" Tudo começou: MESTRANDO KARIN num monitor de tubo lá entre 2016 e 2017,
até ser obrigado a trocar pelo LCD pra rodar Tekken 7. "
Desde que comecei a
participar de partidas transmitidas de Street Fighter V, mais precisamente
desde o canal Detona Games, uma pergunta pairou em muitos participantes do
chat e entre os jogadores profissionais e jogadores top da cena competitiva em
seus respectivos canais na rede: “-Ué, esse cara tem nick de Mestre Ryu mas
joga de Karin?” Eis uma pergunta que me “tira as calças” porque achei que não
haveria dúvidas.
Porém, mesmo
desconhecido dessa cena que emerge, não imaginaria que a dúvida em massa viria
dessa forma. É algo que, como uma pessoa que gosta de deixar tudo muito bem
explicado, me incomoda bastante. Mas não tem problema, vou tentar explicar como
é essa longa história. Pra começo de história, muito pode ser explicado aqui.
Quando criança, assistindo ao Xou da Xuxa, meados dos anos 80, He-Man se tornou o meu primeiro ícone entre as figuras fictícias (e acredito que a primeira celebridade a conquistar a minha admiração). De quebra, sua prima, She-Ra, foi a minha primeira super-heroína a ter aquela paixonite.
Sempre gostei disso. Guerreiros que (muitas vezes mascarados), ora lutam usando armas, ora possuem super poderes ou as duas coisas - e a espada mágica de Grayskull do He-Man, um dos meus primeiros brinquedos, tenho mantido guardado em algum lugar (da minha bagunça). E com todas essas qualidades de guerra, quando é mulher, melhor ainda.
Desde sempre fui muito vidrado por guerreiras elegantes, com aqueles vestidos e capas. - Ah, e por isso você fã incondicional da Supergirl ? Isso, isso, isso isso ! Por que sempre curti coisas bastante fora do habituado ritmo de rotina. Ver uma mulher que também pode ser forte como os meus heróis que eu sonharia em ser, só me fazem brilhar os olhos.
- Cara! Mas aí, vem cá, se tiver um jogo de luta do He-Man e tiver a She-Ra? Eu acredito que hoje eu escolheria a She-Ra de primeira e, quem sabe, tentaria jogar de He-Man também.
Como vivi boa parte da minha vida social em ambientes escolares, como nem sempre tive amigos de vizinhança (muitíssimo raro), eu também passei a me identificar com esses tipos de personagens - principalmente os personagens mais jovens. Daí, veio a Sakura, a paixonite que substituiu Cammy e Chun-li mas o seu carisma incrível não ofuscou o meu favoritismo por Ryu.
Quando Karin surgiu em 1998, eu ainda jogava de Ryu no Street Alpha 3. Ryu sempre será o meu lutador favorito, acontece que hoje ele divide o meu coração com Karin Kanzuki. Pude considerar o quanto a personagem cresceu em Street Fighter V - não pude ignorar o esforço que a CAPCOM fez para mostrar que Karin agora pode realizar uma Vitória Perfeita com mais tranquilidade nas mãos dos jogadores. Muitos reclamam, mas ela precisava melhorar todo o seu jogo como uma guerreira de nível intermediário - o jogador profissional GABRIEL VASCONCELOS a considera uma personagem nível Deus, a melhor do jogo. Em Street Alpha 3, ela ainda perdia muita vantagem contra os caratecas, Ryu, Ken e Akuma (Barra V), principalmente.Quando criança, assistindo ao Xou da Xuxa, meados dos anos 80, He-Man se tornou o meu primeiro ícone entre as figuras fictícias (e acredito que a primeira celebridade a conquistar a minha admiração). De quebra, sua prima, She-Ra, foi a minha primeira super-heroína a ter aquela paixonite.
Sempre gostei disso. Guerreiros que (muitas vezes mascarados), ora lutam usando armas, ora possuem super poderes ou as duas coisas - e a espada mágica de Grayskull do He-Man, um dos meus primeiros brinquedos, tenho mantido guardado em algum lugar (da minha bagunça). E com todas essas qualidades de guerra, quando é mulher, melhor ainda.
Desde sempre fui muito vidrado por guerreiras elegantes, com aqueles vestidos e capas. - Ah, e por isso você fã incondicional da Supergirl ? Isso, isso, isso isso ! Por que sempre curti coisas bastante fora do habituado ritmo de rotina. Ver uma mulher que também pode ser forte como os meus heróis que eu sonharia em ser, só me fazem brilhar os olhos.
- Cara! Mas aí, vem cá, se tiver um jogo de luta do He-Man e tiver a She-Ra? Eu acredito que hoje eu escolheria a She-Ra de primeira e, quem sabe, tentaria jogar de He-Man também.
Como vivi boa parte da minha vida social em ambientes escolares, como nem sempre tive amigos de vizinhança (muitíssimo raro), eu também passei a me identificar com esses tipos de personagens - principalmente os personagens mais jovens. Daí, veio a Sakura, a paixonite que substituiu Cammy e Chun-li mas o seu carisma incrível não ofuscou o meu favoritismo por Ryu.
Se Sakura era uma gracinha, Karin é elegante em seus movimentos, além de unir aquele conjunto físico que sempre admirei em heroínas como She-Ra e Supergirl (- Saias e pernas à amostra, é ? Uiiii!). Fora a cor vermelha (a cor do amor) que era a cor dos líderes de muitos grupos de superequipes de super-heróis japoneses da TV (Changeman, Flashman e outros).
Vilões que desafiam os heróis, os colocam em grande risco ou até causam a sua morte, são os que mais admiro. Mas quando uma mera rival que eu já admirava antes se torna heroína, meu amigo, dá licença que eu vou ficar no time. Mas tudo depende de sua boa construção. Karin, que surgiu como uma mera antagonista, teve um desenvolvimento muito bem construído para me convencer de que ela poderia sim se tornar uma heroína carismática, sem perder o seu charme ou a sua classe.
Como também um escritor e desenhista de histórias em quadrinhos, vieram inúmeras possibilidades, ideias borbulhavam pela minha cabeça em relação ao universo de Karin - que já veio de uma obra literária, uma origem bem rica (assim como toda a grana da família dela de herança). E antes de Karin, já estava vidrado por personagens da aristocracia no meu lado cinéfilo, como a Rose de Titanic e a Sarah Crewe de A Princesinha.
Jovens ricas e gloriosas sempre gostei, ainda mais quando lutam com seus trajes formais (- Ha, Ha, Ha, Ha, Ha !).
E Karin tem muitas semelhanças físicas e comportamentais com a Supergirl. Não é à toa seu apelido. Agora que é uma heroína comprovadamente oficial, tudo liga.
Inclusive, as cores vermelha e azul (principais cores da Supergirl) estão presentes no uniforme de Karin Kanzuki (as cores de seus uniformes alternativos em Street Zero 3 e Street Fighter V são da cor azul).
Realmente, as lutadoras ganham muito destaque em Street V, talvez pela forma que o mundo se encontra atualmente, com mulheres se destacando em diversas áreas da sociedade. Talvez tenha sido a forma que a CAPCOM encontrou ao olhar pra trás e perder o preconceito de que mulheres não podem ser forte nos seus jogos de luta – Chun-li, por exemplo, era pra ser a personagem mais fraca de Street II: The World Warrior (sua barra de vida, no estágio inicial de produção, foi sugerida que tivesse a metade da barra em relação a todo o elenco masculino).
A questão que quero explicar aqui não está em relação à teoria, às ideologias, mas tentar explicar o que eu devo ter entendido sobre o lado da CAPCOM. Agora, em relação ao meu lado, eu comecei jogando Street Fighter V diretamente com Karin. Quando comecei a jogar Street Fighter com a versão Street II: Special Champion Edition no Mega Drive, eu não sabia da importância de Ryu (até por que a capa ocidental do jogo era o Bison surrando o Guile – pra mim, eram só dois caras do jogo brigando, nem imaginava que Bison era o maior vilão da parada toda).
Ali, eu comecei jogando de Dhalsim, justamente por causa de seus braços e pernas que se alongam e assim acreditei que seria mais fácil de ganhar as partidas. Muito pelo contrário, um personagem muito difícil de jogar. Depois que comecei a jogar Street Fighter no Mega Drive, um tempo depois parti para o Super Street Fighter II e acredito que ali, Ken foi a minha primeira escolha, que já se sagrava como o meu personagem principal um tempo antes do segundo cartucho da série de jogos adaptados para o sistema sair. Os quadrinhos americanos, lançados em 94 por aqui, e o desenho da TV defendia o Ken com grande destaque, isso me deixava feliz, por estar jogando com ele. Mas havia também o filme estrelado por Van Damme que estreava na mesma época, o que me deixava inclinado a voltar a jogar com o Guile – acredito que foi o segundo personagem que peguei pra jogar depois do Dhalsim e não me adaptei muito de início, mas, posteriormente, foi o primeiro personagem que aprendi a fazer comandos especiais da maneira certa. Nesse período, em meados de lançamento do filme e do desenho da TV em 95, alternava entre Ken e Guile.
Posteriormente, mantive Ken como principal por bastante tempo. Comecei a jogar de Ryu justamente por causa das aulas de caratê quando comecei a praticar, e do longa animado que chegou aos cinemas em Fevereiro de 1996 por aqui, só acendeu a minha chama de fazer com que Ryu se tornasse o meu protagonista. Por qual motivo? Sua personalidade e não a sua forma de jogar. A forma de jogar eu precisava me esforçar para dominar porque eu queria que aquele ali fosse o meu personagem principal – mesmo tendo Ken, um personagem com estilo de jogo mais agressivo, como meu protagonista até aquele momento. Ryu não era uma máquina de matar automática – embora Ryu e Ken tenham começado de uma forma bem parecidas, no final, cada um passou a ter seu estilo de jogo. Para se jogar com Ryu era preciso ter um jogo mais técnico, mais paciente – entender posicionamento e coisas mais avançadas desse tipo.
E então, levou um tempo para me adaptar, perdendo várias e várias para a CPU até dominar melhor o personagem. Na falta de me adaptar com Ryu, terminava de Ken muitas vezes. Hoje, eu acabo não sabendo mais como jogar no automático com Ken – muitas vezes acabo jogando com o carateca loiro de uma forma mais técnica como jogo de Ryu, e não na loucura (lançando golpes ao vento sabendo que vai acertar ou coisas assim). E foi depois da série Alpha que eu passei a jogar com o Ryu como principal com mais intensidade. Graças ao longa animado, Ryu ganhava mais importância na história com finais incríveis – e o melhor foi em Alpha 3, Ryu se tornou ainda melhor e numa história mais ampla – terminei tantas vezes como casei Ken e Eliza em SF II. Mas ainda nos versus, que vieram intensos no começo dos anos 2000, passava a usar Ken em Alpha 2.
Com o tempo, eu quis me desafiar e buscar novas formas de jogo dentro dos jogos da série Street Fighter. Daí comecei a procurar a jogar com personagens que eu achava impossíveis, como Chun - li. Ela tinha alcance e tempo de ataque diferente em relação ao Ryu, o seu chute forte para parar ataques aéreos – por exemplo – era mais lento para se formar e era preciso fazer uma leitura antecipada. Nos demais jogos, como Capcom v.s. SNK 2, arriscava lutadores carregáveis e rápidos, daí passei a investir em personagens como Vega, o Ninja Espanhol.
Quando veio a chance de começar a jogar partidas online, em 2005, senti que jogar com lutadores carregáveis seria mais fácil – Chun-li, após o Champion Edition de Arcade, ficou muito mais acessível, e resolvi adotá-la como titular. Tirando sua rapidez, a ideia de usar Chun-li para batalhas em versus veio pela sua simplicidade na Barra X em Alpha 3, então tentei adaptar o estilo de jogo que aprendia nos outros títulos.
Realmente, as lutadoras ganham muito destaque em Street V, talvez pela forma que o mundo se encontra atualmente, com mulheres se destacando em diversas áreas da sociedade. Talvez tenha sido a forma que a CAPCOM encontrou ao olhar pra trás e perder o preconceito de que mulheres não podem ser forte nos seus jogos de luta – Chun-li, por exemplo, era pra ser a personagem mais fraca de Street II: The World Warrior (sua barra de vida, no estágio inicial de produção, foi sugerida que tivesse a metade da barra em relação a todo o elenco masculino).
A questão que quero explicar aqui não está em relação à teoria, às ideologias, mas tentar explicar o que eu devo ter entendido sobre o lado da CAPCOM. Agora, em relação ao meu lado, eu comecei jogando Street Fighter V diretamente com Karin. Quando comecei a jogar Street Fighter com a versão Street II: Special Champion Edition no Mega Drive, eu não sabia da importância de Ryu (até por que a capa ocidental do jogo era o Bison surrando o Guile – pra mim, eram só dois caras do jogo brigando, nem imaginava que Bison era o maior vilão da parada toda).
Ali, eu comecei jogando de Dhalsim, justamente por causa de seus braços e pernas que se alongam e assim acreditei que seria mais fácil de ganhar as partidas. Muito pelo contrário, um personagem muito difícil de jogar. Depois que comecei a jogar Street Fighter no Mega Drive, um tempo depois parti para o Super Street Fighter II e acredito que ali, Ken foi a minha primeira escolha, que já se sagrava como o meu personagem principal um tempo antes do segundo cartucho da série de jogos adaptados para o sistema sair. Os quadrinhos americanos, lançados em 94 por aqui, e o desenho da TV defendia o Ken com grande destaque, isso me deixava feliz, por estar jogando com ele. Mas havia também o filme estrelado por Van Damme que estreava na mesma época, o que me deixava inclinado a voltar a jogar com o Guile – acredito que foi o segundo personagem que peguei pra jogar depois do Dhalsim e não me adaptei muito de início, mas, posteriormente, foi o primeiro personagem que aprendi a fazer comandos especiais da maneira certa. Nesse período, em meados de lançamento do filme e do desenho da TV em 95, alternava entre Ken e Guile.
Posteriormente, mantive Ken como principal por bastante tempo. Comecei a jogar de Ryu justamente por causa das aulas de caratê quando comecei a praticar, e do longa animado que chegou aos cinemas em Fevereiro de 1996 por aqui, só acendeu a minha chama de fazer com que Ryu se tornasse o meu protagonista. Por qual motivo? Sua personalidade e não a sua forma de jogar. A forma de jogar eu precisava me esforçar para dominar porque eu queria que aquele ali fosse o meu personagem principal – mesmo tendo Ken, um personagem com estilo de jogo mais agressivo, como meu protagonista até aquele momento. Ryu não era uma máquina de matar automática – embora Ryu e Ken tenham começado de uma forma bem parecidas, no final, cada um passou a ter seu estilo de jogo. Para se jogar com Ryu era preciso ter um jogo mais técnico, mais paciente – entender posicionamento e coisas mais avançadas desse tipo.
E então, levou um tempo para me adaptar, perdendo várias e várias para a CPU até dominar melhor o personagem. Na falta de me adaptar com Ryu, terminava de Ken muitas vezes. Hoje, eu acabo não sabendo mais como jogar no automático com Ken – muitas vezes acabo jogando com o carateca loiro de uma forma mais técnica como jogo de Ryu, e não na loucura (lançando golpes ao vento sabendo que vai acertar ou coisas assim). E foi depois da série Alpha que eu passei a jogar com o Ryu como principal com mais intensidade. Graças ao longa animado, Ryu ganhava mais importância na história com finais incríveis – e o melhor foi em Alpha 3, Ryu se tornou ainda melhor e numa história mais ampla – terminei tantas vezes como casei Ken e Eliza em SF II. Mas ainda nos versus, que vieram intensos no começo dos anos 2000, passava a usar Ken em Alpha 2.
Com o tempo, eu quis me desafiar e buscar novas formas de jogo dentro dos jogos da série Street Fighter. Daí comecei a procurar a jogar com personagens que eu achava impossíveis, como Chun - li. Ela tinha alcance e tempo de ataque diferente em relação ao Ryu, o seu chute forte para parar ataques aéreos – por exemplo – era mais lento para se formar e era preciso fazer uma leitura antecipada. Nos demais jogos, como Capcom v.s. SNK 2, arriscava lutadores carregáveis e rápidos, daí passei a investir em personagens como Vega, o Ninja Espanhol.
Quando veio a chance de começar a jogar partidas online, em 2005, senti que jogar com lutadores carregáveis seria mais fácil – Chun-li, após o Champion Edition de Arcade, ficou muito mais acessível, e resolvi adotá-la como titular. Tirando sua rapidez, a ideia de usar Chun-li para batalhas em versus veio pela sua simplicidade na Barra X em Alpha 3, então tentei adaptar o estilo de jogo que aprendia nos outros títulos.
CAROL DENVERS uma vez me disse: “- É importante jogar com outros personagens,
além do seu principal, para procurar desenvolver ideias para novas formas de
jogo ! ” um exercício mental jogar com outros personagens além do que você joga
para poder não só entender o estilo de cada um como também melhorar a
coordenação motora e reflexos para situações complicadas, acredito.
E por muitas vezes,
acabei pegando personagens mais difíceis ou pouco usados. Em Street Alpha 3,
peguei Karin, mais tarde, porque além de gostar do seu estilo, era também uma
personagens diferenciada, pouco usada contra um exército de Ryu, Ken e Akuma
(principalmente este último). Com um
controle melhor para jogar em partidas online, passei a arriscar Karin com mais
frequência e mais à fundo entre o fim de 2014 e início de 2015.
Eu entendo que na
cena competitiva os jogadores buscam sempre aqueles personagens que acreditam
ser mais fortes ou mais adaptáveis. Eu considero Street Fighter V, talvez, o
jogo mais profundo da série em termos técnicos. Cada lutador é incrivelmente
diferente do outro – estar bom com um determinado personagem precisa de uma
prática de longos meses. Street IV mantinha o mesmo problema dos anteriores,
buscar aprimorar execução (ainda que seja facilitada, os combos ali eram a
parte essencial para avançar) em Street V o título parece mais fácil por causa
da execução e combos controlados pelo sistema estilo (lembrando bastante jogos como Mortal Kombat III). Mas o
desafio não está aí mas sim na forma de pensar o jogo – as condições técnicas
de posição e jogo neutro, por exemplo, valem mais que inventar novas formas de
combinar movimentos no meio da partida – é preciso ter cabeça também para saber
a hora certa de encaixar. O que faz com que Ryu, que já é um personagem
naturalmente técnico, não tenha um jogo livre ou uma mobilidade tão leve em
relação aos jogos anteriores.
“-Ah, então quer
dizer que você achou o Ryu.. pesado?” Sim, eu achei o Ryu PESADÃO pra ser bem
sincero. Saindo da leveza da Karin e partindo pro velho e bom Ryu, senti toda a
diferença. Não reclamo da radical diferença ou da reinvenção que SFV deu aos
personagens antigos e até aos novos (na forma de jogar) mas da forma tão
distinta de jogar entre cada lutador. O tempo que tive para me aprofundar e
estudar tudo sobre Karin, seja em vídeos ou em horas de prática e mesmo assim
perder para jogadas bem cretinas – favorecidas por problemas de rede também
(fora as trapaças). Era muito fácil jogar de Karin e depois tentar Ryu em Alpha
3, bastava um tempo. Agora, não. Se eu jogar de Ryu, eu teria que levar um
tempo monstruoso e de repente acabar perdendo dois personagens nesse
aproveitamento. Um tempo desperdiçado.
Dizem alguns dos
maiores jogadores que ter dois lutadores como escolha na cena competitiva em
Street V já são suficientes. Mas se já tenho dificuldade para se manter em um,
imagine DOIS. Três é LOUCURA. Coisa de quem tem TODO O TEMPO DO MUNDO para se
dedicar. O que não é o meu caso, no momento.
Essa natureza por
preferir personagens mais leves já se manifestava na minha fase de versus em
The King of Fighters desde 1999 (quando ganhei o meu querido e último console
da vida, Dreamcast). Em KOF 99 descobri a habilidade de Andy Bogard. Mesmo não
considerando Andy o meu lutador favorito e sim Terry em Fatal Fury, passei a me
apaixonar pelo personagem – sua rapidez e variedade determinou tudo e salvou
muitas fichas minhas (principalmente nos versus de KOF 2002). Hoje, adoro Andy.
E Terry, como personagem.
Quando comecei a
jogar Street V, achei Karin incrivelmente fácil, suas execuções e tudo mais. Porém,
o que pesou foi o bendito Instant Tenko +
Orochi. Por mais que digam: Karin é
fácil, esses dois movimentos praticamente quebram esse discurso. Por causa
de apenas dois movimentos, que são essenciais para decidir uma partida ou então
escapar de situações mirabolantes (no caso do Orochi, que passa pelo vício dos
projéteis). Daí, saindo de Karin e tentando outros personagens, percebi que até
mesmo Ryu estava tornando SFV um jogo bastante pesado pra mim.
Acredito que seja
muito difícil jogadores de Karin jogarem também de Ryu 100% nessa versão. Quem
consegue, eu bato palmas, porque são dois personagens muito, mas muito
distintos mesmo. Um peso que não é só na teoria da ficção mas que também é
real. Porém, tenho me esforçado. Hoje eu entendo melhor o estilo de jogo do Ryu
versão SFV. Arrisco, de repente, usá-lo em algumas situações, mas me sinto bem
mais seguro de Karin. Digo isso com felicidade, pois era uma personagem muito
sofrida no Alpha 3 - ainda que intermediária, com animações bacanas, mas era
pouco funcional contra os lutadores mais fortes desse jogo em questão.
E também por que
costumo ter um personagem específico em cada versão (ou fase) de Street
Fighter. Creio que em SFV eu permaneça jogando de Karin até o final de seu
ciclo comercial (e competitivo) de repente testando outros personagens no
futuro (assim que eu entender melhor a mecânica geral do jogo ou essencial
dele). Eu aguardei por muito tempo para que Karin retornasse para poder
entender melhor a sua forma de jogo e desenvolver isso com a comunidade (ela
não retornou em Street IV, que foi o jogo que trouxe Street de volta ao foco
competitivo e também começou a estabelecer uma cena mais brasileira –
Felizmente, o V concluiu esse movimento que o IV começou).
E sobre o nick
“Mestre Ryu”, em 2004 eu passei a aderir o acréscimo “Kanzuki” e ficou “Mestre
Ryu Kanzuki” se trocar Kanzuki no fim e colocar no meio ficaria “Kanzuki Ryu” –
espelhando ao estilo Kanzuki-ryu de Karin. Eu sempre pensei como um nick de
personagem original – não que associasse “Mestre Ryu Kanzuki” ao próprio Ryu
mas como se fosse um herdeiro do estilo Shotokan (arte que pratiquei na vida
real e que me trouxe ao personagem) e ao próprio de Karin. No geral, o nick
parece uma referência ao final especial do primeiro SF II de Mega Drive - ao
terminar o jogo sem perder Round você “Mestra” o personagem específico que você
terminou (daí surge um título assim “You Have Mastered Ryu !!!” – “Você Mestrou
Ryu !!! ”, por exemplo).
Na verdade, o nick
“Mestre Ryu” foi uma inspiração no final de Ryu em Street III: Third Strike
aonde podemos testemunhar que Ryu parece ter alcançado o seu estágio de
perfeição (uma folha de árvore chega a dissolver em seu braço pela tamanha
energia concentra) – e aonde ele finalmente conseguiu chegar a um estágio tão
avançado sem precisar do seu lado maligno: Evil Ryu. Nunca curti fazer o papel
de vilão, sempre curti os mocinhos – e usar nick em referência a vilões ou
antagonistas, em sua maioria, não fazia parte da minha personalidade. Nunca
gostei de fazer o tipo arrogante, de alguém que se sente superior à todos, de dominar o mundo, ou passar a imagem
disso. Vilania não faz o meu tipo.
RYU foi o meu
primeiro nick nas redes. Uma vez, conversando com a minha irmã, antes de
acessarmos a internet pela primeira vez e cair de vez nesse mundo virtual,
pensei num nick “Ryu Bom de Briga”, sugeri, com a intenção de mostrar que era
um nick vigoroso, mas ela então me disse algo que me fez refletir: “-Bom, ai ia
parecer que você é brigão!” eu sou da paz, tranquilo, que tenta ficar na sua,
igual ao Ryu, sem querer mostrar o valentão com ninguém. A seriedade só vem em
momentos específicos. Então decidir manter apenas Ryu, como eu não sabia (ou
não lembrava) como se tirava da caixa alta, meu primeiro nick acabou sendo
mesmo RYU.
Então, eu diria que
“Mestre Ryu” é o oposto de Evil. Via muitos usando Evil insira aqui algum personagem nos chats de bate-papo da época. Eu
sempre mantive o meu mesmo. Tudo bem, em casos raros usava Bad Boy para chats
que não tinha a ver com a cultura pop – comuns sobre outros assuntos, como
relacionamento, mas meio que associando a um tipo de antagonista ou então ao
próprio Ryu, como ele se comportava em algumas artes específicas (como naquele
cartaz clássico de Street II: Champion Edition - os seus olhares sérios e fogo
em volta do braço). Um Bad Boy do bem. Também já usei Mewtwo na época do
Pokemón: O Filme. Mas sempre tolero mais os anti-heróis, os rebeldes, que não
são tão vilões assim, no fundo no fundo. Tem uma justificativa bastante humana.
Karin também não é vilã, mas já foi uma antagonista. Por esse motivo que o Ryu
e o Kanzuki no nick controla as coisas – eu posso ser bom mas posso ter um lado
incompreendido também. Afinal, sou humano.
Uma vez, uma menina
num chatt da UOL chamada Mariani disse que meu nick era bonito, então em
homenagem a Mariani decidi manter o “Mestre Ryu” até hoje. Curiosamente,
Mariani usou o nick de Cammy apenas uma vez num dia temático de Street Fighter
no chatt.
O Kanzuki eu adotei
nos fóruns para que todos pudessem saber que eu também curtia Karin ao debater
ou compartilhar sobre temas a respeito. Mas eu decidi manter Mestre Ryu sem o
Kanzuki na cena competitiva (embora em casos raros eu use M.R.K. ou Kanzuki)
para uma melhor facilidade de identificação. E também como forma de marca e
divulgação, para ser lembrado pelos meus trabalhos no blog Santuário do Mestre
Ryu – sendo um nick veterano e com uma certa carreira.
Num período,
cheguei a usar o nick Mestre Gouken em um fórum de cultura pop (inicialmente de
animês) e Conrad (em homenagem ao clássico Fashback, cultuado jogo dos anos 90) para um fórum dedicado a
Ficção Científica (SCI-Fi Brasil), porém, acabou acarretando numa certa
confusão. Hoje, prefiro manter meu nick do que mudar radicalmente para “Mestre
Karin” como o grande Bruno Cross me sugeriu uma vez - mais precisamente “Mestre
Kanzuki” se fosse o caso – quem me conhece de outros carnavais (ou do blog ou
dos fóruns ou dos chats ou de cotidiano) não me reconheceria, por exemplo,
então achei que manter o “Mestre Ryu” seria mais interessante. Mas acredito que
se voltar a postar em fóruns, algum dia, continuarei usando Mestre Ryu Kanzuki
(aqui no SDMR já assino com o nick completo). Talvez numa futura conta PSN eu
use Mestre_Ryu_Kanzuki para acabar com a confusão na cena competitiva ou talvez
manter o Mestre_Ryu, afinal, a Karin ali em ação já complementa “Kanzuki”.
“ - TÁ, JÁ ENTENDI! E POR QUE KARIN E NÃO O RYU ? “
É difícil eu mesmo me rotular. Respostas tão diretas nem sempre podem responder exatamente a tudo sobre uma pessoa.
Não deixei Ryu de lado. Pelo contrário, o apelido é por que eu me identifico com o personagem de acordo como os jogos e os materiais oficiais e adaptações o apresentam. Ele tem o seu lado bom, pobre e de coração nobre, tem o seu lado egocêntrico, pacato, solitário (de poucos amigos) e tem o seu lado incompreendido (o lado oculto que se manifesta). Eu me identifico com a maioria das coisas, mas não todas, por exemplo, Ryu recusa status, premiações, só quer competir, testar suas habilidades. Eu gosto de competir, gosto de testar as minhas habilidades mas também gosto de receber algum reconhecimento por isso – algo material que me faça recordar, eu vejo aquilo ali como uma expressão de todo o sentimento. É algo bastante sagrado pra mim – ver que naquele material, algum sague e suor foi derramado para que aquilo estivesse montado para me receber.
Não deixei Ryu de lado. Pelo contrário, o apelido é por que eu me identifico com o personagem de acordo como os jogos e os materiais oficiais e adaptações o apresentam. Ele tem o seu lado bom, pobre e de coração nobre, tem o seu lado egocêntrico, pacato, solitário (de poucos amigos) e tem o seu lado incompreendido (o lado oculto que se manifesta). Eu me identifico com a maioria das coisas, mas não todas, por exemplo, Ryu recusa status, premiações, só quer competir, testar suas habilidades. Eu gosto de competir, gosto de testar as minhas habilidades mas também gosto de receber algum reconhecimento por isso – algo material que me faça recordar, eu vejo aquilo ali como uma expressão de todo o sentimento. É algo bastante sagrado pra mim – ver que naquele material, algum sague e suor foi derramado para que aquilo estivesse montado para me receber.
Mas eu também amo a
Karin e me identifico com algumas coisas que apresentam no jogo, nas obras de
origem e em adaptações. Só não sou rico, mas quando necessário eu sou esnobe,
por vezes rejeitado e muitas vezes me vejo derrotado, porém, se esforçando para
obter resultados. Karin busca ser a melhor em tudo, eu ao menos tento fazer o
melhor que posso.
“ - Ah, então você
quer dizer pra mim que não gosta do Ryu e gosta da Karin ? “ Como personagens, gosto dos dois. Mas existem semelhanças: ambos seguem dilemas orientais - se cobram, procuram ser perfeccionistas e acredito que se torturam por isso (se fossem pessoais reais). A situação o qual justificam as minhas preferências por Karin e Ryu são muito parecida - o material ilustrativo e cinematográfico que os amadurecem. Um
complementa o outro em sua personalidade. Na prática, em sua maioria, é a mesma
coisa. Me dedico a Karin por simbolismo em Alpha 3 e em Street V por pura
determinação.
DIA 15 DE SETEMBRO..
KARIN KANZUKI ENTRARÁ NO MULTIVERSO DA LOUCURA
KARIN: O GUIA DE GUERRA
NÃO PERCA...
Enquanto...
A ERA DOS JOGOS DE LUTA...
Está chegando.