OVERTURE

sexta-feira, 17 de abril de 2015

[Sessão Crítica] Chappie



--NESTA POSTAGEM--

*********************
ÍNDICE  - ÍNDICE ÍNDICE 
**********************
SESSÃO CRÍTICA
CHAPPIE
EXTRAS
FICHA TÉCNICA

*********************
ÍNDICE  - ÍNDICE ÍNDICE 
**********************

--SESSÃO CRÍTICA--
CHAPPIE

MAIS UM CONTO 
MODERNO
Um robô de consciência humana desafia, mais uma vez, 
a desconfiança com os avanços da ciência

Com um orçamento de U$$ 49 milhões, U$$ 71 milhões a menos da metade de seu longa anterior, Elysium, o diretor Neil Blomkamp decide retornar às suas origens neste terceiro longa. Chappie é uma adaptação de Tetra Vaal, um curta do diretor realizado em 2004, seu primeiro trabalho.

Revisitamos então o cenário caótico visto em suas outras produções, o terceiro mundo agora é mais representado por traficantes guerrilheiros em um futuro misturado a uma certa evolução tecnológica não muito distante de nossa realidade mas com um certo mecanismo de fantasia em seu encaixe. Os 10 primeiros minutos são intensos (eu perdi 34 graças ao maravilhoso trânsito carioca) mostrando a força policial robótica - tema associado ao seu curta - a trilha sonora de Hans Zimmer compõe o clima de confronto de uma maneira muito marcante.

Blomkamp adora brincar com esse tipo de  distopia - onde supostos antagonistas de certa maneira se tornam anti-heróis em campo - como um casal completamente fora do comum ganham um certo sentimento maternal e paternal no ponto de vista de um robô ? Esse pode não ser a maior questão, mas fica claro, de certa forma, que se trata de uma ficção científica honesta sem se preocupar muito com a imagem passada por alguns de seus principais personagens - sem o intuito de promover belos rostos, mas o de apresentar um cenário imaginativo, ainda que estranho para muitas histórias de ficção mas comum para a nossa sociedade (poderia ser a história de qualquer casal ou de qualquer família atípica).

Quem surpreende é Sharlto Copley. Carta carimbada dos longas do diretor, aqui ele é apenas uma voz e de, quem diria, do próprio protagonista, o robô Chappie. O androide construído para ter a mente de um humano, pensa como uma criança, tem trejeitos de adolescente e a força de um soldado supertreinado. Percebam as misturas que de certa maneira tenta, ao máximo, se diferenciar de seu 'irmão' distante - o Johnny Five de O Incrível Robô (1986) e Um Robô em Curto-Circuito (1988).

Talvez seja inevitável a comparação com outras produções, porém, Chappie tem menos impacto que um Avatar e menos violento que o Robocop de Verhoeven. As comparações não resumem ao gênero, mas de certa maneira acaba 'celebrando' alguns elementos da cultura pop dos anos 80/ 90 em meio as aventuras do robô de mente jovem (como: Forrest Gump e He-Man).


Hugh Jackman, como sempre, vem se mostrando versátil (isso ficou fortemente comprovado em suas evoluções como Wolverine no cinema e a sua atuação no Oscar 2009) e aqui o seu sotaque australiano foi mantido, parte de uma
caracterização pouco usual.




De alguma maneira, a vilania consegue assumir facetas astronômicas nos trabalhos de Blomkamp, portanto, é interessante ver Jackman na pele do maquiavélico Vicent Moore. Competitivo e inescrupuloso, Vicent é a representação de uma grande avaria frente a terceirização de um serviço público (um problema muito recorrente em meio a debates políticos em nosso país). Outro nome conhecido no elenco é também Sigourney Weaver (que já esteve em outras obras de ficção de grande orçamento e sucesso, como a cinessérie Aliens e Avatar).  

Dev Patel (do oscarizado Quem Quer Ser Um Milionário ?) é outro que surpreende no elenco, como o criador do projeto Gênesis, de onde parte a ideia de trazer consciências ao robô Chappie, uma de suas criações. Deon Wilson, seu personagem, é outro que não foge do estereótipo nerd, magro e de óculos, tirando a cor de pele morena (fruto da descendência indiana e queniana do ator inglês).

Mesmo com um orçamento modesto, Blomkamp transmite êxito ao montar o seu cenário futurista. Sujo, por vezes sombrio, mas não muito fora de nossa realidade, com implementações de elementos incríveis, ainda que em situações bem familiares em comparação a seus outros longas (surpreendendo por alternar uma determinada situação e outra) - fora as comparações a outras adaptações.

--EXTRAS--

FICHA TÉCNICA
Título Original: Idem
Direção: Neill Blomkamp
Duração: 120 minutos
Sessão Acompanhada: Cinemark Botafogo 4 - 18:20  - L 13 - 16/04/15 (Quinta-Feira - Estréia)
País: E.U.A./ Mex/ África do Sul
Gênero: Ficção / Ação