segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Sessão Crítica: Senna

NESTE TÓPICO
SESSÃO CRÍTICA
O CAMPEÃO RECONSTRUÍDO: A ANÁLISE DO DOCUMENTÁRIO SENNA

EXTRAS
UM POUCO ALÉM DAS PISTAS: Uma visão além do documentário


SESSÃO CRÍTICA 
SENNA

O CAMPEÃO RECONSTRUÍDO
Em Senna, relembraremos, também, os banhos de champanhe

Este é mais um daqueles bons filmes que poucos expectadores vão ao cinema para conferi-lo – ou por não ter tido conhecimento ou por preferir assistir na comodidade da casa – comprando/ alugando em DVD ou esperando passar na TV. Eu tive o prazer de conhecer esta obra, por algum acaso, em um cartaz em meio a uma dessas sessões de cinema – quando assisti ao trailer, fiquei ainda mais interessado. E fiz marcação cerrada para não perder a sua estréia, nesta sexta (dia 12). Como no cinema nacional tivemos algumas revelações durante estes últimos anos, acreditava que esta grata surpresa era também de nossas terras, mas o presente vem de fora. A produtora do documentário é a Inglesa, Working Title, dirigido por Asif Kapadia - também Britânico.

A edição do filme é completamente reproduzida com diversas montagens de cenas (selecionadas dentre mais de 5 mil horas resgatadas) gravadas em vídeo. E todos os depoimentos são em OFF, com falas de Senna, família e amigos. A produção se concentra na carreira internacional de Senna – grande parte do filme é legendada – . Quem acompanhava Senna na TV, em suas corridas nas manhãs dominicais, vai testemunhar um pouco mais da trajetória do ídolo.

Uma das passagens mais marcantes, que deslancham em grande parte do documentário, é a sua batalha contra o burocrático sistema da Fórmula 1. Assim como Bruce Lee, que deixava o foco dos cameramans perdido com suas habilidades no cinema, era o caso de Senna, na F1. O problema é que, nesse caso, o sistema jogava contra Senna – e é apartir daí que começamos a nos relembrar da falta de valor enorme oferecida aos bons pilotos da atualidade que desvaloriza, automaticamente, a seriedade desta grande industria.

E conforme as cenas do documentário vão melhorando o foco das imagens, o rítimo vai engrenando. O acompanhamento vem desde as suas primeiras corridas de Kart (quando não havia dinheiro envolvido como relembra o próprio mito em seu depoimento) e daí se desenlancha para os seus primeiros anos da Formula 1, a amizade e a inimizade com Alain Prost (nas pistas e nos bastidores), a ascensão (com os divertidos comentários de Galvão Bueno 31 anos, 33 vitórias.. e a famosa musiquina de vitória) até os tensos momentos finais – o qual os fãs ficarão com o coração apertado.

Mesmo a produção sendo estrangeira, há alguma visão, embora manjada, mas coerente da importância do mito ao nosso cenário verde e amarelo. Como vivemos, ainda, num país enorme, embora pobre, corrupto e injusto, Senna era uma das poucas alegrias que tínhamos de nos orgulhar – alguns o interpretavam como um herói nacional, Senna nunca deixava de mostrar a bandeira Brasileira em suas corridas. Aquele ser que batalhou para derrubar enormes barreiras – e através de sua persistência e garra nas corridas, poderíamos ficar filosofando aqui inúmeras inspirações para superamos as nossas dificuldades do dia-a-dia.



O documentário mostra, também, algumas personalidades do ramo Brasileiro, que você vai ter orgulho de relembrar, se envergonhar ou apreciar: como o humorista Bussunda, a rainha dos baixinhos (e papa-ícone), Xuxa Meneguel, o crítico Arnaldo Jarbor e a sua última ex: Adriane Galisteu.

FICHA TÉCNICA
Título Original: Idem
Direção: Asif Kapadia

Gênero: Documentário
Data de Lançamento: 15/11/2010 (Brasil)
Site Oficial: SennaOFilme
Sipnose: Era junho de 1984, um domingo no Grande Prêmio de Mônaco. Enquanto caía uma chuva torrencial, um dos melhores grupos de pilotos da história das corridas automobilísticas se alinhava na pista. Nada menos que seis atuais ou futuros campeões mundiais competiam naquele dia, incluindo o detentor do título Keke Rosberg; um impassível e destemido inglês chamado Nigel Mansell; o bicampeão mundial austríaco Niki Lauda; o confiante bicampeão mundial Nelson Piquet; e o homem chamado de ‘O Professor’, o francês Alain Prost, que na época estava a ponto de ser considerado por muitos o piloto mais completo de todos os tempos. Enquanto isso, na 13a posição do grid, atraindo pouco interesse em seu nada conceituado Toleman, estava um impetuoso jovem piloto em apenas sua sexta corrida de Fórmula 1.


EXTRAS
UM POUCO ALÉM DAS PISTAS
Uma visão além do documentário
Durante os anos 90, Senna ganhou um personagem nos quadrinhos: Seninha. Ele era o sobrinho do próprio Ayrton. Seninha ganhou um jogo para fliperamas, Seninha GP, feito pela DiverBras.

Senna é superstrela no Japão e, assim como Michael Jackson, ganhou um jogo da SEGA, com sua assinatura, chamado Ayrton Senna’s Super Mônaco GP em 1990 – o jogo é para o Mega Drive (o console de 16 bits, da mesma empresa que o produziu) e teve uma continuação 2 anos depois, em 1992. Acima, pode ser visto uma corrida em que a SEGA patrocinou na Europa, tendo o seu mascote, Sonic, ilustrando o troféu.
Senna, por ser famoso e vitorioso, era sondado por entidades que necessitavam de ajuda. Olhando a necessidade das crianças, Senna viu que não era suficiente a sua ajuda aos menores carentes e buscou uma forma para organizar esse tipo de contribuição – era o passo para o surgimento do Instituto Ayrton Senna - dirigido por sua irmã, Viviane Senna.

 Após a morte do piloto em 1994, uma localidade que faz uma importante ligação com a Linha Amarela (construída pelo prefeito Cesar Maia, em sua primeira gestão) e a Barra da Tijuca (Bairro do Rio de Janeiro), chamada Avenida Alvorada, ou Via Onze, foi rebatizada como AV. Ayrton Senna.

Em Homenagem a Ayrton Senna
(1960-1994)


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