SUBMISSA, MAS CONSCIENTE
Com uma
divulgação bem tímida (e ofuscada pelo carnaval) a terceira e última parte da
adaptação cinematográfica dos famosos livros de E.L. James chegou na primeira Quinta-Feira deste mês (8).
O
destaque vai para Dakota Johnson, a Sra. Ana Grey, que estende sua presença na história –
ganhando bastante imponência (as cenas acompanhadas por seu segurança é uma
bela identidade visual). E a sua elegância muito bem acompanhada por seus belos
figurinos.
Se faz
parte do público mais exigente, não espere nada de surpreendente. Cinquenta Tons de
Liberdade mantém o ritmo de entretenimento despretensioso e acrescenta
suavemente algumas leves tonalidades de erotização de seus personagens em cena
– algumas novas tomadas e situações, ainda que excitantes, mas sem mostrar
muito, mantendo o padrão: “- Pornozinho romântico ”.
As
sugestivas camadas de suspense também ganham tons maiores para manter o
divertimento, porém, com uma pequena racionalidade sobre o gênero e sobre o
leve peso da história, logo se percebe que esse aparente benefício fica um
pouco fora do tom para uma história que busca contar uma aventura erótica água
com açúcar. Fica difícil de acreditar que irá ocorrer algum grande evento
trágico para mudar todo o tom da trama ou abalar o espectador ou fazê-lo sentir
alguma pretensão que irá levar algum susto, ainda que exista algum tipo de
importância com os protagonistas.
A
tentativa de variar o gênero, porém, tem sua forma louvável – cria um movimento
na história – mas peca por não se aprofundar ou a própria história não
desenvolver maturidade para acompanhar essa evolução na aventura. No fim, tudo
se torna muito otimista, mas ganha seus pontos positivos ao tentar mostrar um
ricaço que, embora tenha todas as vantagens que o dinheiro lhe possa trazer,
tem seus defeitos humanos que qualquer homem
bruto (ou simplesmente um banana)
poderia se identificar; e uma mulher submissa mais independente em seu mundo,
provando que tem consciência na história.
Vale
compreender que a história foi escrita por uma mulher (que acreditamos) muito
prendada (E.L. James é uma dona de casa quando então decidiu escrever um livro
). Vale dizer também que me nutre entre o amor e ódio a forma como a história
descreve as situações – se de um lado é exageradamente feliz com a “moral da história”,
é muito humana na forma como descreve seus personagens.
A maneira como seus
personagens, que encabeçam, são mostrados (afinal é deles, o centro da
importância) são tons que também não se tornam muito distantes dos seus
espectadores e o faz com que damas e cavalheiros se aproximem mais do casal
fictício apimentado.
A trilha
sonora composta por vários artistas também é o ponto forte, embalando as
belas e luxuosas paisagens já bem
conduzidas pela ótima fotografia.
ATENÇÃO:
Fiquem durante os créditos
MEMÓRIAS
DA SESSÃO
Passou-se
uma semana e fui pego de surpreso com o lançamento do filme. Assisti às pressas
na Segunda, depois de me decidir se ia ao cinema ou visitava o Museu do
Videogame no Shopping Nova Iguaçu no Sábado.
Mal deu
para se tirar um descanso no trajeto devido as batucadas que um indivíduo fazia
na lixeira colada a janela de vidro que dividia a minha cadeira no trem. Chegou
um ponto que perdi a paciência e disse que chamaria a polícia (depois de pensar
em 50 tons vermelhos de destroçar aquela mão e o indivíduo em questão), o cara
nem ouviu, mas foi de boa. Levou mais da metade da viagem até o inferninho
descer umas 5 estações antes em mais de uma hora de jornada – acabou que o meu
descanso para aproveitar melhor o dia ficou arruinado.
Felizmente,
consegui acompanhar o longa numa boa. O público, como esperado, teve muitos
casais, mas a sala estava quase vazia. Houve apenas um grupo de moças que
vieram em três. Para salvar a pátria,
apenas um espectador veio sozinho para assistir.
Desta
vez, o UCI Parkshopping teve um trabalho respeitoso, exemplar e louvável, em respeitar os créditos. Manteve a luz
escura e só acendeu luzes suaves depois da cena pós-crédito. 1.0000/ 10 é a
nota que deixo para o estabelecimento, sua melhor apresentação desde a minha
primeira Sessão Crítica no local. A
maioria ficou durante os créditos e praticamente quase todos saíram após a cena
pós, ficando somente um casal e seus dois amigos gays – ponto para eles por
serem fieis – “-Não vai aparecer a *** do Grey, gente! “ tirou onda um dos
amigos.
Gênero: Romance/ Drama
Sessão Acompanhada: 22:20 - P
15 – 12/02 (Segunda-Feira)
Slogan: A Sra. Grey Irá Recebê-los Agora