segunda-feira, 18 de novembro de 2024

[Sessão Crítica] Gladiador II: A sequência que ninguém pediu

Gladiador II veio de surpresa e cogitado por algum tempo como uma sequência que se envolveria numa viagem do tempo - trazendo de volta Russell Crowe como Maximus. O que, aparentemente, construiria um arco teoricamente bíblico (algo como morte e ressurreição de Jesus Cristo).  


Gladiador chegou em 2000 arrebatando recordes, se tornando o primeiro vencedor do Oscar do começo do século XX, e motivando novas produções épicas dedicadas às mitologias - prato cheio para os fãs de história. 

Como um filme historicamente fechado, uma continuação seria impensável - como um dos filmes mais caros da história até aquele período (estimado em U$$ 103 milhões). 

Impensável, porém, não impossível. Justamente, a história poderia seguir naquele desfecho, mas ficaria de fora um protagonista forte e marcante que encerrou a sua história, entrando e saindo dele, com um objetivo muito claro. 

No entanto, Gladiador II não foi esperado e, ao mesmo tempo, preocupante - se comparar com os altos e baixos do diretor Ridley Scott. 

Afinal, Gladiador II foi a sequência que ninguém pediu, mas que, felizmente, se tornou uma surpresa após o desastre de crítica de outro dentre os mais esperados grandes lançamentos do ano.

Com grandes honras ao original, esta fita e um grato complemento sem procurar se repetir - trazendo outra vertente: sai o contexto do protagonista dramático e entra a ideia de embate entre super-heróis contra supervilões. Afinal, é da mitologia grega que grandes histórias de fantasia - do bem contra o mal - se inspiram. E a sacada é de alguma forma genial. 

Agora, se Ridley Scott for mesmo esperto, vai expandir essa cinessérie para um universo mais amplo a ponto de comparamos às longínquas sagas de histórias em quadrinhos. 

Marcante por ótimas atuações, roteiro básico, o longa peca um pouco nos efeitos visuais. 

Regra tradicional em muitas sequências, em tornar tudo um espetáculo mais desenfreado, o investimento na ação é amplo - a contar com a violência - embora, não seja gratuita, com um certo contexto: o drama é o teatro a ser assistido tanto pela ótica da audiência presente que acompanha junto a ficção (que também interage na aventura). Fato, que consideravelmente, sentimos a crítica pesada ao pão e circo no primeiro filme e, neste, a história vai um pouco além.

Vale destacar presenças do carismático Pedro Pascal e do lendário Denzel Washington - que, de alguma maneira, dá para comparar seus trejeitos de vilão com o complexo Alonzo Harris de Dia de Treinamento (seu primeiro personagem nesta temática e que garantiu o seu primeiro Oscar de Melhor Ator). No entanto, como Macrinus, Denzel consegue nos trazer uma vertente que o leva a um patamar diferente - além da mania de grandeza, olhares, gestos sutis, cruéis e misteriosos - semblantes que são muito auxiliados com o trabalho de fotografia por John Mathieson. Além disso, direção de arte e figurino que também continuam impecáveis, coloridos e versáteis, dentro da coerência de qualidade do (agora) universo Gladiador. 

E, também, não se deve deixar de citar a trilha sonora. Que não trouxe Hans Zimmer de volta, optaram por realmente trazer um filme novo (honrando o legado do primeiro - o que foi melhor). Harry Gregson-Williams traz a sua tridimensionalidade valorizado este segundo capitulo em tons épicos e dramáticos que logo sentimos assim que o longa se inicia (trazendo referências ao primeiro filme em pinturas como se fosse um trabalho artístico de seculos e seculos passados da idade grega)

MEMÓRIAS DA SESSÃO 

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S E S S Ã O  C R Í T I C A

GLADIADOR II

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