NESTA POSTAGEM
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SESSÃO CRÍTICA
BIRDMAN OU
(A INESPERADA VIRTUDE DA IGNORÂNCIA)
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SESSÃO CRÍTICA
CONFLITOS
INTERNOS
Michael Keaton e Edward Norton, heróis no passado,
e agora juntos na revelação do ano
Com um orçamento de U$$ 18 milhões, Birdman é a surpresa entre os favoritos do Oscar - com 9 indicações incluindo melhor filme e melhor ator (para Michael Keaton). Vamos ser bem sinceros, Birdman não é um filme de "Super-Herói" caso alguém tenha levado aquele trailer "falso" do Birdman Returns a sério.
Seria Birdman uma brilhante homenagem a Michael Keaton como Batman (entre 89 e 92)? Se é fã das duas adaptações de Tim Burton, venha preparado para uma abordagem que apenas procura homenagear essencialmente o universo cinematográfico pop. Mais do que uma história sobre "Super-Herói" é um retrato sobre nós mesmos - um retrato sobre o herói que somos ao tentar seguir em frente após uma sucessão de fracassos depois de um enorme sucesso. Esse voo de estereótipos exagerados está muito mais ligado aos que vivem pela arte ou que dependem dele para serem amados.
Michael Keaton incrivelmente explora toda a lucidez de seu personagem, Riggan, um "Show-Man" que escreve, dirige e atua em suas peças enquanto é atormentado pelo fantasma de penas do passado (o papel de grande sucesso pelo qual ficou conhecido nos cinemas e leva o nome do título). Edward Norton interpreta Mike - uma das espécies que confrontam o "ego" de Riggan - personagem que não está muito longe de Norton nos bastidores (um ator que procura impor suas idéias a todo custo - características expostas de uma maneira bastante escrachada e insana). No elenco estão também Naomi Watts (Lesley) e Emma Stone (Sam - filha de Riggan).
Entre personagens de temperamentos complexos em meio a uma trama que busca tirar uma onda, de forma escancarada, com o showbiz, ela também atira para toda essa sociedade de críticos que andaram ganhando um espaço de forma assustadora em meio a geração virtual (não temos só os críticos profissionais como também temos os críticos do meio popular) - onde a tendência é causar o caos pelo status (essa falta de sensibilidade pode ser representada metaforicamente por Tabitha Dickinson, uma crítica interpretada por Lindsay Duncan).
Sobre sucesso e fracasso ou (A Nossa Realidade x O Filme): Eu mesmo sempre encarei a infância como a boa fase e a idade adulta como a má fase. Para o personagem de Keaton, cada "beep" é um chamado para voltar a cena (como em nossa realidade, a cada "beep" do despertador, é um chamado para levantarmos da cama e brigarmos pela nossa "independência financeira"). Esse tipo de reconhecimento nem sempre é compreendido pelas pessoas de fora (ou seja: os familiares) - com o tempo cada vez ficamos mais distante desse tipo de contato. Há uma dualidade entre ficção e realidade que muitas vezes se confundem em nossos pensamentos - ou quando ali estamos testemunhando o destino de Riggan em cena, ou entre os outros personagens.
A câmera (junto ao diretor de fotografia, Emmanuel Lubezki) segue quase sempre em tomadas únicas, passando de um ator para o outro (como se fosse uma gravação pessoal) - por vezes um tanto enjoativa mas compreensiva em suas passagens (enriquecendo também certos momentos que interagem de forma inteligente com as emoções do público). A trilha agitada completa este espetáculo bem arrojado com direito a "tum dum bass" de Antonio Sanchez (na composição instrumental) em meio as características de um gênero autêntico e aparentemente esquecido entre os "blockbusters": a comédia dramática.
FICHA TÉCNICA
Título Original: Birdman
Direção: Alejandro González Iñárritu
Gênero: Comédia Dramática
Duração: 119 minutos
Sessão Acompanhada: Kinoplex São Luiz - K 12 - 18:50 (07/02/2015 - Sábado)
Lançamento: 29 de Janeiro de 2015 (Brasil)