sábado, 20 de maio de 2017

[Papo-Cabeça] Brasil Game Cup: A História (que) não (deveria ser) Contada

Os encontros e desencontros durante os dias do primeiro evento derivado da Brasil Game Show sediado no Rio de Janeiro


Tudo começou numa Sexta-Feira (7 de Abril) chuvosa. Mas antes de se tornar chuvosa, ainda estava num tempo  levemente fresco da manhã. Antes de partir para o dever, caminhei um chão – aproveitando que havia chegado cedo no Centro da cidade – mas como eu senti que ia levar tempo demais, eu desisti e segui o meu caminho. Meu objetivo era comprar o ingresso para um dia do Brasil Game Cup ou passar perto para ver como estava a “festa”. Se bem que tudo abria umas 13: 00 e eu estava lá umas 8:30 pelas proximidades da Central do Brasil. Enfim, normal.

Já à noite, houve toda uma tática de fuga impossível (que levou mais tempo do  que eu imaginava).  Vim armado com os dólares (apesar de meu objetivo ter sido só pra passar perto do evento). 
Essa minha decisão, de não levar o dinheiro, foi devido a não ter o meu credenciamento para o Santuário do Mestre Ryu aprovado pela divisão evento. Não engoli bem o e-mail que recebi e logo achei que fosse devido às mágoas passadas sobre aquela Sessão Crítica. Por um tempo, soube que blogs estavam proibidos de receberem crachás de imprensa para o Brasil Game Show (acredito que quando ele ainda era Rio Game Show, ainda em sua segunda edição).

Ao todo, sendo uma pessoa transparente, vejo que o trabalho para os eventos do Brasil Game Show deveriam ser diferentes desde o início – pois considero bastante o esforço do Marcelo Tavares, o organizador, o qual acompanho desde as conversas sobre games antigos e obscuros no saudoso grupo do Yahoo: FMVBR - Full Motion Video Brasil (dedicado a jogos interativos que misturam filme e simulação, muito populares na primeira geração dos jogos em CD).

Antes de falar sobre o Brasil Game Cup, eu preciso falar sobre o organizador. Marcelo Tavares é um empresário, líder, bem acessível e bem humilde. Infelizmente, compor um tipo de evento com essa estrutura – faminta por crescimento rápido – é tremendamente difícil. Ele mesmo declarou que algumas empresas se recusaram a aparecer no evento, como a Nintendo e Capcom. Sendo a Brasil Game Show o primeiro “Rock in Rio” dos eventos de videogames no país, a responsabilidade é um peso que devemos levar em consideração, apesar de toda a reclamação que podemos ter em alguma estrutura. 


Falando de eventos sobre cultura pop – que também nasceram de uma turma da tribo de fãs geeks (como nós) – vemos o grupo Omelete, que cresceram a cada ano e hoje se tornaram bem sucedidos a ponto de criarem a marca do seu próprio evento: a Comic Con Experience (na margem do sucesso do ator Loki de Thor em sua apresentação épica). Se a Comic Con Experience é mais organizada  por um lado, ela é mais careira por outro. Ou a gente corre por um lado – e encontra um bom evento com algumas falhas técnicas – ou corre por outro – e encontra um bom evento terminando com o bolso vazio em meio a crise nacional.

Ter o bolso vazio – por ter que pagar alto por todo o tipo de atração que quer usufruir – não é nem um pouco bom. Correndo pela margem contrária, o Brasil Game Cup cobra apenas o ingresso para apreciar diversas máquinas à disposição e ter um “Meet & Greet” (cumprimentar e conhecer) gratuito. Tirando os produtos à venda que, assim como em todo evento, são pagos.
A altura de um grande evento, o Brasil Game Cup é um derivado do Brasil Game Show (começando neste como um pequeno evento interno ou parte de suas atrações). O evento voltado a jogos competitivos já estava em pauta há alguns anos como proposta para o retorno do Brasil Game Show ao Rio de Janeiro – ausente desde 2011.

Recebi com muita simpatia as atendentes da recepção, perguntei se a meia entrada também valia para 1 quilo de alimento e decidi comprar o ingresso sem respirar – pensando: “-Bom, não vou deixar a viagem perdida”, como eu tive coisas a fazer no sábado eu decidi comprar para o domingo.  E sai feliz correndo de volta – naquele trajeto longo – de volta à batalha (naquela noite) e com um mal estar gigante. Mas consegui resolver o problema e logo passou.

Já era 1 hora da manhã naquela madrugada de sábado pra domingo e todas as noites mal dormidas pesaram naquele exato momento. Eu simplesmente chamei o meu amigo Daileon desesperado e pedi para que ele, assim que deixasse de usar o celular, para trocar por uma outra bateria (devido o problema de carregamento) – falei quase tudo meio enrolado, pelo cansaço – mas daí ele, aparentemente assustado quando o chamei, disse que já ia devolver e foi dormir também.  Nota:  fiquei até super sem jeito de chamar assim de repente – e eu também não esperava que ele precisava do celular naquele exato momento. Aquele cansaço veio em boa hora.

E chegando o grande dia – com 9 horas e 27 minutos bem dormidos – consegui acordar bem cedo e fiquei feliz comigo mesmo. Mas, daí, vem 27 milhões de coisas pra fazer na cabeça – de uma forma mal planejada. É como acordar rico e não saber lidar com o dinheiro ou ganhar um HD novo e gastar com um monte de besteiras, mais do que o necessário. 


E foi assim. Pensei em almoçar antes mas senti preocupação com a bateria do celular – como a bateria da câmera digital arreou de vez, fiquei dependendo só do celular para as fotos e vídeos – tendo que usar duas baterias (uma delas reserva). A qualidade é boa, embora não tão nítida quanto a câmera digital. Pois é, além do aluguel, contas para pagar, mais coisas para gastar (sem contar o nome restrito por causa de um golpe que não posso provar) –cada vez mais me sinto convencido a se justificar para iniciar um plano de financiamento coletivo para poder ajudar nos custos dos materiais (e pessoais) para criar conteúdo para o blog.

E como eu gosto de sair ouvindo música na viagem, me traz calma e inspiração, decidi revirar o quarto atrás daquele aparelho de MP3 que comprei há 20 milhões de anos. E enquanto revirava, perdia o tempo no relógio – fora as roupas para colocar no varal. É isso aí, tenho muitos filhos agora pra cuidar antes de sair de casa – e todo o meu cuidado em planejar as coisas acabam deixando o horário (que é o mais importante) a última coisa no fim.


De 9:25 pra quase meio dia, acabei realizando alguns cuidados pessoais e perdendo tempo procurando pelo aparelho de MP3 até acha-lo, testar, e ver que ele precisava carregar. Deixei pra lá e parti pra viagem vendo se escolhia ir sem almoçar e chegar atrasado ao evento ou almoçar e chegar muito atrasado ao evento. Foi um prejuízo pra mim, porque queria chegar antes da abertura dos portões para ver se houve atraso – como no primeiro Rio Game Show.

Antes de ir, fiz um lanche reforçado também o que manteve o meu estomago equilibrado. Saindo de casa, fiquei pensando se pegava o ônibus – que ali estava passando do outro lado – ou se pegava o trem (que iria demorar horrores pra chegar, sendo domingo). Como eu estava fuuuu do mesmo jeito, escolhi ir de trem mesmo, meio puto por causa do horário.

No caminho fui me acalmando e feliz por já imaginar um dia muito proveitoso. Se aproximando do destino, vi uma moça suspeita – com cabelo alisado, calça meio arriada (aparecendo só um pequeno pedaço do traje íntimo) e sapato – típica de roqueira. Daí, ela começa a me encarar de vez em quando, joga o cabelo, e começa a passar batom. Chegava ao destino Praça da Bandeira. Pensei: “-Se não tiver estação Cidade Nova (esqueci que não tinha trem, apenas metrô), vou descer na Praça da Bandeira, pra ver como é!”. A moça saiu de cena e eu desci na Praça da Bandeira – pela primeira vez. Descobri o mistério dessa estação – cheio de “passagens secretas” e um escadaria enooormee que, se eu não prestasse atenção, eu poderia escorregar e sair rolando lá embaixo  (e como eu tenho medo de altura..). Tinha alguém ali descendo e fui descendo também.

Então eu saí correndo pela rua deserta, próximo a Leopoldina, até o evento. O camarada que desceu na escada já estava bem longe. Pela primeira vez, parei atrás do Centro de Convenções por baixo de uma ponte. Fui caminhando, vi um senhor passando, atravessando a rua junto, e um segurança, pelo espelho do prédio.  Mais a frente, vejo um tipo estranho com duas sacolas na mão esquerda (eram dois sacos de arroz de cada lado) acenando e perguntando: “-Trouxe 1 quilo de alimento”. Meio que balancei a cabeça forçadamente mas estava apressado pro evento, ele perguntava de novo e de novo – mas vendo que eu estava correndo, o retardado confunde: “-Ei, não sou bandido não!” mas como eu já estava puto com aquela perseguição, fiz cara feia. “-Aidético do c...” e xingou com um monte de palavras. Caguei e mandei “- tomar ...”


Puta que pariu, é foda. Você vai feliz pra uma atração e vem um encosto desses pra perturbar a tua ideia. É foda, né? Mas tudo ficou melhor ao chegar ao pátio, sendo cercado por aqueles jovens garotos propaganda de curso* que pedem cadastro pro sorteio de um Playstation 4 (algo raro de acontecer). *Nota: o curso em questão era Zion, que anda tomando cada vez mais espaço  - desde que a antiga Seven se transformou na RedZero mas se perdeu por aí. Feliz porque eles nem se preocuparam com a minha idade (ao menos os jovens panfletários do curso Zion).

Mal prestei atenção aos detalhes ali no momento, mas fui bem recepcionado – toda estrutura para receber o público é bem profissional, com pessoas bem vestidas (com roupas sociais) é diferente de um evento de anime & mangá – tão evidência desde o início dos anos 2000 e que perdeu força do grosso de suas raízes para a febre dos filmes de super-heróis, o que inspirou uma nova geração de eventos voltados à cultura pop em geral. De qualquer forma, todos os eventos do gênero que ganham continuidade periódica começaram independentes. Uns ganharam status mais profissional que outros, é verdade.

Apesar de já haver a presença dos videogames em espaços de free play , isso ainda não era frequente nos eventos de animê. Era raro grandes ou pequenos eventos voltados para o universo dos videogames.  Associando aos poucos o público, esses eventos começaram a ganhar melhor popularidade.

Ainda no começo do evento, antes da entrada, percebi que o celular estava com o horário maluco (dizia 11:01), perguntei pra um visitante que estava acompanhado do filho as horas e já eram 13:40.

A bateria do celular corria rápido em meio a tiragem de fotos e alguns vídeos. Olhei para os lados e ainda não havia nenhum cosplay. O evento estava começando e muitas pessoas ainda não chegaram. O amigo Anderson “Deco“ ligou perguntando se já estava no evento e logo depois já se preparou pra vir. Aproveitei o início da partida BGC jogando World Heroes na máquina – há quanto tempo que eu não jogava esse jogo numa máquina. Arrisquei umas com a Joanna Dark e Hanzo na opção Death Match. Com as reclamações na internet, logo percebi que havia realmente mais máquinas de The King of Fighters do que de outros jogos de luta. A surpresa é encontrar uma máquina com o jogo Energeiz – que traz personagens de Final Fantasy na batalha.

O evento tá vazio!
(5 segundos depois...)
Esse evento tá cheio, né? 
Um grande pensador (anônimo) parrudo de barba no evento.

Passou um tempo, e já começaram a aparecer os cosplayers. Uma das primeiras que vi, foi a Thais “Yuki” Jussim de Chun-li. A famosa cosplayer já nos representou em várias partes do mundo – com eventos celebrados até mesmo pelo canal TNT no México. Cansado da roubalheira da CPU no World Heroes (aquele Dragon fulminante enquanto tentava acertar alguns golpes da Dark ou então um shory do Hanzo) sai da máquina de jogos para passear um pouco e já me deparei com a apresentação de cosplay bombando bem animado com luzes e tudo. O público lotou as cadeiras.

Foi aí que eu conheci pessoalmente a Nyvi Estephan. You Tuber, gamer, capa da playboy e agora apresentadora da Brasil Game Cup. Fiquei pensando em como poderia encontra-la. Aparentemente não veio a Kenya Sommerfield (apresentadora que eu passei a conhecer nas chamadas da BGS no You Tube), mas fico muito feliz que a Nyvi estava por lá. Um dos motivos que eu estive lá foi por causa dela também. Na falta do campeonato de Street Fighter II (que ocorreu na Sexta, com um grupo muito pequeno), conhece-la seria um plus a mais.

Deco então apareceu e conseguiu me encontrar no meio da apresentação de Cosplay. Então passeamos, tiramos uns sarros, e finalmente realizamos as nossas partidas no Street Fighter. Infelizmente, o botão do primeiro controle não tinha soco forte (aparentemente deve ter ficado defeituoso) e o segundo controle ficou melhorzinho. Jogamos um “clássico” como ele mesmo disse: Ryu v.s. Ryu. Encontramos um jogador de Guile bem forte e eu me destaquei com o Vega. Deco ainda impressionou ao escolher M.Bison.   

Alguns amigos de Deco se juntaram a partida. Deco surpreendeu ao fazer fila com o seu Ryu e ainda estampar dois perfects num jogador de Chun-li. Muitas vezes usou e abusou do tradicional chute fraco agachado com arremesso. O primeiro controle estava impossível de jogar (só o Decão e alguns outros jogadores conseguiram jogar melhor).



Enquanto Deco e eu jogávamos longas disputas no Street Fighter II: Champion Edition, um grupo de homens uniformizados de azul escrito Zion se aproximavam. Deco se intimidou (na esportiva): “-Vocês vieram prender a gente?” ou coisa assim que ele disse. Eu e Deco ficamos tirando onda um com o outro no evento – dentro ou fora partidas – e como algumas coisas são meio pesadas, preferimos não publicar aqui. enquanto eu era o rei da mesa com o Vega, um dos uniformizados perguntou se éramos irmãos. Eu disse que nós somos num determinado momento me veio a cabeça que sim, mas disse a ele que nos conhecíamos há muitos anos - mais precisamente, desde 2005, desde o Orkut, graças a nossa apreciação por Street Fighter e pelas artworks de Street Fighter I em meu perfil (Deco, desde sempre, é muito fãs dos lutadores do infame Street I).  Graças a minha apreciação pelo raro, eu pude encontrar este grande irmão de qualidades raras. Jogos competitivos também unem as pessoas.

Como Deco e eu temos o mesmo espírito de divertimento e parceria, contei que eu gostaria de tirar foto com a Nyvi. Ele não a conhecia, daí expliquei o histórico da moça. Ele tranquilamente descreveu onde eu poderia encontra-la. Como eu não obtive credenciamento, obtive todo o apoio no trajeto.  Outra surpresa foi encontrar Eduardo Miranda (O Pai dos Animês do Brasil e ex-diretor da divisão de cinema da Rede Manchete) num rápido esbarro.

Passando pelo evento, observei um jogo indie bem interessante em 2D e o espaço de colecionismo do organizador Marcelo Tavares. Alternando entre comerciais e disputas do Counter Strike: Global Offensive, passamos pela área restrita do staff até o camarim atrás do palco.
Assim que chegamos, um dos staffs, próximo ao segurança, me atendeu super gentilmente e disse que ela estava no palco. “-Tá ouvindo a voz dela? Se quiser aguardar..!” então ficamos ali um tempo, Deco é bem paciente em todo o processo – nem se esquenta com a minha calmaria em comer devagar. “-Não, não, tá certo!” – Se referindo ao meu estilo de se alimentar: comer primeiro e beber depois. 

Depois de um tempo voltamos. “-Ela já vem aí!” e então, depois de um tempo, Nyvi vem correndo (simulando uma caminhada, como se disputasse uma maratona) – aí eu vejo agora a cena em câmera lenta, ela chega toda sorridente e me dá um puxão de orelha – mas como eu sou “surdo”, acabei não ouvindo e depois fiquei sem graça de perguntar de novo depois – daí, eu perguntei (antes do flash): “-Você gosta de Street Fighter?” ela esperou um pouco e respondeu: “-Adoro!” e a foto veio logo depois. Deco, meu salvador, tirou a foto de seu celular e mais outra: “-Pra garantir, né? “ (disse a Nyvi). Nossa, indescritível. Ela é de uma simpatia imensa, muito graciosa e atenciosa.
Daí eu disse depois: “-Ela é pequenininha!” eu quase me inclinei todo na segunda foto enquanto guardava o celular rapidamente para não perder a foto.

E no trajeto, encontrei alguns rostos – entre elas, Anika Botiny, You Tuber, fazendo propaganda da escola Zion.  Ge Alves e Larissa Reis (Lilahime) – ambas fazendo cosplay de personagens de Overwatch. Pela primeira vez, pude testemunhar ao vivo não só uma D.va como duas, junto a Ge, estava também a Renata Castro.

Larissa, que também já conheci em outro evento (Expo Geek Beta como Anna de Frozen), eu cheguei a reconhecer enquanto ela tirava foto do Deco quando então eu perguntei: “-Larissa?” e ela: “-Isso!” depois quando tiramos uma foto, ela deixou um cartão seu comigo com todas as suas redes sociais. Curiosamente, ela estava acompanhada da Ge quando a paramos e depois ela saiu circulando pelo evento tentando encontra-la. Junto ao Deco, tentamos procurar também e eu me senti um pouco sem graça naquela situação.  

Segundo o Deco, Ge estava de Sakura no segundo dia e de D.va neste terceiro. Num momento, ela ficou surpresa por ter sido reconhecida quando então Deco disse que na verdade era eu quem havia reconhecido – senti que, naquela hora, ela ficou mais reservada.  Não sei se essa mudança de comportamento partiu de algum evento ocorrido há provavelmente 1 ano no Facebook. Acabamos nos aproximando devido a esse evento, mas depois veio um afastamento que eu ainda eu não sei explicar.  Admito que, se foi mesmo afastamento, a desilusão veio da minha parte. Mas passado é passado. Enfim, bola pra frente.

Próximo a área de staff da BGC vários cosplayers, entre eles, Angely Josuá e Deco também desvendou destravou uma Morrigan perdida por ali no staff. Eis ali, diante de nós, uma Morrigan alternativa. Tiramos uma foto, mas acho que saí totalmente deslocado. Depois que olhei para a foto e analisei a pose da cosplayer, eu pensei se eu poderia ter ousado – imitando uma artwork de Morrigan e Demitri para combinar (mas, pra todo caso, eu teria que abordar se ela me aceitaria imitar essa pose).  No momento não me recordo, mas nesse mesmo momento alguma  moça credenciada olhou pra minha camisa e adorou (acredito que tenha sido a própria Lara, a Morrigan). Mais pra frente, descobri que a Lara “Morrigan” foi uma das juízas do concurso cosplay e eu já havia curtido a página dela no Facebook e a sigo no Instagram. Uma coisa louca, pois a gente curte e segue trabalhos legais sem ter noção de quem é quem na rede até se surpreender ao vivo e virar fã “de novo”. Infelizmente, não é sempre que temos a sorte de criar relações sólidas com quem temos coisas em comum nesse meio. Não é nada demais, apenas um desabafo.


Finalmente, encontrei Street Fighter V. E pela primeira vez, num evento, encontro o jogo rodando num PC. Melhor: num laptop bastante avançado acompanhado de um controle X Box. Eu torci o nariz no começo mas felizmente me adaptei rápido ao controle nesse jogo (mil vezes melhor que o popular Dual Shock do Playstation). Consegui fazer uma fila e, pela primeira vez, usar vários personagens nas partidas off-line. Deco dizia: “-Eu sou muito ruim nesse jogo!” ; “-Você prefere SF IV ou SF V ?” e eu respondi: “- SF V” ele nem acreditou mas disse que gosto muito do Street IV e do Arcade Edition e não curti as mudanças do Ultra. De quebra,  uma amiga (de X-23) próxima de Deco, fazia o maior coro torcendo para um amigo que estava jogando um versus comigo no Street V. Depois de darem um passeio e voltar: “-Você ainda taí?” isso me lembrou os dias do Museu do Videogame Itinerante.

Depois das partidas de Street, tentamos jogar um The King of Fighters 2000 e Cadlacs & Dinossaurs – nessa última jogatina, vimos que as manetes estavam quebradas, não dava pra locomover os personagens, Deco fez cada de desistência e saiu da máquina, eu também (foi a primeira vez que vi o Deco fazendo cara de cansado). Faltou manutenção da parte da loja que forneceu as máquinas. Era um momento para passar o tempo até reencontrar a Nyvi (e poder gravar um vídeo com ela para o nosso site) e também o Marcelo “Vingaard” Fernandes – e poder termos informações que poderia ajudar ao StreetFighter.com.br e a Warpzone (onde pude conhecer o representante Jaime Ninice e da Gamebalst – a extensão da Nintendo Blast).

Um momento antes, Deco pediu para que eu entrasse no camarim – no método “- foda-se” (joga tudo pro alto) – eu fiquei com receio pois estava sem credencial. Então aguardamos por fora.  Ao reencontrar Nyvi, pela segunda vez, ela estava de costas. Pedi pra que um staff a chamasse mas ela virou pra mim e logo percebi que ela estava prestes a entrar para o palco (com microfone e tudo).


Após uns rodeios, voltamos. Ela, então, veio com aquela simplicidade e simpatia, mesmo em fim de evento – todos exaustos – “-Oh, meu querido, me desculpe!” - enquanto eu a via levantar levemente o braço enquanto se comunicava, eu tentei (na minha imaginação) levantar a mão de volta para cumprimenta-la e dar um abraço, mas fiquei com receio de desviar ou ela não entender o movimento, então fiquei em posição neutra agradecendo pela sua presença e, no fundo, no fundo, sem graça por voltar de novo pra perturbar a moça por mais um pedido.  Enquanto preparava a câmera do celular, ela se abraçou e Deco a questionou se tudo aquilo era frio. Daí, ela começou a conversar com a gente daquela forma bem doce e serena. Eu retribui a sua recepção lembrando da revista: “- Eu comprei a sua Playboy!” - houve um momento de silêncio nessa parte . Há algum tempo, eu revelei ao Deco e ele não acreditou quando disse. Foi a única Playboy que comprei na vida - justamente pelo tema ter me interessado (uma You Tuber e Gamer numa revista renomada, fora da tribo geek & nerd – e para adultos - não é todo dia). Nesse tempo de silêncio, praticamente não passou nada na minha cabeça como um elogio (amei a sua Playboy ou dizer “- o trabalho ficou muito lindo!”) na verdade eu fiquei ali petrificado sem saber como dar continuidade - apenas um sorriso, tentando mostrar o meu respeito e admiração.

Assim que eu levantei o celular, ela foi bem rápida, já começou a falar o script com toda a energia – mas não estava gravando e daí comentei da luz – ela apontou sugerindo gravarmos de outra posição (de onde eu estava) e então ela gravou com a maior sutileza possível. Eu fiquei muito feliz, agradeci, mas tudo foi muito rápido, pois eu também estava preocupado em não atrapalhar o seu trabalho no evento. Ela foi doce o tempo todo. 

Amparando as arestas, das mágoas do passado, abri o meu coração mais uma vez ao amigo Deco e disse que gostaria de conhecer o Marcelo Tavares. Veio o Marcelo (Vingaard) e perguntei: “-Sabe onde tá o Marcelo.. Tavares?” ele disse que deve estar na sala de imprensa. Chegando a parte do prédio que leva ao acesso, Marcelo estava dando entrevista (momento bem característico).
Depois de um tempo, me aproximando, era o momento. Ele – com expressão neutra – estendeu a mão e nos cumprimentamos. Percebi que ele era mesmo apaixonado por futebol – Deco e ele se encontraram ali. Daí, o empresário Marcelo explicou a respeito de seus esforços e de alguns dados negativos sobre o evento – “- [...] Estava fraco!”, não consegui entender bem o que era, mas foi um momento que me surpreendeu, ele mesmo sendo autocrítico a respeito de algo referente a uma pergunta feita pelo amigo Deco.

Lá estiveram alguns times de futebol, ele tentou se esforçar para chamar o Flamengo, mas eles não corresponderam. Nos jogos, o mesmo se refere a Capcom e a Nintendo que não quiseram comparecer ao RJ.  Se a Capcom estivesse no evento, certamente aconteceria algum campeonato de Street V.

E mais uma vez, amparando as arestas, tiramos a nossa primeira foto (depois de 11 anos se conhecendo apenas online). Marcelo, com os acessórios de comunicação, chegou a lembrar alguns daqueles guerreiros de jogos de tiro com armadura na pose. Mandou bem.  E eu também não deixei de elogiar pessoalmente a sua performance e o seu crescimento no mercado. Daí, tentei lembrar também das nossas parcerias com matérias online, dos tempos que ele bancava o projeto Gamenews (canal no You Tube, revista digital e site). Eu também reconheci o quanto é difícil organizar um evento (até porque eu admiti já ter organizado alguns) e ele abriu um leve sorriso e compartilhou sua experiência num tipo de abordagem técnica.

Enquanto Marcelo e Deco falavam de futebol, eu olhava para Marcelo,  com brilho nos olhos, orgulhoso de ver aonde ele chegou. Ele disse pra mim na época de uma forma “- Não tem nada não. Eu vou dar a volta por cima!” e conseguiu porque não apenas disse como também pôs em prática. Ele tem uma história familiar bem parecida com a minha (a respeito do seu pai, que não aprovava o seu gosto por jogos). Certo que há coisas a serem amparadas em cada evento com esse tipo de estrutura no Rio de Janeiro (diante de recusas e má administração de empresas paralelas) mas acreditamos no potencial do Marcelo. Em Marcelo Tavares eu acredito.  

Eu espero que toda essa assombração em realizar eventos de videogame no Rio acabem de vez algum dia. Eu só gostaria de parabenizar mais uma vez ao Marcelo pela coragem.


O evento, que fecharia às 21 horas, foi um pouco além pra acompanhar a disputada final de CS: GO. E o encerramento foi digno de superprodução. Todo o cuidado e acabamento voltado à área de Esports ficou caprichoso – com direito a troféu gigante e chuva de linhas de papéis celofane metálicas. É uma pena que o celular, com os seus inúmeros problemas, acabou não pegando todo o encerramento de Nyvi e os vencedores na íntegra.

Quando a bateria do celular esteve no fim, peguei a outra reserva – pra não ficar na mão. Achei que deveria ter mais de um dia pra aproveitar a Brasil Game Cup mas acredito que um dia foi suficiente e muito especial. 

Deco, anjo da guarda, me convidou e pagou o meu lanche (preenchendo a minha falta do almoço) e a condução para que eu pudesse ir até o local para pegar o ônibus para voltar pra casa. Que Deus abençoe esse grande irmão e o santifique.  Um amigo para colher e somar sempre. 

Vídeos e fotos da Brasil Game Cup no meu Instagram.


A nossa análise com fotos do evento Brasil Game Cup no StreetFighter.com.br
Eu e o administrador Deco ficaremos honrados em vê-los por lá também. 

FOTOS: Mestre Ryu e Deco (Apoio)
TEXTO: Mestre Ryu
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS: Deco
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