sexta-feira, 5 de abril de 2013

[DEDO NO JOYSTICK] Cyborg Justice (Mega Drive) 20ªAniversário - Parte 1 de 3: Análise EX

NESTA POSTAGEM

DEDO NO JOYSTICK: ANÁLISE EX
CYBORG JUSTICE (MEGA DRIVE)

 DEDO NO JOYSTICK:ANÁLISE EX 
CYBORG JUSTICE (MEGA DRIVE)

BRUTAL, COMPLEXO E INOVADOR

Em meio aos jogos de sangue e mutilação dos tempos de Mortal Kombat, Cyborg Justice nesse quesito, era charmoso e o jogo está bem dentro da faixa etária que a Tec Toy proporciona para o título, que é a partir de 7 anos. Dá pra se sentir finalmente controlando uma aventura como os filmes de robôs da década de 80 (como a cinessérie Robocop e Johnny 5 de O Incrível Robô e Um Robô em Curto Circuito). Alguns ainda poderão comparar com outras produções como a série de TV The Incredible Crash Dummies.

Além dos filmes da década de 80, as crianças sedentas por ação e coisas versáteis (como eu incluso) já estavam acostumadas a assistir e vibrar com mutilações de robôs em séries de Super Heróis Japoneses na Manchete (Olá, Jiban). As simulações de máquina sofrendo avariações e mutilações são  muito bem feitas, aproveitando bem  as limitações de tecnologia da plataforma e da memória, sem nenhum derramamento de sangue.


O enredo é mais uma daquelas histórias da transformação do homem em máquina, sendo que não de uma forma que se encontra todo dia por aí. Com ares de anti-heroísmo, somos trasportados para um futuro desconhecido onde homens são transformados em espécies de gladiadores robóticos ou  máquinas de guerra escravas.

Apesar da faixa etária leve e a violência sem sanguinolência, mesmo com rastros de sangue no canto das telas de texto, o enredo é forte. A essência de que o robô que você controla não ser exatamente um herói vem com base nas descrições encontradas na sinopse oficial da contra capa do cartucho.

Alguma estrutura deste roteiro começa sendo apresentada na abertura do jogo de uma maneira muito cinematográfica e sofisticamente filosófica. Onde uma nave é acertada por estalactites até cair em chamas num mundo estranho. Daí aparece sinais de pontos de vida humanos ganhando forma, depois de um tempo, em sinais com linhas quadradas. Os sons vitais comuns são trocados por potentes batidas - essa mudança de ritmo dos batimentos cardíacos chega quase lembrar raivosos socos na parede.

A história completa - Cyborg Fugitivo! ( encontrada no manual de instruções da Tec Toy) contada em forma de crônica, esclarece toda a trama. Deixa no ar uma discussão teórica quanto ao maior inimigo do jogo ser realmente o controle da tecnologia e do rígido sistema trabalhista (note o que representa o chefe final). Algo muito inteligente da parte dos roteiristas que parece um misto do visionário filme Metropolis (1929) do diretor Fritz Lang e O Exterminador do Futuro 2 (1991) - os males da tecnologia questionada pelo diretor James Cameron. 

O campo sonoro é dividido por dois compositores. Brian Cobrun, responsável pela música dos níveis, e Magyari Andras, cuidou das demais músicas de apoio (como a do encerramento/ créditos) e dos efeitos sonoros. Os sons simulam fielmente aquilo que seria um peso ou os circuitos de uma máquina. Se houve perfeitamente os curtos, os metais e o impacto, após um pulo.

Seguindo por esse universo rebuscado pelo universo futurista - aonde o que domina é a pancadaria metálica - é muito coerente que toda a trilha  misture um certo rock eletrônico com ares de música dance. É o que Cobrun consegue fazer com precisão.  Uma trilha na medida certa e com muita cara de anos 90.



O Interessante e curioso é que os aparentes ecos sonoros nos fazem de certa  forma acreditar que a música esteja emitindo vozes de um androide acompanhando o ritmo. Esses tais ecos eletrônicos tem mais força na tela de abertura e é mais suave na primeiro nível . O truque lembra muito as músicas da banda alemã Kraftwerk, entre elas a canção Music Non Stop.

Quanto às animações, as técnicas de luta na simulação lembram um pouco como se estivesse vivenciando um ringue onde o boxe e a luta livre predominam. Isso também é certamente inovador para o gênero que viveu escasso de artes versáteis envoltos de briga de rua sem explorar muito esses tipos de artes nos personagens, principalmente controlados pelo jogador.

Apesar de não ser tão bem reconhecido como merece, toda a sua mecânica beira a perfeição em um simples cartucho de 8 Megabits.  Talvez, seu único grande pecado seja a sua complexa jogabilidade para o gênero de ação estilo bater e andar (o famigerado Beat En Up, mais conhecido por jogos como Final Fight e Double Dragon, jogos constantemente comparados com os demais do gênero).

O excesso de comandos em apenas três botões de ataque confunde e atrapalha a agilidade de quem é acostumado a fazer os golpes tradicionais dos outros jogos. Esqueça meia lua ou apenas apertar dois botões de ataque para realizar um especial.  Se ao fazer um simples pulo com voadora acaba por vezes acionando sem querer a defesa (apertando apenas o botão C) a prática persistente pode fazer deste um título indispensável e merecedor do nosso Punho Dourado pelo conjunto da obra.


FIM DA PARTE 1.


FALTAM 2 PARTES....
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