--NESTA POSTAGEM--
SESSÃO CRÍTICA
JOGOS VORAZES: A ESPERANÇA - O FINAL
EXTRAS
MEMÓRIAS DA SESSÃO
GALERIA
FICHA TÉCNICA
--SESSÃO CRÍTICA--
A ESPERANÇA - O FINAL
ENTRE O SOCIAL E O COMERCIAL
Chega ao fim mais uma cinessérie da geração de livros juvenis. Mas, Jogos Vorazes: A Esperança - O Final, não é qualquer uma. Seguramente, é a melhor de todas as sagas do gênero que já foram adaptadas para o cinema do século XXI (Claro, não vamos esquecer também de O Senhor dos Anéis - mas aí é outro caso, já que esse não é um conto apenas para jovens).
Da luta pela sobrevivência, a história se definiu com contornos mais políticos na primeira parte da adaptação A Esperança ( O último livro iniciado por Jogos Vorazes). Como já vem se tornando costume - desde Harry Potter e as Relíquias da Morte - este último episódio em especial foi dividido em duas partes para não só abocanhar mais dinheiro - este se tornou uma das franquias mais rentáveis deste século ( e isso se definiu com Jogos Vorazes: Em Chamas) - como também para contar melhor
o desfecho desta história, ainda que existam os incansáveis xiitas virtuais criticando a falta de necessidade (quando também reclamam quando uma adaptação é resumida demais. Ou seja, nunca souberam o que querem).
"O Final" (ao invés do "Parte 2", para fugir do rotineiro subtítulo e tentar ganhar mais atenção comercial e conseguir se aproveitar disso até o fim nos slogans de divulgação) é o capítulo
mais corrido e clichê da série. Mas, nem por isso, consegue deixar de despertar o interesse
de nos colocar dentro do desfecho desta interessante saga. O suspense e o drama continuam
incrivelmente embalados pela trilha sonora do mestre James Newton Howard.
Se a tensão política vinha se tornando crescente, em "O Final", a história chegou ao ápice de suas
inspirações - é impossível não comparar toda a jornada semelhante a um período feudal - onde toda uma população é vítima de um rei sem escrúpulos.
Donald Suttherland encara a face do Presidente Snow de uma forma brilhante. Você pode não dar
muito para o personagem na tela - e ele nem é tão imponente assim - até se surpreender com situações
imagináveis. Entre elas, quando parte de uma interpretação paranoica, até mesmo do ponto de vista da edição, causando uma alusão ao espectador de que os heróis estão sendo vigiados o tempo todo, concluindo-se de que este mundo é um jogo de marionetes controlados pelo vilão.
De uma maneira social, e até mesmo comercial, a adaptação de Jogos Vorazes teoricamente remou para uma maré contrária a profundidade dos seus livros de origem - o que certamente teria irritado alguns literários mais exigentes. Coisas polêmicas, como o tom de cor da protagonista, e a forma anti-capitalista como é defendida - segundo a interpretação destes leitores. Porém, é interessante relembrar que o cinema funciona de uma forma diferente - salvo em alguns casos como o de Titanic de James Cameron, adaptado diretamente de uma trágica história baseada em fatos reais, o diretor optou, acertadamente (a até por respeito às vítimas) a não expandi-lo comercialmente para produtos adaptados do filme.
O caso de Jogos Vorazes é diferente, embora seja uma crítica política (assim como eram os Super-Heróis, quando se restringiram aos quadrinhos), a sua expansão comercial acabou por se tornar um recurso natural - mesmo com as inevitáveis revistas de fofoca adolescente tentando vender a história como uma história para menininhas - não se tornou um excesso tão exaustivo quanto Harry Potter e O Senhor dos Anéis (cujo autor deste também é contra tal exploração) foram explorados, por exemplo.
E como o cinema trata de um trabalho técnico importante, como o audiovisual, a "expansão capitalista" de Jogos Vorazes fora de suas histórias de origem pode deixar ao menos alcançar aqueles expectadores que só conviveram com o sexo e a violência sem história. Embora nem todos sejam mente aberta, sexo e violência com história gera muito mais conteúdo
para se refletir.
E em "Jogos Vorazes....O Final" volta para concluir aquilo que sempre foi debatido em suas teorias: a imagem. Nem sempre as coisas são como imaginamos - nem mesmo o seu vizinho. Peeta (Josh Hutcherson) volta como um personagem que já foi "herói" no passado, mas o brilhante desenvolvimento de uma história muito bem contada deixa vestígios em seu desfecho para
aceitarmos a sua verdadeira importância.
Como Katniss Everdeen, Jennifer Lawrence, e a sua voz aguda, pode parecer meio irritante no começo - com sua voz rouca - mas consegue aos poucos revalorizar o seu personagem em campo. Lawrence é uma das revelações mais apreciadas da atualidade e consegue abafar bastante essa polêmica tão complicada entre etnias, continuando a justificar - de maneira muito primorosa - o quão importante ter protagonistas femininas e fortes nas grandes produções do cinema.
--EXTRAS--
MEMÓRIAS
DA
SESSÃO
Momento após o expediente, e aproveitando o feriado, finalmente consegui tirar um tempo pra assistir ao filme na estréia. E essa Sessão Crítica só demorou devido a uma série de problemas na minha vida familiar. Uma novela que já dura há quase uma semana.
E a referência ao vizinho lá na crítica não foi à toa - pois realmente não conhecemos quem está do outro lado da parede (ele pode estar te ouvindo ou te vigiando sem você saber, além de estar de olho em seus bens). Pode estar criando toda uma teoria para te destruir, sem conhecer como você viveu, com é a sua família e por que existe toda uma guerra civil familiar onde você é o maior culpado só por ter nascido - até por que, quando se é bebê, todo mundo te acha muito bonitinho, não é mesmo? Quando cresce.. você é encarado como um "psicopata de primeira linha" quando decide enfrentar o rígido "sistema familiar" e as "leis (falhas) do homem". Mas, enfim, não dá pra se confiar em todo mundo nesse mundo - se eu fosse mais radical, eu diria: "- Em ninguém M-E-S-M-O!".
A diferenças da minha vida com a de Jogos Vorazes não é muito diferente, talvez a sua também não seja. Às vezes é ação e aventura sem contar no relógio. Não precisa virar policial, matar e nem roubar para viver assim.
Dando um passeio pelo Shopping Nova América, notei decorações de natal belíssimas fora uma emocionante música tradicional para alegrar o clima. Sinto um tremendo carinho por esse shopping. Em uma das decorações existe aqueles painéis apresentando uma rápida sinopse da origem - em 1995 - e também dos 20 anos. Andando pelos arredores, de repente estava me desintegrando para o passado - me recordo muito bem quando eu fui com a família ao ano de inauguração, certamente foi um dos nossos melhores momentos - tão emocionante, que na hora de se adiantar para entrar na porta, meu pai bate com a cabeça na vitrine - momento que a minha irmã ficou lembrando disso e rindo por meses e anos da cara dele - ele, bem, levou numa boa, com o seu senso de humor pastelão (falava até umas piadas a respeito) e é no bom humor que ele mostrava a sua melhor qualidade.
Na fila para entrar, pouquíssimas pessoas foram com antecedência. Uma moça jovem (entre os seus 22 anos), físico aparentemente definido, de vestido longo e cabelos loiros lisos, que estava a minha frente - encostada em um pôster conversando com o seu namorado (aparentemente marombado, cabelos pretos arrepiados, olhos claros e óculos), quando estávamos todos a entrar, ela se aproximou e, com cortesia, levantou suavemente a mão dizendo uma frase para que eu fosse na frente - virei pro lado rapidamente e agradeci. Dentro do cinema, o filme teve 10 minutos de atraso para o lançamento da imagem na tela e o apagar das luzes não foi repentino - melhor para dar tempo de guardar o celular.
Existiram pontos tradicionalmente irritantes - que se torna um círculo vicioso entre os cinemas da Zona Norte - pessoas falando e sempre um cabeção acendendo a luz do celular (ou tirando fotos) no meio do filme. Onde diabos a pessoa vai acender celular num filme tão esperado como esse para mandar/ ver mensagem? Oh, "pelamor"..!!
Eu estava do lado de um casal, à esquerda, e uma dupla de meninas à direita. O casal era irritante -
daqueles metidos a "manjadores", mas que não sabiam muito da história - Sabe aqueles tipos que
só puxa assunto por puxar, só pra abrir a boca? Então..questão era essa: ficavam teorizando quem morria no filme: "- Ah, mas x morre!" (provavelmente citando alguma coisa do livro) "- E x morre?"; "-Não lembro". Papo assim em alguns momentos.
O público era em sua maioria jovem. Até bem participativo - pareciam conhecer mesmo a franquia. Um ponto importante é que algumas passagens me fazia a acreditar que era preciso ter alguns pequenos detalhes dos filmes anteriores fresquinhos na memória - entre diálogos levemente complexos, uma ou outra ria de situações que eu não encontrava bulhufas de engraçado (talvez referências do livro ou de algum filme anterior).
Outra coisa que vem sendo certamente a mais desrespeitosa entre as sessões de cinema é o ligar das
luzes logo quando lança os créditos. Daí, um casal, dispensou a amiga e, do nada, se agarrou lá na minha frente por alguns minutos - me atrapalhando de ver o 3D dos créditos. Uma coisa que 98% do público - e até dos funcionários de cinema (principalmente os de shopping) - é que, mesmo sendo os créditos, o filme ainda está rodando. Um funcionário agitado já anunciava: "-ATENÇÃO, ESTE FILME NÃO TEM CENA EXTRA!" Beleza, mas a falta de educação de muitos expectadores acaba sendo alimentada por esta indústria. "-ESTE É O ÚLTIMO! ACABOU!" falava e fazia sinal com as mãos enquanto eu descia lá por perto.
Eu me senti mal descendo antes de terminar de ouvir as músicas de James Newton Howard rolando para então encerrar com algum desfecho primoroso de orquestra. Olhando para trás, ainda conseguia ver alguns poucos corajosos de Panem sentados - algumas com os pés na cadeira de frente. Aquele público realmente se mostrou fiel com a tradição do cinema - acompanhar o filme até fim (de verdade) - mesmo sendo leais fãs, talvez, apenas de franquias como Jogos Vorazes - ou só tendo-o como a principal mesmo.
Voltando para casa, um moço me para falando de perto: "-Querido, sua bolsa tá aberta!" nossa, esse foi um verdadeiro irmão - exemplo de honestidade. O choque foi tão grande na hora que eu virei rapidamente pra ver como isso aconteceu e nem deu tempo de agradecer porque ele se foi de repente. E o pior é que ali estava parte de um valor que poderia manter vidas em constante paz - sem atos terroristas familiares. Ou seria um genocídio a ponto de vocês nem me verem hoje aqui.
Não sei como aquela parte da bolsa abriu, se eu abri no meio do cinema para pegar água e biscoito (a crise tá tão grande que eu não tive dinheiro pro lanche tradicional pra acompanhar - Whooper Furioso, Batata Frita e ....um suco de laranja (é suco.. mas nem sempre laranja).
Eu voltei com uma bomba relógio na minha cabeça - aquele choque fez a minha cabeça doer muito e muito. O filme acabou cedo (graças à Deus) a ponto de chegar a tempo de sentar na cadeira e escrever a Sessão Crítica, mas... não é bem assim.
A tensão familiar continuou vazando em casa, a ponto de não dar direito as caras no Facebook também. Soltei faíscas, criei a maior guerra galática de todas.. me vi como o vilão da história, estava possuído - a ponto de quebrar tudo e dizer coisa nunca ditas. Tudo isso, certamente, foi ouvido e certamente será distorcida pelo vizinho. Eu não tenho apoio familiar, laços desgastados foram quebrados, então fui aos prantos - com a ajuda de um anjo eu vi uma luz e emergi. Vi o quanto estava perdendo com aquilo e me entreguei, buscando uma forma de melhorar, ser mais humilde e menos orgulhoso nessa vida.
Bem, fim dos meus Jogos Vorazes naquela madrugada turbulenta - com a casa quase toda escura.- eu deitei a minha cabeça como uma nova pessoa, creio que pode haver uma melhora profunda para sempre (creio que mudança é difícil - mas somos capazes de mudar, sim).
O dia clareou silencioso, e eu me senti revigorado. Nenhum sinal daquela dor de cabeça terrível que bombava a semana inteira, e questões conflitantes que chegou ao ápice naquela madrugada.
Era um final feliz de uma série. Senti que consegui expulsar o mal que me consumia e me desculpar pelo que aconteceu - mesmo eu sempre não conseguindo encontrar formas de me perdoar por isso.
Eu tinha mais uma missão, era missão secreta com o meu anjo, para salvar pessoas da família. Eu me exaltei ali e havia me esquecido da missão. O anjo viu o meu lado destrutivo, turbulento, que eu deixei entalado por anos - e ela nem me reconheceu - e eu nem via o que estava ao redor quando me
transformei - até porque eu não tolerava restrições por não achar um motivo pra isso, hoje eu tenho.
Um dos motivos para tal surto era de uma máquina que por pouco bloqueou a conta onde eu só precisava de mais uma parcela para então evitar a conclusão de uma grande guerra turbulenta que estava para acontecer entre família. A máquina não entende o quanto precisava daquela parcela.
Como numa decifração de códigos digno de Indiana Jones (era o meu segundo e último dia de tentativa e não poderia adiar mais), a máquina então me passou a seguinte mensagem: "-Essa é a última tentativa..." assim mesmo. Eu fiquei tenso ali...se eu errasse, a guerra viria, mas eu já estava
transformado - talvez eu não voltaria a ser a pessoa terrível que eu tava me tornando antes, mas sofreria muito e poderia até acontecer algo pior. Então eu tentei mais uma vez, com atenção ao texto. E... JESUS! ALELUA! MINHA NOSSA! GRAÇAS À DEUS! Eu quase mijei na calça de alívio (PUTAQUEPARIU!) - a máquina liberou a parcela.
(*Graças à Deus. Obrigado por esses dias e por esses aprendizados!!*)
Esta postagem também homenageia os 20 anos do Shopping Nova América !!
GALERIA
FICHA TÉCNICA
TÍTULO ORIGINAL
THE HUNGER GAMES: MOCKINGJAY
DURAÇÃO
137 MINUTOS
GÊNERO
FICÇÃO CIENTÍFICA/ AVENTURA
PAÍS
E.U.A.
DIREÇÃO
FRANCIS LAWRENCE
SESSÃO ACOMPANHADA
Kinoplex Nova América - 20:40 - Q 12 - 19/11/2015 (Quinta-Feira/ Estréia)
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