domingo, 9 de dezembro de 2012

[Sessão Crítica Edição de Colecionador] Robocop 3

NESTA POSTAGEM 
OCP SESSÃO CRÍTICA OCP
ROBOCOP 3


OCP EXTRAS OCP
GALERIA
CENAS
BASTIDORES

ENCARTES
FILME
VIDEO GAMES
TRILHA SONORA

FICHA TÉCNICA



OCP SESSÃO CRÍTICA OCP
ROBOCOP 3

DESFECHO COM CERTA PERSONALIDADE 

Não vou negar a vocês, a primeira vez que vi Robocop 3 eu achei muito emocionante. Foi em meados de 1993 que assisti (acredito que em VHS e depois na TV Bandeirantes ou na Tela Quente da TV Globo). Apesar de certas fontes dizerem que o filme é de 1993, no fim dos créditos a produção data como de 92. Então, posso considerar que esse ano o fim da trilogia completou 20 anos. 

Muito bem, eu disse a vocês que ter assistido Robocop 3, pela primeira vez na infância, foi bem tocante. Isso por que ainda não havia assistido ao primeiro filme da série (sempre quis assistir, mas esses filmes eram difíceis de se conseguir depois de um certo tempo, naquela época). Hoje, depois de muito tempo, depois de ter assistido ao primeiro filme quando adolescente, tenho uma outra visão de Robocop 3. 

Assim como o segundo filme, Robocop 3 é bem mais leve, diferente da truculência e o ambiente bem mais pesado com toda aquela profundidade dramática da trama. Muitos abrem fogo contra este terceiro filme da trilogia. Sendo um grande fã de todo tipo de Super-Herói, como eu, você pode até relevar todo esse clima raso de Robocop 3. Justamente por que muito de seu conceito é respeitado aqui. 

O argumento político e crítico ainda está lá. Fora isso, há uma notável personalidade deste comparado a outras sequências espalhadas por aí - onde todo o conceito do primeiro é copiado e repetido para umas trocentas continuações (que eu vou te dizer: desnecessárias). O desenvolvimento do terceiro parece ser mais do mesmo, com alguns conceitos novos. E personifica algumas menções vistas no primeiro Robocop. 

Entre essas revisitações, há  a demostração visual da consciência de Robocop enquanto é consertado. É apresentado alguns outros detalhes - dentro da consciência humana e robótica do herói. Entre seus poucos amigos próximos, o interessante é que a maior presença é a feminina. Sua esposa Ellen Murphy (Angie Bolling), a oficial Anne Lewis (Nacy Allen), a doutora Marie Lazarus (Jill Hennessy - foto acima) e a pequena Nikko (Remy Ryan), que perde seus pais e se une aos rebeldes.



Nikko e Robocop (sem o capacete)


Nikko é a grande representação clássica daqueles tipos de personagens mirins fãs da mitologia de Super-Heróis, como muitos de nós. Ela é uma fã do universo de Robocop (como pode ver em certos momentos, seus brinquedos)  e ainda é uma hacker, fã de tecnologia.

A alternação entre o homem e a máquina continua cuidadosamente trabalhada. Quando se desperta para cumprir um objetivo, o herói pega o capacete e o coloca na cabeça, como um policial comum pegando seu cape e tem consciência própria, nem que seja para desobedecer ordens da forma mais radical quando nota algo errado. Por outro lado, em questões de luta física, é péssimo em agilidade. 

Depois de ED-209 fazer a sua marca, Robocop agora encara um novo antagonista: Otomo (Bruce Locke)

E esse tipo de ponto fraco físico se torna um problema maior quando luta contra um ágil antagonista ciborgue com um físico humanamente mais desenvolvido (quase como se fosse a diferença tecnológica entre T 800 contra T 1000 em O Exterminador do Futuro 2). Até mesmo quando a Dra. Marie, ao desativá-lo, não esquece que ele - ali no fundo - é um ser humano e o avisa que  precisa ter de desligá-lo um pouco pra fazer os reparos em seu corpo cibernético.Além de uma exploração mais humana, o argumento também não escapa de apresentar os perigos de consertar o robô herói clandestinamente, já que agora ele vive como um fora da lei.  

A crítica ao lado negro do capitalismo é aberto, sem indiretas. No meio da guerra onde Robocop se volta contra a sua própria corporação que o construiu e o qual ele dedicou a sua vida como policial, OCP, ele tem de se unir a um grupo de rebeldes sem escolha. Pessoas que estão perdendo suas casas para uma corporação que chegou finalmente ao extremo de sua corrupção.

Mesmo eu, que sempre fui conservador quanto a ideia de manter sempre o mesmo elenco em seus devidos papéis em qualquer sequência, achei que Peter Weller foi bem substituído por Robert John Burke. Sua fisionomia é muito parecida com a de Weller. O que não parece muito difíceis de acontecer diferente, pelo visual do personagem: com movimentos robóticos e quase sempre de capacete, onde cobre quase todo o rosto. A boca acaba sendo o maior ponto notável onde podermos olhar suas expressões. Ou quando está sem capacete, está careca e sem outras expressões emocionais do rosto.  

Com tudo isso, podemos não dar muito valor quando não se tem noção da dificuldade que é para um ator mostrar todo o potencial de sua atuação. o ator que consegue nos convencer emocionalmente com tudo isso, se torna um diferencial. 

Burke, incrivelmente, me mostrou certa convicção, entregando inclusive alguns tipos de sentimentos novos e enriquecendo um pouco mais as expressões de Robocop. Um exemplo é quando ele tem os últimos momentos olhando para sua amiga, Anne (Allen), na igreja, enquanto estão protegendo refugiados dos Rehab (mercenários contratos pela OCP). É um dos momentos mais emocionantes da trama - e difícil de acontecer em muitas cinesséries até mesmo aclamadas (onde grande parte ou todo o elenco sempre se dá bem, por mais que apanhe, tome tiros ou sofra com todas as torturas).  Outra cena, é quando ele tenta cautelosamente acariciar o cabelo da pequena Nikko (Ryan). 

Um Tira da Pesada 3 parece ter se influenciado um pouco pelas piadinhas dessa sequência, vou te dizer. Sem contar com o caso da despedida de uma certa personagem veterana da franquia - é também mantida pela mesma pessoa no papel apesar da cena trágica ser mais convincente -  há um carro (cheio de regalias ) que é todo detonado a tiros e um vilão com cara de ditador. Sendo que a diferença, é que o vilão em questão é mesmo um ditador aqui. Interpretado por John Castle, o personagem Paul McDaggett é o líder dos mercenários Rehab. Eu diria que - até mesmo pelo tom de atmosfera mais irônica do primeiro ato principalmente - McDaggett mais parece uma clássica paródia disfarçada dos grandes ditadores, de certa forma. Castle entrega ao seu vilão, características próprias. 

John Castle faz um bom papel na pele do vilão Paul McDaggett. Sendo durão ou medroso.

McDaggett não é tão destemido assim quanto os vilões de Robocop 1. Quando Paul sente que não está no poder, treme totalmente na base sem debochar. O aspirante a ditador pede a Kanemitsu (Mako, como o cliente líder dos japoneses envolvidos no negócio imobiliário da OCP) que busque uma forma de afastar o Robocop de sua cola. Seus planos se mostram visivelmente falhos e amplamente reprovados (como na cena onde a repórter desiste de oferecer o noticiário em plena rede nacional, por não acreditar que tal chacina de policiais estavam sendo cometidos pelo maior herói da cidade). Essas e outras piadinhas dentro do ambiente deste, o fazem ter ares bem mais cartunescos ou até mesmo icônicos.


 Apesar da fórmula Robocop já apresentar ares de desgaste, o argumento de Frank Miller conseguiu, aqui, desenvolver alguma coisa diferente no fim de sua história. Piorar o que já estava ruim para um setor público privatizado e aumentar os desafios acerca. Por outro lado, aproveita estereótipos meio antiquados (embora muito em alta na década de 90 com o Cyberpunk) com punks estereotipados, enlouquecidos e marginais ou até mais caricatos que de custume.

Há ainda algumas cenas aparentemente bobas com algum significado voltado aos primórdios da convivência humana,  como a ganância do inescrupuloso McDaggett jogando dinheiro pela rua,  e uma outra podendo ser vista de forma perversa aos olhares maliciosos, mas o significado ainda permanece parte do lado mais inocente da  cinessésérie: os sentimentos (como as imagens de Ellen, Annie e Marie , passadas pela cabela de Alex Murphy por dentro de um túnel cybernético, enquanto sua consciência é consertada).

Robocop ainda ganha alguns brinquedinhos novos e os utiliza em ação, depois de ter algumas de suas partes decepadas pelo cyber ninja, Otomo. Nos primeiros atos, é queimado com molotov por criminosos. Tais modificações se mostram notáveis que a direção de arte tentou trazer novas aparências ou metamorfoses ao personagem. Enfim, o Robocop clássico que conhecemos nos anos 80 terminou no tempo certo, finalizado em uma trilogia em pleno começo dos anos 90. Basil Poladerius, o compositor da cinessérie, também afia sua trilha sonora sem ter de rebuscar muito a trilha do primeiro filme (tendo apenas uma mixagem próxima).

OCP  E X T R A S  OCP

OCP GALERIA OCP
CENAS
Robocop terá problemas agora

Kanemitsu (Mako) e Otomo (Bruce Locke)

- Eu não vejo problema com isso. Paul McDaggett (John Castle) quanto a atirar em policiais.

Annie (Nancy Allen) e Robocop (Robert John Burke) em uma das cenas mais marcantes

Em meio ao confronto final, toda a polícia de Detroid resolve também ir contra a OCP e se une aos rebeldes.

Jill Hennessy faz de sua Dra. Marie Lazarus uma das personagens mais adoráveis da cinessérie.

Shane Black atuando como Donnelly. E, quem diria, hoje ele é  diretor. Atualmente ele dirigiu Beijos e Tiros e, ainda em pré-produção, Homem de Ferro 3 (quem díria). Pra 2014, deve dirigir a adaptação do mangá Death Note.

Robert John Burke é Robocop.


 Recebido a tiros.
 Em chamas.
Ressurgindo com brinquedos novos.


Nikko (Remy Ryan) no computador e seu pai (John Posey) ao fundo.

A destruição da OCP

BASTIDORES
Otomo sendo criado

O diretor Fred Dekker em ação.


Otomo botando medo de boca aberta (esse cara assusta de qualquer jeito)

Remy Ryan (no filme, à esquerda; e atualmente, à direita): Nikko, a personagem mirim de Robocop 3 cresceu. Ela ficou famosa por fazer comerciais do McDonalds lá fora e nasceu em uma família de artistas. Seu nome completo é Remy Ryan Hernandez. 

Dra. Marie Lazarus (Jill Hennessy) fazendo pose com a metralhadora. 

ENCARTES - Parte 1: Filme
Argentina e E.UA. (cartaz teaser ou preliminar) respectivamente.
Brasil


ENCARTES - Parte 2: Video Games
Nintendo e Genesis (E.UA.) 
Mega Drive (EUROPA) e Master System

Super Nintendo

ENCARTES - Parte 3: Trilha Sonora

OCP FICHA TÉCNICA OCP
Título Original: Idem
Sessão Acompanhada:  (1) Meados de 1993 em VHS ou televisão; (2) 03:00 - Estúdio Quarto - 5/12/12
Ano: 1992
Gênero: Ação
País: E.UA.
Direção: Fred Dekker
Sinopse:  A corporação OCP transformou Detroit num campo de batalha, abrindo caminho para a construção de uma nova e lucrativa metrópole, Delta City. Mas Robocop surge das cinzas para proteger os fracos e os oprimidos e estragar os planos do conglomerado.

CRÉDITOS
2012 © Mestre Ryu (Santuário do Mestre Ryu): Textos e edição de imagens.

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