segunda-feira, 11 de março de 2019

[Sessão Crítica] Capitã Marvel - 3D Xplus (Legendado)


CORAJOSO E REPRESENTATIVO


Planejado por alguns anos, já durante o UCM, o primeiro projeto para levar Capitã Marvel aos cinemas surgiu em 2013 ainda intitulado como Miss Marvel. Agora, prestes a encerrar um ciclo de 10 anos no cinema de Marvel Studios, a personagem finalmente é apresentada com o título em questão.

Com uma história de origem que busca não se repetir em comparação a filmes como Thor e Homem de Ferro – que seguem um desenvolvimento que remete a um retorno ao passado para conter o início – a trajetória já coloca a heroína em ação para então explorar vestígios no decorrer de sua passagem a fim aguçar a curiosidade do espectador.

Os mais detalhistas não sentirão problema algum em seguir nesse embarque que busca não ter pressa para se desenvolver. Esse é o grande triunfo de sucesso da Marvel Studios, não agir por impulso sem antes um planejamento de toda a atmosfera e seguimento de seus personagens.  A DC, concorrente representada pela Warner Bros., sentiu o perigoso destino e agora quer correr atrás do prejuízo.
Diante de boicotes e condenações em volta da atriz Brie Larson, Capitã Marvel naufragou por cima de todos os atos de ódio e conseguiu se tornar um recente e significado sucesso – sendo então a segunda melhor abertura de um filme de Super-Herói.

A assistência da Disney pode ter, de alguma forma, fortalecido o sentimento familiar na história – a pequena Akira Akbar (Mônica Rambeau) é destaque importante. A conexão entre Super-Herói e crianças atende às raízes pelas quais estes personagens surgiram – como um ato crítico contra o mal do mundo em favor de distrair as crianças (Super-Homem) já que Capitã Marvel é derivada dessas origens que posteriormente trouxe à vida Shazam! (personagem anteriormente conhecido como Capitão Marvel) e causou conflitos judiciais entre Marvel v.s. DC (Capitão Marvel, da DC, figura parodiada do Super-Homem, então, teve que mudar seu nome para Shazam! A fim de não tretar com sua rival).

Capitão Marvel – nome atribuído a vários tipos de heróis da Marvel – se tornou mentor de uma nova heroína: Capitã Marvel. Personagem que se tornou então símbolo do feminismo para a Marvel, representatividade feminina de raiz que valoriza a força e independência da mulher guerreira em suas revistas. Se DC tinha Mulher-Maravilha, MARVEL contava com a sua Capitã Marvel.

Em tempos de grande conflito social, Capitã Marvel é uma voz forte e até mesmo controversa na briga entre as comunidades do mundo do entretenimento. Porém, não veio com a aparente intenção de levantar bandeiras políticas ou sociais de apenas um lado – mesmo demonstrando personalidade forte em determinadas atitudes, suas características humanas são identificáveis com os demais super-heróis. E o mais importante: ela não dispensa cavalheirismo.

O longa metragem se mostra versátil como origem – montando uma boa dinâmica entre a protagonista e seus coadjuvantes. Buscando moderação considerável da heroína até o momento certo de apresentar sua forma arrebatadora de agir.

Alternando entre aventura espacial e climão nostálgico noventista – década atualmente bem forte na moda retrô – a mistura acaba nos fazendo comparar (entusiastas dos anos 90) com filmes de invasões alienígenas da época, como Independence Day (inclusive, a trama se passa em 1995, 1 ano antes do lançamento deste) blockbuster que contava especialmente com cenas de ação entre naves – alguns até comparados com os de Star Wars. Não é exagero, parece mesmo, mas de uma forma mais autêntica em comparação a tecnologia dos efeitos especiais atuais e a vantagem de ter uma super-heroína de forma luminosa que voa e atira raios pelas mãos – uma mistura romântica de Superman de 78 com Independence Day – e uma pitadinha de Star Wars - para os poucos habituados.

É um bom título para se comemorar, não é todo dia que se vê uma mulher e um negro representando o protagonismo em um filme de Super-Heróis. Os tempos estão mudando e é preciso que a sociedade aprenda a se acostumar ao invés de se manter no Século XIX condenando tudo o que é fora do costume tradicional.

Brie Larson sugeriu alguns detalhes mais conservadores para a construção da personagem – de humor contido e trajes discretos – mostrou uma vertente vigorosa e madura como nunca se viu em um longa da Marvel Studios. Características os quais espectadores, cansados de piadas de efeito, exigiam para uma personagem desse naipe. Portanto, houve esse respeito, de alguma forma.

É também compreensível, aos mais atentos, a ideia pela qual a personagem se tornou sóbria – quase uma outra pessoa – de acordo com as transformações apresentadas no decorrer do filme. As expressões mais contidas são justificadas brilhantemente.  Os xiitas (ainda que tenham assistido) jamais entenderão uma das mensagens mais sensíveis e espirituosas da história.

Como Nick Fury, Samuel L. Jackson nunca teve uma presença tão ativa na cinessérie – resumindo-se apenas ao estrategista atrás de seu senso de liderança. Cria um laço de união muito bom com Larson na trama.

O resgate aos incríveis elementos dos anos 90 é poético. Além das guerras de nave, confrontos em instituições e perseguição em trem também se tornam elementos identificáveis com alguns longas policiais da década de 90. Mas a cereja do bolo está na trilha sonora. Capitã Marvel delicia-se com alguns dos maiores hits musicais do rock pop feminino americano das rádios e esquecidos de sua época, deixando prevalecer um tom meio rebelde em conjunto com as palavras ( “ I’m Just a Girl ” de Gwen Stefani e os No Doubt descrevem), identidade bem identificável com a então transformada Carol Danvers de Larson. Em uma situação em específico, parece pretensioso a presença de música do gênero com a apresentação de sua amiga Maria Rambeau (Lashana Lynch), em todo caso, nos deixamo-nos embalar brevemente pela cena.

O cenário atual também não deixa de estar presente nesse resgate ao passado – interligando pontos a fim de nos convencer que tudo sempre se manteve presente independente de sua época. A visão pessimista de futuro e da atualidade, ainda que subliminarmente, são usadas como base na trama – guerra entre raças (Kree x Skrulls é Israel x Palestina), chips que controlam humanos e uma sociedade que são entendidas como lagartos (soa menos estranho e mais pé no chão para o espectador comum) capaz de assumir a identidade de outras pessoas (introdução aos Skrulls, presença premeditada desde Os Vingadores – The Avengers). [Spoiler] O processo de humanização desse novo tipo de cenário e sociedade a ser apresentado prossegue bem nas mãos de Ben Middelson (Talos), mesmo caracterizado como o General dos Skrulls. [/Spoiler]

Como filme de origem, Capitã Marvel é tão divertido e mais interessante quanto Capitão América: O Primeiro Vingador. Constrói um encaixe bem equilibrado para apresentar uma personagem de presença no Universo Cinematográfico Marvel e que pode surpreender muito.

3D Xplus Legendado:  A cópia traduz perfeitamente a referência à série Frensh Prince of Bell-Air para Um Maluco no Pedaço (já por ser bem popular no Brasil) e adapta o sobrenome de Maria – de Rambeau para Rambo.


ATENÇÃO: FIQUEM ATÉ DEPOIS DOS CRÉDITOS


MEMÓRIAS DA SESSÃO
Na expectativa durante a semana toda, o tempo passou como um furacão luminoso no Sábado. Mal pude aproveitar o espaço de tempo e tive que sair às pressas pra sessão – ainda que já estivesse com a confiança de chegar bem cedo. Porém, encarei um trânsito danado na passagem pro shopping. E chegando lá, uma fila quilométrica pra entrar. Resultado ? uns 20 minutos de atraso. Perdi um grosso da introdução e fiquei super ultra chateado a ponto de querer sair do cinema. 

Algumas outras pessoas também estavam chegando até que um casal se aproxima, a moça: " - Nós compramos pra 13 e 14, compramos juntos ! " ela pede licença para sentarem juntos, bem educada, falando ao ouvido, eu olho pra baixo tentando ver o número: " - Eu comprei pra 17 !" nem sabia em qual número estava mas sentei do lado pra deixar o casal e ela agradeceu.

A sessão teve interação com a trama na parte do humor – inclusive raras – mas no final o UCI Parkshopping continuou com a tradicional falta de respeito de ligar as luzes antes do fim dos créditos. Resultado disso? Tirou a beleza das artes em 3D dos créditos aonde toda a sessão – já ciente das cenas pós-créditos – aguardou toda sentada enquanto tinha uma turma já na ponta da saída. Ninguém tirou os óculos 3D – só quero ver se o shopping arcaria com indenização caso algo ocorresse. 



Antes de se levantar, eu vi que estava realmente no número certo da cadeira antes de trocado com o casal. No final, consegui pegar o cartaz promocional do filme. Felizmente, não precisei me matar pra pegar o conteúdo na data da pré-estreia.  Estava muito bonito o fundo da recepção para ingressos com todo o temático com os baldes da Capitã Marvel em degraus.










SESSÃO CRÍTICA
C A P I T à  M A R V E L

Sessão Acompanhada: UCI Parkshopping - 18:45 – P 17 – 9/03/ 2019
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