NESTA POSTAGEM
SESSÃO CRÍTICA
300: A ASCENSÃO DO IMPÉRIO
FICHA TÉCNICA
SESSÃO CRÍTICA
O OUTRO LADO
DA GUERRA
História é apenas uma sequência que não amadurece, mas consegue ser
um trabalho válido
Esta história inédita foi apresentada à mídia como uma continuação que conta com eventos que antecedem o primeiro filme 300 (2008). Na verdade, há um pouco mais do que isso - o que é muito bom para a surpresa de quem acompanhou as primeiras notícias. Situações antes e após a batalha dos Espartanos liderados pelo rei Leônidas também são apresentados.
Frank Miller, o autor de 300, realizou trabalhos notáveis não só para a DC Comics como também para a Marvel.
Aproveitando personagens históricos, 300, do diretor Zack Snyder, apresentava uma trama cuja estética moderna (tanto em técnicas de montagem, direção de arte quanto em trilha sonora) atualizava os eventos de inspiração a uma geração mais pop - adaptado originalmente dos quadrinhos Os 300 de Esparta (1998), do icônico Frank Miller - o mesmo que revitalizou Batman em Ano Um e em O Cavaleiro das Trevas nos quadrinhos da década de 80 para a DC Comics, para a Marvel trouxe uma cultuada história para o Demolidor (A Queda de Murdock). A continuação cinematográfica de 300 chegou antes dos quadrinhos, também escritas por Miller e que se chamaria Xerxes (o nome do Deus-rei).
Não espere um épico melodrama. Para quem assistiu ao primeiro, já conhece muito bem o caminho traçado pela guerra entre Gregos e Persas. Certamente haverá comparações, para os que ainda possuem o primeiro 300 fresquinho na mente. Tire as frases de efeito do original, mantenha algumas dessas mecânicas visuais e de movimento da direção de Zack Snyder e você terá 300: A Ascensão do Império.
O diretor Noam Murro tenta imitar Snyder com o excesso de movimento em Slow Motion/ Bullet Time nos fazendo acreditar que é o próprio (agora retorna como produtor) quem está no comando do filme. O mais interessante disso, era que Snyder tratava a câmera lenta para detalhar os momentos de ação na tela de uma maneira muito convincente (tradição também em seus outros títulos). A fotografia acinzentada do primeiro também é mantida aqui, porém, com menos cartunização - há pouca cara de um quadrinho em movimento a exemplo do filme anterior em meio a uma menor iluminação aparente.
O efeito Slow Motion/ Bullet Time perdeu aquela organização artística de Snyder (pela necessidade de Murro em querer usá-la até em detalhes pequenos sem necessidade - como o beijo entre Themistokles e Artemisia) e parece só se concentrar melhor em mostrar sangue jorrando na tela durante as batalhas - onde o destaque também vai para outras cenas de ação (como explosões por exemplo) - enaltecendo a ótima versão 3D (que também convence na perspectiva de iluminação e dimensão durante os movimentos da câmera). Murro é mais feliz com a afinação sonora entre a edição de som e ação (combinação poderosa do IMAX). A trilha sonora fortalece o ritmo dos momentos cruciais.
Mesmo sem diálogos marcantes e trama arrastada, por vezes vulgarmente satírico, existe alguns pontos notáveis em seu desenvolvimento. Rodrigo Santoro, ainda que apareça pouco, consegue acrescentar mais decência ao seu personagem - cuja origem é considerável. Eva Green é mesmo o destaque, além de beleza também se mostra terrivelmente cativante como a comandante da marinha persa, Artemisia. Com uma dupla de vilões tão interessante na tela, nos obriga a torcer para que eles fiquem por mais tempo em cena - a conclusão, mesmo pretensiosa, foge de tradicionalismos. Não que Sullivan Stapleton seja um mocinho ruim comandando um exército na pele do general Grego, Themistokles - os momentos de referência ao rei Leônidas ficam entre um dos melhores dos mocinhos. Ainda que eu não seja adepto a ter vilões como preferencia, até tenho que considerar que desta vez a melhor parte acabou ficando para o outro lado da guerra.
FICHA TÉCNICA
Título Original: 300: Rise Of Empire
Duração: 102 Minutos
Direção: Noam Murro
Gênero: Ação
SESSÃO ACOMPANHADA: UCI New York City Center - 16:20 - M 20 - 8/3/14 (Sábado)