Atendendo as previsões, certamente, Menat foi a mais
aguardada a ser lançada nesta segunda temporada de Street Fighter V desde o seu
surgimento no final do também novato Ed. Assim como o jovem comandante das
forças da Shadaloo, discípulo de Balrog e sucessor espiritual de Bison, Menat
vem como uma certa sucessora de uma personagem até então veterana e querida na
série, Rose.
Aparentemente, Menat e Ed parecem ter uma
aproximação mais amigável do que Rose e Bison.
A apresentação de Menat na chamada supriu as
necessidades de quem a estava aguardando e foi além do esperado. Ganhou
bastante destaque nas divulgações e até mesmo um trailer dublado e legendado em
português pela Capcom. Certamente, houve um grande investimento na nova
personagem que teve recepção melhor que os outros 3 novos personagens até então
incluídos nessa segunda safra.
Porém, há sempre aqueles que remam contra a maré da
alegria e da evolução de uma série de jogos histórica, que procura explorar
novas formas de jogabilidade e estilos de personagem, em troca do feijão com
arroz. Ou seja, confundem sempre o novo Street Fighter com os antigos e
acreditam que a franquia deve sempre manter o mesmo padrão sem sair da caixinha
– com os mesmos 12 Lutadores Mundiais encontrados em trocentas versões e
relançamentos e jogabilidade travada de
um Champion Edition.
Street Fighter Alpha 3 já supria toda essa
necessidade, daí veio repeteco, Ultra Street Fighter IV, trazendo os mesmos sem
necessidade, apesar de faltar alguns personagens importantes da série dos
Guerreiros Sonhadores, felizmente incluídos em Street Fighter V com outros de
Street III esquecidos no IV. Mas, infelizmente, tem gente ainda que não
entendeu que o foco de Street Fighter V não é a nostalgia como Street IV e sim
amparar arestas a fim de trazer o Street Fighter de raíz que a Capcom sempre
quis mostrar desde o seu grande sucesso, The World Warrior.
Enquanto Street IV buscava trazer aquilo que veio a
se tornar popular entre os fãs, os combos, Street V explora muito mais o jogo
técnico – que acabou sendo esquecido em troca de um show de combos e
cancelamentos ultra complexos. Bonito de se ver, feio de se executar.
Quando lançaram Laura, pediam Blanka. E agora, quando lançam Menat, pedem Rose. Felizmente, uma minoria que só vem para fazer barulho e que não dá lucro e nem progresso para o jogo. A Capcom sabe o caminho certo para seguir com o seu carro chefe sem ter que seguir estereótipos só pra agradar velho birrento e barraqueiro. Esse é também o pensamento daqueles poucos que ainda não saíram dos 8 anos de Street Fighter IV e não aceitam adaptação.
Mais uma vez, Capcom está de parabéns por acreditar
que Street Fighter V pode ser um novo Street Fighter III – tentando fugir a
sombra do sucesso a fim de buscar novos horizontes independente de um público
casual mas de um público competitivo (que é a sua raíz), este é o espírito que
a Capcom só pode ter ideia quando veio o grande viral do vídeo de 2004, o famoso
trecho do confronto entre Daigo e Justin Wong, quando então Daigo realiza
aquilo que parecia impossível: virar friamente uma partida com todos os
melhores recursos do jogo, que também
incluía elementos importantes guardados para serem utilizados no momento certo
até então.
Diferente da beleza exótica que Menat exibiu no
trailer, o que ela tem de bonitinha, ela tem de ordinária. O capricho técnico foi grande na personagem.
Fui testá-la sem olhar para as análises na internet e senti grande dificuldade
de adaptação – bem maior do que Kolin quando saiu.
O engraçado é que quando fui abrir a internet para
ver as análises dos jogadores profissionais, eles seguiram com a mesma opinião.
Então, me senti mais tranquilo. Infelizmente quando você tem uma experiência
diferente da maioria, você é condenado na internet.
Ao menos nesse ponto, sinto um alívio por saber que
a Capcom fez uma coisa justa – criar uma personagem que tenha o mesmo peso de
adaptação para todos e não só mais pra um e menos para outro.
Curiosamente, Menat é discípula de Rose na história
mas na prática ela é bem parecida com Dhalsim – sua melhor performance é quando
se tem controle de espaço.
O controle de espaço é um dos principais desafios
nos jogos de luta – já que tudo gira em torno de comparações a um jogo de
xadrez. O mal posicionamento causa derrota certa em Street Fighter V, devido
aos recursos simplificados pela acessibilidade.
É importante lembrar também que a acessibilidade não
cria limitações no jogo e sim os seus poucos recursos – como sendo um jogo que
vai permanecer se desenvolvendo.
Street Fighter V surgiu como um esqueleto desde as
suas primeiras divulgações oficiais, justamente pelo intuito de ser um reinício
para a série e para seguir crescendo a fim de unificar uma comunidade. Sendo
assim, todos podem participar com a máxima experiência – nenhum a mais e nenhum
a menos – e ainda facilita a construção de ensinamento aos novatos.
Com as constantes variações, descobertas e notas de
balanceamento, o que parecia simples,
hoje é bem complicado no jogo. A complexidade está em como manter um personagem
que aparentemente não possui recursos para determinadas ofensivas.
Menat já surgiu com esse aparente defeito de fábrica sendo uma personagem
bastante frágil contra pressões. Porém, mal se passou um dia e já descobriram
combos com uma quantidade inúmera de acertos graças a sua técnica V-Trigger
aonde ela é revestida por esferas que também pode protegê-la, de alguma forma, das
investidas dos projéteis, fora o V-Skill que reflete os normais. Menat é tão
ofensiva quanto a sua mestra, Rose, mas aparentemente tão técnica quanto.
A novata do Street V desafia as leis dos durões que
querem menosprezar o jogo a todo custo por considera-lo fácil, é a prova viva
(ou pixelada) que de fácil ela não tem nada, mas mantendo a tendência da
acessibilidade ao equilibrar o nível de dificuldade na execução comandos e se
tornando um mistério a ser explorado para todos os tipos de jogadores.
Com uma quantidade absurda de combos, Menat entra pra
lista daquelas personagens da série que mais parece ter saído da série Marvel
v.s. Capcom.
V-Trigger:
Como Funcionam as Esferas
Com os botões de soco, é possível direcionar as
esferas da esquerda. Em ordem crescente, contando de cima para baixo, o fraco
lança a primeira esfera, o médio a segunda e o forte a terceira. Com os botões
de chute, as esferas da direita se movem no mesmo procedimento de acordo com a
intensidade de botões.
É possível controlar o tempo em que estas esferas
podem ser lançadas segurando os botões respectivos e logo após soltando.
Percebe-se que as esferas são lançadas após soltar os determinados botões. Pode
ser um por vez ou todos ao mesmo tempo. Pressionando todos em pé e soltando-os,
Menat automaticamente faz a animação de provocação enquanto elas são lançadas.