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SESSÃO CRÍTICA
ELYSIUM
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FICHA TÉCNICA
SESSÃO CRÍTICA
A GRÉCIA MODERNA
O longa de ficção que eu mais estava esperando no ano. Teve estréia nesta Sexta-Feira
Do mesmo diretor de Distrito 9 e com presenças de atores renomados do cinema Americano (como Matt Damon e Jodie Foster) e atores Brasileiros, como Wagner Moura e Alice Braga, Elysium finalmente agrada com um grande casamento entre o cinema nacional e internacional em um mesmo longa.
Ainda que o reconhecimento do cinema Brasileiro esteja engatinhando lá fora, tendo apenas os nomes de Matt Daimon e Jodie Foster como nomes de destaques no poster internacional, Elysium tem o seu mérito
Pode parecer clichê, se encontrássemos um ator Brasileiro fazendo um vilão de poucas falas - ou simplesmente entrando mudo e saindo calado (como aconteceu com Rodrigo Santoro em As Panteras Detonando, em 2004) - em mais um favela movie (como é chamado por aí os longas que em a favela como um grande cenário no tema) desvalorizando o potencial que eles poderiam oferecer no cinema Hollywoodiano em outros tipos de aventura. Apesar de haver favela, não se deve julgar o filme apenas por estas impressões.
Elysium é uma nobre referência aos campos Elíseos da mitologia grega
A decadência social e política eram um dos pontos característicos vistos em Distrito 9, e aqui o cenário de Holocausto é trocado pela mitologia, como plano de fundo. No ano 2154, o planeta Terra se torna uma grande favela, um mundo poluído, pobre e insustentável. Somente os ricos e poderosos possuem a garantia de ter o seu paraíso, eles vivem numa estação no espaço conhecida como Elysium. Há muito do que podemos comparar entre mitologia grega e o mundo atual dentro desta aventura futurista - com mistos de drama e ação. A exploração trabalhista, imigrantes ilegais e a repressão dos poderosos também se tornam parte deste cenário que engrandece este que é mais um dos daqueles clássicos contos cinematográficos da eterna luta do bem contra o mal, entre heróis e vilões caindo no braço ou descarregando munições.
Nas mãos da obra dirigida por Neil Blomkamp, Wagner tem um personagem extremamente decente e importante na tela. Não decepciona nem no sotaque inglês (muito digno em comparação aos estrangeiros inclusive). O ator trouxe carisma e um tipo de heroico dramático bem agradável ao seu personagem, Spider, que funciona como uma espécie de fiel mentor do personagem Max, o protagonista interpretado por Matt Damon. É incrível como Wagner Moura consegue interpretar personagens de uma forma distinta e única em cada papel - assim foi em sua revelação na TV, como vilão na novela Celebridade (TV Globo) ou no cinema nacional, seja em comédias, como o cômico Baiano Taoca (Deus É Brasileiro) ou em dramas de ação, como o polêmico Capitão Nascimento (Tropa de Elite).
Este robô é daqueles que dá vontade de dar um tapa e sair correndo ( se não levar a sério a consideração de que ele é uma autoridade )
Como o Max, Matt Damon, de certa forma, demonstra ironia ao sistema e humanidade na pele de um herói bastante coerente com a realidade. No elenco também está a sobrinha de Sônia Braga (uma das pioneiras na carreira internacional), Alice Braga - como Frey - se sai graciosa, mas de uma maneira diferente da serenidade de Valentina Giron, como a sua versão mirim. William Fichtner (Batman: O Cavaleiro das Trevas), como John Carlyle, e Ferah Tahir (Homem de Ferro), como o Presidente Patel, estão entre as surpresas.
Max e Spider, possuem grande química na tela. E não são heróis convencionais. Diferente da bandidagem, Max e Spider são rebeldes a exemplo de Luke Skywalker e Obi Wan Kenobi, em Star Wars, que representam a aliança contra um império. um cenário mais urbano e mais coincidente com a nossa realidade, os dois protagonistas vivem do apoio de recursos clandestinos em um mundo radicalmente alternativo, marcado por tatuagens no corpo e pichações em muros como características. As músicas eletrônicas ao fundo, são bem familiares com o gênero Cyberpunk.
Com o seu característico sotaque inglês puxado, e meio africano, Copley marca como um dos melhores vilões do ano
Charlto Copley - antes o protagonista de Distrito 9 - retorna a sua parceria com Blomkamp como um antagonista perigoso e que posteriormente acaba se tornando o grande vilão do longa. Como o cruel o Kruger, Copley nos apresenta uma espécie de ambicioso e lunático mercenário dos poderosos - ligado a Delacourt (Jodie Foster). Kruger é um hábil guerreiro bárbaro que vibra quando despedaça os seus inimigos, com sua força bruta, e se mostra fiel aos seus subordinados de caça - também fiéis ao seu líder.
Além das ótimas atuações, efeitos visuais se destacam principalmente em uma cena de reconstrução de face. Blomkamp, no seu estilo, coloca uma pitada de bullet time e movimentos de câmera, em terceira pessoa, durante as cenas de ação - como numa cena onde Max sai de um esconderijo pra atirar (quase cena de videogame) e outra em uma cena de luta agitada bem no fim. O diretor ainda poderia ousar mais com essas técnicas - sem parecer algum plágio - porém, o modo econômico ativado desses truques não compromete intensidade das cenas.
Para quem já está acostumado com o formato IMAX, o telão gigante e o trato no campo sonoro acrescentam pouco e o final, um pouco previsível e convencional - apesar de manter a valorização heroica dos protagonistas.
EXTRAS
GALERIA
FICHA TÉCNICA
Título Original: Idem
Sessão Acompanhada: UCI New York City Center - O 13 - 21:30 - 21/09/2013
País: E.U.A.
Gênero: Ficção Científica
Duração: 109 Minutos
Direção: Neil Blomkamp