MUSEU
DO
VIDEOGAME ITINERANTE
T U D O D E V O L T A, N O V A M E N T E, O U T R A V E Z (E MAIS UM POUCO)
T U D O D E V O L T A, N O V A M E N T E, O U T R A V E Z (E MAIS UM POUCO)
Vale lembrar: Esse post, assim como as do ano passado, se trata de uma série crônica
sobre o Museu do meu ponto de vista, das minhas experiências, não focado apenas
numa avaliação sobre o evento.
Desde o fim do último evento, pensei se o Museu do Videogame
Itinerante voltaria algum dia. Não como a Jornada Mundial da Juventude, um
grande evento cristão de 2013, que trouxe pessoas de todas as partes do mundo
e, no fim, só deixou saudades. Afinal, de 2002 para 2013 se levou 11 anos, o
Rock in Rio leva 2 anos (mas já levou bem mais, de 2001 para 2011, foram 10). A
vida é tão agitada, corrida e tão curta, por que esperar tanto por esses
grandes eventos que rejuvenescem a nossa juventude perdida ?
Se os boêmios aguardam o carnaval todos os anos, o Museu do
Videogame Itinerante, já considerado por mim, um dos melhores eventos do ano
passado, já é pra mim o evento que mais aguardo após a virada do ano.
O Museu do Videogame é
a verdadeira festa dos gamemaníacos, sim, aqueles das antigas, mas também para
os gamers, os viciados em tecnologia e também ao público geral, às crianças e
às mães, aos pais, aos casais e aos familiares..
Mestre Ryu Kanzuki
E, felizmente, não levou muito tempo depois que fiz a
pergunta ao excelente suporte do evento se “ - Haveria o Museu do Videogame
Itinerante novamente no Rio de Janeiro” e o Shopping Nova América anunciou em
sua página no Facebook que a edição 2018 do Museu estava confirmado, isso pelo
meio do ano, e a minha empolgação, sonhos e expectativas foram renovados.
O evento precisa que os shoppings se interessem pelo evento,
o contato precisa partir deles e não do próprio evento. “-Vai depender do
shopping se interessar em contratar o serviço!” era mais ou menos assim a
resposta que recebi, com muita cordialidade e atenção.
Nada melhor que começar o primeiro mês do ano comemorando o
meu aniversário nesse grande evento todos os anos. E o melhor de tudo, o Rio de
Janeiro tem duas sedes esse ano, o Nova América e o Nova Iguaçu, que ocorre em
Fevereiro. Eu fiquei (é claro!) M-A-L-U-C-O !
A segunda edição veio em dose dupla. O que era melhor ficou melhor ainda. Evento gratuito, para relembrar o sabor da nostalgia, se entreter, interagir e conhecer gente nova num espaço aonde se compartilha coisas em comum, e não simples coisas, são memórias distantes e deliciosas.
A segunda edição veio em dose dupla. O que era melhor ficou melhor ainda. Evento gratuito, para relembrar o sabor da nostalgia, se entreter, interagir e conhecer gente nova num espaço aonde se compartilha coisas em comum, e não simples coisas, são memórias distantes e deliciosas.
Por esse sentido, em vivenciar o segundo ano do Museu, eu ainda
me perguntei se tudo o que vivi será reprisado. Nossa vida não é como um filme,
aonde podemos rebobinar a fita VHS ou selecionar a cena para viver novamente.
No meu primeiro dia de evento, que foi no Sábado (20/01, 1
semana depois da volta) aquele frio na
barriga bateu e quando pus os pés, senti que o clima era diferente. Melhor ou
pior a experiência, na verdade o certo a se dizer é que existe uma nova ótica e
algumas coisas que realmente relembram os primeiros momentos de impacto – ao
ver um monte máquinas de jogos espalhadas no shopping e muita, mas muita gente.
Aparentemente, eu senti o primeiro dia que fui meio vazio (para um ambiente de
shopping movimentado), isso deu um certo aperto no coração, não haviam as filas
quilométricas que tanto falavam em certos jogos que fizeram bastante fila ano
passado. Mas o aglomerado de gente rodeando a varanda da praça de alimentação
olhando para baixo, as pessoas e a máquina de Just Dance era a mesma sensação –
em um ambiente aonde era novidade para outras milhões de pessoas.
Para compensar faltas do ano passado, agora tínhamos dois
videogames rodando Tekken. Tekken
Tag Tournament 2 no WiiU e Tekken 7 no X-Box One. Tekken 7 foi o grande
lançamento de 2017 dos jogos de luta, meses depois que o Museu do Videogame
aconteceu no Nova América pela primeira vez, esse sim teve uma grande fila para
jogar. Dreamcast estava com Marvel v.s. Capcom 2 desta vez (Capcom v.s. SNK 2
foi a sensação ano passado, variando com The King of Fighters 99 Evolution).
Agora tínhamos 3DO com Super Street Fighter II X, The King of Fighters 97
rodando em um Neo Geo CD e mais alguns consoles antigos – aparentemente novos
como jogáveis no evento.
O primeiro teste foi com The King of Fighters 97, usando o
controle do Neo Geo CD. O direcional analógico foi praticamente um fiasco na
minha mão. Não funcionou pra mim. Senti que os jogadores que circulavam por lá
eram bem mais experientes do que os que joguei ano passado. Praticamente, só
derrota. Se eu tivesse que classificar o Museu 2018, seria Museu do Videogame
Itinerante Edição PRO. De fato!
Muitos videogames interessantes circulavam por ali, um que
parecia o Sega CD com um controle de 6 botões bem parecido, era o Pionner, da
Panasonic, rodando um jogo de fliperama, Mercs.
E então, vou até a fila daquele jogo aonde um cara de faixa
vermelha e um loiro de cabelo channel disputam projéteis luminosos, chega uma moça – aproximadamente da mesma geração:
“-Streets of Rage, já joguei muito. E eu, tentando esclarecer a confusão dos
títulos: “ – Aquele jogo era de fase, esse é de um contra um. Não seria Final
Fight ? (por se passar no mesmo universo do jogo na tela) “. Ela: “-Não! Não! O chefe final é um gordo com
cara de dragão!”. Eu: “- Ele tinha duas cabeças? Cadlacs & Dinossaurs? ”
Ela: “-Não! Era Streets of Rage mesmo. Muito bom !”.
E esse foi um momento divertido depois que parti ali para o
velho e bom Street Fighter II: Hyper Fighting no Super Nintendo mas a
experiência não foi com a mesma facilidade do ano passado. Os controles estavam
ruins, boneco não andava pra frente. Os campeões do evento fizeram a festa.
Tentei ainda reclamar do controle, claro que pro outro jogador, isso é
relevante, o bom é que ele ganhou – nada dessa pobre mentalidade esportiva de hoje em dia: “- Eu te ganhei por que
o controle está ruim, então isso não é justo!” pelo contrário, “-Eu ganhei, se
o controle estava ruim, dane-se, eu sou o rei da mesa ! Hahaha! “ algo assim
que aconteceu.
Por um momento se pensa assim, que as coisas ruins estão no presente e as coisas boas estão no passado, mas quando paro pra pensar, a mentalidade esportiva e a mentalidade egocêntrica, tóxica e destrutiva existe em qualquer geração. A mentalidade esportiva, só quem estuda competição a fundo possui, tem honestidade e reconhece com naturalidade os equívocos, o ponto fraco e o entendimento psicológico. O jogador que ganhou do meu Vega usando Guile, só no chutinho, por que o meu controle estava ruim, subestimou os jogadores do painel do Playstation - “Não tem ninguém que sabe jogar ali!” (se referindo ao Street Fighter V).
Por um momento se pensa assim, que as coisas ruins estão no presente e as coisas boas estão no passado, mas quando paro pra pensar, a mentalidade esportiva e a mentalidade egocêntrica, tóxica e destrutiva existe em qualquer geração. A mentalidade esportiva, só quem estuda competição a fundo possui, tem honestidade e reconhece com naturalidade os equívocos, o ponto fraco e o entendimento psicológico. O jogador que ganhou do meu Vega usando Guile, só no chutinho, por que o meu controle estava ruim, subestimou os jogadores do painel do Playstation - “Não tem ninguém que sabe jogar ali!” (se referindo ao Street Fighter V).
Hoje eu penso que os meus trajetos no Museu do Videogame
Itinerante possui estereótipos dignos dos filmes. Eu diria: clichês. E eu adoro
isso. Mais pela melhor parte, é claro. Existe o dia dos jogadores arrogantes,
da gamergirl anônima que me acompanha e da cosgirl que eu acompanho. E é claro
que eu gostaria que o dia dos jogadores arrogantes desaparecessem, mas o mundo
nunca é perfeito.
O jogador que subestimou os novatos no Street V (talvez até
bons jogadores ele tenha jogado e não chegou a reconhecer isso), usou Laura,
uma das mais fortes do jogo – sendo ele ainda não atualizado para a versão
atual: Arcade Edition. Os “leite com pera”
frescurentos não jogaria porque o jogo não está atualizado – o
espertinho ainda jogava de Balrog ( - “..e ali não está liberado o boneco que
eu jogo!”) – nesse ponto, ele pelo menos não teve frescura e resolveu usar
Laura. “-Eu te conheço de algum lugar mas não me recordo!” ele deve saber de
onde seu rosto era conhecido mas preferiu não revelar. Conseguiu se dar bem de Laura, daí resolveu
usar Nash para me “testar”. Não deixei ganhar uma também. Foi uma vitória
bonita atrás da outra, até que ele desistiu e ficou de Laura.
O espaço do SEGA Saturn esvazia de vez e passo a jogar
Street Fighter Alpha 2 contra a CPU usando lutador Sodom. Nessa distração,
surge Juliana Santana, uma antiga colega de expediente, acompanhada de seus
familiares. “-Você tá fazendo o que você gosta, né?” disse ela depois de nos
cumprimentarmos. Eu ficava entre segurar o controle e falar, daí ela: “-Não vou
te atrapalhar!” fiquei sem ter como responder, mas fiquei feliz de ver ela por
lá. Só faltou a foto.
Em casa, recebi uma mensagem pelo Facebook do meu amigo
Thiago “Tripa Seca”, alertando sobre o campeonato de Street Fighter no Museu.
Desta vez, me preparei. Avisei com antecedência e consegui uma troca de horário
para ter tempo de chegar no horário da inscrição. Foi um ritual bem louco.
Acordei cedo como nunca na vida, saindo agora de muito mais longe que antes,
pode ver a estação de trem se abrindo às 4 da manhã, aquele amontoado de
pessoas entrando junto – segui por outro trajeto nesse dia, passando por uma
galeria no subsolo depois de, alguns minutos antes, apreciar a madrugada
sobrepondo um ambiente nobre e familiar do meu refúgio.
Mas, um dia antes, passei por um sofrimento (justamente às
vésperas do dia do campeonato) que me deixou bastante emputecido com receio de
dar tudo errado no dia seguinte. É outro ano, situações diferentes, decisões
diferentes, não é uma rebobinada de um bom filme, é um novo filme mas que ainda
é bom mas com seus problemas da atualidade.
A supervia me sacaneia. Na ida pra casa, finalmente encontro
um lugar para sentar no trem, em meio a corerria – jurei chegar e dormir ou
tirar o máximo de descanso possível para estar 100% no dia seguinte, o dia do
torneio. Não rolou. Assim que eu estava tirando aquele cochilo profundo no trem,
acordo 30 minutos depois, me levanto, as pessoas estão posicionadas no mesmo
lugar, olho para a janela e, O QUE ??? CENTRAL DO BRASIL ??? Pois é, eu estava
ali na mesma por 30 minutos. Daí, ouvindo a minha trilha sonora, fico olhando
para os arredores, para as pessoas, para ver se pescava alguma pista do que
estava acontecendo, até que um som de rádio surge pelo trem, alguém da
administração, descrevendo algum tipo de urgência.
Depois de um tempo me dei conta, só podia ser, chuvas ???
Mas não estava chovendo. Até que recebo a informação de que a estação de
Madureira estava sem energia. E nessa p**** fiquei por 4 horas dentro do trem,
chegando o dia mais tarde de todos os dias que já cheguei em um dia de trabalho
morando sozinho nos confins da Zona Oeste. Pois é, não tinha muito o que fazer.
Não podia abdicar coisas importantes, e acabou me sobrando apenas 1 hora para
dormir até acordar. O que fiz? Não dormi. Esperei chegar o horário. E, graças
ao bom Deus, eu deixei tudo preparado 1 dia antes da merda acontecer. A roupa,
os aparelhos de gravação, tudo.
Foi uma bela tortura andar em pé naquele trem expresso (a
única saída para chegar no horário). Alguns compraram a minha falta de
paciência e começaram a bater no compartimento que divide o maquinista: “-Bora
com essa .... aê! Tem que querer!” em meio aquela tradicional espera de 20
minutos (que leva uma vida) pra outro trem sair do trilho para continuar a
viagem até o terminal. Cheguei no laço, dentro dos 5 minutos de tolerância, com
dois minutos depois do horário programado, às 06:00 da manhã. Aguardei pelo
fechamento do dia, às 15:48, sai correndo e me preparando depois do expediente
– trocando a roupa civil pelo uniforme de batalha “Select Your Player”.
“-Madrugou ?” ; “-Mas já ?” (essa última com tom de ironia e uma colega). Fiz
os preparativos, protetor solar, ok também, e parti para o metrô.
Depois de sair do metrô, aquela respiração ofegante e
momento de silêncio mental. Primeira vez que estou a caminho de participar do
campeonato de Street Fighter no Museu, compensando a falta do ano passado. O
momento mais esperado, por um ano.
Assim que cheguei, já corri atrás dos staffs, daí encontrei
um suporte bem forte, de óculos, cabelos para os lados, tinha aspecto de durão,
parecia policial quando se aproximava para intimar o “viciadão” a sair da
máquina – não podia ser rei da mesa enquanto a fila estava a grande para
determinado jogo no evento. “-O cara joga pra caramba, mas a fila estava grande
!” ele dizia para um grupo que estava com ele ouvindo. Ele era bem agitado, mas
super comprometido. Ele disse que as inscrições não estava abertas ainda.
“-Volte aqui às 17: 30, que um pessoal vai estar ali reunido!”.
Beleza, eu então fui dar uma volta pelo evento mas sem sair
dali. Assim que voltei a área (bem antes das 17: 00) o suporte disse que estava
me procurando direto pois já dava pra se inscrever. Aí, nesse caso, acabou
sendo um erro de informação. Quando me inscrevi, eu já era o número 24, de um
limite de 30 inscritos. Por pouco eu não perdi
a vaga e fiquei na reserva.
Estava feito, consegui me inscrever, finalmente. Então parti
para a fila do Street Fighter Zero 2 do Sega Saturn (pela primeira vez ali
também), fazer hora. E, do lado, surgiu uma garota, comentando sobre o jogo.
Ela tinha pele morena, estatura média, um pouco alta, cabelos cacheados
amarrados, toda de preto, short e uma camisa do Gun’s n Roses, aparentemente
roqueira, inteligente, um pouco misteriosa e serena. E com ela estava o pai
dela (aparentemente, como ela o chamava) os dois pareciam irmãos, pelo tamanho,
mas ele era de pele clara, cabelos grisalhos, rosto jovem – aparentemente uns
30 anos (mas acredito que ele esteja na casa dos seus mais de 40, pela
aparência de sua filha). Provavelmente a moça devia ter entre 18 e 22 anos. Ele
parece ter tido ela bem nova. Ele ficava fascinado com tudo aquilo, por
relembrar os tempos de jogatina – ele a orientava, em relação ao nome dos
jogos, mas tinham uma relação bem flexível – sem um ficar grudado ao outro.
A moça morena parecia gostar muito de jogos de luta mas não
tinha muita orientação, ela me lembrou muito a gamergirl anônima que me acompanhou ano passado. Aonde a gente
sempre se esbarrava nos mesmos jogos. Eu passava por esses jogos e pensava
nessa menina, foi quando surgiu a nova garota. Ela e o pai caminhavam por lá. O
pai dela me disse seu nome quando perguntei, mas um vacilo meu não ter anotado
(isso será explicado mais pra frente). Então, nós três, fizemos um trajeto pelo
evento, jogando os jogos de luta. Tekken, Street II e Ultimate Mortal Kombat
III – assim como Tekken 7, perdi o medo e resolvi me encorajar de jogar o jogo
(quebrando o protocolo do ano passado)
assim que ela me deu o controle. “-Vai, joga aí !” foi a mesma coisa com
Tekken 7. Foi essa em que joguei contra o jovem jogador experiente de Lili em
um Mirror Match (o famosos “Confronto
de Espelho” de Mortal Kombat que virou terminologia para os jogos de luta entre
lutadores iguais). Antes, eu disse:
“-Bem, eu não sei jogar esse!” mas fui assim mesmo.
O “Garoto da Lili Mirror”, tinha pele clara, estatura média,
cabelo preto, curto, rosto magro, olhos meio sonolentos e deveria ter uns 22
anos. Camisa branca, calça jeans e tênis, foram as características das
vestimentas naquele dia. Geralmente ele usava camisa de gola. Tinha uma ginga
malandra, como também dançava Just Dance. Partia pro Tekken e depois partia pro
Just Dance. Era o único jogador que
jogava de Lili no evento. Uma vez parei para conversar com ele (minutos antes
do nosso confronto) e perguntei: “-Como você aprende esses combos todos da
Lili?” Ele: “-Eu jogo há muito tempo. Comecei
jogando desde Street Fighter x Tekken e fui adaptando!” e sabia fazer tudo da personagem. O vi
jogando outro, Tekken Tag Tournament, e joga da mesma forma. Ele fazia encaixes
que nunca havia visto com a personagem.
Tentei manter a calma mas nunca imaginei que fosse chegar
tão longe aproveitando alguns recursos técnicos (“meio sujos, mas está no jogo”
que costumam funcionar bem no online) com a Lili. Ganhei o primeiro Round e
quase ganhei o segundo, depois de perder um. No Street Fighter Alpha 2 também
não vinguei, contra um jogador de Nash que fazia o estilo jogo neutro –
aguardando o erro para punir agachado. Os comandos não estavam respondendo bem
no controle, mesmo o controle de SEGA Saturn ser o meu controle de raíz de
jogos de luta, tive dificuldades ali com precisão dos botões aparentemente
desgastados pelo uso.
Lembro de no mesmo jogo, no primeiro dia do evento, ter
encontrado o amigo José “Um Maluco Perdido na Net” Leandro. Jogador fera em
vários jogos. É aquele que “joga de tudo” e nascido e criado em fliperama. Joga
pela diversão mas também dá um caldo. Jogamos duas partidas, ele de Rolento e
eu de Bison e Rose. Enquanto joguei de Bison, nesse mesmo dia, contra um outro
visitante, ele então disse “-Jogador de Bison é de respeito!”. Eu tentei, né?
Consegui vencer a partida com o amigo visitante pra não fazer feio. Eu
considero o Ken o meu lutador titular nessa versão ao lado de Chun-li, como
secundária.
Quis pelo menos fazer uma partida bonita ou praticamente
todas na frente da garota gamer, mas não consegui vingar em nenhum. Pro meu
azar, estavam todos preparados. No Ultimate Mortal Kombat 3, que não jogo há
muitos anos, o outro jogador defendia muito bem os golpes do meu Sub-Zero. Logo
depois, fiz umas partidinhas com o seu pai. Daí, ficou equilibrado.
Mas a garota reconheceu: “-Todos aqui estão muito
preparados. Jogam todo dia. “ Ela olhou pra mim com compreensão ao invés de
tirar onda como outra pessoa faria. Se bem que ela não me viu jogar Street
Fighter V, o meu jogo principal atualmente. Senti uma profunda vontade de pedir
contato dela, o nome, mas parece que a cada afastamento, ela parecia dispensar
muito rápido. Não deu tempo da gente criar uma afinidade maior, apenas uma
visita aos jogos. Provavelmente eu teria perdido outra oportunidade de uma
grande amizade. Tudo o que sei é que ela é de Jacarepaguá e mais nada.
Era então a hora do torneio, todo mundo se reunindo. E no
meio da multidão, eis que surge um outro veterano guerreiro: “- ...Cyber Yagami
!” é tudo o que eu me lembro do que o Vittin me falou naquele vozerio. Abri os
olhos na maior surpresa, nos cumprimentamos e ele gentilmente se encarregou de
gravar a minha partida pelo celular. Fiquei super agradecido pois o Anderson
“Deco” não havia chegado e eu cheguei a avisar para que ele pudesse comparecer
e me ajudar na cobertura. O registro que sempre quis ter e nunca tive no evento
era ter uma partida gravada direto do Museu e agora possuo três (graças à Deus)
– inclusive da minha participação em um campeonato.
Houve antes uma reunião silenciosa, todo mundo amontoado e
recebendo os regulamentos do suporte. O
participante número 5, virou para mim e perguntou: “-Você sabe jogar?” e eu
meio que balancei as mãos.
Não durou muito, a minha partida foi a terceira. Havia algo
no regulamento que não era permitido apertar START para pausar o jogo – e era
uma partida até as semifinais aonde seria melhor de 3 – foi quando senti que o
controle não estava bom. Eu mesmo reclamei para o suporte do Facebook e para o
suporte no evento, eles disseram “-Que isso eles contornaram que haveriam
controles específicos para o evento!” eu me senti tranquilo, mas o controle ruim me fez perder a paciência e
então trocaram por outro pior – o suporte perguntou se estava bom: “-Não, você
não pode tirar da tela de pause. Está bom ?“ Para não criar atrito, disse que
estava, mas não estava ainda e o pior é que não podia testar o controle.
Praticamente não consegui fazer nada e sai bem frustrado, mesmo ganhando 1
Round, o último Round praticamente foi um desastre. Balancei a cabeça e peguei a minha mochila.
A garota morena, ao fundo, olhava para a partida atenta e se
sentiu com pesar. Senti a torcida dela. E também me recordo que ela me desejou
boa sorte antes da minha partida e eu apertei a mão dela. No final, assim que
sai, ela veio ao meu encontro e eu desabafei sobre a situação, ela se mostrou
compreensiva de novo.
Porém, logo depois, ela se despediu de uma forma rápida, do
jeito dela, mas não me senti seguro de perguntar seu contato ou seu nome. Seria
ousado demais tirar uma foto com ela ? Sei lá. Eu senti certa afinidade por
ela, mesmo por aqueles pequenos minutos. Será que ela sentiu o mesmo por mim ? É
como aquela moça do ônibus uma vez que me retribuiu com um diferenciado e
gentil “Obrigada, tenha um bom dia!” depois que lhe fiz um favor, eu sinto
aquela admiração e vontade de ter aquela pessoa para sempre comigo, em meio a
um mundo aonde o coração se esfriou pra muita gente. Estou num mundo muito
familiar mas ao mesmo tempo a gente sente aquele receio de pensar se não estou
avançando o sinal demais pra não me arrepender depois. Acho que seria uma boa parceria
ou, talvez, seja como aquelas pessoas
legais que só se encontra pessoalmente uma vez a cada ano. De qualquer forma, cicatrizes do passado
sempre afetam a nossa forma de se relacionar com as pessoas, principalmente
aquelas que queremos criar um vinculo.
Eu me recordo, enquanto estava no Tekken, ela perguntou:
“-Onde tem The King ?” e então apontei aonde estava o Neo Geo CD, ela olhou.
Daí o pai dela chegou e viu o Tekken 7, “-É o jogo com o cabeça de Tigre ? “
dai disse que sim. “-Ela queria ver o The King !” ela tá confundindo, olha o
Tekken aqui ! ” e a gamergirl veio toda animada “- The King, nunca vi!” e ele:
“-Tekken é esse jogo aqui”. Daí ela olhou: “-Oh!” e ficou entre os dois jogos. Foi uma situação confusa e bem engraçada.
Depois da partida, assim que sai, o jogador número 5 me
cumprimentou “-Você jogou bem !”. Antes da nossa partida, ele disse que tinha
um jogador ali que poderia ganhar dele.
Vittin estava descrevendo que entrou de reserva, como número
33. Aguardava então para que alguém desse W.O. para entrar no ringue. E deu
certo, Vitor de Melo foi o jogador reserva que no final chegou ao terceiro
lugar no torneio.
O amigo veterano do mundo dos combo makers de The King of
Fighters, não dava as caras há mais de 10 anos em algum encontro. Foi quando,
através do campeonato, que descobri que ele joga de tudo – como ele descreveu.
Vittin pediu para que gravasse as suas
lutas, mas sua noiva passou a gravar as partidas numa posição melhor. Eu tentei
gravar algumas devido os problemas técnicos das minhas câmeras. Nesse meio
tempo, enquanto conversávamos, Anderson “Deco” me liga dizendo para ir até um
ponto. Então o vi de longe, tentei acenar até que fui ao local. E então, houve
ali um cruzamento de tribos bem próximas, Deco, Cyber e eu, juntos.
Não deu tempo de Deco participar, mas ele fez uma excelente
cobertura da partida em que eu e Vittin fizemos depois do fim do campeonato com
direito a “nega”, termo das antigas reconhecido por amigos nas redes sociais.
Senti que a derrota era certa, mas me senti calmo, confiante e no final fiz
partidas tão boas que ele mesmo pegou o número de sua inscrição e estampou nas
costas da minha camisa. Fiquei felizão pois senti o dia salvo depois de tanto
sacrifício para participar tão rápido de um campeonato que esperei por 1 ano
mas o que rendeu foi reencontrar os amigos e os amistosos.
Vittin, Cyber Yagami, brincalhão, gentil e de humildade
imensa, juntamente com sua noiva – Cristiane (garota bárbara) – de alma
caridosa, costumava dividir tudo – desde a selfie à comes e bebes – bastante
delicada e de uma extrema simpatia. Não sei de qual planeta eles vieram, mas já
são o meu casal extraterrestre favorito. “-Vai para o Instagram ?” quando veio
a selfie, “-Tá indo!” ela correspondeu, “-Pode seguir lá!” falou o lendário
Vittin. Eu lembro que sempre tive Vitor
como o principal nome entre os meus melhores amigos. Todos os Vitor que
conheci foram pessoas sensacionais e ainda são. No caso de Vittin, amigo e rival
– no bom sentido.
“-Não vou sair daqui antes de ganhar !”; “-Vai ter revanche!” vários diálogos de Naruto o Cyber lançou, só me senti honrado. Agora é partir para Survival Arts e outros jogos. Finalmente, um parceiro para toda vitória.
“-Não vou sair daqui antes de ganhar !”; “-Vai ter revanche!” vários diálogos de Naruto o Cyber lançou, só me senti honrado. Agora é partir para Survival Arts e outros jogos. Finalmente, um parceiro para toda vitória.
O dia do Cosplay foi ainda mais doido. Tive só uma ou duas
horas de descanso antes de acordar. Acordei em cima do laço e fiz tudo na
correria. Sexta – Feira muito frenética, muito corrida. Cheguei já no momento
em que os Cosplayers estavam em fila. Desta vez, os seguranças cercaram a área
para evitar tumulto. Então não houve tráfego em frente ao restaurante próximo
do palco.
Finalmente cumprimentei pessoalmente Amanda Calabria,
cosmodel e cosplayer que conheci de
vista no Geek & Game Rio Festival e
fiquei fascinado, ao lado da Nicole (Sakura) que gravou um vídeo de divulgação
para a gente no Anime Barra World. Foram os primeiros rostos conhecidos que vi
no dia do cosplay.
Nas danças de Just Dance, eis que vejo um rosto bem
conhecido, uma moça de físico bem corpulento, dançava sensualmente, a mesma do
ano passado em um certo dia, creio que no mesmo dia do cosplay do ano passado.
Havia uma empresa independente para avaliação de cosplay desta vez, liderada
pelo Marcelo Vingaard (um dos maiores nomes dessa tribo no país).
Ainda durante o evento, encontro o Rodrigo Montoya, mais
conhecido como “Digimon”. Ele estava de
Ryu (Grata Surpresa!) e eu conheci fazendo cosplay de Rock Howard do jogo Garou
Mark of The Wolves, em 2001, no meu primeiro evento de anime & mangá com
cosplays – Anime Rio, no saudoso Museu
do Telefone (mais uma vez, memórias que muito me recordam o primeiro Museu).
“-Fotinho ? Fotinho ?”, disse Digi, antes de tiramos umas duas fotos e mais uma
com ele sozinho. “-Depois vamos tirar um contra!”, o Ryuzero gentilmente me
convidou para um versus nos jogos ali disponíveis depois que nos
cumprimentamos. O desafio atendeu a minha expectativa, é uma pena que depois
nos desencontramos no meio daquela imensa multidão.
A cosgirl de
destaque foi a Chun-li, desta vez. Procurando por cosplays de Street Fighter,
eis que ela surge. Giuliana (e eu entendi “Juliana”), olha como o destino é
engraçado ? A Supergirl não apareceu
desta vez. Ela desapareceu em algum tempo e espaço, não sabemos como. Disse que
apareceria e...
Giuliana admite não jogar bem Street Fighter, mas fez um
cosplay muito fiel à personagem. Seus olhos são cor de mel – quando nos
encarávamos, para tirar a foto, percebi só naquele momento. Pensei comigo, ela
também poderia ficar bem de Karin ou até mesmo Sakura. Ela era delicada na
forma como se movia para fazer os movimentos e ficar na pose, foi quando eu
deduzi “-Você faz balé?”; “-Faço balé!”. Ela estava cansada de levantar a perna
pois tinha preguiça de se alongar. “-Tem que se alongar!” disse um visitante
que tirava as fotos. Ela parecia muito graciosa, sorria bastante e espremia os
olhos lembrando muito o rosto da Chun-li nos jogos. Depois que tive a ideia do
painel, ela acompanhou um fotógrafo que tirou fotos dela dentro da cabine – uma
ideia que me veio depois que seria viável juntamente com ela e Ryu (Digi), além
da foto dele solo sem influencia do fundo.
Encontro o Thiago “Tripa Seca” de surpresa, em frente ao
painel do Museu, mito no Street Fighter II. Vejo que ele realmente mudou muito,
mais agitado, mas sempre de bom humor. Ele ainda deixou uma sugestão de ouro:
“-Você podia entrar nessa, fazer eventos com cosplay, jogos !”. Eu: “-É uma
boa!”. Ele: “-É uma boa, não! Tem que fazer !”. E o encontro rendeu ainda uma bela foto junto
com o Diretor do Museu, Claudio Lima.
“ –Já vai ?“ disse o Thiago enquanto fui partir e ele ficou
um tempo por lá mesmo, como morava próximo ao shopping (pense num cara
feliz!). E então, mais um grande dia de
Museu se despedindo. Apenas 4 horas de sono após a longa jornada para casa
depois das luzes das máquinas se desligarem.
Tarde de Sábado, dia de encontro 30 Anos de Phantasy Star.
Meu último dia de evento, no Museu Nova América 2018. Dia bem louco, véspera de
Carnaval. Na estação de transferência, torcedores do flamengo; no metrô,
público agitado, com maquiagem e roupas de carnaval. “-O que acontece no
carnaval, fica no carnaval !” dizia um amigo pro outro. Assim era o clima no
metrô em meio a transferência para outro ramal.
“-Mestre Ryu”, chegava então Wren, Luiz Filipe Bastos, que
me encontra em frente ao painel de jogos do Playstation 4. Eu estava lá
procurando pelo Marcos, o Artista Independente e amigo que combinou de aparecer
naquele dia acompanhado de sua irmã e sua prima. Porém, não nos encontramos.
Muito bom rever Roberto “Gagá”, Felipe Andrade, Patrick e
conhecer um pessoal novo. Altos papos com Gagá e Patrick, mas o tempo foi
curto. Cheguei lá por volta das 18 horas, devido o trajeto longo.
No fim, todos foram por volta das 21 horas. Eu decidi ficar
mais um pouco e despedi do pessoal. E então tive a minha revanche no Street
Fighter com o jogador número 5 em um amistoso no Sábado. Foi quando eu
perguntei o seu nome. “-Roberto!”. O
jogo estava na opção Arcade, alguém deixou no Blanka escolhido, Roberto
escolheu o seu Ken – que me derrotou – eu, com a cara e a coragem, para não
perder tempo de ninguém: “-Vai com esse mesmo, depois eu troco de personagem!”
como não tinha como resetar o jogo e escolher a opção V.S. Battle ou levaria
muito tempo pra trocar. A partida acabou bem rápido, nem acreditei. “-Você é
bom mesmo!” ele disse.
Fiquei muito feliz em saber que eu não estava ruim e eu
estava certo, não estava adaptado ao tempo de execução naquele momento (durante
o torneio) e o controle não estava dos melhores. Só naquele momento que
finalmente deixaram o controle bom, logo após o fim daquele espetáculo de terça.
E no Facebook, ele disse: “-Como você foi perder pra mim ? Você é muito melhor
do que eu !”.
É muito gratificante receber o reconhecimento de um jogador
veterano, de mente esportiva, comprometido com resultados e honesto. Roberto me
mostrou, durante o evento, o resultado do campeonato River Raid o qual ele se
consagrou campeão.
EPÍLOGO
Roberto disse que organiza campeonatos de Super Nintendo pelos
arredores de Cachambi, aonde mora, próximo aos shoppings da minha infância,
Nova América e o Norte Shopping. Que sonho! Será que eu moraria por aqueles
arredores algum dia? Ir ao Museu do Videogame Itinerante todos os dias? É, não
basta sonhar. É muito duro ouvir de uma das pessoas mais importantes da sua
vida sonoramente um soar de “-O Sonho Acabou!” é, acho que não acabou. Algum
dia vai acontecer, como um sonho de criança, como um sonho que hoje se tornou
um Museu Itinerante.
Do meio pra esquerda, Claudio Lima (diretor do evento) e Thiago (Tripa Seca)
Vídeos do Evento no Canal Mestre Ryu no You Tube e mais fotos no Instagram