EM UM FUTURO MUITO.. MUITO DISTANTE
Muito antes de Street Fighter chegar em uma nova geração, existiu Street Fighter 2010: The Final Fight. Uma continuação exclusiva e paralela para o sistema Nintendo (Vulgo Nintendinho/ Nes).
A CAPCOM aproveitou de uma forma muito obscura as ideias e o título
de seu quase famoso jogo dos Arcades, originalmente lançado em 1987,
como seguimento em um gênero de ação que se distanciava demais de sua
origem. Bem, não era tanto assim.
Nesta
aventura, apenas um nome era familiar: Ken. O melhor amigo de Ryu virou
um vingador viajante pelas galáxias, encarando todo tipo de criatura.
Havia um tema familiar também: vingança. Ken está em busca do assassino
de seu amigo. Característica que perdurou na saga Street Fighter II e
alguns capítulos adiante. Inclusive a famosa frase de Guile: - Go Home And Be A Family Man que viria em Street Fighter II teve seus primórdios na frase de um dos bosses desse jogo. A frase é um pouco parecida: - Go Home If You Don't Hurt.
Aqui,
Ken usa uma armadura e manda Hadoukens com as mãos e os pés ao melhor
estilo dos jogos de tiro, como Mega Man, tendo que fugir por um portal
para terminar uma fase.
Era
a primeira vez que o nome Street Fighter se tornou cobaia para
ingressar em um novo estilo de jogo. A tentativa trouxe uma má imagem a
esta continuação indireta - isso bem antes de Street Fighter: The Movie, o jogo que se inspirou no filme com Van Damme e Raul Julia em
1994. Imagina o engana trouxa que a CAPCOM fez no consumidor durante
esses anos? A sorte era que Street Fighter nem era tão famoso assim.
Street Fighter 2010: The Final Fight é considerado um bom jogo de aventura mas pouquíssimos elementos que veríamos em Street Fighter II estavam ali.
O CICLO STREET FIGHTER
Ken é o o único sobrevivente dos Street Fighters e
agora combate 7 guerreiros espaciais em um mundo pós-apocalíptico. Isso é
apenas uma ideia bacana de um jogo esquecido lançado para o Nintendo 8 Bits em
1990. Naquela época, Street Fighter era apenas mais um título com
características curiosas e, aparentemente, complexas. 6 Botões de intensidade
(fraco, médio e forte) e comandos difíceis para executar movimentos especiais
(ao invés de pressionar um botão em específico ou no máximo dois) era preciso
realizar um determinado movimento no direcional com o botão de ataque pressionado
no fim, simultaneamente.
Como não havia se consagrado ainda como um divisor
dos gêneros dos jogos de luta um contra um, a liberdade criativa com o título
se elevou a mil. Street Fighter ganharia ainda um título de ação de briga de
gangue (Street Fighter 89) se tornando posteriormente Final Fight: um jogo que
passou a ser do mesmo universo. Street Fighter 2010 era então outra tentativa
de expandir este universo. Kyle, e não Ken, era o novo protagonista, segundo a
fonte oficial, CAPCOM do Japão, terra de origem do título. A existência de Ken
ser o protagonista partiu da adaptação Americana da história e espalhada em
revistas especializadas – como a Revista VideoGame aqui no Brasil.
Se bem que, a ideia de “Ken do futuro” mesmo surreal
com a popularidade que Street Fighter II ganhou
estabelecendo, para sempre, o visual e estilo de seus personagens, seria
um desenvolvimento ousado e tanto nessa conexão com a (agora) marca de sucesso.
É certo que quase ninguém se ligou no título “Street Fighter” antes dos dois
algarismos romanos surgirem na frente mas hoje, essas características como a
música, os golpes e o visual, são defendidos como uma religião pelos mais
puritanos (que, infelizmente, são muitos) que não deixam o jogo seguir além,
adiante, ao infinito, desenvolver um futuro além da sombra de seu sucesso –
trazer coisas novas e experimentais a fim de construir novos elementos para
novas gerações.
Os piores fãs são os que só acreditam que shoryuens
e hadoukens podem vencer uma partida e fazer parte da história. Quando na
verdade, Street Fighter está envolvido às brigas de rua, às lutas clandestinas,
sem censura e nem sempre partes de um torneio de artes marciais – a violência
está presente na história, ainda que exista uma veia de ironia, mas ela também consegue
ser mais sombria e mais séria cada vez que mergulha nesse universo envolvido em
energia espiritual, profecias e criaturas, claras inspirações das histórias em
quadrinhos (bebida na fonte de muitas histórias de fantasia da cultura pop), da
mitologia japonesa e das transformações do próprio mundo.
Mas a CAPCOM surpreende em arriscar. Street Fighter
2010 hoje é considerado canônico. O futuro além do que já se conhece sobre
Street Fighter existe. É interessante saber que o universo desta série não gira
só em torno de Ryu e Ken assim como Star Wars prova que nem tudo gira em torno
da família Skywalker. Pois bem, estamos falando de futuro.
Então logo após essa experiência em uma galáxia muito
além do que muitos imaginariam após o sucesso, mídias especializadas se
questionavam com os jogadores que eventualmente recebiam novas atualizações
fechadas de Street Fighter II. Depois do sucesso de The World Warrior, veio Champion
Edition, Turbo, Super, Super II X, uma infinidade de sequências. Seria Street Fighter II então o seu início, meio e fim?
Depois de virar filme, virar jogo do filme, virar
jogo em 3D, uma legião de jogos de luta surgiram intitulados como “filhos de Street Fighter II” e não só filhos, vieram os primos, os meio-irmãos e os
irmãos gêmeos perdidos também. Os 12
Guerreiros Mundiais se tornaram sucessos e referências mundiais para a criação
de personagens em jogos de luta, sair dessa sombra seria algo bem difícil. SF
II se consagrou como o golpe definitivo em todos os pontos positivos do gênero.
Em 1990, o futuro tecnológico e longínquo de Street
Fighter foi mostrado e ninguém reclamou. Em 1997, o aguardado Street Fighter
III finalmente chegou, dividindo a atenção do grande público que um dia lhe
aclamou com o novo cenário dos jogos competitivos que estavam ali se
transformando com os consoles da geração, os jogos que não eram apenas
competitivos como também cooperativos em grupo. As mudanças necessárias vieram,
mas não foram sentidas: para uns, um jogo que continuou a ser mais do mesmo sem
o carisma do sucesso; para outros, um grande susto pela tamanha profundidade
técnica de jogo. Os gráficos de desenho animado se tornaram padrão desde a saga
Zero, mas agora vieram de uma forma mais madura para acompanhar o processo de
evolução artística de SF II.
O passado que originou Street Fighter II foi
esquecido, mas toda e qualquer tentativa de explorar o seu futuro parece sempre
uma tentativa de desafiar as leis do conservadorismo por aquilo que é popular.
Na prática, SF III é mais bem aceito hoje, por causa
do vídeo do Daigo. Na teoria, Street Fighter 2010 parece um absurdo criado por
loucos, mas uma interessante partida a fim de deixar pistas pelo caminho para a
continuidade da série. Em SF III, a Nova Geração luta pelo Futuro e Street
Fighter 2010 poderia ser o futuro pessimista que ninguém poderia esperar
encontrar.
Afinal, Street Fighter é uma história de felicidades
e tristezas, assim como se dividem as reações de seus fãs críticos acerca de
suas produções.
Street Fighters - de
acordo com esta divertida arte oficial japonesa de SF III, o ciclo sucede um personagem em
determinado estilo de luta durante a cronologia. Sem contar as várias gerações de um mesmo personagem que podem também ser vistas. Na transição para este terceiro capítulo da cronologia, o flyer prepara os jogadores num resumo visual enquanto celebra a sua própria trajetória. Um certo nome que se tornou icônico nos últimos anos na CAPCOM, Yoshinori Ono (na época, apenas um gerente de RH na corporação), já comparava a saga Street Fighter a Star Wars e aqui tudo faz sentido.
Ainda que hajam relações, algumas coisas mudam na prática - como estilos de luta e país de origem.
E se fosse ... ?
Teorizando seguimentos: A Família Street Fighter
Dee Jay segue a linhagem de Sagat e Adon quanto ao estilo de combinar pés poderosos e fireball. Sagat e Adon possuem o mesmo estilo e o de Dee Jay é próximo a isso, ainda que o estilo dos dois mais velhos seja mais agressivo. Como alguns descrevem: taekwondo é uma evolução do caratê, logo, o muay thai de Sagat e Adon é uma certa evolução do kickboxer de Dee Jay. Enquanto DJ segue o estilo raiz (kickboxer possui 4 pontos entre socos e chutes), Sagat e Adon, que são mais antigos, possuem a arte que o precedeu (muay thai possui 8 pontos de contato como diferença).
Quem poderia seguir Sodom na linhagem dos samurais seria Sawada.
A linhagem Lee, Gen, Chun - Li, Fei-Long, Yun e Yang é a mais fiel possível se comparando a todos os outros. Estilos de luta e local de origem. Personalidade, tonalidade de história e objetivos mudam. Notamos a importância, com o número de personagens, o quanto kung-fu inspira Street Fighter através das obras de ação (Dragon Ball e Hokuto no Ken, obras dos quadrinhos japoneses, por exemplo).
Na linhagem dos misteriosos: Bison, Cammy, Akuma, Rose e Oro.
Ninjas ou lutadores com armas brancas: Geki, Vega, Blade e Ibuki.
Nascidos em ambiente selvagem: Blanka e Elena.
Shotokans: Ryu, Ken, Guile, Dan, Sakura e Sean. Há leves misturas de judô entre os lutadores clássicos da primeira geração (Ryu & Ken) e segunda (Guile) mas o caratê é o estilo dominante dentre todos esses personagens em ação e também acabam se tornando o principal estilo de luta em Street Fighter.
Boxeadores: Mike, Balrog e Dudley.
VEM AÍ..
STREET FIGHTER COM CAPOEIRA
STREET FIGHTER COM CAPOEIRA
Texto & Entrevista: Paulo Montoia Edição & Adaptação: Mestre Ryu
O Criador de todos os games da série veio aprender capoeira
para incluir uma Brasileira na versão 3.
Okamoto San é mais um gamer fanático. Praticante de kung-fu, 35 anos, ele é o mais importante criador de jogos da Capcom. Okamoto é um cara simples, que veste jaqueta mesmo em coquetéis e se mistura fácil à galera dos fliperamas. O cara só não passa batido porque é capaz de aniquilar um rival de Street Fighter num piscar de olhos.
Em julho, ele veio ao Brasil e teve uma agenda cheia: inaugurar os novos fliperamas da Romstar/ Capcom, assistir à feira Salex 96 e o principal: ver lutas e aulas de capoeira para incluir uma Brasileira em um novo Street Fighter.
Tava na hora: a imagem de Blanka, o homem-bicho da Amazônia, já estava cansando.
Quais as próximas versões de Street que vocês estão fazendo?
A primeira nova será a Zero 2 Alpha que sai em Outubro, apenas na Ásia e Brasil. O jogo terá o mesmo visual do Alpha 2,mas com um Dramatic Mode, com lutas de 2 contra 1 da máquina e outros incrementos que não vou falar.
E além dessa...?
Além dessa, a próxima a sair será X Men versus Street Fighter, um jogaço que lançaremos no Brasil e Estados Unidos em Novembro.
A Capcom acaba de lançar Star Gladiators com gráficos poligonais. Vai pintar um Street 3D ?
Sim, estamos fazendo um Street Fighter poligonal de Arcade, que deverá sair no Japão este ano e no Brasil e Estados Unidos a partir de março de 97. (nota: o game já saiu no Japão e se chama Street Fighter Gaiden).
Haverá outras versões no ano que vem ?
Estamos fazendo um Street Fighter 3 totalmente novo. Pretendemos manter apenas Ryu e Ken. Todos os demais serão novos, inclusive uma lutadora Brasileira de Capoeira.
Qual dessas versões sairão para consoles domésticos?
A maioria dos nossos games está saindo para Playstation e Saturno. Mas há negociações em cada um. No caso de Street Fighter 3D, vai sair para Playstation e não sabemos se sairá para Saturno.
A Capcom vai entrar em outras áreas?
Sim, a Capcom vai passar a lançar simuladores - inclusive esportes- e mais RPGs (o próximo será Breath Of Fire 3).
O que você gosta de jogar, além de seus próprios jogos?
Gosto muito de simuladores, um pouco de RPGs e dos games de luta da Williams (Killer Instinct e Mortal Kombat).
Alguma coisa chamou a sua atenção no Brasil
Notei que os Brasileiros não jogam muito a dois nos Arcades.
É porque falta grana no bolso. Dentro de casa todo mundo joga em dupla..
É uma pena, pois acho que assim você aproveita muito pouco do jogo. É por isso também que estou aqui. Vim para ver do que os Brasileiros gostam para incrementar nossos jogos.
A SAGA STREET FIGHTER III CONTINUA...