UM
GRANDE TRIBUTO
Para um filme de Robert Rodriguez – um diretor
conhecido e cultuado por pequenos grande trabalhos desde quando começou como um
cineasta independente com El Mariachi há 27 anos – Alita: Anjo de Combate é
praticamente um grande tributo ao excêntrico James Cameron.
Unificando a sensibilização de contar histórias de
ambos os diretores, a grandiosidade técnica traz um diferencial nessa
comparação. O maior trabalho com a linguagem visual no roteiro em combinação
com o texto, bem concentrado em Avatar, é sentido bastante aqui – sob a direção
de Rodriguez mas com toque de Cameron.
E se a direção se mantivesse nas mãos de Cameron, a
narrativa seria ainda mais intensa? Difícil dizer. Porém, é perceptível o
mergulho emocional com o qual o diretor de O Exterminador do Futuro se
especializou e nos mostrou com ainda mais vigor após seu maior evento: Titanic
– que abocanhou o segundo recorde histórico de 11 Oscars em 98.
Curioso por anos como seria uma adaptação de um
mangá – criação moderna do Japão que tem dominado o mercado recente, seja no
estilo de fazer quadrinhos como no estilo de fazer artes e até mesmo contar
histórias futuristas de cunho filosófico – nas mãos de um grande diretor de Hollywood, respeitado tanto pelo público quanto pela crítica.
Alita é praticamente o trabalho feito para James
Cameron. Ficção Científica e filosofia. A história retrata muito bem o elo
familiar envolvente e emocional assim como também é cativante e assustador os
seus antagonistas e inimigos. A química romântica também funciona. Mas é uma
grande produção que beira a um grande evento.
É anos luz a melhor adaptação de mangá da história
do cinema americano. Porém, a sensação que os espectadores mais exigentes terão
é de que se sentirão abandonados na estrada.
Pequenos detalhes deixarão os menos habituados com a
inédita linguagem do cinema americano de mangá perdidos, isso sem contar com
algumas passagens aonde não há uma explicação ou envolvimento suficiente para
se sensibilizar quando automaticamente se encontra uma solução para aquele tipo
de situação imposto na cena.
As comparações de intensidade com a produção e com
os longas dirigidos por James Cameron também serão inevitáveis. Além da agressiva dualidade entre herói e
vilão e o impacto visual de Avatar quanto a convincente relação romântica e
dramática de Titanic (que também poderia se associar a Shakespeare). Fora do
nicho, algo do subestimado Elysium do diretor Neill Blomkamp - Eis uma característica
que poderá não surpreender muito em novidade na narrativa e deixará em questão
se realmente o longa terá potencial para obter uma futura expansão de seu
universo.
Rosa Salazar é cativante. Os efeitos em CG reproduzindo-a
como uma personagem saída dos quadrinhos, com os olhos grandes que
coerentemente representam a mesma em um mundo real, entra em combinação com as
reações e as emoções em cada contorno de seu carisma. Sua Alita expressa a
adolescente pura e romântica, a mulher desmemoriada e misteriosa e a guerreira
brava e destemida. Com isso, Salazar se sobressai acima da novidade do truque
digital enquanto a mesma estende essa relação.
Christopher Waltz, sempre bem recepcionado nos filmes
o qual trabalha com Quentin Tarantino, é carrancudo demais para situações mais
suaves e simpáticos que exigem certa empatia mas, como um personagem dramático,
consegue se encaixar muito bem ora como um personagem sóbrio ora em seus
momentos de zelador. Além das novas
revelações, há também outras participações surpreendentes no elenco, ótimos
nomes em cena que serão bem reconhecidos pelos cinéfilos mais atentos.
Como um “Cosplay” de James Cameron na cadeira de diretor –
ainda que na essência – Rodriguez temeu não honrar o seu mestre, mas consegue
entregar uma adaptação quase tão ambiciosa quanto os seus grandes filmes.
Momento Pós-Crítica: Uma Reflexão e Algumas Curiosidades
Chegando a sua conclusão, é também compreensível a enorme
dificuldade do projeto e a razão por
Cameron optar por desempoeirar o projeto
do filme Avatar e engavetar sua direção no filme Alita. A causa foi
muito maior. Cameron já se mostrava próximo da natureza desde sua declaração
durante uma entrevista ao extinto programa E! Behind The Scenes (Canal E!) do
filme Titanic (meados de 1997/ 1998). Cameron queria contar uma história sobre
o mar, logo, sua paixão despertou a cinebiografia da tragédia.
Cameron se sensibiliza com os movimentos ecológicos da
natureza e exploração aos índios – como o envolvimento nas manifestações contra
a Usina de Belo Monte na Amazônia.
Em tempos de O Exterminador do Futuro e True Lies, faria
muito sentido para Cameron dirigir uma adaptação desse naipe e tornar Alita a
mais ambiciosa produção de um mangá de todos os tempos. Podemos então
testemunhar aí grandes estouros de orçamento e levando a 20th Century Fox à
loucura. Mas, aparentemente, o diretor passou a abraçar acontecimentos
reais em favor de acreditar estar
brigando por uma causa e acreditar que isso seria ainda mais ambicioso. Então,
o projeto de adaptação do mangá Gunn acabou ficando para trás. Rodriguez veio em um cavalo branco e resgatou
numa representação decente embora mais comportada a favor do orçamento da FOX.
Um milagre, para quem espera um filme de James Cameron por anos.
Outra curiosidade é que o título seria Battle Angel (Anjo de Combate) mas passou a ser chamado de Alita: Battle Angel (Alita: Anjo de Combate) por sugestão de seu parceiro de Avatar, Jon Landau, para combinar com
seus outros grandes filmes de sucesso que se iniciam com “ A ” e “ T ”, são
eles: Aliens (Aliens: O Resgate), Abyss
(O Segredo do Abismo)*, Terminator (O Exterminador do Futuro), True Lies* e
Titanic.
P.S. Vale lembrar
também que O Segredo do Abismo, infelizmente, foi um dos raros fracassos
comerciais de Cameron e True Lies um longa que dividiu a crítica. True Lies,
inclusive, é um filme de ação inspirador para a última grande geração dos
filmes com testosterona ( ah, que saudades dos anos 90! ) e tão bom e divertido
quanto O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final. Foi bastante
injustiçado.
MEMÓRIAS da SESSÃO
Confuso com
datas de evento, optei por não ir ao cinema no Sábado. Depois de um tempão
perdido com redes sociais, me senti indisposto e resolvi ficar em casa. Já no
Domingo, acordei bem mais cedo – umas 7:47 mas só levantei lá pras 8:00. Depois
de um tempo enrolando, peguei a sessão das 18:40. Só tinha sessão Dublada pro
formato 3D Xplus – eles entenderam que a grande demanda era mais interessada
nessa cópia, ainda que considere válido tanto a versão legendada como a
dublada, achei um absurdo. Tive ainda que aturar o cartão UNIK que só libera
agora em 3 semanas mesmo sendo 2ª via. Outro absurdo. Então tive que comprar o
ingresso presencialmente. Felizmente, dou graças à Deus por me trazer um
tremendo presente do filme. Levei um Qualitinha e um Doritos tamanho gigante. Fiz
outras compras e me saiu muito caro, de uma meta em gastar até R$ 20,00 gastei
quase R$ 40,00. Lá se vai um dia a menos de investimento. Preciso continuar a
me concentrar nas finanças.
O atendente
do balcão, muito atencioso, me viu enrolado em procurar o cartão, ele disse
bastava apenas dizer o CPF. Assim que
comprei, o atendente disse: “- Ele vem também com um brinde.” Para a minha
surpresa, a compra com o cartão UCI UNIQUE me trouxe um botom bem diferente.
“-Que maneiro. Valeu!” Saí agradecendo com sinal de positivo sorrindo.
Durante a
fila, uma menina de cabelos longos, ruivos e soltos, camisa e calça preta –
olhou para trás enquanto eu mexia na mochila: “ - Ai, que mochila linda ! ” eu
não resisti e comecei a rir e olhei para o lado, tentando ver a reação do
garoto de boné de costas a acompanhando. “-Ah, eu precisava dizer!” disse ela
olhando pra ele. Perguntei se lá era a fila do filme Alita. Ela, bem feliz,
balançou a cabeça positivamente. Depois de um tempo ela perguntou: “-Aonde você
conseguiu ?” e eu: “-Foi na Bagaggio” ela nem conhecia a loja e então tentei
esclarecer: “-É uma loja que vende mochilas e malas”. Continuei: “ - Foi
durante o filme Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (na verdade estou na
dúvida se foi realmente em 2012 ou se foi em meados de 2014, lembrando agora) ”
Ela então disse que ainda não havia assistido.
Aproveitei
para fazer propaganda do Santuário do Mestre Ryu e ela então disse que estava
lá por que o garoto que o acompanhava disse que ela iria gostar de Alita.
Grande falta me fez um cartão de visita nessas horas. Sim, perdi um bom tempo
tentando esperar pelo momento de ter a oportunidade de produzir os cartões
holográficos. Como vai ser difícil, pretendo fazer padrão para distribuir por
aí. É muito mais fácil do que o boca a boca.
Dentro da
sala de cinema a caixinha de chocolate me vaza por baixo, depois de um tempo
tentando encontrar o furo pro canudo no escuro. Tive que improvisar pra beber
aquela assombração no maior desconforto. Antes disso, aproveitei para
experimentar o tão falado Doritos e daí me lembrei de um gosto muito bom de
salgadinho que não saboreava há muito tempo.
Ninguém ficou
no final da sessão. Não houveram aplausos e o público foi bem tranquilo – exceto
por um repentino ligar de celular no meio da sessão (aquela luz na cara) e um
espectador olhou para o lado, toda a situação aconteceu nas poltronas a frente.
Haviam alguns momentos o qual ri bastante, mas aparentemente o público foi bem
frio (ou mais silencioso). Porém, senti momentos aonde as pessoas sentiram nos
momentos trágicos. Algumas lágrimas vieram e sorrisos de felicidade ao sentir
novamente a presença de James Cameron na essência orquestrada pelo diretor
Robert Rodriguez.
Mais uma vez,
luzes se acenderam antes do fim dos créditos – já é um ato infelizmente comum
do UCI Parkshopping e de outros cinemas
de shopping. No fim, surge o logo da produtora Lightstorm de Cameron e os
créditos aos dubladores.
SESSÃO CRÍTICA
Sessão Acompanhada
UCI PARKSHOPPING CAMPO GRANDE – 3D Xplus Dublado - P 18 – 18:40 – 17/02/2019 (Domingo)
UCI PARKSHOPPING CAMPO GRANDE – 3D Xplus Dublado - P 18 – 18:40 – 17/02/2019 (Domingo)