UM HOMEM
E UM SEGREDO
E UM SEGREDO
Quinto filme da cinessérie mergulha seco ao expor com mais autenticidade a exploração
da segurança governamental
da segurança governamental
Toda vez que Jason Bourne retorna, é de praxe que sempre teremos mais um segredo a ser revelado. O que realmente importa é o quanto a dobradinha Paul/ Damon consegue elevar o personagem a um estágio sempre adiante - o expondo ao limite, com desafios cada vez mais complexos que o outro em seu destino. Jason Bourne está ainda mais abatido e com cabelos grisalhos expressivamente deixados a mostra por Damon. Com tantos sopapos e armas apontadas, seguindo a mesma linha de tomadas, Jason se define como o "Rambo" do século XXI, em meio a temas como patriotismo e aversão ao sistema de governo.
Ainda em 2009, 2 anos após o Ultimato Bourne, sugiram ideias do produtor Frank Marshall para a realização de um quarto Bourne. Ainda sem imaginar que Matt Damon um dia seria substituído, mesmo que por um momento, no universo expandido O Legado Bourne estrelado por Jeremy Renner. O quarto filme utilizaria outro conto de Robert Ludlum, O Mosaico de Parsifal. Ainda que, essencialmente, exista algo encontrada na sinopse do livro, ignorando devidamente o romance, Jason Bourne é o segundo filme de história original dentre a cinessérie (considerando O Legado).
Jason Bourne possui uma camada política mais densa em relação aos dois filmes anteriores - A Supremacia Bourne e O Ultimato Bourne. Se a trilogia (iniciada por A Identidade Bourne em 2002) procurava se adaptar a um mundo pós-11/09 de Bush/ Bin Laden, Jason Bourne entra em uma era Obama/ Snowden aonde os movimentos sociais e até mesmo a importância feminina na liderança também se tornaram temas corriqueiros em meio as teorias de conspiração e ataques ao terrorismo. Alicia Vikander é o equilíbrio perfeito como a protagonista dessa nova história - com olhares expressivos, Vikander transparece a determinação de sua Heather Lee. Vicent Cassel (Asset) é a surpresa do elenco, com um antagonista que é um amalgama dos outros super assassinos mas com uma certa consciência própria - inclusive trocando algumas raras palavras diretas a Bourne, lembrando Jarda - um dos últimos integrantes da Treadstone (programa em que Bourne foi treinado), interpretado por Marton Csokas em A Supremacia Bourne. O experiente oscarizado Tommy Lee Jones assume competentemente o diretor da CIA Robert Dewey, com frieza e ironia sutis, é o tradicional antagonista intocável.
Se George Orwell tentou prever o futuro com o seu conto 1984, sobre um futuro totalitário, não estamos muito longe de uma sociedade cujo lado democrático da tecnologia é controlada por mãos governamentais - vide as recentes notícias do Google, WhatsApp e Facebook, ou até mesmo fluxos de tráfego, constantemente criando incômodos aos seus usuários nos mais aleatórios assuntos, seja por ameaças de instituições privadas, públicas, políticos ou até por pessoas influentes (ou famosas) em conjunto com o governo. Todo esse amalgama é personificado pelo personagem Aaron Kallor, interpretado por Riz Ahmed.
Com um trabalho de edição sempre de luxuoso arrojo, o diretor Paul Greengrass, embora menos inspirador nos cortes, continua a chocar com o impacto visual e em união a algumas sequências com edição de som que enriquecem a dramaticidade e a tensão.
Se há algo a destacar diferenciado no campo da fotografia, certamente são os tonalidades mais profundas de escuridão combinadas a iluminação. A belíssima alternação cria um real envolvimento em seu ar de sobriedade e solidão - características bem transparentes deste capítulo e notáveis nos cartazes de divulgação (bastante fieis ao conteúdo do filme). Esse curioso jogo visual constitui uma união estável ás essenciais sequências que, junto a edição de som, enriquecem a dramaticidade e a tensão.
Com um trabalho de edição sempre de luxuoso arrojo, o diretor Paul Greengrass, embora menos inspirador nos cortes, continua a chocar com o impacto visual e em união a algumas sequências com edição de som que enriquecem a dramaticidade e a tensão.
Se há algo a destacar diferenciado no campo da fotografia, certamente são os tonalidades mais profundas de escuridão combinadas a iluminação. A belíssima alternação cria um real envolvimento em seu ar de sobriedade e solidão - características bem transparentes deste capítulo e notáveis nos cartazes de divulgação (bastante fieis ao conteúdo do filme). Esse curioso jogo visual constitui uma união estável ás essenciais sequências que, junto a edição de som, enriquecem a dramaticidade e a tensão.
ATENÇÃO: Não existem versões 3D do filme. É um equívoco que vem sendo apresentado nas principais lojas virtuais na internet.
Momento Pós-Créditos
O slogan de divulgação "Você Conhece o Nome Dele" ("You Know His Name" na divulgação original) chega a lembrar diretamente a viciante música "You Know My Name", tema de 007 Cassino Royale pelo vocalista do Audioslave,Chris Cornell. Semelhança ou pura coincidência ?
MEMÓRIAS DA SESSÃO
É a primeira vez que venho para uma sessão em Campo Grande durante a semana. Foi um dia que começou corrido, por pouco não perdi a hora (só por causa de um download de uma álbum de grandes hits do The Human Nature para o celular). A noite, fiz a primeira condução dupla (o filme me fez lembrar muito todo esse clima de caminhada pela cidade). A estrutura do UCI Parkshopping continuou excepcional. Os expectadores foram menos barulhentos e respeitosos durante toda a sessão - exceto por um 'cavalo' que pisou no meu pé e ficou ali se equilibrando por uns segundos até sentar no lugar dele. Como sempre, a falta de postura imperou no fim da sessão, luz sendo ligada antes do término dos créditos, porém, houve educação de um funcionário que aguardou todos saírem para começar a limpeza.
GALERIA DE DIVULGAÇÃO
SESSÃO CRÍTICA
Páis: E.U.A.
Duração: 123 Minutos
Gênero: Ação/ Suspense
Sessão Acompanhada: UCI Parkshopping Campo Grande - L 06 - 21:00 - 29/07/2016 (Sexta-Feira)