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SESSÃO CRÍTICA
Gravidade
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Curiosidade
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Ficha Técnica
SESSÃO CRÍTICA
FILOSOFIA NO SILÊNCIO DO ESPAÇO
Todas as vezes que eu via o trailer no cinema, eu admito que ficava impressionado. Não tinha como não se impressionar com a alta qualidade visual e sonora apresentada - principalmente o 3D. E ao assistir, pude comprovar isso no filme propriamente dito, tudo o que estava naquele trailer está ali mas com o equilíbrio necessário de Blockbuster. Felizmente é menos pretensioso do que se parece e superior do que se mostra ser.
Ter grandes atores, como George Clooney e Sandra Bullock, encabeçando uma obra como essa - e ainda com direção do Mexicano, Alfonso Cuarón (que já se mostrou competente em a sua versão de A Princesinha, em 1995, e em Filhos da Esperança, em 2006) foi também uma grande surpresa pra mim.
Olhei pro título como algo no mínimo interessante para se pensar em assistir. Foi então quando veio as excelentes críticas e a sua alta reputação do medidor de críticas, Rotten Tomatoes (com 98% agora), e de alguns estarem cogitando como um filme que certamente estará indicado nas categorias principais do Oscar 2014 (isso quer dizer: Melhor Filme, Diretor e Atriz, para Sandra bullock) foi aí que os meus olhos cresceram e o incluí na expectativa de longas para se assistir. E realmente, a experiência cinematográfica é incrível, uma das melhores dos últimos anos. Gravidade está em primeiro lugar nas bilheterias Brasileiras e nos E.U.A. de uma forma merecida.
O trabalho de Cuarón é um sincero ensaio sentimental e existencialista, com meros deslizes em temas como sacrifício, perda e sobrevivência por cair no convencional apenas por um detalhe para cada situação. Ryan Stone, a personagem de Sandra Bullock, deveria ser ainda mais próxima da solidão e do silêncio em comparação ao que aparece no longa. Matt Kowalski, personagem de George Clooney, está perfeitamente equilibrado - como um tipo que adora contar as suas velhas histórias azaradas e encanta pela sua simplicidade.
Além de George Clooney e Sandra Bullock, há ainda a participação de Paul Sharna e apenas mais três atores onde só se presenciam por vozes - e o mais interessante entre elas é que também está a de Ed Harris (que já atuou em outro longa de astronauta de sucesso, Apollo 13).
O trabalho em equipe entre Clooney e Bullock é tremendamente impecável. Matt é praticamente um tutor de Stone. É possível notar que Ryan é um pouco distraída e não consegue assumir todo o controle da situação e acaba tendo que encarar alguns riscos, apenas por um mínimo de desatenção. Sua superação, durante os seus momentos de destaque no longa, surpreende.
É preciso estar em gravidade para cada detalhe, um único detalhe perdido é como se perder da espaço. O roteiro escrito pelo próprio Alfonso Cuarón, em parceria com o filho, Jonás Cuarón, é incrivelmente detalhado - por vezes, se perdeu um detalhe, é necessário assistir novamente para perceber. Essa experiência é válida, já que cada detalhe não acontece por acaso (ainda mais em relação aos momentos da personagem Ryan Stone).
Um longa que dá para se apreciar ainda mais depois da Sessão, enquanto que durante ele, dá pra ficar tenso com determinadas situações, mas as questões filosóficas ficarão vagando no imenso espaço de nosso cérebro por um bom tempo. E é por esse motivo que Gravidade pode se considerar tão marcante para a nossa década, ou então um dos mais.
A qualidade técnica é de fazer com que seja obrigatório se assistir no 3D IMAX. O preço maior vai valer o seu bolso, sem dúvida. O 3D é um dos melhores ao lado de Avatar e Além da Escuridão: Star Trek, principalmente pelas sequências onde objetos se aproximam - garantindo envolvimento total com os perigos enfrentados pelos protagonistas ([spoiler - "passe o mouse no espaço branco"] a cena de Stone, sozinha, tentando sobreviver às estalactites é incrível [/spoiler]). A trilha instrumental de que vem nos momentos cruciais e a música clássica se tornam pontos que soam um pouco pretensioso se comparar tal detalhe a filmes vencedores do Oscar.
O longa também é sincero com o silêncio do espaço, e a qualidade detalhista do enredo ajuda a entender que cada som é através do ponto de vista de cada personagem - como se o espectador estivesse encarnado em um dos personagens, e isso é muito bem notado nas cenas onde a câmera mostra apenas as mãos agindo (como um jogo de videogame em primeira pessoa).
Eu admito que os filmes americanos perderam muito do brilho pra mim. Há muita falta de novidade. Porém, apesar de contar com um certo tipo de conclusão muito batida, este é um grande entretenimento emocional de qualidade. O cuidadoso trabalho de Cuarón, principalmente, nas cenas de ação ; as atuações impecáveis de Sandra Bullock e George Clooney e a ampla qualidade do 3D IMAX (a amplitude da tela - aqui também é válida e certamente obrigatório - e do som, só acrescenta a complexidade da experiência), tornam este um dos bons títulos para se assistir no cinema como uma obrigação.
Veja também o álbum Memórias da Sessão no meu FACEBOOK.
EXTRAS
Curiosidade
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Curiosidade
Pra quem um dia, assim como eu, sonhou rever Sandra Bullock, no espaço, em um Velocidade Máxima 3: Ignição, esse longa é uma tremenda coincidência - já que também se trata de um suspense e vemos a própria atriz enfrentando os perigos do espaço.
A foto acima foi uma tremenda brincadeira faz-de-conta realizada em 2009 pelo site Speed3Ignition. E não é que engana direitinho?
FICHA TÉCNICA
Título Original: Gravity
Direção: Afonso Cuarón
Duração: 91 minutos
Gênero: Ficção Científica
País: E.U.A. / Inglaterra
Sessão Acompanhada: UCI New York City Center - 20:00 - 17/10/2013 - O 12
Sinopse: Ryan Stone (Sandra Bullock) é uma brilhante engenheira em sua primeira missão espacial ao lado do astronauta veterano Matt Kowalsky (George Clooney), que se despede da função neste último voo. Mas durante um passeio espacial aparentemente rotineiro, um acidente ameaça a vida dos passageiros, que têm sua nave destruída. Absolutamente sozinhos no espaço, Stone e Kowalsky são obrigados a lutar lado a lado para sobreviver em um ambiente de total escuridão.