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sábado, 17 de fevereiro de 2018

[Sessão Crítica] " Prepare-se para o Climax " - Cinquenta Tons de Liberdade


 SUBMISSA, MAS CONSCIENTE


Com uma divulgação bem tímida (e ofuscada pelo carnaval) a terceira e última parte da adaptação cinematográfica dos famosos livros de E.L. James chegou na primeira Quinta-Feira deste mês (8).
O destaque vai para Dakota Johnson, a Sra. Ana Grey, que estende sua presença na história – ganhando bastante imponência (as cenas acompanhadas por seu segurança é uma bela identidade visual). E a sua elegância muito bem acompanhada por seus belos figurinos.

Se faz parte do público mais exigente, não espere nada de surpreendente. Cinquenta Tons de Liberdade mantém o ritmo de entretenimento despretensioso e acrescenta suavemente algumas leves tonalidades de erotização de seus personagens em cena – algumas novas tomadas e situações, ainda que excitantes, mas sem mostrar muito, mantendo o padrão: “- Pornozinho romântico ”.

As sugestivas camadas de suspense também ganham tons maiores para manter o divertimento, porém, com uma pequena racionalidade sobre o gênero e sobre o leve peso da história, logo se percebe que esse aparente benefício fica um pouco fora do tom para uma história que busca contar uma aventura erótica água com açúcar. Fica difícil de acreditar que irá ocorrer algum grande evento trágico para mudar todo o tom da trama ou abalar o espectador ou fazê-lo sentir alguma pretensão que irá levar algum susto, ainda que exista algum tipo de importância com os protagonistas.

A tentativa de variar o gênero, porém, tem sua forma louvável – cria um movimento na história – mas peca por não se aprofundar ou a própria história não desenvolver maturidade para acompanhar essa evolução na aventura. No fim, tudo se torna muito otimista, mas ganha seus pontos positivos ao tentar mostrar um ricaço que, embora tenha todas as vantagens que o dinheiro lhe possa trazer, tem seus defeitos humanos que qualquer  homem bruto (ou simplesmente um banana) poderia se identificar; e uma mulher submissa mais independente em seu mundo, provando que tem consciência na história.  
Vale compreender que a história foi escrita por uma mulher (que acreditamos) muito prendada (E.L. James é uma dona de casa quando então decidiu escrever um livro ). Vale dizer também que me nutre entre o amor e ódio a forma como a história descreve as situações – se de um lado é exageradamente feliz com a “moral da história”, é muito humana na forma como descreve seus personagens. 

A maneira como seus personagens, que encabeçam, são mostrados (afinal é deles, o centro da importância) são tons que também não se tornam muito distantes dos seus espectadores e o faz com que damas e cavalheiros se aproximem mais do casal fictício apimentado.

A trilha sonora composta por vários artistas também é o ponto forte, embalando as belas  e luxuosas paisagens já bem conduzidas pela ótima fotografia.



ATENÇÃO: Fiquem durante os créditos



MEMÓRIAS DA SESSÃO
Passou-se uma semana e fui pego de surpreso com o lançamento do filme. Assisti às pressas na Segunda, depois de me decidir se ia ao cinema ou visitava o Museu do Videogame no Shopping Nova Iguaçu no Sábado.
Mal deu para se tirar um descanso no trajeto devido as batucadas que um indivíduo fazia na lixeira colada a janela de vidro que dividia a minha cadeira no trem. Chegou um ponto que perdi a paciência e disse que chamaria a polícia (depois de pensar em 50 tons vermelhos de destroçar aquela mão e o indivíduo em questão), o cara nem ouviu, mas foi de boa. Levou mais da metade da viagem até o inferninho descer umas 5 estações antes em mais de uma hora de jornada – acabou que o meu descanso para aproveitar melhor o dia ficou arruinado.

Felizmente, consegui acompanhar o longa numa boa. O público, como esperado, teve muitos casais, mas a sala estava quase vazia. Houve apenas um grupo de moças que vieram em três.  Para salvar a pátria, apenas um espectador veio sozinho para assistir.

Desta vez, o UCI Parkshopping teve um trabalho respeitoso, exemplar e louvável,  em respeitar os créditos. Manteve a luz escura e só acendeu luzes suaves depois da cena pós-crédito. 1.0000/ 10 é a nota que deixo para o estabelecimento, sua melhor apresentação desde a minha primeira Sessão Crítica no local.  A maioria ficou durante os créditos e praticamente quase todos saíram após a cena pós, ficando somente um casal e seus dois amigos gays – ponto para eles por serem fieis – “-Não vai aparecer a *** do Grey, gente! “ tirou onda um dos amigos.  



S E S S Ã O   C R Í T I C A
CINQUENTA TONS DE LIBERDADE
Gênero: Romance/ Drama

Sessão Acompanhada:  22:20 - P 15 – 12/02 (Segunda-Feira)

Slogan: A Sra. Grey Irá Recebê-los Agora