Em uma época de adaptações cinematográficas de
Super-Heróis de quadrinhos ganhando cada vez mais importância e amadurecimento
no mercado, Os Incríveis chegou como uma grande novidade no ramo da animação em
3D aderindo toda essa convidativa transformação e surpreendendo pelo ritmo
divertido sem deixar de ser um mergulho mais sutil nas histórias mais adultas –
como o cultuado Watchmen das páginas da DC da década de 80 – aonde lidamos com
uma passagem mais humana dos super-heróis e encontrarmos algo mais familiar
neles, que podem ser gente como a gente. Algo bem ensaiado pela Marvel,
principalmente se solidando com os eventos históricos dos anos 60 e os X-Men. Os Incríveis, ao lado de Toy Story, se tornou
uma animação não apenas exemplar em sua maneira de contar histórias como
devidamente uma das mais rentáveis do cinema.
No ano de 2014, surgiu a exposição Os Incríveis –
aqui no Brasil, o evento veio a ser apresentado através do Centro Cultural
Banco do Brasil no Rio de Janeiro. Naquela época, o diretor Brad Bird já confirmava a preparação para o segundo longa. 14 anos depois (e, coincidentemente,
levando o número “14”) o super desejo dos fãs foi realizado.
Com um orçamento de U$$ 200 Milhões, quase o
quádruplo do anterior (U$$ 92 Milhões), Os Incríveis 2 chega batendo recordes e
superando a bilheteria do anterior (que chegou a um total de U$$ 633 Milhões) e é o 20º filme da Pixar (agora, oficialmente
parte da toda poderosa Disney).
Se em Os Incríveis seguia um ritmo de ação bem
diferenciada em relação aos filmes da Disney (quando a Pixar ainda não estava
associada), Os Incríveis 2 mantém esse ritmo explorando ainda mais o lado
familiar de uma forma bastante sensível e envolvente - ao mesmo tempo que
valoriza a personalidade heroica do personagem
Roberto “Beto” Pêra, aonde percebemos suas limitações ainda que se mostre
realmente incansável, Beto é mesmo o cara que faz jus ao apelido identidade
heroica Sr. Incrível.
Helena Pêra, assume o posto de protagonista como a
Mulher-Elástica, aderindo um belo visual de seu antigo uniforme. Visualmente,
os uniformes particulares de Sr. Incrível e Mulher-Elástica ganharam texturas
reformuladas e muito mais bonitas que o original, até mesmo melhor que o uniforme
tradicional da família Os Incríveis.
Os poderes do Bebê Zezé se tornou o grande foco na
divulgação comercial do longa, para trazer um seguimento exato de onde o
anterior parou – quando a revelação acontece de uma forma surpreendente para
solucionar a história, na ausência de sua família. Agora, essa revelação se
torna um pretexto para grandes momentos de descontração em relação as altas confusões que ele terá junto a sua família incrível.
Na dublagem Brasileira, Evaristo Costa e Raul Gil
também estão na animação. O roteiro acaba um pouco confuso na dublagem, ainda
que se tenha uma adaptação muito boa do sentido de seu clima e cenário para as
nossas terras.
Embalada pela ótima trilha sonora de Michael Giacchino, envolta de comédia família e boas doses de
ação, Os Incríveis 2 prossegue a aventura com lemas exemplares sobre união
familiar e se firma como um dos melhores lançamentos do ano.
Marcio Seixas não dubla mais o Sr. Incrível desde 2009 (motivos envolvem o seu intrigante Dossiê ? ). É substituído por Luiz Feier Motta.
O elenco de dubladores tem a cara mais global possível. No elenco estão: Evaristo Costa (Chad, um apresentador de telejornal - semelhante ao que fazia no Jornal Hoje), Raul Gil (Esquicho, um super-herói) e Flávia Alessandra (Evelyn Deavor, uma assistente de luxo).
Memórias da Sessão
Desviando de uma rua cheia de soltadores de pipa, um
ambiente familiar e tumultuado de domingo, cheguei em cima da hora, mas num bom
horário. Porém, apenas dois caixas estavam atendendo a demanda comum e um caixa
atendendo uma demanda para quem comprou ingresso na internet. Um cliente da
fila começou a reclamar enquanto chegava um outro atendente abrindo o caixa,
era o terceiro de uns 5 caixas vazios. Marcou o número 4 na tela e chegou a
minha vez.
Eu não parava de olhar, desde a fila, o público todo
na entrada aguardando e já entrando assim que chegou a minha vez no caixa (já
tinha entrado todo mundo). Perguntei se já havia começado a sessão (eram umas
18:28), e o atendente olhou para a tela e disse que estava no trailer. Fiz a
compra com o sagrado UCI UNIQUE ganhando um belo desconto (de R$ 32,00 para R$
17,50) e fui correndo.
Estava no trailer de Teen Titans GO! E depois de um
tempo surgiu uma animação chamada Bao (pré-exibição, assim como ocorre na
maioria dos longas-metragens da Disney). Ao assistir o curta-metragem,
acreditei que fosse uma animação japonesa – com traços caricatos, a produção
traz uma história bastante interessante e fascinante sobre a relação materna. E
olha que eu achei que fosse um homem ou uma dupla de amigos sentados em uma mesa
pelos seus traços esquisitos e criativos. Enfim, é uma fofura.
O UCI Parkshopping, como sempre apressado em acender
as luzes, fez esse feito no meio da exibição e eu apenas levantei os meus
braços para os lados (com cara de tentando
entender o que aconteceu). Felizmente, foram apenas rápidos segundos. As
luzes se manteram desligadas no começo dos créditos e só acabou ligando por que
o público impaciente começou a se levantar. Porém, todo o público se moveu para
aplaudir o longa. Senti que seria um público bem participativo desde a exibição
do curta, aonde houve apenas um aplauso mas que acabou não puxando ninguém,
infelizmente.
O comportamento dos espectadores durante o longa foi
excelente, ainda que seja um tipo de produção que certamente atrairia muitos
pais com crianças problemáticas para assistir. Mas muito pelo contrário, todas
presentes foram muito bem educadas, tendo apenas algumas pequenas falas de
criança ao fundo sem comprometer em nenhum momento. O interessante foi ouvir um jovem espectador
explicando a sua parceira a conclusão do curta-metragem.
Apenas num rápido momento, uma moça acompanhada de
sua filha passou pedindo desculpas em frente a tela e durante os créditos o seu
marido ficou parado na minha frente durante os créditos (como se eu não
estivesse lá) e desceu com os três óculos no rosto. Era forte, careca e cheio
de tatuagens enquanto a moça com a filha era alta, cabelos longos e pretos e usava
um estiloso vestido florido com aberturas nos dois lados das pernas. Praticamente
o casal que muitos consideram como estereótipo playboy da Zona Sul (mas estamos próximos da Barra, então..). Os
Incríveis 2 e família no cinema, enfim, tudo a ver. Já tive uma, embora não tão
unida quanto na tela.
Sessão
Acompanhada:
UCI Parkshopping - 18: 20 – P 28 –
Xplus 3D Dublado - 01/07/2018 (Domingo)