Os encontros e desencontros durante os dias do primeiro evento derivado
da Brasil Game Show sediado no Rio de Janeiro
Tudo começou numa Sexta-Feira (7 de Abril) chuvosa. Mas antes de se
tornar chuvosa, ainda estava num tempo
levemente fresco da manhã. Antes de partir para o dever, caminhei um
chão – aproveitando que havia chegado cedo no Centro da cidade – mas como eu
senti que ia levar tempo demais, eu desisti e segui o meu caminho. Meu objetivo
era comprar o ingresso para um dia do Brasil Game Cup ou passar perto para ver
como estava a “festa”. Se bem que tudo abria umas 13: 00 e eu estava lá umas
8:30 pelas proximidades da Central do Brasil. Enfim, normal.
Já à noite, houve toda uma tática de fuga impossível (que
levou mais tempo do que eu
imaginava). Vim armado com os dólares
(apesar de meu objetivo ter sido só pra passar perto do evento).
Essa minha decisão, de não levar o dinheiro, foi devido a
não ter o meu credenciamento para o Santuário do Mestre Ryu aprovado pela
divisão evento. Não engoli bem o e-mail que recebi e logo achei que fosse
devido às mágoas passadas sobre aquela Sessão Crítica. Por um tempo, soube que
blogs estavam proibidos de receberem crachás de imprensa para o Brasil Game
Show (acredito que quando ele ainda era Rio Game Show, ainda em sua segunda
edição).
Ao todo, sendo uma pessoa transparente, vejo que o trabalho
para os eventos do Brasil Game Show deveriam ser diferentes desde o início –
pois considero bastante o esforço do Marcelo Tavares, o organizador, o qual
acompanho desde as conversas sobre games antigos e obscuros no saudoso grupo do
Yahoo: FMVBR - Full Motion Video Brasil (dedicado a jogos interativos que misturam filme e simulação, muito populares na primeira geração dos jogos
em CD).
Antes de falar sobre o Brasil Game Cup, eu preciso falar
sobre o organizador. Marcelo Tavares é um empresário, líder, bem acessível e
bem humilde. Infelizmente, compor um tipo de evento com essa estrutura –
faminta por crescimento rápido – é tremendamente difícil. Ele mesmo declarou
que algumas empresas se recusaram a aparecer no evento, como a Nintendo e
Capcom. Sendo a Brasil Game Show o primeiro “Rock in Rio” dos eventos de videogames
no país, a responsabilidade é um peso que devemos levar em consideração, apesar
de toda a reclamação que podemos ter em alguma estrutura.
Falando de eventos sobre cultura pop – que também nasceram
de uma turma da tribo de fãs geeks (como nós) – vemos o grupo Omelete, que
cresceram a cada ano e hoje se tornaram bem sucedidos a ponto de criarem a
marca do seu próprio evento: a Comic Con Experience (na margem do sucesso do
ator Loki de Thor em sua apresentação épica). Se a Comic Con Experience é mais
organizada por um lado, ela é mais
careira por outro. Ou a gente corre por um lado – e encontra um bom evento com
algumas falhas técnicas – ou corre por outro – e encontra um bom evento terminando
com o bolso vazio em meio a crise nacional.
Ter o bolso vazio – por ter que pagar alto por todo o tipo
de atração que quer usufruir – não é nem um pouco bom. Correndo pela margem
contrária, o Brasil Game Cup cobra apenas o ingresso para apreciar diversas
máquinas à disposição e ter um “Meet & Greet” (cumprimentar e conhecer)
gratuito. Tirando os produtos à venda que, assim como em todo evento, são
pagos.
A altura de um grande evento, o Brasil Game Cup é um
derivado do Brasil Game Show (começando neste como um pequeno evento interno ou
parte de suas atrações). O evento voltado a jogos competitivos já estava em
pauta há alguns anos como proposta para o retorno do Brasil Game Show ao Rio de
Janeiro – ausente desde 2011.
Recebi com muita simpatia as atendentes da recepção,
perguntei se a meia entrada também valia para 1 quilo de alimento e decidi
comprar o ingresso sem respirar – pensando: “-Bom, não vou deixar a viagem
perdida”, como eu tive coisas a fazer no sábado eu decidi comprar para o
domingo. E sai feliz correndo de volta –
naquele trajeto longo – de volta à batalha (naquela noite) e com um mal estar
gigante. Mas consegui resolver o problema e logo passou.
Já era 1 hora da manhã naquela madrugada de sábado pra
domingo e todas as noites mal dormidas pesaram naquele exato momento. Eu simplesmente
chamei o meu amigo Daileon desesperado e pedi para que ele, assim que deixasse
de usar o celular, para trocar por uma outra bateria (devido o problema de
carregamento) – falei quase tudo meio enrolado, pelo cansaço – mas daí ele,
aparentemente assustado quando o chamei, disse que já ia devolver e foi dormir
também. Nota: fiquei até super sem jeito de chamar assim de
repente – e eu também não esperava que ele precisava do celular naquele exato
momento. Aquele cansaço veio em boa hora.
E chegando o grande dia – com 9 horas e 27 minutos bem
dormidos – consegui acordar bem cedo e fiquei feliz comigo mesmo. Mas, daí, vem
27 milhões de coisas pra fazer na cabeça – de uma forma mal planejada. É como
acordar rico e não saber lidar com o dinheiro ou ganhar um HD novo e gastar com
um monte de besteiras, mais do que o necessário.
E foi assim. Pensei em almoçar antes mas senti preocupação
com a bateria do celular – como a bateria da câmera digital arreou de vez,
fiquei dependendo só do celular para as fotos e vídeos – tendo que usar duas
baterias (uma delas reserva). A qualidade é boa, embora não tão nítida quanto a
câmera digital. Pois é, além do aluguel, contas para pagar, mais coisas para
gastar (sem contar o nome restrito por causa de um golpe que não posso provar)
–cada vez mais me sinto convencido a se justificar para iniciar um plano de
financiamento coletivo para poder ajudar nos custos dos materiais (e pessoais) para
criar conteúdo para o blog.
E como eu gosto de sair ouvindo música na viagem, me traz
calma e inspiração, decidi revirar o quarto atrás daquele aparelho de MP3 que
comprei há 20 milhões de anos. E enquanto revirava, perdia o tempo no relógio –
fora as roupas para colocar no varal. É isso aí, tenho muitos filhos agora pra
cuidar antes de sair de casa – e todo o meu cuidado em planejar as coisas
acabam deixando o horário (que é o mais importante) a última coisa no fim.
De 9:25 pra quase meio dia, acabei realizando alguns
cuidados pessoais e perdendo tempo procurando pelo aparelho de MP3 até acha-lo,
testar, e ver que ele precisava carregar. Deixei pra lá e parti pra viagem
vendo se escolhia ir sem almoçar e chegar atrasado ao evento ou almoçar e chegar
muito atrasado ao evento. Foi um prejuízo pra mim, porque queria chegar antes
da abertura dos portões para ver se houve atraso – como no primeiro Rio Game
Show.
Antes de ir, fiz um lanche reforçado também o que manteve o
meu estomago equilibrado. Saindo de casa, fiquei pensando se pegava o ônibus –
que ali estava passando do outro lado – ou se pegava o trem (que iria demorar
horrores pra chegar, sendo domingo). Como eu estava fuuuu do mesmo jeito,
escolhi ir de trem mesmo, meio puto por causa do horário.
No caminho fui me acalmando e feliz por já imaginar um dia
muito proveitoso. Se aproximando do destino, vi uma moça suspeita – com cabelo
alisado, calça meio arriada (aparecendo só um pequeno pedaço do traje íntimo) e
sapato – típica de roqueira. Daí, ela começa a me encarar de vez em quando,
joga o cabelo, e começa a passar batom. Chegava ao destino Praça da Bandeira.
Pensei: “-Se não tiver estação Cidade Nova (esqueci que não tinha trem, apenas
metrô), vou descer na Praça da Bandeira, pra ver como é!”. A moça saiu de cena
e eu desci na Praça da Bandeira – pela primeira vez. Descobri o mistério dessa
estação – cheio de “passagens secretas” e um escadaria enooormee que, se eu não
prestasse atenção, eu poderia escorregar e sair rolando lá embaixo (e como eu tenho medo de altura..). Tinha
alguém ali descendo e fui descendo também.
Então eu saí correndo pela rua deserta, próximo a
Leopoldina, até o evento. O camarada que desceu na escada já estava bem longe.
Pela primeira vez, parei atrás do Centro de Convenções por baixo de uma ponte.
Fui caminhando, vi um senhor passando, atravessando a rua junto, e um segurança,
pelo espelho do prédio. Mais a frente,
vejo um tipo estranho com duas sacolas na mão esquerda (eram dois sacos de
arroz de cada lado) acenando e perguntando: “-Trouxe 1 quilo de alimento”. Meio
que balancei a cabeça forçadamente mas estava apressado pro evento, ele
perguntava de novo e de novo – mas vendo que eu estava correndo, o retardado
confunde: “-Ei, não sou bandido não!” mas como eu já estava puto com aquela
perseguição, fiz cara feia. “-Aidético do c...” e xingou com um monte de
palavras. Caguei e mandei “- tomar ...”
Puta que pariu, é foda. Você vai feliz pra uma atração e vem
um encosto desses pra perturbar a tua ideia. É foda, né? Mas tudo ficou melhor
ao chegar ao pátio, sendo cercado por aqueles jovens garotos propaganda de
curso* que pedem cadastro pro sorteio de um Playstation 4 (algo raro de
acontecer). *Nota: o curso em questão era Zion, que anda tomando cada vez mais
espaço - desde que a antiga Seven se
transformou na RedZero mas se perdeu por aí. Feliz porque eles nem se
preocuparam com a minha idade (ao menos os jovens panfletários do curso Zion).
Mal prestei atenção aos detalhes ali no momento, mas fui bem
recepcionado – toda estrutura para receber o público é bem profissional, com
pessoas bem vestidas (com roupas sociais) é diferente de um evento de anime
& mangá – tão evidência desde o início dos anos 2000 e que perdeu força do
grosso de suas raízes para a febre dos filmes de super-heróis, o que inspirou
uma nova geração de eventos voltados à cultura pop em geral. De qualquer forma,
todos os eventos do gênero que ganham continuidade periódica começaram
independentes. Uns ganharam status mais profissional que outros, é verdade.
Apesar de já haver a presença dos videogames em espaços de
free play , isso ainda não era frequente nos eventos de animê. Era raro grandes
ou pequenos eventos voltados para o universo dos videogames. Associando aos poucos o público, esses
eventos começaram a ganhar melhor popularidade.
Ainda no começo do evento, antes da entrada, percebi que o
celular estava com o horário maluco (dizia 11:01), perguntei pra um visitante
que estava acompanhado do filho as horas e já eram 13:40.
A bateria do celular corria rápido em meio a tiragem de
fotos e alguns vídeos. Olhei para os lados e ainda não havia nenhum cosplay. O
evento estava começando e muitas pessoas ainda não chegaram. O amigo Anderson “Deco“
ligou perguntando se já estava no evento e logo depois já se preparou pra vir.
Aproveitei o início da partida BGC jogando World Heroes na máquina – há quanto
tempo que eu não jogava esse jogo numa máquina. Arrisquei umas com a Joanna
Dark e Hanzo na opção Death Match. Com as reclamações na internet, logo percebi
que havia realmente mais máquinas de The King of Fighters do que de outros
jogos de luta. A surpresa é encontrar uma máquina com o jogo Energeiz – que
traz personagens de Final Fantasy na batalha.
O evento tá vazio!
(5 segundos depois...)
Esse evento tá cheio,
né?
Um grande pensador (anônimo) parrudo de barba no evento.
Um grande pensador (anônimo) parrudo de barba no evento.
Passou um tempo, e já começaram a aparecer os cosplayers.
Uma das primeiras que vi, foi a Thais “Yuki” Jussim de Chun-li. A famosa cosplayer
já nos representou em várias partes do mundo – com eventos celebrados até mesmo
pelo canal TNT no México. Cansado da roubalheira da CPU no World Heroes (aquele
Dragon fulminante enquanto tentava acertar alguns golpes da Dark ou então um
shory do Hanzo) sai da máquina de jogos para passear um pouco e já me deparei
com a apresentação de cosplay bombando bem animado com luzes e tudo. O público
lotou as cadeiras.
Foi aí que eu conheci pessoalmente a Nyvi Estephan. You
Tuber, gamer, capa da playboy e agora apresentadora da Brasil Game Cup. Fiquei
pensando em como poderia encontra-la. Aparentemente não veio a Kenya
Sommerfield (apresentadora que eu passei a conhecer nas chamadas da BGS no You
Tube), mas fico muito feliz que a Nyvi estava por lá. Um dos motivos que eu
estive lá foi por causa dela também. Na falta do campeonato de Street Fighter
II (que ocorreu na Sexta, com um grupo muito pequeno), conhece-la seria um plus
a mais.
Deco então apareceu e conseguiu me encontrar no meio da
apresentação de Cosplay. Então passeamos, tiramos uns sarros, e finalmente
realizamos as nossas partidas no Street Fighter. Infelizmente, o botão do
primeiro controle não tinha soco forte (aparentemente deve ter ficado
defeituoso) e o segundo controle ficou melhorzinho. Jogamos um “clássico” como
ele mesmo disse: Ryu v.s. Ryu. Encontramos um jogador de Guile bem forte e eu
me destaquei com o Vega. Deco ainda impressionou ao escolher M.Bison.
Alguns amigos de Deco se juntaram a partida. Deco
surpreendeu ao fazer fila com o seu Ryu e ainda estampar dois perfects num
jogador de Chun-li. Muitas vezes usou e abusou do tradicional chute fraco
agachado com arremesso. O primeiro controle estava impossível de jogar (só o
Decão e alguns outros jogadores conseguiram jogar melhor).
Enquanto Deco e eu jogávamos longas disputas no Street
Fighter II: Champion Edition, um grupo de homens uniformizados de azul escrito
Zion se aproximavam. Deco se intimidou (na esportiva): “-Vocês vieram prender a
gente?” ou coisa assim que ele disse. Eu e Deco ficamos tirando onda um com o
outro no evento – dentro ou fora partidas – e como algumas coisas são meio
pesadas, preferimos não publicar aqui. enquanto eu era o rei da mesa com o
Vega, um dos uniformizados perguntou se éramos irmãos. Eu disse que nós
somos num determinado momento me veio a cabeça que sim, mas disse a ele que
nos conhecíamos há muitos anos - mais precisamente, desde 2005, desde o Orkut,
graças a nossa apreciação por Street Fighter e pelas artworks de Street Fighter
I em meu perfil (Deco, desde sempre, é muito fãs dos lutadores do infame Street
I). Graças a minha apreciação pelo raro,
eu pude encontrar este grande irmão de qualidades raras. Jogos competitivos
também unem as pessoas.
Como Deco e eu temos o mesmo espírito de divertimento e parceria,
contei que eu gostaria de tirar foto com a Nyvi. Ele não a conhecia, daí
expliquei o histórico da moça. Ele tranquilamente descreveu onde eu poderia
encontra-la. Como eu não obtive credenciamento, obtive todo o apoio no trajeto. Outra surpresa foi encontrar Eduardo Miranda
(O Pai dos Animês do Brasil e ex-diretor da divisão de cinema da Rede Manchete)
num rápido esbarro.
Passando pelo evento, observei um jogo indie bem
interessante em 2D e o espaço de colecionismo do organizador Marcelo Tavares. Alternando
entre comerciais e disputas do Counter Strike: Global Offensive, passamos pela
área restrita do staff até o camarim atrás do palco.
Assim que chegamos, um dos staffs, próximo ao segurança, me
atendeu super gentilmente e disse que ela estava no palco. “-Tá ouvindo a voz
dela? Se quiser aguardar..!” então ficamos ali um tempo, Deco é bem paciente em
todo o processo – nem se esquenta com a minha calmaria em comer devagar. “-Não,
não, tá certo!” – Se referindo ao meu estilo de se alimentar: comer primeiro e
beber depois.
Depois de um tempo voltamos. “-Ela já vem aí!” e então,
depois de um tempo, Nyvi vem correndo (simulando uma caminhada, como se
disputasse uma maratona) – aí eu vejo agora a cena em câmera lenta, ela chega
toda sorridente e me dá um puxão de orelha – mas como eu sou “surdo”, acabei
não ouvindo e depois fiquei sem graça de perguntar de novo depois – daí, eu
perguntei (antes do flash): “-Você gosta de Street Fighter?” ela esperou um
pouco e respondeu: “-Adoro!” e a foto veio logo depois. Deco, meu salvador,
tirou a foto de seu celular e mais outra: “-Pra garantir, né? “ (disse a Nyvi).
Nossa, indescritível. Ela é de uma simpatia imensa, muito graciosa e atenciosa.
Daí eu disse depois: “-Ela é pequenininha!” eu quase me inclinei
todo na segunda foto enquanto guardava o celular rapidamente para não perder a
foto.
E no trajeto, encontrei alguns rostos – entre elas, Anika
Botiny, You Tuber, fazendo propaganda da escola Zion. Ge Alves e Larissa Reis (Lilahime) – ambas
fazendo cosplay de personagens de Overwatch. Pela primeira vez, pude
testemunhar ao vivo não só uma D.va como duas, junto a Ge, estava também a
Renata Castro.
Larissa, que também já conheci em outro evento (Expo Geek
Beta como Anna de Frozen), eu cheguei a reconhecer enquanto ela tirava foto do
Deco quando então eu perguntei: “-Larissa?” e ela: “-Isso!” depois quando
tiramos uma foto, ela deixou um cartão seu comigo com todas as suas redes
sociais. Curiosamente, ela estava acompanhada da Ge quando a paramos e depois
ela saiu circulando pelo evento tentando encontra-la. Junto ao Deco, tentamos
procurar também e eu me senti um pouco sem graça naquela situação.
Segundo o Deco, Ge estava de Sakura no segundo dia e de D.va
neste terceiro. Num momento, ela ficou surpresa por ter sido reconhecida quando
então Deco disse que na verdade era eu quem havia reconhecido – senti que,
naquela hora, ela ficou mais reservada.
Não sei se essa mudança de comportamento partiu de algum evento ocorrido
há provavelmente 1 ano no Facebook. Acabamos nos aproximando devido a esse
evento, mas depois veio um afastamento que eu ainda eu não sei explicar. Admito que, se foi mesmo afastamento, a
desilusão veio da minha parte. Mas passado é passado. Enfim, bola pra frente.
Próximo a área de staff da BGC vários cosplayers, entre
eles, Angely Josuá e Deco também desvendou destravou uma Morrigan
perdida por ali no staff. Eis ali, diante de nós, uma Morrigan alternativa.
Tiramos uma foto, mas acho que saí totalmente deslocado. Depois que olhei para
a foto e analisei a pose da cosplayer, eu pensei se eu poderia ter ousado –
imitando uma artwork de Morrigan e Demitri para combinar (mas, pra todo caso,
eu teria que abordar se ela me aceitaria imitar essa pose). No momento não me recordo, mas nesse mesmo
momento alguma moça credenciada olhou pra
minha camisa e adorou (acredito que tenha sido a própria Lara, a Morrigan). Mais
pra frente, descobri que a Lara “Morrigan” foi uma das juízas do concurso
cosplay e eu já havia curtido a página dela no Facebook e a sigo no Instagram.
Uma coisa louca, pois a gente curte e segue trabalhos legais sem ter noção de
quem é quem na rede até se surpreender ao vivo e virar fã “de novo”.
Infelizmente, não é sempre que temos a sorte de criar relações sólidas com quem
temos coisas em comum nesse meio. Não é nada demais, apenas um desabafo.
Finalmente, encontrei Street Fighter V. E pela primeira vez,
num evento, encontro o jogo rodando num PC. Melhor: num laptop bastante
avançado acompanhado de um controle X Box. Eu torci o nariz no começo mas
felizmente me adaptei rápido ao controle nesse jogo (mil vezes melhor que o
popular Dual Shock do Playstation). Consegui fazer uma fila e, pela primeira
vez, usar vários personagens nas partidas off-line. Deco dizia: “-Eu sou muito
ruim nesse jogo!” ; “-Você prefere SF IV ou SF V ?” e eu respondi: “- SF V” ele
nem acreditou mas disse que gosto muito do Street IV e do Arcade Edition e não
curti as mudanças do Ultra. De quebra,
uma amiga (de X-23) próxima de Deco, fazia o maior coro torcendo para um
amigo que estava jogando um versus comigo no Street V. Depois de darem um
passeio e voltar: “-Você ainda taí?” isso me lembrou os dias do Museu do
Videogame Itinerante.
Depois das partidas de Street, tentamos jogar um The King of
Fighters 2000 e Cadlacs & Dinossaurs – nessa última jogatina, vimos que as
manetes estavam quebradas, não dava pra locomover os personagens, Deco fez cada
de desistência e saiu da máquina, eu também (foi a primeira vez que vi o Deco
fazendo cara de cansado). Faltou manutenção da parte da loja que forneceu as
máquinas. Era um momento para passar o tempo até reencontrar a Nyvi (e poder
gravar um vídeo com ela para o nosso site) e também o Marcelo “Vingaard”
Fernandes – e poder termos informações que poderia ajudar ao
StreetFighter.com.br e a Warpzone (onde pude conhecer o representante Jaime
Ninice e da Gamebalst – a extensão da Nintendo Blast).
Um momento antes, Deco pediu para que eu entrasse no camarim
– no método “- foda-se” (joga tudo pro alto) – eu fiquei com receio pois estava
sem credencial. Então aguardamos por fora.
Ao reencontrar Nyvi, pela segunda vez, ela estava de costas. Pedi pra
que um staff a chamasse mas ela virou pra mim e logo percebi que ela estava prestes
a entrar para o palco (com microfone e tudo).
Após uns rodeios, voltamos. Ela, então, veio com aquela
simplicidade e simpatia, mesmo em fim de evento – todos exaustos – “-Oh, meu
querido, me desculpe!” - enquanto eu a via levantar levemente o braço enquanto
se comunicava, eu tentei (na minha imaginação) levantar a mão de volta para
cumprimenta-la e dar um abraço, mas fiquei com receio de desviar ou ela não
entender o movimento, então fiquei em posição neutra agradecendo pela sua
presença e, no fundo, no fundo, sem graça por voltar de novo pra perturbar a
moça por mais um pedido. Enquanto
preparava a câmera do celular, ela se abraçou e Deco a questionou se tudo
aquilo era frio. Daí, ela começou a conversar com a gente daquela forma bem
doce e serena. Eu retribui a sua recepção lembrando da revista: “- Eu comprei a
sua Playboy!” - houve um momento de silêncio nessa parte . Há algum tempo, eu
revelei ao Deco e ele não acreditou quando disse. Foi a única Playboy que
comprei na vida - justamente pelo tema ter me interessado (uma You Tuber e
Gamer numa revista renomada, fora da tribo geek & nerd – e para adultos -
não é todo dia). Nesse tempo de silêncio, praticamente não passou nada na minha
cabeça como um elogio (amei a sua Playboy ou dizer “- o trabalho ficou muito
lindo!”) na verdade eu fiquei ali petrificado sem saber como dar continuidade -
apenas um sorriso, tentando mostrar o meu respeito e admiração.
Assim que eu levantei o celular, ela foi bem rápida, já
começou a falar o script com toda a energia – mas não estava gravando e daí comentei
da luz – ela apontou sugerindo gravarmos de outra posição (de onde eu estava) e
então ela gravou com a maior sutileza possível. Eu fiquei muito feliz,
agradeci, mas tudo foi muito rápido, pois eu também estava preocupado em não
atrapalhar o seu trabalho no evento. Ela foi doce o tempo todo.
Amparando as arestas, das mágoas do passado, abri o meu
coração mais uma vez ao amigo Deco e disse que gostaria de conhecer o Marcelo
Tavares. Veio o Marcelo (Vingaard) e perguntei: “-Sabe onde tá o Marcelo..
Tavares?” ele disse que deve estar na sala de imprensa. Chegando a parte do
prédio que leva ao acesso, Marcelo estava dando entrevista (momento bem
característico).
Depois de um tempo, me aproximando, era o momento. Ele – com
expressão neutra – estendeu a mão e nos cumprimentamos. Percebi que ele era
mesmo apaixonado por futebol – Deco e ele se encontraram ali. Daí, o empresário
Marcelo explicou a respeito de seus esforços e de alguns dados negativos sobre
o evento – “- [...] Estava fraco!”, não consegui entender bem o que era, mas
foi um momento que me surpreendeu, ele mesmo sendo autocrítico a respeito de
algo referente a uma pergunta feita pelo amigo Deco.
Lá estiveram alguns times de futebol, ele tentou se esforçar
para chamar o Flamengo, mas eles não corresponderam. Nos jogos, o mesmo se
refere a Capcom e a Nintendo que não quiseram comparecer ao RJ. Se a Capcom estivesse no evento, certamente
aconteceria algum campeonato de Street V.
E mais uma vez, amparando as arestas, tiramos a nossa
primeira foto (depois de 11 anos se conhecendo apenas online). Marcelo, com os
acessórios de comunicação, chegou a lembrar alguns daqueles guerreiros de jogos
de tiro com armadura na pose. Mandou bem. E eu também não deixei de elogiar pessoalmente
a sua performance e o seu crescimento no mercado. Daí, tentei lembrar também
das nossas parcerias com matérias online, dos tempos que ele bancava o projeto
Gamenews (canal no You Tube, revista digital e site). Eu também reconheci o
quanto é difícil organizar um evento (até porque eu admiti já ter organizado
alguns) e ele abriu um leve sorriso e compartilhou sua experiência num tipo de
abordagem técnica.
Enquanto Marcelo e Deco falavam de futebol, eu olhava para
Marcelo, com brilho nos olhos, orgulhoso
de ver aonde ele chegou. Ele disse pra mim na época de uma forma “- Não tem
nada não. Eu vou dar a volta por cima!” e conseguiu porque não apenas disse
como também pôs em prática. Ele tem uma história familiar bem parecida com a
minha (a respeito do seu pai, que não aprovava o seu gosto por jogos). Certo
que há coisas a serem amparadas em cada evento com esse tipo de estrutura no
Rio de Janeiro (diante de recusas e má administração de empresas paralelas) mas
acreditamos no potencial do Marcelo. Em Marcelo Tavares eu acredito.
Eu espero que toda essa assombração em realizar eventos de
videogame no Rio acabem de vez algum dia. Eu só gostaria de parabenizar mais
uma vez ao Marcelo pela coragem.
O evento, que fecharia às 21 horas, foi um pouco além pra
acompanhar a disputada final de CS: GO. E o encerramento foi digno de
superprodução. Todo o cuidado e acabamento voltado à área de Esports ficou
caprichoso – com direito a troféu gigante e chuva de linhas de papéis celofane
metálicas. É uma pena que o celular, com os seus inúmeros problemas, acabou não
pegando todo o encerramento de Nyvi e os vencedores na íntegra.
Quando a bateria do celular esteve no fim, peguei a outra
reserva – pra não ficar na mão. Achei que deveria ter mais de um dia pra
aproveitar a Brasil Game Cup mas acredito que um dia foi suficiente e muito
especial.
Deco, anjo da guarda, me convidou e pagou o meu lanche (preenchendo
a minha falta do almoço) e a condução para que eu pudesse ir até o local para
pegar o ônibus para voltar pra casa. Que Deus abençoe esse grande irmão e o
santifique. Um amigo para colher e somar
sempre.
V ídeos e fotos da Brasil Game Cup no meu Instagram.
A nossa análise com fotos do evento Brasil Game Cup no StreetFighter.com.br
Eu e o administrador Deco ficaremos honrados em vê-los por lá também.
FOTOS: Mestre Ryu e Deco (Apoio)
TEXTO: Mestre Ryu
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS: Deco