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MAD MAX: ESTRADA DA FÚRIA
EXTRAS
FICHA TÉCNICA
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--SESSÃO CRÍTICA--
UM CASAMENTO
QUASE PERFEITO
Novo Mad Max é um casamento quase perfeito
entre novas e antigas audiências.
Minha primeira experiência com o filme Mad Max (aquele 'primeirão', de 1979) foi em uma exibição na Sessão das Dez (SBT), sessão que ocorria logo após o Topa Tudo Por Dinheiro, no início da década de 90. Creio eu que tenha sido em 1990 mesmo, época em que saiu o terceiro filme nos cinemas, estrelado pela cantora Tina Turner (a canção "We Don't Need Another Hero" preenchia os comerciais da Tela Quente quando ele foi anunciado 3 ou 4 anos depois na TV Globo ).
Foi inicialmente proposto que Mel Gibson estrelasse essa quarta empreitada nas telas, porém, Miller desistiu de esperar e então buscou uma outra maneira para trazer de volta o seu personagem às telas. Ainda em 2009, foi cogitado uma versão em animê com recursos 3-D. George Miller se declara um fã de animação japonesa.
Pesquisando, descobri que o diretor e produtor da cinessérie esteve envolvido em todo o processo de todos os filmes, isso é extremamente louvável da sua parte. Um criador que se envolve do começo ao fim, entre sucessos e fracassos (o terceiro não foi tão bem visto assim, até por ele mesmo) e não desistir desse processo em contar uma nova história. Não deixou na mão de outros diretores/ produtores/ roteiristas, preferiu aderir toda a experiência sozinho em diferentes camadas. George Miller é genial.
Depois de Mel Gibson, Miller optou por um ator mais jovem e queria Heath Ledger - mas o trágico destino o impossibilitou de realizar esse desejo - e só então escalou Tom Hardy (outro que também veio da trilogia O Cavaleiro das Trevas). Foi uma sábia escolha, ainda que eu não seja fã de que substituam os atores originais (salvo em raros casos).
Rosie Huntington-Whiteley (ao meio), é a favorita
do tirano Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne)
A falta de recursos, como água e petróleo. nunca esteve tão perto de nossa realidade como era há 36 anos. Uma população em conflito, atracada por um gole de água, e motoqueiros 'kamikrazys" que se sacrificam por fidelidade ao seu líder (referência direta aos 'kamikazes') resumem - de maneira estereotipada - alguns personagens trágicos da nossa realidade.
Hardy cumpre muito bem o seu papel ao abraçar Mad Max a sua maneira - visualmente, ele é quase o Mel Gibson de 79: apesar do característico rosto com barba pra fazer; suas expressões sérias e, às vezes, um pouco tristes chegam a parecer uma 'atualização' de Kevin Costner; e a sua voz grave impõe respeito para um típico que quer mostrar que é durão. Porém, o Mad Max de Tom Hardy não é tão mal assim ou não por muito tempo, já que ele chega a ser quase um antagonista da Charlize Theron (ou o melhor), a Imperadora Furiosa, nova heroína da história.
Dizem que o som pesado do Heavy Metal é uma forma de expressar a ira, que muitas vezes faz parte de um sentimento crítico. Esse então é a maneira como a própria obra costuma se expressar - da parte dos tiranos. É com esta forma poética que a obra busca extravasar os problemas do mundo enquanto a sordidez é retratada de forma artística.
Mas pra não deixar a trama tão salgada, há também os seus momentos que sugerem clima familiar e leve romantismo. Pois é, existe um certo calor humano em meio a toda essa loucura (além da maneira bastante realista como os seus personagens sofrem em meio a turbulência).
Em uma mistura entre melancolia e violência crua, chega a parecer um musical irônico neste casamento quase perfeito, já que o clima desacelera um pouco o freio no encontro de Furiosa com as suas outras companheiras de reforço. Mas a maneira como é conduzido, nos importamos com cada um dos secundários em cena - seja pela maneira como são encaixados na história ou pela atração visual (Rosie Huntington-Whiteley é colírio para os olhos), fruto de um elenco bem escalado.
Ao contrário do que muitos poderiam pensar, George Miller não usou e abusou de computação gráfica - a aventura acabou se tornando ao contrário do que aquela ideia de ser filmado como um desenho em computação gráfica (acredito que aos moldes de "A Lenda de Beowulf"). Há pouca computação gráfica usada. Mas a forma como é utilizada, não torna o filme superficial - a cena da tempestade de areia e fogo é tremendamente incrível, somada a embasbacante fotografia. As variações de cores (entre noite e dia) valem serem observadas também. Há mais efeitos de fotografia e truques de edição do que abuso de computação gráfica.
FORMATO IMAX 3D: O IMAX do UCI NYCC agora possui a sua tela de abertura traduzida para o português. A calibragem destaca os efeitos sonoros, e o 3D tem os seus momentos interessantes, quando objetos são lançados para a tela ou em efeitos de câmera lenta. Num resumo, se não tiver grana pra investir, assistir em uma sala normal pode não te trazer muita diferença.
Vale Conferir: Mad Max (1979); Mad Max 2: A Caçada Continua (1981) e Mad Max 3: Além da Cúpula do Trovão (1990).
MOMENTO PÓS-CRÍTICA
MOMENTO PÓS-CRÍTICA
Nos Videogames: George Miller foi visionário. Sua obra influenciou até a mídia dos jogos eletrônicos. Road Avenger (Sega CD) e Outlander (Mega Drive) são alguns exemplos.
Título Original: Mad Max: Fury Road
Direção: George Miller
Duração: 120 Minutos
Gênero: Aventura/ Ficção Científica
País: E.U.A. / Austrália
Sessão Acompanhada: UCI NEW YORK CITY (IMAX 3D) - L 01 - 21:15 - 16/05/15 (Sábado)