Aqueles que um dia se chamavam ‘Super-Heróis Japoneses da
Rede Manchete’ fizeram escola, desde que saíram das locadoras para as telas da
extinta emissora de Adolpho Block (1907 - 1995). Mais tarde, passamos a conhecê-los como
parte do gênero Tokusatsu (termo em japonês que classifica esses tipos de
seriados da família Jaspion, Changeman e cia.) graças às saudosas revistas
Herói.
Ainda que de uma geração muito próxima, Power Rangers se classifica
como parte das atrações de uma segunda geração que estava por vir. O seriado
surgiu em 1993, mas só estreou no Brasil em 95, acompanhando a galera dos
Cavaleiros do Zodíaco. Cavaleiros
transcendeu a geração dos seriados japoneses para um outro nível da cultura pop
– trama que explora melhor o drama dos personagens de uma forma ainda mais
profunda. Além de serem jovens, aqueles novos heróis possuíam outras
características que justificavam perfeitamente uma aproximação muito maior das
motivações do espectador.
Enquanto o poder da cultura pop japonesa começava a mostrar as suas garrar com algumas polêmicas – com o lançamento do longa metragem Akira nos cinemas Brasileiros em 1992 – um certo bilionário egípcio (considerado a 102ª pessoa mais rica dos EUA, segundo a Forbes), o empresário Haim Saban, já estava movendo as suas mangas para realizar os seus próprios Super-Heróis Japoneses (Americanos ) com o seriado Power Rangers, adaptação da versão japonesa Hyakujuu Sentai Goranger (os pioneiros entre os seriados de superequipe - chamados Super Sentai). Inclusive, com a mesma atriz (Machiko Soga) intérprete da megavilã Rita Repulsa – esta mesma teria participado do seriado japonês Spielvan (lançado por aqui como Jaspion 2: Spielvan). Curiosamente, em Power Rangers, Machiko (1938 - 2006) era dublada em inglês por Barbara Goodson.
Enquanto o poder da cultura pop japonesa começava a mostrar as suas garrar com algumas polêmicas – com o lançamento do longa metragem Akira nos cinemas Brasileiros em 1992 – um certo bilionário egípcio (considerado a 102ª pessoa mais rica dos EUA, segundo a Forbes), o empresário Haim Saban, já estava movendo as suas mangas para realizar os seus próprios Super-Heróis Japoneses (Americanos ) com o seriado Power Rangers, adaptação da versão japonesa Hyakujuu Sentai Goranger (os pioneiros entre os seriados de superequipe - chamados Super Sentai). Inclusive, com a mesma atriz (Machiko Soga) intérprete da megavilã Rita Repulsa – esta mesma teria participado do seriado japonês Spielvan (lançado por aqui como Jaspion 2: Spielvan). Curiosamente, em Power Rangers, Machiko (1938 - 2006) era dublada em inglês por Barbara Goodson.
A metade dos anos 90 foi tomado por animações japonesas e os
Super-Heróis Japoneses praticamente estavam se tornando extintos na
programação. Nesse período de ruas vazias, sem os heróis de máscara e armadura
em carne e osso, vieram os Power Rangers nas programações da TV Globo, uma
emissora que sempre procurou dar um leve espaço para atrações do momento. Os
Super Heróis Japoneses tiveram o seu curto espaço no começo de 1990 com
Bicrossers nas tardes da Sessão Aventura até esta atração ser substituída por
Malhação em 1995, coincidentemente o ano que estreou Power Rangers na emissora
de Roberto Marinho (1904 - 2003).
Se Saban adotou os super-heróis em carne e osso da cultura
pop japonesa para a linguagem americana, seria coerente que viríamos fazer o mesmo algum dia. Porém, houveram poucas tentativas conhecidas por aqui ( o que maior conhecemos foi: Insector Sun). Na maior parte desse tempo, toda a projeção da
febre em nossas terras ganhou força mesmo é nas adaptações em quadrinhos pela arte e roteiro de artistas brasileiros. Ainda que com
linguagem de quadrinhos americanos no começo, mas que aos poucos tomou forma
cada vez que a cultura pop japonesa se solidificava com as animações japonesas. Tanto as animações quanto os seriados possuíam influencias do ocidente - apesar de cada um ter os seus toques orientais em particular.
Adaptar os clássicos seriados japoneses para um grande
circuito é uma tarefa muito difícil. Isso porque o Tokusatsu – gênero o qual
pertencem – dosam de elementos simples, rápidos e feitos na medida para atrair
a garotada. Quando a dosagem é esticada sem a complexidade, é como fazer um suco com muita água - se torna um longa metragem com os seus espaços rasos no excesso. Em um tempo de duas horas, ou até mesmo um pouco menos, é
necessário estender a dosagem e equilibrar a profundidade, acabando por torna-lo consideravelmente volumoso ou, por vezes, complexo. Isso se
quiserem fazer algum sentido para um público mais velho ou até mesmo para
críticos exigentes.
O seriado Power Rangers faz parte de uma segunda geração de
super-heróis ao vivo e em em carne e osso. Ainda que pertençam a classe dos Super-Heróis Japoneses, a diferença é que eles não são
japonesas mas, sim, uma adaptação deles. Tal adaptação suavizou a essência dos
originais, tiraram o drama e adicionaram humor – tornando um seriado bem mais
infantil e bobo. Mesmo assim, conquistou o público pela nostalgia, pelos
brinquedos, pelos jogos e pelo clima colorido. Não adianta, caíram no dialeto popular com
funks e até mesmo álbum musical com músicas completamente em português - Power
Rangers tem a Força, Power Rangers são heróis.
E a música tema (Go, Go, Power Rangers de Aaron Waters) - era diferente das canções embaladas pelos
seriados japoneses, com sons orientais de raíz, era um belo rock que também colava na cabeça. Não adianta, quando o produto tem um bom estudo de
mercado. Super-Heróis sempre divertem,
muitas vezes independente da qualidade de suas histórias - basta personalidade para
maquiar seus buracos, maquetes e armaduras de papelão.
Com o avanço da cultura pop japonesa no mundo, Power Rangers
é o maior exemplo de uma produção americana com características nipônicas (sem
ser uma animação japonesa editada ou redesenhada para padrões ocidentais).
Embora não seja a primeira aventura no cinema, levou-se um
tempo para que os Power Rangers ganhassem um filme com a cara de hollywood. Os
Power Rangers de 2017 são completamente diferente dos Power Rangers dos anos 90
e dos seus filmes (extensões do seriado). O que acontece agora é um projeto
mais ousado, seguindo as tendências atuais do cinema do gênero.
Com a popularidade cada vez maior do anti-heroísmo e uma
certa rejeição do mercado em relação a super-heróis mais tradicionais e
românticos, Power Rangers adere características novas, únicas e distintas para
cada um do quinteto. Mas, diante de toda essa morfada, quem se destaca é a
versão de Trini – a Ranger Amarelo - incorporada por Becky G, um reflexo bem
pessoal da moderna geração, como os piercings e o corte de cabelo. Não só no jeito como também no estilo, é um
retrato considerado rebelde para a (então) Geração X dos primeiros Power
Rangers.
O humor refinado prova que a reencarnação destes heróis
buscou crescer com o público, mais uma vez se espelhando nos tempos atuais, sem
conservadorismos e com diálogos rápidos e inteligentes por parte da interação
da equipe - criando, por vezes, um papel
de autocrítico.
Enquanto Becky G. encanta, Elizabeth Banks (Rita Repulsa)
assusta. Ao todo, uma ótima escalação, os cinco heróis são reencarnados com
muito carisma pelo novo elenco. Dacre Montgomery (Jason/ Ranger
Vermelho) tem imponência de líder e convence ao nos mostrar um tipo de jovem
solidário e leal, apesar de problemático, que se importa com os seus
semelhantes. RJ Cyler (Billy/ Ranger Azul), apesar de
exageradamente falante, é o nerd de alívio cômico da equipe feito em boa medida
– um tipão que quem tem alma de criança vai entrar na pele do personagem também. Ludi Lin (Zack/ Ranger Preto) é o que tem menos
destaque, mas mesmo assim – o esquentadinho da história - dosa de momentos
familiares que assumem um dos pontos mais dramáticos da trama, desenvolvido com
ótimos diálogos que criam uma profundidade incrível. Naomi Scott (Kimberly/ Ranger Rosa) deixa a sua graciosidade, ainda que tenha o seu posto roubado pela
presença de Becky G.
Num geral, a história valoriza bem os personagens, mas não
cuida bem do seu pilar. Assumindo um ritmo ágil, como o seriado, acaba deixando
de lado elementos de fundo que não ficam bem explicados – para um seriado infantil, isso até acaba
relevante, mas para um longa de grande circuito, essas falhas acabam gravemente
visíveis em cena (apesar de maquiado por momentos de humor – um truque
“Marvel”).
A tendência em seguir com ferramentas do gênero se estende
também para o comportamento dos heróis em ação. As emoções se sobrepõem às características
visuais de origem: mantém-se em valorizar a expressão dos atores em ação,
deixando as máscaras de lado.
Para um filme de origem, as cenas de ação deixam a desejar. Em
compensação, há bons efeitos visuais (como uma cena embaçante no fundo da água,
valorizando também a fotografia) – mas sente-se falta de mais reação aos
impactos na pancadaria (como as famosas faíscas ou então qualquer outro tipo de
elemento pra simular maior realismo ou ferocidade nos ataques). Porém, existem pontos práticos
que tornam a refilmagem superior ao seriado – um plano dramático, com foco
distinto nos personagens. Nesse ponto, é bem sucedido, junto ao humor que
amadureceu de acordo com a sua época e geração.
ATENÇÃO: Fiquem
durante os créditos.
Saban x Marvel - Momento Pós-Crítica
A influência da Marvel Studios em Power Rangers é muito
nítida. A começar pelo cartaz, o termo usando a marca “Marvel’s” antes do
título é adotado por “Saban’s”. A economia das cenas de ação e uma valorização
maior em tentar explicar a sua identidade, também é uma característica de
muitos primeiros filmes solo de origem da Marvel (que costumam não obter
nenhuma cena violentamente marcante, mas – em alguns pontos - engraçada) . O
curioso é que existe uma justificativa para a Marvel fazer isso por causa dos
eventos do filme Os Vingadores, mas injustificável para a Saban em seu Power
Rangers, mesmo que tenha um tempo considerável (e 95% bem aproveitado) para
apresentar bem os personagens.
A importância da imagem sobreposta a máscara já fazia parte
dos super-heróis Marvel do cinema antes da Marvel Studios dar as caras. A começar por X-Men (2000) e
logo depois, Homem-Aranha (2002).
A Marvel é filha de uma geração sessentista, de onde vieram
os animês e mangás, uma época marcada por lutas pelos direitos humanos, pedidos
de paz e de adolescentes que começavam a buscar uma revolução. A forma de
humanizar super-heróis, seguindo a antropologia, não vem do novo Power Rangers,
mas de toda a mistura dessa cultura em comum.
Memórias da Sessão
Apesar de longe de tudo e de todos, estou conseguindo
acertar a minha instalação ao novo lar, ainda mais perto de um dos meus (agora)
shoppings favoritos que acabara de conhecer há 1 ano: o Parkshopping. Longe de
tudo e de todos. Isso é um ponto ruim: 2 conduções pra qualquer buraco do RJ.
De qualquer forma, um ótimo lugar e com bela paisagem enquanto andava pela
kombi. Estava me sentindo no paraíso – passando por residências e condomínios
luxuosos e redes de alimentação bem decoradas com espaços ao ar livre - e me lembrei, há 1 ano, o quanto
eu já estou amando Campo Grande. Acredito que seja o lugar mais bonito que já
morei.
O filme teria sido anunciado no formato 3D em algumas salas, mas a
veracidade disso ainda desconheço
Depois de cumprir o meu dever (arranjar um buraco novo pra
morar), aproveitei pra passar no Parkshopping, era logo ali – papo de 10
minutos, sabe? E então olhei o que estava passando na parte do cinema. Meu
objetivo era assistir Power Rangers legendado, mas como era domingo e a
primeira sessão legendada começava bem mais tarde, optei pela cópia dublada
mesmo (vasta nos mais variados horários) - tive que me render, com tanta arma
“de apoio a cultura nacional” apontada pro meu peito. Adquiri a sessão com o desconto do cartão
UNIQUE e saiu quase de graça. Realmente uma benção do UCI em tempos de crise.
No chove, não molha, aproveitei o tempo pra passar no
Burguer King e recebi um atendimento maravilhoso. A atendente perguntou o meu
nome, para que me chamasse pelo nome. Mas o melhor não foi isso e sim a reação
da atendente que iria despachar o combo. Como estava demorando, pedi pra que
colocasse pra viagem, assim que ela estava colocando na bandeja e foi perguntar
qual o suco. Quando ela colocou o pacote da batata no saco de viagem, eu então
– meio com vontade de não dizer – perguntei se não poderia colocar aquelas
batatas que estava caídas ali na bandeja (eram umas cinco). Ela disse: “-Da
bandeja?” e então pegou o meu pacote, foi até a máquina de batatas e encheu o
dobro, depois me devolveu. O BRASIL QUE DEU CERTO! Eu fiquei emocionado com a
atitude da moça e disse MUITO OBRIGADO! Com sorriso em todas as letras. Ela foi
a minha Power Ranger desse dia divertido.
Houveram muitas crianças na sessão mas o comportamento de
todos foram dez. Exceto por um moleque que ficava batendo na cadeira de frente
com o corpo e batendo no meu joelho – ainda que raro.
Todos foram embora no fim dos créditos. Eu queria ficar mais
um pouco, mas a moça que iria fazer a limpeza da sala já adiantou que não haveria
mais nenhuma outra cena após o meio. Então eu volto a me questionar o motivo
pelo qual eu fico até o fim dos créditos: além das cenas pós-créditos, observar
se há algum texto ou frase (ainda que promocional). Coisas mínimas que ninguém
se importa mas que fazem um diferencial danado nas minhas pesquisas.
SESSÃO CRÍTICA
Gênero: Aventura
Sessão Acompanhada: UCI Parkshopping – 13:30 - 26/03/17 (Domingo )
Sessão Acompanhada: UCI Parkshopping – 13:30 - 26/03/17 (Domingo )
Slogan: "É Hora de Morfar"; "Juntos Somos Mais"