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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Sessão Crítica: Resident Evil 4: Recomeço

SESSÃO CRÍTICA
 RESIDENT EVIL 4: RECOMEÇO

APRECIE SEM COMPROMISSO

O quarto episódio continua sendo mais um filme B de ação e suspense baseado num videogame

Depois de Resident Evil: O Hospíde Maldito (assistível!), Resident Evil 2: Apocalípse (quase uma paródia) e Resident Evil 3: A Extinção (melhora quando acaba) agora é a vez de Resident Evil 4: Recomeço (..algo que estava precisando). Apesar do subtítulo, ainda não é um recomeço de Resident Evil para os cinemas, mas com o retorno de Paul WS Anderson na direção, as coisas parecem ter se saído melhor do que suas sequências anteriores e um grande exemplo disso é sem dúvida alguma o recurso da tecnologia 3D (filmado com as mesmas técnicas de James Cameron em Avatar) - que rouba a cena, dispensando a atenção na história (sério que esse filme tinha alguma história?).

Quem assistiu ao primeiro Mortal Kombat e o primeiro Resident Evil, principalmente a maior parte dos jovens (um dia pequenos) fãs dos videogames originais, sabe que Paul Anderson é um raro exemplo de diretor que ainda consegue conduzir melhor uma adaptação do gênero (ah, se o segundo filme ainda estivesse nas mãos dele...) - e o seu grande triunfo é a criatividade em incluir elementos nessas adaptações sem desagradar no resultado. Embora que ainda esteja muito distante de qualquer adaptação (principalmente Americana) de videogame ser uma obra prima a ponto de balançar a estrutura global da visão crítica da sociedade cinéfila.

A saga gira em torno de Alice (personagem exclusiva da cinessérie) interpretada pela ex-modelo Milla Jovovich (que é praticamente o maior destaque das adaptações). Desde então, alguns persoangens começaram a aparecer no decorrer do caminho, como Jill Valentine e Claire Redfield (Ali Larter, da série Heroes, surgiu em Resident Evil 3: A Extinção), buscando se aproximar mais da identidade do videogame de origem. Característicamente, desde meados de 1996, quem estrela estes gêneros de videogame (estilo conhecido como Survival Horror) são mulheres, armadas até os dentes, uma clara simbolização da mistura de ação com quebra-cabeça. Diferenciando-se dos mocinhos, jogar com elas dependia mais da inteligência  - esta representação também se comparava com a característica da mulher independente que estava se desenvolvendo no mundo, era o fim do sexo frágil? É nesta época que também surgia Lara Croft (uma Indiana Jones feminina) e seu Tomb Raider, encabeçando os jogos de Aventura de sucesso no Playstation.

A abertura do filme é fantásitica, dificilmente dá pra acreditar que o que esta se passando ali é realmente uma cotinuação dos fracos dois filmes anteriores.  Além disso, os primeiros minutos, com o confronto dos clones de Alice contra a Corporação Umbrella e o surgimento do adromentador vilão Wesker, chefe da corporação, interpretado por Shawn Roberts (que mais parece um Exterminador do Futuro ), surpreendem tanto que deixa qualquer filme anterior no chinelo.

Após os primeiros minutos.. o filme se desencadeia para a sonolência e custa a engrenar novamente. O rítimo frenético sai de cena para uma pausa, se concentrando num encontro de Alice, Claire e alguns coadjuvantes evolvidos em um enredo fraco. Algo começa a melhorar com o surgimento de um outro personagen do jogo, o durão Chris Redfield (Wentworth Miller - quase um Michael Keaton quando um dia foi Bruce Wayne) - aparece, surpreendentemente, como se fosse confudido com um.. louco?

Mesmo com o decepcionante Alien Vs Predador, Paul Anderson parece ter amadurecido, desde o primeiro filme da cinessérie,  em termos de suspense (uma clara melhoria desde o terceiro filme - apesar de velhos truques, os sustos realmente FUNCIONAM). Recomeço traz um teor de violência e ambientação mais seca (com sangue gratuito ao som pesado e rastros de destruição). A maioria das cenas de ação são propositalmente inseridas em câmera lenta para valorizar todo o detalhamento visual da tecnologia 3D, sem parecerem forçados, e também são perceptíveis mesmo em cenas comuns, como a cena em que a camera acompanha a personagem Alice,  de frente, enquanto ela caminha apontando os revólveres pela direção dos zumbis, por exemplo. Encontra-se também algum tom de humor disfarçado em meio a violência (finalmente, Paul Anderson acaba nos dando a proeza de rir um pouco da própria franquia cinematográfica) e alguma certas referências do diretor ao seu primeiro filme de 2002 - como uma cena em meio a cidade, na abertura, e os computadores da Umbrella simulados em computação gráfica.

A direção de arte dos zumbis, em legião , ficou bem parecido com o encarte  (e as cenas de demonstração) dos jogos. Quanto ao ambiente apocalíptico do filme, isso não seria tão fácil de encontrar sem uma aparente influência de ótimos filmes sobre zumbis que andaram surgindo neste século como: Extermínio 2, Eu Sou A Lenda e Madrugada dos Mortos (2004). Um fator inevitável que os produtores encontram para faclitar na caracterização do roteiro e do clima de uma adaptação feita apenas para entreter com muitas pipocas por 1h 37 min e depois esquecer. Não assista buscando lógicas no filme, aprecie sem compromisso.


ANTEÇÃO: NÃO SE ESQUEÇAM DE PERMANECEREM DURANTE OS CRÉDITOS PARA APRECIAREM ALGUMAS CENAS EXTRAS

EXTRAS
FICHA TÉCNICA

Título Original: Resident Evil: Afterlife
Gênero: Ação/ Suspense
Direção: Paul W.S. Anderson
País: EUA
Ano: 2010
Duração:
97 min.
Elenco:
Milla Jovovich, Ali Larter, Kim Coates, Shawn Roberts

CURIOSIDADES

 - Resident Evil é a franquia adaptada de videogames mais bem sucedida no cinema Americano, com quatro filmes, contra dois de Mortal Kombat.
TRAILER