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sábado, 10 de novembro de 2018

[História dos Videogames] Capcom Pro Tour 2018: Latin América – Um Novo Trajeto (São Paulo 2018 - Parte II)




Pela primeira vez, viajo duas vezes a São Paulo no mesmo ano. É a primeira vez na vida que viajo duas vezes de casa para algum lugar fora da minha cidade, inclusive nesse curto espaço de apenas 1 mês de diferença.

Desta vez a viagem a São Paulo contou com trajetos de trem e metrô da rodoviária para o evento. Passeio modesto para quem, em 1993, conheceu pela primeira vez a cidade com a família passeando no taxi branco da cidade. Porém, a maior parte do tempo, caminhando à pé pelas ruas e sentindo a grandeza da cidade mais industrializada do país.

E aquele ano de 1993, vou contar à vocês,  foi o passeio que mais aguardei por todos os anos. Eu admito que nunca gostei de viajar exceto para eventos específicos ou para grandes cidades que não me faça ficar no meio do mato. Eu sempre gostei de grandes cidades e agradeço à Deus todos os dias por ter nascido em uma. Mas São Paulo me divide. Se eu quisesse sair do Rio eu iria pra São Paulo. Certamente, vejo São Paulo como a minha segunda casa.

A ansiedade era muita naquele ano de 1993, mal conseguia dormir, os dias passando e um dia antes, eu acredito que foi a primeira vez que fiquei acordado até tarde aguardando por aquele dia terminar – ao contrário, só demorou. Um dos meus melhores anos justamente por ser o ano que conheci O Parque da Mônica, As Lojas Mappin, o Shopping El Dourado e, especialmente,  a cidade de São Paulo. Infelizmente não tivemos nenhuma foto daquela viagem pra registrar – por mais que tirássemos fotos de todas as viagens aquela acabou não entrando, não sei o por quê. Se bem que, do jeito que as coisas andaram na família, provavelmente eu não teria mais essas fotos se tivessem sido registradas – por um lado eu penso: “ - Ainda bem que ficaram apenas na lista das melhores memórias e no coração “.

Diferente do ano de 1993, essas duas últimas viagens foram bem tensas. Com pouco dinheiro, a vontade de ir era muita – não perder grandes momentos para serem contados – ao mesmo tempo que colocaria em risco minha economia e as contas da casa.  O aluguel, certamente, é o meu maior carma de vida. Porém, tracei um plano para os próximos anos que podem me ajudar – precisei eliminar a gula (e fechar os olhos e ouvidos das palavras e vozes de quem atende a esse tipo de pecado mas que não precisa de aluguel para pagar – ou seja: "Ter aonde cair morto"). 

A Brasil Game Show 2018 foi sensacional – conquistei o meu objetivo, que era conhecer o Daniel Pesina. A Capcom Pro Tour 2018 veio como um golpe surpresa. Diante do inesperado emaranhado de lançamentos no cinema, tive que fazer uma escolha: Assistir O Doutrinador e Johnny English 3.0 ou deixar de assistir Johnny English 3.0 (perdendo o fio da meada dos filmes anteriores da série que também assisti no cinema – isso é horrível, para um colecionador).  Isso tudo acabou decidido naquelas primeiras horas do dia do feriado antes da viagem para a CPT 2018 – não tinha como desistir, as passagens já estavam compradas – foi como colocar uma bomba relógio como foguete nas costas, me deixei sem escapatória, sem saída para escapar de um esperado mais um dia de felicidade em São Paulo – eu queria dar esse presente pra mim ao mesmo tempo que pensava o que seria de mim depois.

Foi graças ao amigo Marcio “Synbios”  Yukio que me lembrou da Capcom Pro Tour: Latin América.  Daí, me recordei vagamente que teria um grande evento de Street Fighter V por aí que teria grandes astros japoneses dos campeonatos – na hora mencionaram até Daigo e Tokido depois viram que seria difícil trazer Daigo. Outro grande evento que não poderia perder, e mais a frente teria o evento Warpzone Essencial Street Fighrer (17 de Novembro) um evento que prometi para mim que eu iria, fora o RGB Inside, um evento retrô de jogos de luta organizado por Fabio Santana e Dennys Mechelassi da CAPCOM dedicados a utilização dos mesmos rodando em TV com aqueles gráficos pixelados “crocantes” com cabo SCART. AH! Meu Deus, por que tantos eventos e filmes no mesmo mês? Deus não quer que eu fique rico. Só pode. Eu ia ficar rico final do ano, era a minha meta. Porém, A CPT contribuiu na minha permanência de continuar pobre. Mas rico de felicidade  com tudo o que aconteceu. Só agradeço à Deus, mais uma vez, e peço que o processo de ficar rico só tenha se adiado mais um pouquinho mas que vou conseguir o mais rápido quanto imaginei.

Imaginei que o evento do Essencial Street Fighter me empobreceria com mais coisas sugestivas sendo vendidas por lá, isso é fato.  A CPT foi uma escolha acertada e que me alegrou muito por trazer algo além do que imaginava.

A sensação de  indecisão pairava em mim até o último minuto. No trajeto de VLT, chegando a rodoviária Novo Rio um dia antes do feriadão e dois dias antes do evento, coloquei na minha cabeça: “- Se não houver a promoção de R$ 54, 00 eu não vou. “ E durante a confirmação após cair na lista de reserva do evento, o e-mail passou batido e a sensação é de que recebi com atraso, logo veio um e-mail negando meu pedido de participação por eu não ter confirmado a tempo (isto é, 1 dia depois de receber o e-mail para confirmação). Marcio ficou atento e aceitou à tempo.

Durante esse tempo, ninguém mais e ninguém menos do que Eric "ChuChu" Moreira – um dos nomes mais famosos do Street Fighter no eSport  (o primeiro de grande referência que vi na TV durante a era de Street Fighter IV em um micro programa da Rede Globo durante a madrugada – sim, era  o Madrugames) me cumprimenta reservadamente seguindo com a pergunta a respeito se o “Mestre Ryu Kanzuki” na planilha era eu e se eu já tinha confirmado pro evento. Até aquele momento, entre sim e não, acabei dizendo que não iria então neguei minha participação. Ainda assim, meu nick saiu da reserva e entrou para lista de participantes.  

Inicialmente, disse que eu não participaria do campeonato mas gostaria de fazer uma cobertura pra o evento.  Pela lotação, o organizador tentou ver com seu chefe mas confirmou, porém, que a melhor forma seria ir para jogar. Então pensei na minha importância para a cena competitiva e aquilo me motivou a ir para o evento, sem medo de ser feliz. 

Mesmo voltando ao e-mail atrasado e negando – com aquela dor no coração fortíssima – o meu nick permaneceu por lá. Enfim, Deus queria que eu fosse pro evento, ele disse pra mim que eu iria me divertir muito e que eu não precisaria me preocupar de ficar sem dinheiro depois – pra tudo tem um jeito. Então, eu voltei e confirmei o e-mail de novo, mandando mensagem pro organizador.


Cada viagem para São Paulo é mágico. Aqueles dias de trajeto Campinas, São Paulo e BGS 2018 foram inesquecíveis e vi aquilo tudo se repetindo de novo para a CPT 2018. Algumas situações me fizeram recordar como a cortesia da CPT Latam foi impressionante ao oferecer Pizza Creek e refrigerante de graça para todos. Pizza Creek tinha de vários sabores, refrigerante não é mais minha bebida mas optei por meu inseparável guaraná dos tempos que tomava frequentemente.  Felizmente, não fiquei com fome e tirou meu receio de gastar horrores ali. A CAPCOM foi e está sendo uma mãe para os consumidores e admiradores de Street Fighter V. Evento de graça e com comida e bebida de graça tanto para os staffs quanto para os competidores ? Me aponta algum evento que faz isso? A gente coloca no dedo.

Sem contar com a estrutura. Eu e Marcio chegamos bem cedo pro evento – os soldados mais exemplares. Ficamos um tempo aguardando ali, enquanto surgia um staff e outro. Até que liberaram nossa entrada e acompanhamos um grupo entrando. O e-mail dizia que o check-in seria às 09:00 e já eram umas 10:00, ninguém havia chegado ainda. Então estávamos lá dentro, um colaborador conhecido como Fabio “Venon” Guimarães (também responsável por assinar os e-mails da CPT - se apresentou com seu nick mesmo) passava as informações do local e então testemunhei em primeira mão toda aquela estrutura maravilhosa do evento com cadeiras gamer, TV gamer da Benq e fone gamer da Razer, Tudo muito luxuoso. Sem contar todo o cenário temático e o telão. Incrível como anfitrião explicava e eu só pensava em levantar a minha câmera pra andar filmando porém, acreditando que eram informações valiosas, deixei passar batido e só prestar atenção. No final, me liguei em uma coisa e virei pro Marcio: “-Estão passando informações para staffs! “ chegamos a essa conclusão: “-Xii! Estamos aqui como penetras! OMG Que confusão! ”. A ficha nem caiu, nem mesmo quando o anfitrião falava de escalar cada um para ajudar os jogadores nas determinadas estações. Um dos staffs era veterano no cenário competitivo atual de Street Fighter, desde o IV, e só jogou a fundo SFV na Temporada 1 chegando a Liga Platinum (considerada a última liga na época antes de surgirem as ligas Diamond e Master).  Porém, teve preferência pelos tempos de Street Fighter IV. Jogava com Bison e passava umas dicas sujas, depois saímos para tomar um café. E logo após retornarmos, já havia um grupo de jogadores aguardando entrada.

Rostos conhecidos e rostos novos. Malhei para reconhecer, só de tentar associar pelas fotos nas redes sociais.  Entre eles, grandes surpresas, como conhecer  um grande jogador que conheci num campeonato online se consagrando grande bicampeão e campeão de outros jogos aonde exibe, em suas redes virtuais, seus troféus. Jogador Multijogos e, para a minha surpresa, dentro de uma comunidade retrô de jogos de luta online conhecer um jogador competitivo de Street Fighter V. Era ninguém mais e ninguém menos do que: RTN Cobra (também conhecido como Evil Cobra).
Em meio a nuvem de jogadores, eis que vejo de longe uma garota de óculos escuros, pelos traços logo reconheci a possível única garota a participar da CPT Latam: Nicole “Hinomoto Ani” – inicialmente descrito como “ Nicole Nicole “ . Sugeri ao organizador a possibilidade dela entrar na stream, mas não ocorreu.

O lance dos sorteios para as Brackets foi bem assustador. Marcio jogaria com o mito Keoma – meu mestre Brasileiro de Karin – e eu jogaria com a lenda Destroyer – o mais jovem talento do cenário competitivo de Street Fighter V. Já aguardava uma fácil eliminação dupla logo de cara. Daí surgiu um novo sorteio, com a chegada de novos jogadores fora da reserva no sorteio e, por um milagre ou tragédia do destino, jogaria com o meu melhor amigo, Marcio. Seria então uma batalha entre dois grandes amigos no cenário competitivo Street Fighter V. Marcio tem mais bagagem, jogou por mais tempo e chegou com bastante bravura  ao Super Platinum, caindo para a Liga Gold depois – e enquanto ele era Liga Gold, eu ainda estava para começar a jogar Street Fighter V em Outubro de 2016.

Pedi ajuda ao Leo "Leokof02", o meu parceiraço do time esportivo ProGamer (família esportiva, na verdade),  para gravar a nossa partida. Procurei aplicar os meus conhecimentos de “Option Select” adquiridos nas últimas partidas e aprimorados no Street Fighter III 3rd Strike online e até que funcionaram. Foi equilibrado e os poderes de Super Platina foram transferidos para mim por um tempo.

Porém, na partida contra Baby Brasil tentei manter o mesmo ritmo, manter a mesma calma, mas não adiantou, esqueci todo o processo de jogo neutro e fui abalado pela pressão do seu F.A.N.G. acabei até fazendo aquele procedimento de voltar à tela de seleção de personagens para pensar um pouco. Consegui manter tranquilidade a maior parte do tempo e esse espírito fez o Baby pular da cadeira algumas vezes – com os Crush Counters  na rasteira, por exemplo. Senti que o Baby é bastante emocional na partida – ele se parece comigo, mas tem um sentimento de se manter firme, mais forte. A experiência falou mais alto – falta de conhecimento contra F.A.N.G. pesou também.

A terceira partida, na “Losers”, contra SOA-RafaReis admito que foi vacilo. Mais uma vez, deixando de lado a concentração num jogo neutro, abalou minha precisão na partida e o timing dos agarrões de sua Laura acabaram vencendo com aqueles combos absurdos. Olha que tenho muita experiência contra Lauras, mas quando o timing não ajuda já era. Fora que a minha dificuldade em se acomodar ao controle Hori FC4 me atrapalhou também - o desconforto acaba se tornando repentino em comandos que exigem mais movimento em curto espaço de tempo como o "Orochi".  E é por esse motivo que preciso manter meu processo para ficar “rYco” e fazer logo esse controlinho personalizado com o Chico da Brook o quanto antes para nunca mais perder precisão de um joystick pro outro.

Durante o intervalo pós-versus com o Baby, conheci a área de alimentação aonde o evento nos saudava com Pizza Creek e refrigerante. Na área para pegar o elevador, olhei para uma moça de preto - deduzia que fosse staff do evento ou uma das recepcionistas - ao lado do segurança – ela me olhou de volta, com olhar receptivo, e continuei olhando, depois chegou o elevador.

No 6º andar com cobertura e uma vista ao fundo, havia uma figura conhecida e curiosa, provavelmente eu nunca tinha visto antes – era a estátua da Laura com o seu cenário do Brasil atrás, conhecida dos eventos desde sua revelação na Brasil Game Show 2015 (após o vazamento).  Entre comes e bebes, eis que me deparo com o lendário FGC-Watcher se apoiando ali no canto da cantina,  ele me reconhece me chamando pelo nome. A exemplo do Gabriel2Silva, que me reconheceu assim que estava entrando no evento - bem no corredor para a entrada (ele se adiantou para me alcançar na caminhada). Eu que fico na expectativa de encontra-los e eles me encontram. Fico feliz por isso pois mesmo com as fotos, possivelmente não os reconheceria.  

“-Essa Laura tá precisando de uma boa limpeza, heim ?” dizia o FGC Watcher analisando a estátua da Laura. Eu achava que alguns detalhes eram perda de pintura mas na verdade eram sujeira mesmo. Ficamos de tirar aquelas fotos iradas ao lado da Laura sugeridas pelo amigo FGC  e acabaram ficando só pelo pensamento depois que fui chamado para competir no térreo de volta.

Levou um tempo por causa dos comes e bebes e do elevador. Chegando lá, um cara sentado na cadeira me aguarda impacientemente – com aquele comportamento dos jogadores online: “-Esperando esse Mestre Ryu ! “ não sei se foi a intenção mas achei a forma como ele falou e olhou para o lado como um atípico comportamento impertinente para um jogador considerado PRO (afinal, representa um time esportivo).  Já imaginava também que seria outra pedreira previsível – geralmente ou em muitos casos, jogadores que fazem fila tem fama de serem arrogantes mas essa geração esportiva me fez mudar o modo de pensar ao ver que muitos buscam se profissionalizar trabalhando até mesmo a imagem ou nasceu para esse tipo de coisa com comportamento diferenciado.

Depois de tudo terminado, estávamos livres então para curtir o evento. Marcio disse que ia pra dentro pois precisava descansar enquanto assiste às partidas no telão. A tebela aparentemente foi sorteada para que somente jogadores renomados aparecessem na streaming. A comunidade (melhor, a audiência) mimizeia bastante quando jogador iniciante vai pra streaming e jogador famoso não vai. Eu particularmente acho que todos deveriam ter sua chance de aparecer mas sabem como é o comércio.

De qualquer modo, eu e Marcio aparecemos pro mundo todo curtindo o evento na plateia. E foram bons momentos. Que momentos. Ainda rolou de conhecer uma lenda que salvou minha Karin da perdição total no Street V: Kenryo "Mago" Hayashi (mago2dgod / mago2dgod_ps4) . O jogador japonês estava lá – aquele que considero como o “Daigo Umehara que joga de Karin Kanzuki”.  Marcio me ajudou a registrar esse momento mágico aonde apresentei minha Karin de bolso (a miniatura/ gashapon da coleção Capcom Fighting Evolution) e ele adorou, tanto é que assim que estávamos nos preparando, ele segurou empolgadamente a bonequinha, e unidos ali como se nós estivéssemos fazendo um pacto (e seria ainda melhor se eu soltasse as mãos para deixar só ele segurando enquanto eu deixava as mãos abertas saudando a sua benção). Uma bela união entre Brasil e Japão – e os jogadores são bem abertos.  Marcio ainda me apresentou Hiromi "Itabashi Zangief" Kumada e Kubo "StormKUBO" Arashi  (jogador irônico de Abgail, morria de rir nas streams – de nervoso ou um jogo de estratégia ? ) . Conheci também Tatsuya Haitani e seu Akuma competindo com o talento brasileiro mais recente com o mesmo personagem, Arturo Rey. 

Voltando para mais uns Pizza Creek da tarde, vejo o Dennys devorando umas 4 daquelas ao mesmo tempo. O negócio era tão inacreditável que os jogadores chegavam e sempre perguntava se podia pegar mais um pedaço quando na verdade poderia pegar o quanto quisesse, sem limite. Estávamos num sonho com um evento daquela estrutura.

Voltando, eis que reencontro a staff de roupa social e ela estava por ali – fiz uma brincadeira com a situação e ela então disse que era segurança e deveria ficar responsável por aí. “- Ela então era segurança ! ” respondi pra mim mesmo, surpreso, sobre aquela moça simpática. Se o Anderson Deco estivesse por ali, certamente faria ela cair na risada.

O amigo Marcio foi o meu maior guia dessa viagem. Nos trajetos então concordamos o quanto São Paulo é incrível – era a sua segunda vez na cidade.  No processo de saída do evento – que era previsível a extensão dela (tanto é que comprei passagem de volta pro último horário e não rolou a promoção por ter sido muito em cima da hora então gastei mais nessa viagem do que dois dias de evento da BGS, mas não reclamo por todo o resultado) chamei o FGC Watcher para tirarmos aquela foto para registrar (na falta de tirarmos a foto com a Laura no 6ª andar que já havia fechado ). O amigo FGC deu aquela força incrível com belas fotos.

No caminho para pegar o ônibus eis que alguém assovia e vejo Juliano Rocha ao fundo com um cara que não visualizei a imagem direito. Juliano é também um jovem talento do Street Fighter V – Jogador de R.Mika, um dos melhores do Brasil. Reconhecendo-o como uma pessoa gentil, não teria feito aquele assovio, porém, logo percebi depois que ele me disse de quem se tratava daí lembrei que o mesmo tentou alimentar uma treta em uma situação aonde me senti prejudicado num determinado evento online. 

Ao parar para dar atenção, uma mulher de idade passa a minha frente. Fiquei calado, mas poderia ter dito: “-Estou na sua frente!” da mesma forma que ocorreu na rodoviária ao comprar as passagens, um homem de idade passou a minha frente (porém, desatento) um amigo dele que estava atrás junto com ele disse: “-Não liga não, ele tá bêbado! Nem tá ligando pro que tá na frente! Nem te viu! ” Eu podia ter reclamado mas na minha cabeça o cara passou e eu deixei achando que era preferencial.  
O engraçado é que quando a gente reclama, o errado somos nós. Enfim. A educação muda também com esse povo com mente de pobre como a da mulher de idade que passou na frente (e nem parecia ser muito de idade assim).  Não é querendo jogar praga na minha própria cidade, mas parece que só de embarcar pro RJ, nego é movido a causar confusão. De São Paulo, voltando para o RJ, posso notar a diferença sombria e abismal de educação. Os cariocas adoram uma malandragem e o paulista é receptivo demais.  O amigo Marcio foi o meu maior guia dessa viagem. Nos trajetos então concordamos o quanto São Paulo é incrível – era a sua segunda vez na cidade.

Recordei então, num balanço, o quanto o paulista é atento aos detalhes. Assim que saí da plataforma da rodoviária em direção ao metrô um motorista perguntou para onde eu iria, explicou o processo de ir à pé e ofereceu o seu serviço por KM. Sem contar a vantagem do transporte integrado: trem + metro, por ironia do destino: “-Até parece o Rio de Janeiro” só que não.



MEMÓRIAS PÓS-EVENTO

Hinomoto Ani (Nicole) Foi difícil se comunicar. Pela primeira vez, tive um contato direto com uma amiga fora do Brasil frente a frente. Trocamos apenas umas 3 ou  4 frases. O amigo Marcio ajudou no processo, traduzindo do português pro inglês pra amiga Chilena. Nos reencontramos dentro do elevador mas não ocorreu nenhum diálogo. O amigo que a acompanhou no evento – jogador de alto nível também, inclusive, disse: “-Tchau, Nicole! ” enquanto ela descia. O garoto falava português mas parece ter nascido na Coréia, segundo a representação da bandeira na transmissão em que ele apareceu jogando.

Lanche da manhã no Estabelecimento – O staff da CPT veterano de competições perguntou de qual estado eu era e então me lembrei de perguntar ao vendedor da padaria o nome dos salgados para então não criar confusão na hora de pedir. Foi uma situação engraçada se lembrar agora.



Recepcionista do Check-in - Uma hora perguntei “-Aonde estão distribuindo lanches ?” ao ouvir uma staff. O segurança disse pra mim assim: “-Pergunta pra aquela garota bonitinha que ela te diz! Aquela garota bonitinha ali ó! “ ele apontou pra loirinha. A loirinha foi bem comentada pelos presentes. Fico feliz ao tomar coragem de tirar foto com as recepcionistas apesar que eu estava cheio de vergonha. Feliz que o Marcio conseguiu naquele sol e luz pra todo lado. Eu ainda queria ter tirado uma foto com a segurança do evento, aquela simpaticona, só pra registrar, mas a timidez apertou. A vergonha aperta todo o tempo mas a gente precisa enfrentar pra viver.

Robinho FGC – O outro mestre brasileiro de Karin estava no evento mas não consegui identificar. Eu olhava e desconfiava o tempo todo para alguns rostos tentando ver se reconhecia. E eis que ao assistir a transmissão gravada, vejo que ele estava degraus abaixo de mim brincando com os amigos, colocando chifrinho, rindo e tudo. Brincalhão igual nas suas streamings. Nem acredito que o ídolo estava lá debaixo do meu nariz e não o conheci.

KidMagia (Júlio Mayer) – Comediante mesmo. Figura carismática e carimbada que, inclusive, modera as principais comunidades de Street V nas redes sociais. É responsável pelas frases mais engraçadas do evento que causaram grande distração durante as partidas. Eu chorava de rir, parecia os tempos de fliperama. Durante uma partida aonde um determinado jogador criava um jogo avançado e ofensivo para o inesperado comeback ele descrevia sempre: “-Só faz isso?” provavelmente tirando sarro das linguagens mais faladas na geração de jogadores profissionais brasileiros do jogo. O seu timing para as falas era impecável mas os outros jogadores parecem já saber de cor e salteado e nem se impressionava.

Reconhecimento – Apesar de muitos no cenário competitivo questionarem meu nick, a permanência ajudou para que amigos que só me conheciam na internet me reconhecerem ou então amigos que acompanham meus trajetos pela web descobrir que eu também estaria participando do evento.




AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Marcio “Synbios” Yukio - Depois de me ver enrolado nas infinitas entradas e saídas da longa estação de metrô (acabei pagando duas passagens) me deu uma força e disse que a recompensa foi a parceria. Sempre estaremos juntos nesses trajetos. Também disse que gostaria de se encorajar em tirar fotos por onde andasse. Já podemos nos preparar para que o amigo Marcio se torne nosso fotógrafo oficial ou ele mesmo se mostre motivado nesse caminho. Já formulo a hashtag #MarcioparaFotógrafo .

Leonardo "ProGamer I Leokof" Barbosa - O cara que abrilhantou na gravação da partida com o Marcio com apenas algumas dicas, mostrou com todo o carinho e detalhes tanto as jogadas quanto todo o cenário. Ficarei eternamente agradecido. #Leokof02paraCameraman 

Maiores detalhes e registros do evento nas fotos do perfil no Instagram
e em breve vídeos no You Tube.