculdade, ficava 30 vezes mais difícil. Mesmo com o suado diploma de nível médio técnico em TI nas mãos, eu teria que ter ainda um superior para ficarem satisfeitos? Não, né? Só quem tem Q.I. (quem indique) que passa pra emprego bom. Não basta ser CDF. Pronto, falei, o que todo mundo tem medo de assumir.

Quando eu tive a oportunidade de ser webdesigner numa empresa, só me chamaram quando eu já tinha um bom estágio de TI nos Correios. E agradeço muito esse estágio abençoado e conseguido graças a sugestão de uma grande amiga - Jenny "Fullness Custody" (Custódia do Esquecimento). Uma amiga que conheci num fórum de animes na web, a princípio. Não voltaria atrás nem agora, mas poderia ao menos terem me ligado depois, como um emprego ou um estágio que não dependesse das horas faltantes do nível técnico. Admito que faltou muita experiência da minha parte em saber como lidar nessas situações, administrar oportunidades – não tinha tanta informação como eu tenho hoje. Mas tinha receio de pedir ajuda e receber um fora - como tantos outros de amigos e do próprio Grão-Mestre. De só ouvir: "-Não é tão fácil". Normal. Fatalmente normal neste mundo cruel real.

Nenhuma empresa vive de caridade mas falta acreditar melhor no potencial de quem no fundo, no fundo, quer criar algo e não só acreditar em quem já está pronto. Você só escuta mas não é ouvido. Quando eu quero falar, eu não sou ouvido. É assim que eu me sinto no mundo. Então a gente precisa ter o nosso refúgio.


Com um emprego alternativo noturno (mas com carteira assinada em grande empresa), ter de lidar com esforço físico e certa malandragem – ambiente completamente fora do meu eixo – eu precisava dele pra pagar a internet e poder continuar trabalhando com o blog Santuário do Mestre Ryu. Felizmente foram apenas alguns 6 meses de tortura, pior emprego que já tive, mas recebi meu pagamento direitinho até na demissão – nada tenho a reclamar. E consegui migrar para um menos pior – embora 6 horas, continuou sendo torturante (agora prisioneiro em uma cadeira) – depois de 2 anos, fui promovido para uma área muito melhor – fora do teleatendimento (e o segundo melhor depois do estágio em TI nos Correios) – e me senti muito feliz - a contratante até percebeu o meu sorriso diante dos outros candidatos: “-Está feliz?” respondi positivamente balançando a cabeça imediatamente. Foi uma conquista e estou feliz. Bem, é preciso reconhecer a importância do emprego. Fico triste ao ver sempre amigos reclamando de seus empregos enquanto tem muita gente aí querendo trabalhar.

Eu fiquei uns 3 ou 4 anos desempregado e senti o horror que era. Ver gente falando mal do emprego sempre me incomodou por que, querendo ou não, você tem sua liberdade financeira para fazer o que quer e administrar o pouco é uma consciência. Hoje eu não posso mais contar com ninguém, me vejo sozinho no mundo, por estar sozinho lidando com tudo a maior parte. Sei que tenho grandes pessoas 11/10 que posso contar, mas preciso ser sincero com o que sinto agora. Eles dizem não se importar, mas eu me vejo sem jeito pedir ajuda sempre, penso que não devo mais colocar o coração em ninguém. As pessoas são imprevisíveis, até eu mesmo. 

Foram 10 anos, de sangue suor e lágrimas mas resistindo da maneira que posso para manter o site ativo – sem pedir sequer uma doação ou cobrando serviços. Eu tive projetos para lançar produtos mas que ainda não saíram do papel.

Eu tracei uma meta de 10 anos para o Santuário do Mestre Ryu e, apesar de querer ter apresentado mais maratonas de temas específicos e  mais videoclipes promocionais para o canal no You Tube, eu estou satisfeito pelo reconhecimento. Ainda é um domínio cultuado por um grupo específico bem difícil de se encontrar – o blog tem uma linguagem difícil de vender, mas sempre disse que ele é o meu refúgio, ou não disse?
O blog reúne a linguagem dos fóruns que já participei – sejam eles de cinema ou de videogames - algo que busca uma visão bem pessoal sobre temas específicos ou temas gerais. A ideia é manter isso e tentar emular agora um pouco da linguagem dos You Tubers. A análise diversificada e equilibrada vem graças aos estímulos das Aulas de Filosofia lá da Dra. Dulce Consuelo. Devo agradecer. Creio que veio de Deus. Certamente, veio de Deus. As notas por estrelas são base dos livrinhos da nova cultural, Guia do Vídeo (1988-2003). E assim mantive.




SINOPSE OFICIAL DA TEMPORADA
Tudo começou em 24 de Abril de 2009. A ideia era estender o projeto por 10 anos. Inicialmente pensado para ser um blog dedicado ao curso de Computação Gráfica, se tornou uma nova ideia para montar um portal dedicado aos Jogos Clássicos e Sucessos do Cinema. Algo com que eu me identificasse e pudesse trabalhar em cima a longo prazo.


O Santuário do Mestre Ryu chega a sua derradeira temporada. A décima primeira em 2019, comemorando também os 10 anos. Muitos momentos legais puderam ser compartilhados ao longo desse trajeto. Lembrando que o fim não significa uma despedida, mas o início de uma nova era.

Esta é uma homenagem aos grandes heróis e super-heróis da ficção que muitos de nós amamos – embora nem sempre eles sejam tão compreendidos ou favoritados quanto outros mais populares. Seu grande triunfo, é o sacrifício. Em algum momento, eles lutam até o fim, ATÉ O LIMITE ! Por amor ao que fazem. Este é o grande lema dessa temporada – o elemento que justifica o plano de fundo.


Descrevendo o logo da temporada

As asas soam como referência ao Batman (mas, acreditem, foi espontâneo, durante a produção) e a sua largura se refere a ideia de um anjo (ou uma ave) aonde a ponta das asas tentam expressar as mãos – como se fossem grandes mãos abrindo os braços para acolher e te proteger. A luz que sai do meio é de esperança.

ESTE É O SANTUÁRIO DO MESTRE RYU... ATÉ O LIMITE ! Por você.
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