20º filme da MARVEL e com orçamento de U$$ 180
Milhões, faturando U$$ 76 Milhões só nos EUA, Homem-Formiga e a Vespa é o
pequeno grande longa que dá sequência ao Universo Cinematográfico MARVEL que se
aproxima do fim de sua Guerra
Infinita.
Nas distribuições dos cinemas Brasileiros, o lançamento
(adiado) obteve poucas opções de horário – ofuscado por outro enorme lançamento
do mês: Os
Incríveis 2. Mesmo assim, o título vem lotando salas, felizmente,
correspondendo o grande sucesso e respeito pela marca, conquistada por seus
longas anteriores.
Ainda que seja uma continuação do filme de 2015, é
preciso compreender que ele faz parte dessa linhagem épica que adapta a
linguagem da relação entre eventos distintos ou isolados que se encaixam
exatamente como nos quadrinhos. A linha do tempo compreende as cinesséries Homem-Formiga
e Capitão
América: Guerra Civil (a última aparição do personagem Scott Lang). Os navegantes poderão se ver perdidos ao
testemunhar, logo de cara, as transformações que encontrarão na trama – ainda
mais os de primeira viagem.
Não dá para dizer que se é uma influência da Disney
mas os valores familiares se tornaram mais fortes aqui, como foco. É ainda interessante ver um
choque de gerações entre os antigos e novos astros. Grandes estrelas da década
de 80 e 90 ganhando uma imagem mais materna ou paterna na história como personagens
bem importantes – e ainda gerando surpresas no elenco.
Homem-Formiga e a Vespa é um prato cheio para quem
busca referências da cultura pop, sejam eles grandes sucessos de livros (sem
contar as adaptações cinematográficas recentes), brinquedos a grandes filmes de
super-heróis do cinema. As tiradas de humor ganha o público com essas belas
referências em algum momento.
Que a sensação de comédia de ação estará em todo
filme da MARVEL, isso é inevitável. A fórmula acabou arriscada em situações
imprevisíveis – os quais jamais imaginariam - em certos casos até aceitáveis e
outros nem tanto (é como a cantoria presente nas adaptações cinematográficas
Disney em suas fases de Ouro). A piada acaba surgindo até em situações aonde
não se vê, mas que o bom roteirista encontra alguma forma de colocar aquilo
como dentro do tolerável. Esse espírito melhorou alguns personagens –
caminhando com o contexto (um Thor
menos dramático e mais seguro de si, por exemplo).
No caso de Homem-Formiga e a Vespa, apesar de nos
trazer um aspecto de herói de peso mais
leve e sem muito compromisso para ser sempre correto -
o senso de humor vem bem mais
sutil com um considerável foco no drama e no suspense psicológico. Henry Pym
(Michael Douglas) tem maior peso na narrativa, nesse caso em específico. É o
veterano Douglas assumindo o seu lado Martin Sheen em Apocalypse Now.
Com trama de interesse crescente e também surpreendendo
a ponto de se tornar um grande capricho na forma de mesclar eventos da
realidade e ficção (sobre fantasia, elementos da física, crime, economia e
laços familiares) ainda que previsível em raríssimas situações (tirando as
conexões com a cinessérie – esses não se tornam forçados e são até bem vindas),
procura ainda brincar com clichês, antevendo situações de adivinhação do
espectador, e reserva uma atenção pro lado sentimental sem parecer piegas -
mesmo com o rosto de comediante do Paul Hudd, que parece estar tirando sarro de
tudo em certos momentos, convence em determinada analogia - o elenco de
antagonistas movimenta a narrativa sem querer se mostrar maior que o grande
vilão dos eventos homônimos de Vingadores.
São também parte desse grande valor mais humanizado da história.
- O 3D de
Homem-Formiga e a Vespa convence melhor quando o efeito de perspectiva dos objetos estão saindo da ponta da tela. Tirando
isso, facilmente se acostuma e não surte tanta interação.
- Christopher Beck embala as cenas de luta com sua
trilha sonora, mantendo o sentimento de superequipe agindo com heroísmo em
missão de resgate. A introdução também muda, fazendo referência aos 10 anos da
MARVEL Studios.
ATENÇÃO: Fiquem
depois dos créditos.
Memórias da Sessão
Um Desabafo de uma Formiga Assalariada
Um Desabafo de uma Formiga Assalariada
A correria de sempre para não perder o horário, me
custou surpreendentes mais de 30 minutos de trajeto. Torci para que não
houvesse fila, mesmo com a sensação de que não teria (os horários do filme
foram muito mal distribuídos, chegando a ter apenas um horário e com apenas
cópias dubladas em vários cinemas). Felizmente, não houve fila e consegui
chegar para comprar e restar 15 minutos. A fila para entrar na sessão já estava
acontecendo, aproveitei o tempo para passar no supermercado ali mesmo e comprei
uma caixa de suco de limão.
Desta vez, não houve nenhum brinde para compradores
com o abençoado desconto do UCI Unique.
Última sessão de domingo, noite, filme dublado, sala
lotada (o que foi uma grande surpresa, assim que conferi a tela para escolher
os lugares, não esperava que ia lotar mas LOTOU). Exemplo que o marketing da
Marvel Studios foi acertado, mesmo para um filme do seu universo bem menor que
Os Vingadores: Guerra Infinita, certamente, muitos que estavam ali vieram do
filme do Thanos.
Eu esperava que seria uma fileira de casais ao lado
mas na verdade houveram dois homens do lado esquerdo e logo depois um trio de
moleques do lado direito. Dois garotos, um gordo, um magro e uma garota loira
de cabelos longos e corpo manequim. Enfim, até aí nada contra, até virem
falando pelo corredor e sentar na cadeira sem parar de falar, ligando o celular
no escuro – aquela luz clara incomodando e o falatório atrapalhando o
entendimento do filme. Assistir dublado com um bando de favelado é
T-E-R-R-Í-V-E-L. Eu disse:
T-E-R-R-Í-V-E-L.
Eu não estou dizendo que favelado seja as pessoas
que moram na comunidade. Quem mora na comunidade é morador. Quem é mal educado
é favelado. Ou seja, age como um. E foi isso que eu vi. Um bando de moleque que
paga ingresso sem saber o que tá fazendo e ligando celular no meio do filme e
impaciente com horário (outro caso é o homem sentado ao meu lado – compra o
lugar e reclama que tá longe pra c****. Antes fosse mais esperto e comprasse
mais a frente, enfim).
O UCI Parkshopping respeitou a cena do meio dos
créditos mas não respeitou a cena final já que tem a tradição de ligar as luzes
no meio dos créditos (geralmente, liga as luzes assim que os créditos sobem,
exceto nos filmes da MARVEL que é filme pra cinema de shopping/ pipoca/
blockbuster/ brazucão). Alguns saíram e antes dos créditos acabarem mais outros
saíram (especialmente o trio de moleques e eu dei aleluia).
Enfim, a tradição da falta de respeito no cinema
continua especialmente em sessões dubladas e em shoppings. Isso, infelizmente,
não vai acabar se não houver uma campanha rígida (e leis rigorosas também).
S E S S Ã O C R Í T I C A
Sessão Acompanhada: UCI Parkshopping - 20 P – 21:00 – 08/07/2018