SESSÃO CRÍTICA
SESSÃO CRÍTICA
EM VOO RASANTE
Quando o primeiro filme se iniciava, víamos um garoto abrindo a primeira HQ Action Comics do Superman. O início de tudo procurava nos fazer entender de que aquilo era como um Era Uma Vez.. Logo sabíamos que Superman: O Filme já se tratava de um conto de fadas contemporâneo. Poderia uma cinessérie que se iniciou com um longa de origem tão inspirador ter um Final Feliz ? A cada nova aventura, Superman alçava voos cada vez menores. Perdendo seu nível de coerência entre um retorno e outro, acabando por se desfocar totalmente de um digno desenvolvimento do início ao fim.
Os problemas financeiros da Cannon Pictures (uma empresa independente, conhecida por produzir filmes de ação da década de 80 com Chuck Norris) fez deste quarto episódio sofrer um bruto corte de orçamento - caiu de U$$ 37 Milhões para U$$ 17 Milhões. Com poucos recursos, Superman IV: Em Busca da Paz se tornou um fracasso de público e crítica. Apesar de trazer muitas ideias positivas que poderiam fazer deste um fechamento com chave de ouro para a quadrilogia estrelada por Christopher Reeve. A forma como o roteiro e os efeitos visuais são executados, se tornam uma grande decepção.
O enredo (ainda que tenha pontos interessantes, como explorar as origens e as limitações científicas dos poderes do Homem de Aço) tem pontos fracos muito mais nítidos em comparação aos filmes anteriores. Como os furos descarados e incoerentes - todas sem explicação até para interpretação pessoal do expectador - no decorrer da aventura. E a coisa só piora nos momentos finais do longa. Uma explosão no espaço em Guerra nas Estrelas faz parte de uma incoerência física que até deixamos passar, mas o que dizer de um ser humano respirando no espaço? Quer dizer então que os uniformes de um astronauta só servem para se proteger do frio espacial?
Os leves voos da abertura por cima do Planeta Terra, com os nomes do elenco passando por trás, trazem realmente um certo sentimento de última valsa da cinessérie - e trazer a música tema de John Williams de volta só justifica. Embora Williams não seja o compositor, os arranjos de Alexandre Courage trazem um bom clima para os momentos de ação na trilha sonora.
Gene Hackman (à esquerda) também dispensa apresentações ao retornar como o seu irônico e brilhante Lex Luthor, que ganha um sobrinho, Lenny (John Cryver)
Os efeitos visuais estão longe de serem comparados ao brilhante trabalho executado no primeiro de 1978 (vencedor do Oscar) e que surpreende até para os dias de hoje. O maior problema são os voos e outros efeitos extremamente mal animados. Tirando o pior dos defeitos, a única coisa a se destacar de convincente são os efeitos de fogo do poderoso Nuclear Man (Mark Pillow). Um inimigo construído a altura dos poderes do homem de aço e sem dúvida o melhor vilão físico dos quatro filmes, cuja voz alterada é do próprio Gene Hackman (Lex Luthor) e a sua ameaçadora aparência chega a lembrar uma mistura de Hércules com He-Man.
Mesmo em um roteiro tão ruim e com recursos tão precários, é inacreditável rever Christopher Reeve permanecendo excelente como um Clark Kent mais sério e um Superman fisicamente mais convincente na ação. Reeve, inclusive, foi quem sugeriu os momentos de discurso contra a corrida armamentista.
O clima político foi realmente muito bem pensado, mas o bom ritmo é quebrado com piadinhas fora de hora, inclusive cortando um discurso sério de Superman a respeito da humanidade num das momentos finais que poderia temperar o desfecho com bastante emoção. E ainda há um momento descaradamente cartunesco, logo no começo da trama, de tão desnecessária, poderia muito bem funcionar numa adaptação do desenho Tom & Jerry ou qualquer outro.
Lacy (à esquerda) acaba também sendo um interesse romântico de Nuclear Man. Um dos pontos que poderiam ser descartados ou melhor contados para usar a mocinha como alvo do perigo
Outra ideia mal executada na trama, é o sugestivo quarteto amoroso entre Superman/ Clark Kent, Lois Lane (Margot Kinder) e Lacy Warfield (Mariel Hamingway). Lois, é como sempre a admiradora legítima do azulão enquanto Lacy, a nova chefe do Planeta Diário, tem características de intelecto em comum com Superman (com pensamentos puritanos a favor da verdade) mas se interessa pelo seu alter-ego, Clark. Em meio a brincadeira, a reviravolta ganha um desfecho confuso entre os personagens.
como deixaram passar incoerências assim no roteiro?
Ainda que com limitações, ganha pontos por manter o elenco original até o fim da cinessérie, nos garantindo o mesmo carisma encantador de Christopher Reeve, e com algumas das melhores cenas de luta já vistas dentre os quatro, como o embate entre Superman e o Nuclear Man - este sim um inimigo legítimo para um dos maiores heróis dos quadrinhos adaptados para o cinema. Superman IV: Em Busca da Paz é sem sombra de dúvidas um entretenimento superior a Superman III enquanto tenta buscar os melhores vestígios de sua origem cinematográfica.
O LEGADO DO SUPER-HOMEM: PARTE 5
Chris Reeve tornou-se famoso ao protagonizar o papel de Superman no cinema, mas já era ator desde os quatorze anos de idade, tendo estudado em prestigiadas escolas de artes cênicas. Iniciou sua carreira com pequenas participações no teatro e na televisão, obtendo seu primeiro bom papel em Alerta Vermelho: Netuno Profundo, em 1977. Mesmo tendo participado de outros bons filmes, como Em Algum Lugar no Passado e Vestígios do Dia, nunca ele conseguiu se livrar do estereótipo do Homem de Aço.
Em 27 de maio de 1995, um acidente o tornou tetraplégico devido a uma fratura nas vértebras. Um ano depois, foi aclamado em pé na cerimônia do Oscar. A partir daí passou a lutar por pesquisas com células-tronco e criou a Christopher Reeve Paralysis Foundation, visando a melhorar a condição de vida de pessoas como ele, vítimas de algum tipo de paralisia. Em 27 de janeiro de 1996, foi condecorado com a Ordem Bernard O'Higgins, como reconhecimento à defesa pública que fez dos atores chilenos durante a ditadura de Pinochet. Em setembro de 2003, ganhou o Prêmio Lasker, conhecido como o Nobel estadunidense.
Morreu em 10 de outubro de 2004, vítima de um infarto causado por uma infecção. Era casado desde 11 de abril de 1992 com a atriz Dana Reeve, que conhecera a 30 de junho de 1987 em Williamstown. Dana, desde o acidente de Christopher, dedicou-se exclusivamente a cuidar do esposo, uma tarefa que se provou laboriosa devido à gravidade de sua condição médica.
CHRISTOPHER REEVE: O VERDADEIRO SUPER-HOMEM
Chris Reeve tornou-se famoso ao protagonizar o papel de Superman no cinema, mas já era ator desde os quatorze anos de idade, tendo estudado em prestigiadas escolas de artes cênicas. Iniciou sua carreira com pequenas participações no teatro e na televisão, obtendo seu primeiro bom papel em Alerta Vermelho: Netuno Profundo, em 1977. Mesmo tendo participado de outros bons filmes, como Em Algum Lugar no Passado e Vestígios do Dia, nunca ele conseguiu se livrar do estereótipo do Homem de Aço.
Em 27 de maio de 1995, um acidente o tornou tetraplégico devido a uma fratura nas vértebras. Um ano depois, foi aclamado em pé na cerimônia do Oscar. A partir daí passou a lutar por pesquisas com células-tronco e criou a Christopher Reeve Paralysis Foundation, visando a melhorar a condição de vida de pessoas como ele, vítimas de algum tipo de paralisia. Em 27 de janeiro de 1996, foi condecorado com a Ordem Bernard O'Higgins, como reconhecimento à defesa pública que fez dos atores chilenos durante a ditadura de Pinochet. Em setembro de 2003, ganhou o Prêmio Lasker, conhecido como o Nobel estadunidense.
Morreu em 10 de outubro de 2004, vítima de um infarto causado por uma infecção. Era casado desde 11 de abril de 1992 com a atriz Dana Reeve, que conhecera a 30 de junho de 1987 em Williamstown. Dana, desde o acidente de Christopher, dedicou-se exclusivamente a cuidar do esposo, uma tarefa que se provou laboriosa devido à gravidade de sua condição médica.
Ela também veio a morrer, em 6 de março de 2006, vítima de um câncer pulmonar. Desta união nasceu um filho, Will. Christopher tinha mais dois filhos, Matthew e Alexandra, frutos de uma relação anterior de dez anos (1977-1987) com a modelo inglesa Gae Exton.
FICHA TÉCNICA
Título Original: Superman IV: The Quest For Peace
Duração: 134 minutos
Gênero: Aventura
Data de Lançamento: 16 de Outubro de 1987 (Brasil)
País: Inglaterra/ E.U.A.
Direção: Sidney J. Furie
Duração: 134 minutos
Gênero: Aventura
Data de Lançamento: 16 de Outubro de 1987 (Brasil)
País: Inglaterra/ E.U.A.
Direção: Sidney J. Furie
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